O Capital quer Assaltar a TSU dos Portugueses

(Dieter Dellinger, 12/04/2019)

A Fundação Francisco Manuel dos Santos é controlada pela sociedade de direito e fiscalidade holandesa Francisco Manuel dos Santos B. V. que auferiu lucros líquidos de 225 milhões de euros no último relatório de contas, ou seja, 56% dos 404 milhões do lucro líquido total.

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Pois, a Fundação veio com uma tese extraordinária de que dentro de duas décadas as pessoas terão de trabalhar até aos 69 anos para sustentar a Segurança Social ou receber uma reforma muito baixa, porque o número dos atuais pensionistas que é de 2,7 milhões passará a 3,3 milhões e a população geral terá descido para menos 9 milhões e, como tal, também, a população ativa que paga a TSU.

A Fundação defende essencialmente um modelo em que se desconta para o Estado para receber uma determinada reforma mínima e haja um segundo desconto OBRIGATÓRIO para fundos de reforma privados.

Ora, isto é mais uma tentativa de ASSALTO por parte do capital privado aos descontos da TSU, apesar do Fundo de Estabilização da Segurança Social (FESE) ter aumentado nos últimos três anos em cerca de 3,3 mil milhões de euros, atingindo o valor total de 18 mil milhões de euros, ou seja, 8,9% do PIB. O Fundo aumentou em três anos de governação Centeno mais de 22% do que capitalizou em 30 anos de existência. Claro, sobre isto a Fundação FMS nada diz.

Estamos hoje a descortinar o que desejam o PSD e o CDS que fazem propostas destas há muitos anos. Assaltar o dinheiro os contribuintes, criar fundos sem controle do Estado e privatizar a CGD, provavelmente com esses fundos ou descontos da TSU.

O exemplo do BPN, BES, BANIF, etc. é mais do que suficiente para ninguém acreditar no Capital Privado e, menos ainda, num governo que se proponha PRIVATIZAR tanto a banca do Estado como as próprias contribuições dos trabalhadores.

O simples facto que o IRC de lucros anuais do Holding do Grupo Jerónimo/Pingo Doce – superiores a 200 milhões de euros – serem pagos na Holanda mostra que no âmbito da liberdade de circulação de capitais na União Europeia não se pode CONFIAR em privados. Provavelmente, a Soc. Francisco Manuel dos Santos BV tirou à receita da PÁTRIA em IRC um valor de 90 a 100 milhões de euros por ano, pelo que nos últimos dez anos é capaz de ter subtraído aos portugueses mais de 900 milhões de euros e em 40 anos de vida ativa de um trabalhador jovem seriam 3.600 milhões de euros. E ainda têm a lata de dizer que a Segurança Social não é sustentável no futuro. Nunca o seria se fosse privada e pagasse reformas com capitalização individual e não como um Seguro Estatal.

Sucede que essa subtração de impostos é feita por todos as empresas que já foram portuguesas como a Sonae/Continente/ Galp, BES, EDP, ou por sociedades gestoras de participações nessas empresas, etc. Os lesados do BES são o exemplo paradigmático de que o Estado não pode ser privatizado. Até pequenos hotéis privados têm sede no estrangeiro. 

O próprio Aníbal Cavaco Silva tem a sua casa registada numa empresa com sede em Gribraltar que é dele e provavelmente da família.

A Fundação Francisco Manuel dos Santos deveria antes fazer um estudo do capital que foi destruído por banqueiros privados desde 2012.


Perdeu a vergonha de vez

(Por Estátua de Sal, 29/01/2017)
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Como se suspeitava o problema dele não era mesmo a TSU. Era o salário mínimo, contra a subida do qual se opõe agora, e também às metas de subida que o Governo quer concretizar até 2019. (Ver a notícia aqui)
Até aqui andou a esconder e a dar a volta ao texto. Agora, perdeu a vergonha de vez. Antes assim, para que os portugueses saibam quem ele é e o chutem de uma vez por todas para o canto mais longe.
Sempre contra quem trabalha, talvez porque nunca trabalhou e não sabe o que é. Sempre contra os mais carentes porque sempre só soube viver a lamber as botas dos poderosos.
Este gabirú não passa de uma amiba que se julga um grilo falante. Nada diz porque a sua fala é a fala da desumanidade e do desprezo pelos outros. Um pequeno verme, perigoso, ainda assim.
Enquanto este pulha não sair dos écrans das televisões e das capas dos jornais o país não estará nunca suficientemente limpo e higienizado. É preciso varrê-lo de vez. A ele a todos os que lhe dão espaço público e tempo de antena.
Só nesse dia poderemos respirar fundo sem receio de contaminação por germes letais e por aragens pouco salubres.
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A vitória de Pirro

(Joaquim Vassalo Abreu, 27/01/2017)

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Eu já abordei este tema, nomeadamente aquando daquelas duas vitórias do Tozé Seguro nas Europeias e Autárquicas no reinado de Passos e Portas, quando as defini como “Vitórias de Pirro” e acrescentei também aquela fatal frase, que nestas ocasiões também se usa: “De vitória em vitória até à derrota final”. E todos tínhamos a noção disso, até ao desfecho que se sabe.

Como sabemos pela História que estudamos, o general Pirro até que ganhou uma batalha. Mas os danos sofridos pelas suas tropas e a debilidade em que ficou a sua estrutura, levaram a que, a obter uma vitória parecida, ela seria a sua ruína para sempre.

Esta imagem, que como disse já uma vez utilizei aquando do processo acima referido, assaltou-me novamente, a propósito desta questão recente da TSU e da autêntica guerra que dela fez o PSD.

E “vitória de Pirro” porquê? Porque de uma aparente vitória à partida, a de ter posto a nu a suposta debilidade da maioria parlamentar que apoia o governo nesta matéria específica e esperando, de imediato, que essa dissonância fosse logo replicada em questões subsequentes, passou a ser objecto de tantas, diversas e tão directas críticas, mesmo internas, cujas consequências o deixaram mais frágil e não mais forte como pensaria.

Tanto assim que, imediatamente, o governo encontrou uma alternativa, desta vez apoiada por todos, patrões, sindicatos, restantes parceiros sociais e mesmo os partidos que suportam a maioria parlamentar, que será muito difícil descortinar que razão inventará, desta vez, o PSD, para não a apoiar. Guerra perdida, portanto. Resta saber com que sequelas…

Marcelo, o Presidente, já o tinha referido àqueles emissários enviados não sei por quem, mas que não conseguiram entregar a “carta”, quando disse: Não se excitem, aguardem e esperem para ver, pois o processo ainda não está fechado.

Mas que resulta daqui, afinal? A tal “Vitória de Pirro”! Isto é: criou tantos anticorpos, tantos e tão diversificados, que não sei como é que o PSD conseguirá reparar os estragos causados para se abalançar a nova batalha.

Os Patrões ficaram mais que desiludidos e correram logo a reunir com Costa; as IPSS já não sabem o que fazer e falam agora para o vento, depois de abandonadas pelo grande patrocinador dos seus anseios: O Marcantónio Costa! Que não é Pirro, mas é pírrico. Os parceiros da Concertação Social interrogam-se, apalermados, como é possível?

E os analistas, os suprassumos, exceptuando alguns dedicados fiéis, devotos até, para não dizer mesmo fanáticos e “kamikases” apoiantes, como o inefável Tavares, o Camilo, o Fernandes e outros afins, não perdoam aos críticos destas posições, como o Pacheco, o Peneda e outros que, de forma inequívoca, abandonaram o seu exército.

Quer dizer: Perdeu aliados (Patrões), companheiros (UGT), amigos até (Peneda e outros), alguns mesmo íntimos…que lhe resta afinal do seu tão grandioso e imbatível exército? Os livros dizem que se tratou de uma vitória prejudicial ao “vencedor”, tanto mais que serviu para alertar e unir o adversário. Pôs o jogo a nu e isso não é de um general…é de um amanuense…

Que lhe resta, perguntei eu? O Monte Negro! Monte que ninguém conhece. Apenas conhecemos o Monte Branco, esse sim, que nunca deixa de ser branco.

Monte Negro, ou monte preto, esse só conhecemos um e cheira mal: cheira a esterco!


Fonte aqui