Uma luta do MAL contra o BEM

(Major-General Raúl Cunha, in Facebook, 20/08/2025, Revisão da Estátua)


Gosta da Estátua de Sal? Click aqui

Aqui na Croácia, longe da Pátria, estou a viver dias amenos e relaxados, com passeios pela frondosa floresta e mergulhos num rio de águas frescas e límpidas e depois as noites dedicadas à informação e estudo…!

Assim sendo e fruto de muita análise e meditação, o pensamento que me assalta é o seguinte:

  1. Afinal, as guerras que estão a decorrer e que tanto nos afetam e perturbam, têm subjacente uma muito mais profunda razão: malgrado as suas motivações políticas, sociais e/ou religiosas, no fundo são, na realidade, consequências de na Humanidade estar a decorrer uma guerra generalizada entre o MAL e o BEM…! Senão vejamos.
  2. Em Israel temos de um lado os assassinos sionistas, que se consideram o “povo escolhido”, e entendem ser superiores e imunes a quaisquer críticas, que não hesitam em falsear a verdade, roubar, prender, torturar, matar (com bombas, canhões, espingardas e à fome) executando o genocídio de um povo que estava na sua terra e que agora aqueles miseráveis querem usurpar por completo, levando a que os palestinianos não tenham outra solução que não seja a luta pela sua liberdade (luta essa que o dito Ocidente alargado considera terrorismo).
  3. Na Ucrânia temos de um lado os miseráveis nazis, satanistas, corruptos, drogados – que também se consideram uma raça superior -, a querer exterminar os que eles consideram os “pretos da neve”, pelo que e como tal, são apoiados pelos outros fascistas seus semelhantes (Von der Layens, Macrons, Merzs, Starmers, Sstubbs, Melonis e Costas – a coligação da “cocaína”). Estes facínoras continuam a tentar provocar uma guerra a nível mundial, convictos que estão que assim poderão talvez preservar os seus poderes e mordomias, não os incomodando minimamente que, para satisfazer os seus egos e ambições, sejam sacrificados milhões de ucranianos e russos e quiçá toda a população europeia (menos eles claro, pois quando tocar a aflitos, certamente se piram para um paraíso fiscal).
  4. Em resumo:
  5. Israel (povo escolhido, sionismo, assassínio, roubo, morte, fome, genocídio).
  6. Palestina (revolta, luta, sofrimento, espoliados).
  7. Ucrânia + coligação da “cocaína” (nazis, satanistas, corruptos, drogados, falsos, a querer fazer a limpeza étnica de compatriotas seus). A guerra acicatada pelo país mais maligno do planeta – a Inglaterra; e um Ocidente que até utiliza de forma torpe o TPI (e corrompe-o definitivamente) para condenar como sendo crime de guerra o salvamento de crianças aprisionadas em orfanatos para a sua posterior venda e colheita de órgãos.
  8. Rússia (a defender o seu povo, a sua língua e religião, a paz e a justiça), evitando a tentação de utilizar meios muitíssimo mais letais.

Agora digam lá se não é fácil (sem facciosismo nem politiquices) discernir o lado do MAL do lado do BEM? E estamos, ou não, numa guerra provocada pelo MAL para tentar destruir o BEM?

Pois é… e, infelizmente, o nosso povo (e eu considero fazer parte dele), por obra e graça dos nossos miseráveis e incompetentes políticos e generalidade dos órgãos de comunicaçãp social está do lado do MAL.

Curiosamente, até agora nas próximas eleições autárquicas em Portugal se consegue perceber onde está o lado do MAL. Por exemplo, em Lisboa, o alegre Moedas integrou na sua lista um nazi ucraniano (Pavlo Sadhoka) e uma adepta do genocídio em Israel (H. Ferro Gouveia) – mais nojento que isto não há.

A União Europeia perdeu a alma e o rumo

(Viriato Soromenho Marques, in Jornal de Letras, 02/04/2025)


Os focos de tensão mundial são imensos. Israel quebrou o cessar-fogo com o Hamas e prossegue o massacre de civis desarmados. Há fumos de uma agressão dos EUA e de Israel contra o Irão. A matança de combatentes prossegue na Ucrânia. E a União Europeia, em vez de contrariar estas tendências disruptivas, junta-se a elas trocando a sua alma original de força promotora da paz e dos direitos humanos à escala global, pela pulsão de morte, enraizada numa russofobia fanática que nos ameaça devorar a todos.


Gosta da Estátua de Sal? Click aqui

NA SEGUNDA DÉCADA deste século tentei compreender se a UE poderia sobreviver às consequências da consistente oposição, liderada pela Alemanha da chanceler Merkel, à indispensável reforma da união monetária do euro. A minha aposta consistia em defender a relação entre a criação de um verdadeiro orçamento federal e a edificação de uma união política, capaz de gerar um governo europeu, com pelo menos o mesmo grau de legitimidade democrática e constitucional que existe nos governos dos Estados-membros. Infelizmente, a realidade, que deve ser sempre a pedra de toque do conhecimento objetivo, mostrou-me que a eventual bondade das minhas propostas – apoiadas na coerência da doutrina e nas lições históricas de sucesso – não colhiam junto dos decisores e atores europeus, individuais e coletivos. Em 2014 e 2019 publiquei dois livros sobre o declínio do projeto da unificação europeia (1). A UE estaria condenada a perder relevância e coesão interna. A recusa do federalismo iria conduzir a um precário “sistema internacional europeu”, uma “nova balança da Europa”, na qual a zona euro, em vez de cola para uma união política posterior, se tornaria, progressivamente, num fator de conflito e desagregação cada vez mais ameaçador.

 Se antes do começo da guerra na Ucrânia, a UE já tinha perdido a alma, isto é, um sentido de propósito com um valor maior do que a simples rotina do business as usual, hoje, mais de três anos de sangrento conflito revelam-nos que a desorientação reinante nas três capitais europeias principais (Bruxelas, Berlim, Paris, acicatadas por Londres, que com o cheiro a pólvora parece ter regressado ao período anterior ao Brexit), está a degenerar num tóxico delírio de impotência e belicismo que nos ameaça arrastar para a autodestruição física.

A UE OSCILOU ao longo dos trinta anos que precederam a guerra da Ucrânia, entre ser um mero figurante, ou um cúmplice de segunda linha da continuada determinação dos EUA para usar a Ucrânia como bastião da sua hegemonia militar na Europa. Os documentos dizem-no sem equívocos, desde o livro de Zbigniew Brzezinski (The Grand Chessboard, 1997) até ao relatório RAND, contendo uma estratégia de aceleração da provocação a Moscovo em torno da Ucrânia (Extending Russia, 2019): com a anuência dos Estados europeus membros da NATO, os EUA prosseguiram com a expansão da Aliança Atlântica, e com a tentativa permanente de nela integrar Kiev, com vista a uma política de mudança de regime e fragmentação da Rússia, como etapa preliminar à contenção e enfrentamento da China. Quando a Rússia passou da diplomacia ao uso da força militar para defender o seu interesse nacional, a UE não só seguiu incondicionalmente a resposta dos EUA, como foi num crescendo de agressividade, sem se preocupar com os danos económicos e sociais imediatos e as consequências estratégicas negativas de longo prazo de transformar a Rússia num inimigo. Seguiram-se três anos de escalada, com a subida de degraus que nos aproximaram de um conflito direto da NATO com a Rússia.

 A vitória de Trump mudou as regras do jogo. Washington parece querer parar a guerra na Europa o mais depressa possível. Percebeu que continuar a escalada, seria um convite à III Guerra Mundial. Trump, por outro lado, mostrou sem máscaras as cartas do jogo geopolítico e militar americano: o que moveu os EUA não foram valores altruístas, mas interesses materiais grosseiros (acesso a matérias-primas estratégicas, encomendas para a indústria de armamento, ocupação do vazio deixado pelas sanções à Rússia na venda de combustíveis fósseis norte-americanos à Europa…). Contudo, aquilo que irritou os dirigentes europeus não foi isso, nem sequer as ameaças de Trump à integridade territorial da Dinamarca, ou do Canadá, mas sim o desejo norte-americano de acabar com uma guerra na Ucrânia, que, a continuar, transbordará para a totalidade do território europeu.

A guerra submete sempre as lideranças políticas a uma prova de fogo. O conflito que devasta a Ucrânia e partes da Rússia, mostrou a perigosa combinação de ignorância e arrogância – nas questões de estratégia militar e relações internacionais – de figuras como Ursula von der Leyen, Macron, Starmer, para não falar de Mark Rutte, Kaja Kallas ou António Costa. Num artigo recente no Público (14 03 2025), Ana Cristina Leonardo recorda a total impreparação de von der Leyen: em abril de 2022 afirmava que “a falência do Estado russo é apenas uma questão de tempo”; em setembro desse ano declarava, com um sorriso de troça: “os militares russos estão a tirar fichas dos seus frigoríficos para os seus equipamentos militares, porque ficaram sem semicondutores”; em fevereiro de 2024 chegou ao ridículo de afirmar que a guerra com a Rússia tinha sido boa para a ecologia europeia, auxiliando a transição energética! O panorama nas capitais nacionais, com escassas exceções não é melhor. Alguém consegue imaginar Luís Montenegro a dizer qualquer coisa, com a densidade de um pensamento, sobre o que significa para o futuro de Portugal a continuação desta guerra?

 O BELICISMO IRRACIONAL da UE é um sinal do seu colapso moral e intelectual. Significa também que na Europa o voluntarismo e o decisionismo arbitrários substituíram o respeito pelas leis, mesmo das leis constitucionais. Vejamos dois exemplos.

Apesar de o Parlamento Europeu (PE) ter sido afastado pela Comissão Europeia da discussão do plano de rearmamento de 800 mil milhões de euros, através do truque de usar o artigo 122º do Tratado de Funcionamento da União Europeia (equiparando, com esse ardil, a corrida aos armamentos à resposta a um “desastre natural”), o PE não deixou de aprovar uma resolução que constituiria uma autêntica declaração de guerra à Rússia, caso Moscovo ainda considerasse a UE como uma entidade credível (2).   De salientar que desde o começo da guerra, a CE atua em matéria de segurança e defesa em constante transgressão das suas competências (artigo 24º do TFUE). Outro exemplo do desrespeito pelo quadro legal ocorreu na Alemanha. A 18 de março, o Parlamento alemão efetuou uma revisão rápida da Constituição federal, para permitir que os artigos limitando as dívidas do governo federal e dos governos estaduais (introduzidos em maio de 2009), fossem suspensos para permitir a criação de um fundo especial, num horizonte de 12 anos, ascendendo a 500 mil milhões de euros, a obter nos mercados da dívida, destinados essencialmente a revitalizar a indústria de armamento, as forças armadas e infraestruturas. Para além de juntar a uma economia em declínio um aumento exponencial da dívida pública germânica, a urgência na aprovação desta revisão, antes da entrada em funcionamento do novo Bundestag eleito em fevereiro, ficou a dever-se a mais um motivo de baixa política: com o novo parlamento, esta proposta não teria sido aprovada, pois a nova composição do Bundestag impediria a revisão de obter os dois terços dos votos necessários para uma alteração constitucional...

Os focos de tensão mundial são imensos. Israel quebrou o cessar-fogo com o Hamas e prossegue o massacre de civis desarmados. Há fumos de uma agressão dos EUA e de Israel contra o Irão. A matança de combatentes prossegue na Ucrânia. E a União Europeia, em vez de contrariar estas tendências disruptivas, junta-se a elas trocando a sua alma original de força promotora da paz e dos direitos humanos à escala global, pela pulsão de morte, enraizada numa russofobia fanática que nos ameaça devorar a todos.

Referências:

  1. Os meus livros, publicados na editora Temas & Debates/Círculo de Leitores, foram os seguintes: Portugal na Queda da Europa (2014) e Depois da Queda. A União Europeia entre o Reerguer e a Fragmentação (2019).
  2. European Parliament resolution of 12 March 2025 on the white paper on the future of European defence (2025/2565(RSP)https://www.europarl.europa.eu/doceo/document/TA-10-2025-0034_EN.html

O Ocidente ainda não está morto, mas está a cavar a sua própria sepultura

(Yanis Varoufakis in blog yanisvaroufakis.eu, 19/12/2024)

(Raramente opino sobre os textos que aqui publico. Deixo o caminho aberto para quem nos lê e que queira manigfestar a sua opinião. Abro uma exceção para este texto de qualidade excecional. Pela capacidade de síntese de séculos de História económica, pela lucidez das propostas de grelha de leitura para muitos dos factos que estão a marcar a atualidade a nível geopolítico. O texto é já de dezembro mas só o descobri hoje e não resisti a trazê-lo. Parabéns ao Yanis Varoufakis.

Estátua de Sal, 06/02/2025)


O poder do Ocidente continua mais forte do que nunca. O que mudou foi o facto de a combinação da desregulação da finança, o colapso das perspectivas para os 50% mais pobres e a entrega das nossas mentes à Big Tech terem dado origem a elites ocidentais prepotentes com pouca utilidade para o sistema de valores do século passado.


Gosta da Estátua de Sal? Click aqui

Um grupo heterogéneo de especialistas centristas na Europa e no Sul Global, após a vitória eleitoral de Donald Trump, nos Estados Unidos acredita que o Ocidente está em declínio. Na verdade, nunca tanto poder esteve concentrado nas mãos de tão poucas pessoas (e códigos postais) no Ocidente, mas isso, por si só, significa que o poder do Ocidente está condenado?

Na Europa, há boas razões para abraçar a narrativa do declínio. Assim como o Império Romano mudou a capital para Constantinopla para prolongar a sua hegemonia por mais um milénio, abandonando Roma aos bárbaros, o centro de gravidade do Ocidente mudou para os Estados Unidos, abandonando a Grã-Bretanha e a Europa à estagnação que as torna inertes, atrasados e cada vez mais irrelevantes.

Mas há uma razão mais profunda para o sentimento sombrio dos especialistas: a tendência de confundir o declínio do compromisso do Ocidente com o seu próprio sistema de valores (direitos humanos universais, diversidade e abertura) com o declínio do Ocidente. Como uma cobra trocando de pele, o Ocidente está a ganhar poder ao livrar-se de um sistema de valores que sustentou a sua supremacia durante o século XX, mas que, no século XXI, já não serve mais para esse objetivo.

A democracia nunca foi um pré-requisito para a ascensão do capitalismo, e o que agora consideramos o sistema de valores do Ocidente também não é um pré-requisito para isso. O poder ocidental foi construído, não sobre princípios humanistas, mas sim sobre a exploração brutal dentro de cada país, juntamente com o comércio de escravos, o comércio de ópio e vários genocídios nas Américas, África e Austrália.

Durante a sua ascensão, o poder ocidental não foi contestado no exterior. A Europa enviou milhões de colonos para subjugar povos e extrair recursos. Os europeus fingiram que os nativos que viram não eram humanos e declararam a terra deles terra nullius, uma terra sem povo para os colonos que a desejavam – o primeiro ato de todo genocídio, desde as Américas, África e Austrália à Palestina hoje.

Mas, embora inquestionado no exterior, o poder ocidental foi desafiado em casa pelas classes mais baixas que se levantaram em resposta às crises económicas causadas pela incapacidade de as maiorias serem incapazes de consumir os bens que produziam, em fábricas pertencentes a muito poucos. Esses embates evoluíram para conflitos em larga escala, entre as próprias potências ocidentais que disputavam mercados entre si, culminando em duas guerras mundiais.

Como consequência, as elites do Ocidente tiveram que fazer concessões. Internamente, concordaram com a educação pública, os sistemas de saúde e as pensões. Internacionalmente, a indignação com as guerras cruéis e genocídios do Ocidente levou à descolonização, declarações universais de direitos humanos e tribunais penais internacionais.

Durante algumas décadas após a Segunda Guerra Mundial, o Ocidente deleitou-se com o brilho caloroso da justiça distributiva, da economia mista, da diversidade, do estado de direito nos vários países e de uma ordem internacional baseada em regras. Economicamente, esses valores foram servidos extraordinariamente bem pelo sistema monetário global planeado centralmente e projetado pelos EUA, conhecido como Bretton Woods, que permitiu aos Estados Unidos reciclar os seus excedentes para a Europa e para o Japão, essencialmente dolarizando osseus aliados para sustentar as suas próprias exportações líquidas.

Mas eis que, em 1971, os Estados Unidos se tornaram um país deficitário. Em vez de apertar o cinto, ao estilo germânico, os EUA implodiram Bretton Woods e exponenciaram o seu deficit comercial. A Alemanha, o Japão e mais tarde a China, tornaram-se exportadores líquidos, cujos lucros em dólares foram enviados para Wall Street poder comprar a dívida do governo dos EUA, imóveis e ações de empresas nas quais os EUA permitiam que os estrangeiros investissem.

Então, a classe dominante americana teve uma epifania: porquê fabricar coisas em casa quando os capitalistas estrangeiros podiam despachar os seus produtos e os seus dólares para os EUA? Assim, eles exportaram linhas de produção inteiras para o exterior, desencadeando a desindustrialização do coração manufatureiro da América.

Wall Street estava no centro desse novo e audacioso mecanismo de reciclagem. Para desempenhar o seu papel, não poderia haver restrições. Mas a desregulamentação em larga escala precisava de uma economia e de uma filosofia política para a apoiar. E a procura criou a sua própria oferta: nasceu o neoliberalismo. Em pouco tempo, o mundo estava inundado de derivados, surfando no tsunami de capital estrangeiro que inundava os bancos de Nova Iorque. Quando a onda quebrou, em 2008, o Ocidente quase se afogou com ela.

Os líderes ocidentais em pânico autorizaram a cunhagem de 35 biliões de dólares para refinanciar os especuladores enquanto impunham austeridade às suas populações. A única parte desses biliões que foi realmente investida na economia real foi dirigida para a construção do capital da nuvem que deu às Big Tech o seu poder generalizado sobre os corações e mentes das populações ocidentais.

A combinação da desregulação da finança, da queda das perspetivas dos 50% mais pobres e da rendição das nossas mentes ao capital da nuvem das Big Tech, deu origem a um Admirável Ocidente Novo onde, para as suas elites arrogantes, o sistema de valores do século passado tem pouca utilidade. Livre comércio, regras anti truste, emissões zero de carbono, democracia, abertura à migração, diversidade, direitos humanos e o Tribunal Penal Internacional foram tratados com o mesmo desprezo com que os EUA trataram os seus ditadores amigos – os seus “próprios bastardos” – depois da sua utilidade ter terminado.

A Europa tornou-se impotente, devido à sua incapacidade de criar um poder político comum após ter criado uma moeda comum. O mundo em desenvolvimento está mais endividado do que nunca. Apenas a China se atravessa no caminho do Ocidente. A ironia, no entanto, é que a China não quer ser uma potência hegemónica. Ela só quer vender seus produtos sem impedimentos.

Mas o Ocidente agora está convencido de que a China representa uma ameaça letal. Como o pai de Édipo, que morreu nas mãos do filho porque acreditou na profecia de que este o mataria, o Ocidente está a trabalhar de forma incansável para empurrar e forçar a China a dar um salto, e desafiar seriamente o poder ocidental. Isso pode ser feito, por exemplo, transformando os BRICS num sistema semelhante ao de Bretton Woods, baseado agora não no dólar, mas no renminbi.

Em 2024, o Ocidente continuou a tornar-se mais forte. Mas, depois de atirar o seu sistema de valores para o lixo, também cresceu a sua propensão para arquitetar o seu próprio declínio.

Fonte aqui