MUDAR O PAÍS EM DUAS LEGISLATURAS

(In Blog O Jumento, 06/02/2018)
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(Eis a Ultima Ceia dos pafiosos que queriam “mudar o país” – leia-se “desgraçar o país” -, em duas legislaturas. Não conseguiram. Mas cuidado, eles ainda andam todos por aí, e como se vê diariamente nos ataques ao Governo, de todos os tamanhos e feitios,  ainda não desistiram. Só nos resta cerrar fileiras e clamar, alto e bom som, que não passaram e não passarão.
Comentário da Estátua, 06/02/2018)

Um dos argumentos usados com alguma frequência por Passos Coelho para justificar os parcos resultados económicos do seu governo, é o de que o seu programa era a pensar em duas legislatura, que os resultados viriam depois. É verdade que uma boa parte da sua pinochetada estava por concretizar, ficou por fazer o ajustamento (reduções salariais) no setor privado, muito pelo falhanço do golpe da TSU, não teve tempo de consolidar os cortes de vencimentos com uma nova tabela remuneratória no Estado, ficou por concretizar o corte linear em todas as pensões e, acima de tudo faltou a cereja em cima do bolo, o despedimento em massa de funcionários públicos.
Vítor Gaspar, o economista de segunda linha que não era  mais do que a marioneta do falecido António Borges, contratado como seu consultor para estar mais perto do pupilo, fugiu para o FMI quando se apercebeu do falhanço. Mas Passos ainda acredita que em duas legislaturas conseguiria transformar Portugal numa espécie de Singapura da Europa, num dos países mais competitivos do mundo, como chegou a anunciar em Tóquio.
A receita era simples, o corte brutal do orçamento público, conseguido com privatizações e despedimentos, financiaria o capital, o aumento brutal de IRS compensaria uma redução equivalente do IRC, combinando a desvalorização fiscal com a liberalização das regras do mercado de trabalho conseguiria uma redução substancial dos custos do trabalho.
Passos Coelho e o seu falecido guru só se esqueceram de dois pormenores, essa foi a política do regime de Salazar e Marcelo e em vez de ter transformado Portugal na Singapura da Europa, transformou o nosso país na Roménia da Europa Ocidental. Esqueceram-se também de que no tempo dos salários de miséria havia uma polícia política para calar os protestos e um guarda fiscal de cem em cem metros de fronteira, para impedir o contrabando e a fuga dos trabalhadores. Esqueceram-se ainda de que no tempo das desvalorização Portugal ainda não estava na EU, as importações eram contingentadas, os portugueses não tinham grandes qualificações e ainda não beneficiavam da livre circulação de trabalhadores.
O resultado da primeira das duas legislaturas da revolução imaginada por Passos Coelho foi um falhanço, o investimento estrangeiro não confiou no país, os jovens emigraram, os estudantes passaram a ter a emigração como grande ambição, os casais jovens evitaram ter filhos. O país perdeu recursos humanos e todo o investimento feito pelo Estado e pelas famílias na geração mais qualificada que tivemos e agora cria riqueza em países como o Reino Unido, a Alemanha ou Angola.
Talvez seja de lamentar que a revolução de Passos tenha sido interrompida, talvez a esta hora o país já se tivesse livrado da sua extrema-direita chique, que ainda acredita que a miséria é o melhor instrumento de progresso económico.

Dedicado ao Centeno, o mais recente alvo dos ácaros políticos

(José Gabriel, in Facebook, 28/01/2018)

CENTENOX

                     I
Desfalques, resoluções,
Submarinos, Portucale,
Tecnoformas e milhões
Não importa, não faz mal

Conluio com tubarões
Foi uma coisa natural
Lixaram-se os mexilhões
É decorrência banal

                      II
Mas se o Benfica queres ver
Em camarote real
De pronto tens de te haver
Com severo tribunal

Cai o Carmo e a Trindade
E como era fatal
A fera severidade
Da Joana Marques Vidal.

                 III
Desta funesta lição
Tirarás justa moral
Sejas águia ou leão
Não te livras do lacrau.

O estranho caso do descabelado ataque ao carácter do Ministro Vieira da Silva

(Por Rodrigo Sousa Castro, in Facebook, 19/12/2017)

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A denúncia das irregularidades na gestão da IPSS “raríssimas” foi um acto louvável, ao principio parecendo claro e assertivo.
A sua evolução para um descabelado ataque ao carácter do ministro Vieira da Silva revela um estratégia de comunicação mais profunda e enviesada.
Vieira da Silva desempenhou até hoje vários cargos políticos entre os quais funções governativas. Em todas teve um desempenho sempre superior á média, sendo por isso reconhecido.
Em momento algum da sua vida desempenhou funções que resultassem em ganhos materiais e se pudessem confundir com acções executadas durante a sua acção governativa ou serem delas resultantes.
Antes de ser nomeado para o presente governo foi vice-presidente da assembleia geral dos sócios da “raríssimas” cargo que desempenhou pro bono.


Ao contrário, dezenas e dezenas de quadros dos três partidos do até agora chamado “arco da governação”, PS, PSD e CDS, em lugar de investirem o tempo e preocupação em acções solidárias, trataram de abichar chorudos “ tachos” em empresas quer públicas quer privadas que não raras vezes foram beneficiadas por acções por eles executadas.

Temos o caso antigo e paradigmático de Ferreira do Amaral na Lusoponte , os casos de ministros do ùltimo governo socialista Jorge Coelho e Luis Amado , e ainda os mais recentes do governo Passos Coelho, como por exemplo Vitor Gaspar e Maria Luis.
O que leva então, os jovens Torquemadas do CDS e PSD a atacarem o caracter de um homem probo, honrado e competente, que honra a classe politica que eles deviam também procurar dignificar ?
O vazio completo de uma estratégia de oposição, que no caso do CDS está comprometida pela acção nefasta e incompetente da sua líder mas que no caso do PSD tem a desculpa da falta de um líder.
Tenhamos pois esperança, que esse líder, seja qual ele for, saiba colocar o PSD num patamar de dignidade do qual nunca devia ter saído.