Redesenhando a TINA (There is no alternative)

(J. Nascimento Rodrigues, in Facebook, 06/04/2017)

TINA

Moral da história abaixo: Em todas, meus caros. Tem de ser em todas mesmo. Não só em uma.
1- A gente apanhou com a exportacionite aguda como solução milagrosa no tempo do protetorado dos liberalocheviques. Venderam aquela coisa dos “transacionáveis” (um palavrão que faz até pele de galinha ao cidadão comum) como creme de tecnicalês para poderem fazer a “desvalorização interna” e o esmagamento do consumo interno (para restringir importações).
É verdade que as exportações de bens e serviços subiram para 40,3% do PIB no final de 2015 (para citar o último número oficial), e que, em janeiro de 2017, aumentaram quase 20% em termos homólogos. Mas, a dinâmica de crescimento nos bens esteve nos voláteis da energia e em sectores muito ligados às cadeias mundiais de fornecedores (automóveis, componentes, bens intermédios), sensíveis ao ir e vir da globalização.
A ideia vigarista que se faria a “revolução do tecido económico” portuga em três anos de protetorado (com a tal imposição de fora anexa ao resgate) ou mesmo em dois mandatos legislativos para ir na direção, digamos, da Irlanda ou de Singapura, não passava disso mesmo, vigarice pegada.

2- Um país com uma matriz desde o final do século XV de capitalismo rentista, que perdeu as revoluções financeira e industrial no momento certo, que vegetou na exploração geopolítica das colónias (um mercado cativo também e para truques cambiais) e dos Açores no tempo da ditadura, que agarrou a Europa como nova árvore das patacas, não se muda à la bolchevique (mesmo que seja com creme liberalóide).

Houve um esforço de voluntarismo empresarial? Houve — e bem; e, aliás, desde há alguns anos continuadamente. E o exemplo tem mesmo de ser aquele: pegar no voo e ir aos sítios farejar, e não só em feiras; ter uma radar digital permanente para rastrear oportunidades e agarrar nelas “fisicamente falando”. É algo que tem de se tornar uma rotina para mais sectores do que os case studies e reportagens habituais: vestuário; sapatos; vinhos e alguns outros produtos do território; TIs (particularmente as empresas metanacionais no ADN que têm produtos ou serviços que encaixam nesses mercados promissores). E não só para essa coisa agora fina que chamam de unicórnios (que raio de nome).
3- A gente até precisa de ir na direção daqueles dois casos extremos de Irlanda e Singapura. Mas eles têm uma estratégia mais ampla do que apenas exportação, apostam, também, na reexportação ou em alguns truques. Jogam, de facto, em vários tabuleiros. Os portugas até têm aeroportos e portos que poderiam ser hubs para isso; até poderíamos apostar em espaços de carimbar valor acrescentado nas áreas aeroportuárias ou portuárias adjacentes. O milagre da exportação para o contentor, tout court, tem limites. O voluntarismo não chega. E, também, é preciso algum tempo e sorte.
4- Depois disse-se que tinha de se acelerar o consumo doméstico. A estratégia (temporária, naturalmente) era basicamente dar uma justificação «técnica» para devolver o que foi roubado a vários segmentos de rendimentos no tempo do protetorado.
Mas, quanto ao fundo, e à parte táticas políticas, o consumo doméstico até merece um empurrão — o tecido dos não transacionáveis não é uma coisa para liquidar; uma espécie de aberração dos tempos modernos. O que é para liquidar é o rentismo e capitalismo de compadrio (nacional e transnacional) que lhe esteja associado. No próprio consumo doméstico se pode testar inovação que depois se pode internacionalizar, e até atrair inovadores de fora para testarem a sorte cá. Começar cá dentro, testar bens e serviços em segmentos de consumo interno específicos e depois ir para fora, não é nada de novo. É do ABC. E ter um mercado interno dinâmico, mesmo que pequenino; é bom, não é mau, estúpidos!
5- Valeu, no entretanto, um cisne cor de rosa, o de Portugal ficar na moda, e cair-nos no regaço a expansão surpresa do turismo. O turismo não é nenhuma peçonha, uma chatice para aqueles autóctones que suspiram pelo quarteirão como uma aldeia em redoma — é uma das nossa especializações (e antiga), e até aí há, ainda, muita, muita, muita oportunidade para explorar e muita muita boa prática e ideias lá de fora para “copiar” — criativamente, já agora. Dar 150% no turismo não quer dizer entrar de cabeça numa monocultura e repetir as asneiras todas que se fizeram em seu nome. Mas uma coisa é certa: ou se aproveita agora o balanço e se alavanca o sector para um nível mais elevado e com fluxo sustentado, ou a janela fecha-se depois.
6- Em suma, é preciso jogar em VÁRIOS tabuleiros. Não os antagonizar, uns em relação aos outros, com vigarices falsamente “ideológicas”. Parece uma maluqueira, né? Uma coisa que só vai dar stress e acaba em sobreextenção dos esforços? Mas é a vida. Não há alternativa (a tal TINA).

Como se muda o que parecia imutável

(Nicolau Santos, in Expresso, 10/06/2016)

nicolau

 

O Governo PSD/CDS nunca bateu o pé à troika. Pelo contrário, o seu lema foi fazer mais do que a troika impunha, como forma de ganhar as boas graças dos credores e alguma benevolência quando as metas não fossem alcançadas. E isso, pelo menos, conseguiu. As metas dos défice para cada um dos anos 2011-2014 nunca foram as que estavam nos orçamentos iniciais, houve oito orçamentos retificativos durante esses quatro anos (dois por cada ano), mas a troika foi sempre magnânima com essas derrapagens.

É bom lembrar esta atitude da Comissão Europeia, do BCE e do FMI agora que há um encarniçamento por parte de quase metade dos comissários europeus e do Eurogrupo, com o presidente Jeroen Dijsselbloem à cabeça, a exigirem a aplicação de sanções a Portugal e Espanha por não terem saído do Procedimento por Défice Excessivo em 2015. Como é evidente, trata-se de uma enorme injustiça para com Portugal, não só devido à trajetória descendente do défice desde 2011, como porque todas as previsões internacionais, inclusive da Comissão, consideram que o nosso défice ficará este ano abaixo dos 3%.

Ao lutar contra as sanções e pelo aumento de capital da CGD, António Costa está a defender os interesses do país. Foi isso que não foi feito nos últimos quatro anos

Ora em política o que parece é. E o que parece é que houve toda a benevolência para com um Governo que falhou todas a metas do défice, porque fazia tudo o que lhe era imposto e ainda batia palmas; agora parece haver uma enorme raiva e uma desmesurada vontade de criar dificuldades a um Governo que ainda não teve tempo sequer de falhar uma execução orçamental, mas que manifestamente não compartilha a cartilha económica que vigora no núcleo duro das instituições europeias. Além de mais, António Costa bate-se em Bruxelas e Berlim pela defesa dos interesses do país, seja contra as sanções seja para que o aumento de capital da CGD não seja considerado uma ajuda de Estado. Foi isso que não foi feito nos últimos quatro anos. E é isso que incomoda e irrita parte dos comissários, o Eurogrupo e Berlim. Para mais, o dr. Costa já passou várias provas de fogo e começa a tornar-se claro que também vai vencer a das sanções e do aumento de capital da CGD. É isso que dói a quem não gosta da atual solução governativa portuguesa e é isso que mete medo a Bruxelas e ao Eurogrupo. Se o “mau” exemplo se propaga, ainda se conclui que, além da TINA, afinal havia outra — e que era bem melhor.

É claro que o campo maior dessa batalha está na Europa. Sem que o Tratado Orçamental seja alterado ou mesmo rasgado não será possível conduzir outra política económica diferente da que é preconizada pelos fundamentalistas neoliberais, nem batalhar pela redução das desigualdades sociais através da prossecução de políticas públicas na saúde, na educação e na segurança social. Mas essa é uma guerra que, embora esteja já a ser travada, vai demorar tempo até ser vencida.


30

ANOS. A IDADE DA SISCOG. Quando regressaram a Portugal, depois de se doutorarem em Inteligência Artificial, João Pavão Martins e Ernesto Morgado fundaram uma empresa especializada em sistemas de planeamento e gestão para transportes. Hoje, a SISCOG conta entre os seus clientes com os caminhos de ferro do Canadá, Dinamarca, Finlândia, Holanda e Noruega, os metropolitanos de Londres e de Lisboa, os comboios suburbanos de Copenhaga , etc. Dos €8 milhões que fatura, 97% vêm do exterior. É destas empresas, excelentes e exportadoras, que o país precisa. Mas também precisa que elas cresçam muito mais e muito rapidamente. É esse o desafio que a SISCOG enfrenta.


O descalabro da banca portuguesa continua

Entre o pedido de ajuda internacional feito por Lisboa a 6 de maio de 2011 e o momento atual, o sector bancário português, que passou por vários testes de stresse europeus, que foi sucessivamente escrutinado e que dispôs de €12 mil milhões para reforçar capital, está feito em cacos. A história é conhecida: o BES, o terceiro maior banco português, desapareceu por decisão de Bruxelas e do Banco de Portugal e deu lugar ao Novo Banco, que nascia, alvo e seguro, sem ativos tóxicos, que ficavam no BES mau. O negócio da sua venda era tão bom que havia 17 interessados, depois ficaram três e depois nenhum apresentou proposta. E o Novo Banco afinal tem problemas velhos: apresentou, em 2015, um prejuízo de €980,6 milhões. O Banif, por decisão do Banco de Portugal, também foi resolvido no final de 2015. Mais €3000 milhões para a conta dos contribuintes. O Montepio teve prejuízos de €242 milhões, em 2015, que se seguem à perda de €185 milhões, em 2014. E apesar do recente aumento de capital, a Moody’s cortou o rating da instituição em dois níveis, para “especulativo” e “alto risco de crédito”. Por seu turno, a Caixa aguarda um aumento de capital que pode chegar aos €4000 milhões. Este valor é resultado, entre outras razões, do crédito que concedeu a Joe Berardo e outros para comprarem ações do BCP e ao facto de ter sido obrigado a engolir o BPN. Por seu turno, o BCP, apesar do extraordinário trabalho de recuperação levado a cabo pela equipa de Nuno Amado, entrou esta semana de novo numa quebra bolsista brutal, que lhe retirou 33% do valor acionista em oito dias — com os analistas e investidores a especularem sobre a necessidade de novo aumento de capital. O BPI está sob uma OPA e tem para resolver a situação do BFA em Angola. Ora, isto não é um sector bancário, é um campo de batalha financeiro com inúmeros mortos e feridos graves. E por isso a troika, o Banco de Portugal e inúmeros presidentes e administradores bancários deveriam vir em procissão e de joelhos pedir desculpa ao povo português.


Em cada amor presente o amor ausente

(amor como tu querias não havia)

que para ti bastava amor somente

e sempre em dor amor se consumia.

Talvez em ti amor fosse um repente

um ver amor no amor que te não via

ou talvez um buscar o verso ardente

em que sempre o amor se convertia.

Tinhas que arder arder de puro ardor

arder de fogo frio amor do amor

amor já só ideia ou só palavra.

Cativo mas tu só libertador

fosse princesa ou puta ou fosse escrava

que para ti somente amor bastava.


(Manuel Alegre, ‘Amor somente’, in “Vinte Poemas para Camões”, Pulicações Dom Quixote, 2016)

Para a nossa direita radical o Papa é do MRPP

(José Pacheco Pereira, in Público, 30/04/2016)

Autor

              Pacheco Pereira

É muito interessante ver aquilo que são os bas-fonds da nossa direita radical, entre comentários, blogues e twitter.


Peço desculpa ao Papa por usar o seu Santo nome em vão. Peço desculpa ao MRPP ao chamá-lo para estas coisas entre a santidade e asneira. Mas é muito interessante ver aquilo que são os bas-fonds da nossa direita radical, entre comentários, blogues e twitter.

Não, não estou a falar do PNR, estou a falar de apoiantes do PSD e do CDS, do extinto PAF, muitos “jotas”, mas também gente adulta que enfileirou nos últimos cinco anos do “ajustamento”, vindas de alguns think tanks e amadores da manipulação comunicacional que se formaram nestes anos. São também alguns colunistas no Observador, no Sol, no extinto Diário Económico e nos sites que estes jornais patrocinam com colaboração gratuita para formar uma rede de opinião que funciona para pressionar os órgãos de comunicação que, muitas vezes, de forma muito irresponsável, a ampliam em “informação” como oriunda das “redes sociais”. Não são um grupo muito numeroso, mas escrevem todos os dias e em quantidade, parecem estar de patrulha nas caixas de comentários e no twitter e são muito agressivos. Não se coíbem em usar citações falsas ou manipuladas, boatos, calúnias e insultos (Costa é o “monhé” e o “chamuça”, por exemplo). É na vida política portuguesa um fenómeno novo e não adianta dizer que o mesmo existe à esquerda, porque não é verdade.

Não estou a falar de um obscuro subproduto das proclamações mais comedidas de partidos como o PSD (embora raras) ou do CDS, mas de uma realidade mais profunda e espelhar visto que o tom e o mote são dados por colunistas e “pensadores” de direita mais elaborados. Para eles, Portugal é socialista desde o 25 de Abril, com excepção dos anos do governo Passos-Portas, e é governado por uma “oligarquia” de políticos e sindicatos ao serviço do tamanho do estado, como garantia dos seus proventos. Este conceito de oligarquia é interessante porque inclui os funcionários públicos, o aparelho sindical, todos os que fazem greve em empresas públicas, e todos os políticos que são apresentados como o braço armado dessa oligarquia. A oligarquia muito curiosamente não inclui os grandes empresários, os homens da finança, os lóbis junto do poder político, como os escritórios de advogados de negócios, e os donos dos offshores. Bagão Félix faz parte da oligarquia, junto com Carvalho da Silva, Boaventura Sousa Santos, e Ana Avoila, mas Eduardo Catroga, Carrapatoso, Ferraz da Costa, Bruno Bobone e Paulo Portas não.

O PCP é o Diabo, e o seu anticomunismo é o da Guerra Fria em versão salazarista, embora sejam muito amáveis com Putin (como Trump, aliás), com os chineses e com subprodutos do comunismo de partido único como o MPLA. Gostam do Partido Comunista Chinês, dono da EDP e da REN e de muito mais coisas, e não gostam do PCP. O BE, para eles, é hoje quem governa Portugal junto com os comunistas e são uma “raparigada” esganiçada. O PS tornou-se um partido da esquerda radical e tudo o que não alinhe com o “ajustamento” e a sua ideologia, são perigosos esquerdistas e socialistas. Depois de mim, e de Manuela Ferreira Leite, soma-se agora, no PSD, José Eduardo Martins que, como todos sabem, é um perigoso esquerdista. São todos também “socratistas”. A julgar por aquilo que eles consideram esquerdista, radical, comunista, o nosso bom Papa Francisco é do MRPP. Pior ainda, está muito à esquerda do MRPP.

Por que razão os nomes dos que usam ou fazem offshores em Portugal não me surpreende…

… Nada. Quando surgiram as notícias dos “papéis do Panamá” eu fiz uma lista mental, que aliás enunciei a alguns amigos. Até agora está lá quase tudo, mas ainda faltam alguns. Não é preciso ter qualquer dote especial de adivinhação, basta saber que tipo de pessoas com dinheiro em Portugal “estão sempre em todas”. E a barragem de gente, advogados em particular, que encheu os ecrãs de televisão para nos explicar que os offshores e ter dinheiro em offshores é legal, o que faz, e sabem o que fazem, é protege-los. Mas não estão sozinhos, a comunicação social que adoptou o “economês” como linguagem (aquilo a que Teodora Cardoso chama “racionalidade económica”), que é capaz de se exaltar com mil e uma coisas pequenas, acaba por mostrar uma especial “neutralidade” no tratamento dos offshores. À quinta notícia, separada cirurgicamente de uma semana, o efeito é o da mirtridificação, ou seja, o veneno já não faz efeito, porque já estamos habituados. Nenhum dos grandes dos offshores, aqueles que não se lembram de os ter feito, como se fosse uma coisa trivial, vai perder um tostão daquilo que perderiam se tivessem que pagar impostos devidos. E todos os que gravitam no mundo empresarial-comunicacional-político, e são vários, vão continuar a ter todas as tribunas que tinham como se nada acontecesse, sem sequer haver quem lhes pergunte, com as perguntas tipo HardTalk da BBC, sobre o que fizeram. É por isso, que nada vai ser feito sobre os offshores e é por isso que há muita injustiça inscrita em sociedades como a nossa.

A lição de Fernando Rosas

Conheci o Fernando Rosas numa reunião clandestina num pinhal de Aveiro destinada a organizar a participação dos esquerdistas no Congresso da Oposição. O objectivo era impedir a tentativa de controlo que o PCP se preparava para fazer de várias secções do Congresso, em particular as que diziam respeito ao movimento estudantil. A coisa acabou por dar origem a uma cena de pancadaria, bastante comum nesses tempos, quando os comunistas, tendo à frente Lino de Carvalho, queriam votar uma moção de golpe numa sala com uma sólida maioria esquerdista.

Ficámos amigos desde sempre e recordo-me das nossas discussões por volta dos primeiros anos da década de oitenta sobre teoria política, sobre o marxismo, sobre o materialismo, numa época em que tinha lido Popper, Monod e Kolakowski e uma espécie de luto teórico pelo esquerdismo estava na ordem do dia. Essas discussões muito animadas seguiam-se às reuniões da revista Estudos sobre o Comunismo numa espécie de cave existencialista que havia em Campo de Ourique com música aos berros e uma daquelas luzes de discoteca que nos fazia brilhar no escuro. Estava então o Fernando a começar a sua brilhante carreira académica, que o tornou no mais influente estudioso do salazarismo e do Estado Novo e que fez como poucos o seu lugar como “professor” no verdadeiro sentido da palavra, com centenas de discípulos a passar pelas suas aulas, e quase todas as teses de mestrado e doutoramento relevantes para a história contemporânea a serem feitas com a sua orientação. O pior que fiz a mim próprio foi não ter sido também seu “doutorado” numa altura em que pensei formalizar o trabalho que estava a fazer fora da universidade.

Fernando Rosas foi sempre e é um militante político nas causas em que acreditou, e sabe o preço que se paga em Portugal por não ter feito o que é suposto fazer para receber o reconhecimento, muitas vezes hipócrita, que se presta ao mérito. Se tivesse seguido o trajecto acolchoado, prudente, recatado e muitas vezes protegido, que a academia propícia aos que não querem meter-se em sarilhos políticos públicos, principalmente do lado “errado”, Rosas teria recebido um muito maior reconhecimento público, teria prémios como o Pessoa, e outras comendas. Não é que ele as desejasse, porque não trocava nada do que fez e faz por essas honrarias, mas é porque as merecia.