
(Rui Marques Simões, in Diário de Notícias, 02/09/2016)

Em 2016 um jornal dito “de referência” publicava a encomiosa peça que pode ser lida abaixo. Em 2023, o visado, o Prof. Pliassov, é expulso da Universidade de Coimbra por decisão reitoral, sem que sejam dados a conhecer os supostos graves ilícitos fundadores da decisão, e que ele terá cometido. Terá sido afastado só por ser russso? Já chegámos a esse ponto?! Que país é este e que Europa é esta? Será que ainda vigora o Estado de Direito? Que anda a fazer o Presidente da República que fala sobre tudo mas nada diz sobre este e outros atropelos semelhantes? Não fala porque concorda? É que o povo usa dizer que quem cala consente. E o Primeiro-Ministro, também está sereno?! E os deputados? Acham tudo normal? E a imprensa e as televisões, não acham que isto merecia ter mais relevância que o portátil do Pinheiro?
O fascismo começa assim. É o arbitrio contra os russos porque não se gosta dos russos. Depois virão os pretos porque não se gosta de pretos. Depois os amarelos porque não se gosta de amarelos. Depois virão os comunistas porque não se gosta de comunistas. E mesmo os socialistas, cordatos e fáceis de contentar, também não escaparão.
Pois à Estátua – saudosa dos bancos da Universidade de Coimbra que frequentou, mas envergonhada pela cavernícola decisão do seu atual Reitor -, ninguém calará na denúncia deste e de todos os atropelos de russofobia que estão a crescer como erva daninha no nosso país.
Estátua de Sal, 13/05/2023
O destino tem destas coisas: foi em Moçambique, em meados dos anos 80, que Vladimir Ivanovitch Pliassov percebeu que, além da pátria Rússia, “o único país da Europa onde poderia viver era Portugal”…
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