Uma vida dedicada a promover língua e cultura russas

(Rui Marques Simões, in Diário de Notícias, 02/09/2016)

Vladimir Pliassov é professor universitário, responsável pelo Centro de Estudos Russos, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Vive na Cidade dos Estudantes desde 1988

Em 2016 um jornal dito “de referência” publicava a encomiosa peça que pode ser lida abaixo. Em 2023, o visado, o Prof. Pliassov, é expulso da Universidade de Coimbra por decisão reitoral, sem que sejam dados a conhecer os supostos graves ilícitos fundadores da decisão, e que ele terá cometido. Terá sido afastado só por ser russso? Já chegámos a esse ponto?! Que país é este e que Europa é esta? Será que ainda vigora o Estado de Direito? Que anda a fazer o Presidente da República que fala sobre tudo mas nada diz sobre este e outros atropelos semelhantes? Não fala porque concorda? É que o povo usa dizer que quem cala consente. E o Primeiro-Ministro, também está sereno?! E os deputados? Acham tudo normal? E a imprensa e as televisões, não acham que isto merecia ter mais relevância que o portátil do Pinheiro?

O fascismo começa assim. É o arbitrio contra os russos porque não se gosta dos russos. Depois virão os pretos porque não se gosta de pretos. Depois os amarelos porque não se gosta de amarelos. Depois virão os comunistas porque não se gosta de comunistas. E mesmo os socialistas, cordatos e fáceis de contentar, também não escaparão.

Pois à Estátua – saudosa dos bancos da Universidade de Coimbra que frequentou, mas envergonhada pela cavernícola decisão do seu atual Reitor -, ninguém calará na denúncia deste e de todos os atropelos de russofobia que estão a crescer como erva daninha no nosso país.

Estátua de Sal, 13/05/2023


O destino tem destas coisas: foi em Moçambique, em meados dos anos 80, que Vladimir Ivanovitch Pliassov percebeu que, além da pátria Rússia, “o único país da Europa onde poderia viver era Portugal”…


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O Ocidente defensor dos direitos humanos, da liberdade e tolerância…

(Alfredo Barroso, in Facebook, 26/01/2023)

O Ocidente defensor dos direitos humanos, da liberdade e tolerância, proibiu grandes músicos russos de actuar por se recusarem a condenar Putin e a invasão da Ucrânia – regista Alfredo Barroso, espantado com tanta intolerância e cobardia.


O russo Valery Gergiev, que é sem dúvida um dos dois maiores e mais admiráveis Maestros vivos (o outro é o inglês Simon Rattle) foi vítima desta gigantesca onda de ódio e fanatismo anti-russo que se abateu sobre o Ocidente – defensor da liberdade, da tolerância e do respeito pelos direitos humanos – e foi expulso do cargo de maestro principal da Orquestra Filarmónica de Munique (para grande vergonha desta Alemanha social-democrata!), três anos antes do seu contrato expirar, e também viu cancelados outros convites e compromissos, por essa desgraçada e tão cobarde Europa fora.

Exactamente o mesmo aconteceu com a extraordinária cantora russa Anna Netrebko, que viu de súbito cancelados os seus contratos com a Ópera de Estado da Bavieira (na Alemanha que foi pátria de grandes músicos, compositores, maestros e cantores!) e também com a Ópera de Zurique (desse país, a Suiça, pátria dos banqueiros que guardaram o ouro roubado pelos nazis aos judeus)…

Em ambos os casos, Gergiev e Netrebko foram acusados de apoiarem o Governo russo e não condenarem a invasão militar da Ucrânia. Esta perseguição brutal aos russos que se recusam a prestar vassalagem ao Ocidente, é simplesmente vergonhosa e deveras inquietante! Faz-me temer o que poderá seguir-se, se os políticos que estão no poder nos vários países da Europa, Portugal incluído (onde até fiz campanha no Facebook a favor da maioria absoluta, mas já estou a arrepender-me!), se lembrarem de perseguir também todos os que, mesmo criticando a invasão militar russa da Ucrânia, consideram que a Rússia tem todo o direito de preservar a sua segurança e de não querer ser ameaçada pelos EUA e pela NATO em território da Ucrânia.

Como sou melómano desde a juventude e disponho de uma razoável discoteca da chamada ‘Música Clássica’, tenho mais de duas dezenas de CD’s com interpretações de óperas e sinfonias dirigidas por Valery Gergiev, e cerca de uma dezena de CD’s em que Anna Netrebko é a principal intérprete.

Imaginem o que seria (será?) eu ver entrarem de roldão em minha casa um ror de ‘polícias do espírito’ lusitanos, tipo ‘Quisling’, para me levarem ‘de cana’, não sem antes me obrigarem a destruir todos os já referidos CD’s em público, numa fogueira, à boa maneira dos nazis na Alemanha da década de 1930 – para gáudio dos tão arrogantes senhores Augusto Santos Silva, Francisco Assis, Nuno Severiano Teixeira e quejandos, que consideram inadmissível (ouvi eu na TV) que alguém não seja a favor do comediante ‘Pandora Papers’ Zelensky, que preside à Ucrânia… Eu não sou!


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