(Hugo Dionísio, in Facebook, 13/07/2023)

Faz-me uma impressão tremenda a facilidade com que dirigentes de países como o Japão, Alemanha ou a França (referindo apenas os mais fortes), se mostraram tão prontos a saltar rumo ao caos, sem serem capazes de esgrimir a mínima das resistências. Mas… Como é que se chega a uma coisa destas? Em que os mais ricos, uma ínfima parte da população determina, em que medida, de forma aparentemente inevitável, todos temos de desatar a empobrecer, aceitando que, não obstante os lucros pornográficos de uma franja cada vez mais pequena de iluminados e seus servidores, a nossa vida daqui em diante só vai piorar?
Como é que gente que se diz “democraticamente eleita”, através de “voto livre”, de repente empreendem um conjunto de acções, nos mais diversos domínios da governação – energia, ambiente, habitação, segurança social, saúde e educação – cujo único resultado será o de garantir que, as próximas gerações terão uma vida pior do que a actual?
No caso português, e europeu, o sistema é tudo menos sigiloso. Todo o itinerário que transporta um determinado quadro, ao topo da hierarquia da submissão e subserviência, dos interesses do seu país, aos interesses dos EUA, está muito bem identificado. Para identificar este sistema em toda a sua grandeza bastou-me, tão só, ir à lista de participantes do Bilderberg deste ano e, estando eu a verificar a lista de participantes, deparei-me com uma CEO de uma start-up (sempre este jargão corporate) de que nunca tinha ouvido falar. Mas que tinha participado numa coisa chamada IVLP. IVLP?
Pesquisada a sigla em causa, descobri que se tratava de um programa (International Visitor Leadership Program (IVLP)), financiado por fundos públicos do orçamento federal dos EUA, cuja apresentação, na respectiva página da internet, nos diz logo que: “os candidatos a este programa são ou poderão vir a ser potenciais líderes no governo, política, media, educação, artes e outros, sendo METICULOSAMENTE nomeados e seleccionados pela Embaixada”. Ou seja, é o IPLV que o determina e o promete, logo à partida. Não diz que é a “democracia”, a “igualdade” ou uma qualquer treta meritocrática para rico justificar o seu privilégio, como fazem os tipos da IL.
Afinal, o objectivo, mesmo não sendo pronunciado, é muito claro: como garantir que um Durão Barroso é, de facto, um Durão Barroso neoliberal; como garantir que um Guterres é, com efeito, um Guterres liberal social? Como garantir que Montenegro se torna mesmo um Montenegro neoliberal “democrata”? Como garantir que, estejam onde estiverem, com quem estiverem, a fazer o que fizerem e a quem fizerem, no final, farão sempre o planeado? Chegando mesmo ao ponto de se colocarem todos a dizer a mesma coisa, sobre o mesmo assunto, em uníssono e sem desvios?
Atentemos então, numa reconhecidíssima organização como a FLAD (Fundação Luso Americana de Desenvolvimento). Esta FLAD, que tantas vezes recebe as visitas de quem tem de lá ir por obrigação e dever, desde o Presidente da República ao Primeiro-ministro, desenvolve o programa IVLP, o que faz atraindo jovens promessas nas mais variadas áreas de estudo – o ensino superior tal como a defesa é uma incubadora neoliberal. Estes são seleccionados e são levados aos EUA, para aí serem introduzidos às maravilhas de Roma. É nesse espaço, em ambiente de curso intensivo que os “headhunters” (caçadores de cabeças) tomam contacto com os quadros a promover.
Quando estas jovens promessas e candidatos a líderes internacionais retornam a Portugal, o corpo regressa, mas a alma ficou por lá. Agradando ao seleccionador, uma espécie de controleiro, a experiência começa a acelerar e a repetir-se com maior intensidade e subindo em níveis crescentes de importância. E a cada visita, conferência, curso, cada vez mais se vão sentindo americanos, como parte da civilização americana, passando a sua lealdade da nação para a civilização. Para eles, o seu país, a sua terra, a sua casa, as suas raízes, passam apenas a ser o local de partida. O de chegada fica do lado de lá do atlântico. A entrada nesse mundo, tão restrito quanto privilegiado, fá-los-á sentir-se especiais, os maiores.
Foi assim que se deve ter sentido Guterres, o primeiro português da lista fornecida pela própria embaixada, a frequentar o programa, ainda em 78. Sim, António Guterres, o Secretario Geral da ONU! Pensavam que ele tinha chegado à ONU eleito pelos países do mundo? Não, essa foi apenas a confirmação, a validação de uma selecção inicial – podemos mesmo dizer “iniciática” – às coisas do poder e da civilização neoliberal.
Isto não é segredo absolutamente nenhum! Na página do IVLP é referido que “Este programa é totalmente financiado pelo Departamento de Estado, levando aos Estados Unidos participantes oriundos de toda a parte do mundo a fim de conhecer e interagir com os seus parceiros americanos”. Mas vai mais longe: “Até à data, já participaram no International Visitor Leadership Program (IVLP) MAIS DE 200 ACTUAIS E ANTIGOS CHEFES DE ESTADO, 1.500 MINISTROS E MUITOS OUTROS LÍDERES MUNDIAIS, TANTO NO GOVERNO COMO NO SECTOR PRIVADO”.
Outro programa também muito importante para estas coisas da traição à pátria, é o “Voluntary Visitor”. Diz então o mesmo na sua página internet: “Os programas “Voluntary Visitor” são solicitados à Embaixada por aqueles que já estão a planear visitar os Estados Unidos por motivos profissionais.” Ou seja, vais aos EUA em viagem ou de férias? Queres candidatar-te a traidor e a servidor de Roma, o Império Corporate? Avisas a embaixada, candidatas-te, eles vêem a tua vida de alto abaixo através dos sempre vigilantes olhos da CIA; NSA ou Homeland Security, e, caso sejas aprovado, incorporam-te num programa formativo com guia (“programas profissionais ao mais alto nível para um só individuo ou para grupos”), que te fecunda a alma com os melhores ensinamentos que o chip do Tio Sam tem para te dar. Quando voltas, já nem sabes a quantas andas. Só sabes que fizeste a route 66 toda e foste parar a uma Microsoft ou à União Europeia. O país de origem? Não interessa…. Só interessa o da chegada… Os EUA!
Depois, ainda existe o programa FULLBRIGHT (brilho total), que visa atrair estudantes portugueses a estudar nos EUA. Estes nomes são sempre muito pensados do ponto de vista do marketing, visando desde logo criar uma ideia de excepção, de alguém excepcional que entra num mundo excepcional, saindo do meio do comum dos mortais. Só assim se explica tão grande desprezo pelos seus compatriotas. E de lá vêm tão embevecidos que vendem a sua mãe por 33 dinheiros.
Mas esta é apenas a ponta de um Iceberg que é composto por uma rede imensa de organizações, todas coordenadas com a FLAD. O próprio IVLP tem dentro de si um conjunto de subprogramas que depois funcionam a partir de universidades portuguesas, a mais importante das quais, não poderia deixar de ser, a Universidade Católica Portuguesa. Trata-se de um imenso edifício destinado à formação da rede transnacional de traidores.
A maioria destes programas é implantada pelo IIE (Institute of International Education). Uma das figuras mais importantes, a nível nacional, na exploração e coordenação desta rede subversiva, é um tal de Michael Baum, apresentando-se como “perito na criação e gestão de programas internacionais de ensino superior. Administrador e Gestor de ONG. Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD).” Para quem não saiba, o fulano diz que está “activamente empenhado na criação e fortalecimento de parcerias institucionais entre Portugal e os EUA, particularmente com os IES e entre a academia e a sociedade civil. Fundador e ex-Diretor do programa Study in Portugal Network (SiPN) da Fundação Luso-Americana (FLAD).” Tudo para o bem, portanto.
Quando desenrolamos este novelo começam-nos a surgir figuras como Luis Amado (ex-ministro dos negócios estrangeiros), agora na FLAD, ou Martins da Costa, ex-administrador da EDP, agora na AmCham, ou seja, Câmara de Comércio Luso americana. Estas figuras são daquele patamar que já adquiriu alguma autonomia e já são responsáveis pelo desenvolvimento de determinadas frentes. Sempre no interesse…. Dos EUA, claro.
A lógica deles é claríssima como a água. O que é bom para os EUA, é bom para a U E, logo, para Portugal. Uma espécie daqueles trabalhadores vendidos que dizem que “o que é bom para o patrão, é bom para mim”.
A acção desta gente depois entronca nas tais ONG’s (a FLAD é a mais importante) que, em conjunto com as universidades, com dinheiros americanos e portugueses ou europeus, fazem estudos sobre democracia, direitos humanos, ideologia de género, economia, que depois vão ser usados como guiões das políticas nacionais. O facto é que esta gente constitui uma espécie de casta privilegiada, muito bem paga e subserviente, que depois todos vemos na rua a manifestar-se a arrancar cabelos quando um qualquer governo não se submete aos ditames ocidentais. Estes e os criminosos que os seus promotores contratam para partir tudo, agredir polícias e militares e fazer “revoluções coloridas”.
Trata-se de uma rede de subversão dos interesses do povo, logo da democracia, que garante os melhores cargos para os mais bem-comportados paus mandados. Assim, lamento desiludir os mais incautos e iludidos, mas se pensavam que isto era tudo flores, liberdade e 25 de Abril sempre…. Acordem, que a máquina de duplicar traidores já cá anda há demasiados anos.
P.S. Numa acção em que estive sobre “Democracia” do Conselho Económico e Social; na sua intervenção final, não outro que Francisco Assis (presidente do CES), acaba a dizer que “a democracia foi inventada na Grécia antiga, pelo povo grego”. É este tipo de larachas que visam enganar as pessoas. O povo da Grécia antiga nem sabia ler ou escrever, quanto mais intervir na política. A maioria do “povo” nem tinha direitos alguns porque eram escravos e servos. As mulheres não contavam para nada e quem pensava as coisas da política eram os ociosos aristocratas que, querendo legitimar e elevar o seu poder, imaginaram uma coisa como a democracia, mas onde apenas eles participavam e governavam. Uma espécie de conceito de “povo” muito restrito e elitista. O resto do povo, o “povo, povo”, o que queria era que aparecesse alguém que os pusesse na ordem e lhes perdoasse as dívidas que tinham para com esses “democratas”. A esses, quando surgiam, os “democratas” chamavam-lhes de tiranos e populistas. A “democracia” de uns, funcionava como tirania para os demais.
2000 Anos depois… O engano continua!
Tens toda a razão Hugo,então vejamos…
Tornou-se claro para todos, e especialmente para o povo russo, que um ponto de não retorno foi ultrapassado há muito tempo e que a causa da destruição planeada do “seu” país é bem conhecida e reside no Ocidente (os britânicos têm uma responsabilidade considerável neste conflito). É, portanto, óbvio para eles que se tornou necessário enfrentar o Ocidente destruidor e, acima de tudo, nunca desistir. Está, portanto, fora de questão para um russo perder este conflito, e eu compreendo-os perfeitamente.
O Ocidente está à procura de tudo o que possa justificar o mínimo esforço para defender um mundo cujos valores se baseiam no wokismo, por exemplo.
Os russos, pelo contrário, sabem pelo que estão a lutar.
Sejamos realistas…
Acrescento que já é tempo de Portugal e europa se empenhar a fundo na procura de uma solução diplomática para esta terrível carnificina!
Em vez disso, alinhamos com a posição americana e continuamos a enviar armas cada vez mais potentes… Tudo isso, sem consulta nacional…
Uma loucura!
Putin estendeu a mão à Europa e forneceu-nos gás quase de graça durante 20 anos. Para os americanos, isso foi insuportável, porque se opuseram ao lançamento do Nord Stream 2.
Se a Rússia e a Europa tivessem mantido boas relações, a geopolítica já não seria o império anglo-saxónico.
Esquecemos, dos 130 países que disseram não às sanções, que acabam por punir aqueles que as impuseram, o efeito boomerang… infelizmente, são os cidadãos da UE que pagam.
Os nossos “amigos” americanos estão por detrás de todo este triste circo, com exceção de um pormenor: As sanções contra a Rússia não são novidade e, evidentemente, os russos agiram e reagiram em conformidade. Moral: o imperialismo e a cegueira ideológica dos europeus não vão virar a maré, muito pelo contrário.
Quando leio este tipo de frase “pôr a Rússia de joelhos” perco cada vez mais a confiança no ser humano. Não é verdadeiramente perverso esperar pôr um país de joelhos e causar pobreza e fome a um povo? Infelizmente, esta é uma posição que nos foi subtilmente doutrinada pelos nossos políticos, eles próprios sob a hegemonia americana!
Em vez de pressionarmos os nossos governos para encontrarem soluções diplomáticas para o conflito, esperamos (e operamos) para pôr um país de joelhos e provocar a sua destruição e o empobrecimento do seu povo (como fizeram com o Iraque, a Síria, a Líbia…).
A lista é longa . Começaram com o Haiti depois da sua independência, e há também Cuba, Venezuela, Zimbabué… As políticas de sanções também podem ser criminosas quando são as pessoas que pagam o preço, mas estas pessoas não se importam.
O problema dos ocidentais é que se concentram apenas em números e outras estatísticas, esquecendo-se totalmente do principal: Os russos NÃO SÃO CAPITALISTAS, têm valores diferentes dos ocidentais. Por isso, mesmo que a economia entre em colapso, a única coisa que vai acontecer (e está a acontecer) é que eles vão estar ainda mais unidos atrás de Putin para enfrentar quaisquer dificuldades que possam encontrar.
Por outro lado, dificilmente posso fazer juízos geopolíticos, que são demasiado complexos na minha opinião.
A situação é ainda pior em alguns países sancionados, ao ponto de terem revogado algumas sanções, como a Holanda, por exemplo. As sanções contra a Rússia também tiveram um efeito negativo em toda a Europa, com uma inflação de dois dígitos em alguns países – 24% nos Estados Bálticos e quase 15% no Reino Unido. As previsões do FMI e do BM reavaliaram o crescimento russo, colocando-o à frente da economia da UE em 2024.
Para sermos claros, nenhuma das sanções funcionou e a limitação das vendas de hidrocarbonetos russos não foi certamente seguida pelas outras nações, que estão fartas das injunções ocidentais de duplo padrão. Recorde-se que as sanções contra a Rússia permitiram que o país se socorresse de quase 300 mil milhões de dólares em tempo recorde. O sector automóvel, após a sua queda vertiginosa no início das sanções, voltou a crescer.
O que é incompreensível é esta ignorância de que as finanças não são a economia. Finanças é uma convenção, não uma lei da física. Tal como o “famoso” dinheiro. Penso que seria sensato voltar ao essencial: o que é a economia de um país/nação? O imaterial não tem importância, exceto para aqueles que acreditam nele.
O Ocidente liderado pela NATO falhou miseravelmente perante esta agressão contra a Rússia e o grande vencedor são os Estados Unidos, que estão em vias de empobrecer a economia europeia.
É tudo hipocrisia, e eu sou um europeu convicto, esta Europa criada para evitar guerras por líderes completamente subservientes aos anglo-saxónicos, sem personalidade, vivendo numa bolha com salários enormes e sem saber nada sobre as dificuldades do seu povo… E sim, é tudo muito triste, mas …. A roda gira incansavelmente e daqui a 20 anos talvez tenhamos finalmente análises objectivas. Infelizmente, entretanto, há tanta morte e destruição inúteis, as bombas russas estão a cair na Ucrânia, as bombas enviadas pelos europeus e americanos também estão a cair nos seus países e a matar pessoas também …
A maioria dos países ocidentais está sobreendividada, a maioria das pessoas na Europa vive a crédito, e nos Estados Unidos é ainda pior: As pessoas vivem acima das suas possibilidades e a crédito, e em Inglaterra as pessoas têm 2 ou 3 empregos para sobreviver… Como sempre, só o Ocidente é que pensa que o Ocidente é uma coisa de sonho.
A liderança da NATO, que aliás mais parece um fantoche do que um senhor da guerra, diz-nos que acaba de se aperceber que está a ser lixada pela Rússia e pela China, sendo a primeira o braço armado e a segunda o braço financeiro do desmantelamento da NATO e da OMS.
A China está, de facto, a atacar a ordem mundial americana!
Isto é apenas o início, e a China não está isolada.
Depois da globalização, vem a divisão…
Vamos ter de jogar bem nas relações internacionais nos próximos anos. Tenho as minhas dúvidas sobre o chamado campo “ocidental”.
A China já não quer a ordem mundial, não deveríamos dizer ordem americana?
Não posso acreditar !!!!!
Pior ainda, os britânicos parecem estar prontos para lançar a sua própria moeda apoiada em OURO nas próximas semanas.
Estamos em apuros!
Releiam a Arte da Guerra de Sun Zu , com o benefício da retrospetiva, é bastante instrutivo sobre o que está a acontecer.
Os chineses não falam muito, mas falam. O oposto de nós. Estão fartos da arrogância ocidental. A força colossal do bloco russo-chinês tornou-se incontornável.
Em linguagem corrente: este país põe em causa a paz americana fundada no domínio económico, cultural e militar exclusivo dos EUA….
Basicamente, o líder da Nato condena todos os que não pensam como os EUA e os seus capangas.
De qualquer forma, assim que a China puser as mãos em Taiwan, os ianques vão largar Kiev, seguindo a sua eterna linha do “eu primeiro”, não há aliados, apenas interesses financeiros.
Não é só a China! A China e a Rússia e Brics estão a causar estragos ao tentarem dividir o Ocidente, que precisa de se manter unidos e comunicar mais frequentemente para evitar qualquer eventualidade da China ou da Rússia – estes dois países já estão lado a lado!
Mas vejamos as coisas pelo lado positivo: sim, uma nova organização do mundo está a nascer: a globalização sofreu um golpe, mas será que nos devemos queixar?
«Tornou-se claro para todos, e especialmente para o povo russo…»
A consulta nacional que Putin fez preceder às invasões da Ucrânia, devem ser o modelo a seguir pelo Ocidente no auxílio à Ucrânia.
Para se perceber bem as coisas é preciso ter a consciência que não existe governo publico república portuguesa é uma corporação ou seja um governo privado e não público https://casarealdesaxecobu.wixsite.com/website-1/a-questao-da-soberania é deste grave problema que nascem todos os outros problemas sem solução e cada vez mais impunes.
Eles não sabem que o sonho
É uma constante da vida
Tão concreta e definida
Como outra coisa qualquer
Como esta pedra cinzenta
Em que me sento e descanso
Como este ribeiro manso
Em serenos sobressaltos
Como estes pinheiros altos
Que em verde e oiro se agitam
Como estas aves que gritam
Em bebedeiras de azul
Eles não sabem que o sonho
É vinho, é espuma, é fermento
Bichinho a lacre e sedento
De focinho pontiagudo
No perpétuo movimento
Eles não sabem que o sonho
É tela, é cor, é pincel
Base, fuste ou capitel
Arco em ogiva, vitral,
Pináculo de catedral,
Contraponto, sinfonia,
Máscara grega, magia,
Que é retorta de alquimista
Mapa do mundo distante
Rosa dos ventos, infante
Caravela quinhentista
Que é cabo da boa esperança
Ouro, canela, marfim
Florete de espadachim
Bastidor, passo de dança
Columbina e arlequim
Passarola voadora
Para-raios, locomotiva
Barco de proa festiva
Alto forno, geradora
Cisão do átomo, radar
Ultrassom, televisão
Desembarque em foguetão
Na superfície lunar
Eles não sabem nem sonham
Que o sonho comanda a vida
E que sempre que o homem sonha
O mundo pula e avança
Como bola colorida
Entre as mãos de uma criança
(La la la ra la ra ra )
#antonio_gedeão #romulo_de_carvalho
Obrigada pelo seu texto que desmonta a fábrica de mentiras em que todos andamos enrolados. Gostei particularmente do seu P.S. o qual denuncia como os nossos profs participaram no embuste quando nos venderam a historia da carochinha da democracia ateniense, na qual omitiram que a vastíssima maioria da população, constituída por escravos, metecos e mulheres, não tinha qualquer participação politica, e mesmo os homens livres na sua maioria tinham de trabalhar para garantir o ócio dos políticos. Por isso devíamos desconfiar que filósofos, como por exemplo Platão, colocassem, embora em minha opinião pelos piores motivos, criticas a esse regime politico. É que o problema de fundo não está sequer no neoliberalismo está na democracia que, desde os seus primórdios, continuando na época moderna, foi sempre de baixíssima intensidade, utilizando estratégias que entregaram sempre o poder a uma minoria privilegiada, conseguindo a façanha de convencer esta a de que era democraticamente igual aos representantes eleitos.
De qualquer modo, embora eu não goste, tenho de reconhecer que a minoria, até pelos privilégios de que que goza, é bem esperta e, por que não dizer, mais inteligente que a maioria, esta não desfruta das mesmas condições de quem já nasce em berço de ouro; o resto, a liberdade e a igualdade de que, dizem, todos gozam, são balelas para nos engrupir.
“O que é incompreensível é esta ignorância de que as finanças não são a economia.” (André Campos)
Esta ignorância tem sido fomentada. A própria palavra “finanças” tem sido objecto de uma desvalorização permanente nos meios de informação dominantes, como se se tratasse de uma praga pestilenta, sendo substituida frequentemente de forma indevida pela palavra “economia”. Assim assistimos ao ISEF (Instituto Superior de Economia e Finanças) a ser rebatizado de ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão). O desaparecimento das “finanças” é ilusório. O que quase desapareceu no curso foi a economia, como ciência que trata das condições materiais criadas pela sociedade para garantir a sua sobrevivência. As finanças, como “ciência” das transacções monetárias, essa passou a dominar o curso e as intervenções públicas do “especialistas financeiros” terguiversados em “economistas”.
O Finanças no ISEG indiciavam a orientação para a gestão estatal, sendo que a gestão empresarial era o foco da FEP, a norte.
O que fazem agora não sei, que ambas foram abundantemente esquerdizadas.
Este comentário não tem qualquer noção da realidade.
Basta olhar para os currículos escolares da FEP ou ver o tipo de alunos que circulam pelos corredores e as famílias de que muitos desses alunos são oriundos para se verificar que, de facto, a FEP não foi abundantemente esquerdizada.
Aliás, não há qualquer tipo de diversidade em currículos de escolas como a FEP ou a FDUP, sendo que a sua insistência nos sistemas de mercado e na ideologia capitalista é mais abundante do que as chuvas de Janeiro deste ano.
E se uma pessoa frequentar círculos dessas escolas, descobre que as ideologias de direita conservadora são mais do que prevalentes entre os seus alunos “entrepreneurs” que não têm qualquer medida de cultura.
Continua a enganar as pessoas, JgMenos, mas principalmente engana-te a ti mesmo – é medida da tua inteligência, a capacidade de te enganares a ti próprio.
«O que fazem agora não sei» – agradeço a informação de que já recuperaram da esquerdização.
És de tal maneira genial que até citas coisas que nem escrevo.
Caramba, homem, que prodígio!
Citei-me a mim mesmo, se não te incomoda demasiado….
Resumindo:
Os que são doutrinados na ideologia a que me oponho são traidores à Pátria.
Assim dizia Salazar dos muitos que foram estagiar na Rússia soviética e que cá se acolhiam nas organizações pró-comunistas.
O que acima se descreve é um vómito dessa cultura na versão que acreditava que a democracia se definia pela abolição da propriedade e não pela preservação da liberdade individual.
O mistério hoje é saber o que a Rússia define ideológicamente para além da manutenção e expansão do seu Império, que mobiliza os órfãos soviéticos.
O ódio à ideologia liberal, que reconhece o direito de propriedade e preza a liberdade individual, tudo procurando enquadrar num Estado de Direito, aparece como o único fundamento mobilizador provável.
Quem te abandonou, Menos ? Precisas seriamente de um psicólogo. No mínimo dos mínimos, precisas de ler aquilo que tão bruta e ignorantemente criticas.
Marx nunca falou da abolição da propriedade, ou da posse de coisas, falou claramente da abolição da propriedade privada, entendida como a propriedade dos meios de produção pela classe capitalista, classe essa que tem a capacidade de contratar uma força de trabalho com o seu capital, pagando salários e extraindo daí a mais valia de onde se original os seus lucros.
Antes que venhas falar de semântica, lembra-te que a economia política é uma ciência e que qualquer ciência dispõe de vocabulário técnico especializado, ou seja, palavras que tu podes entender com o cérebro de molusco como sendo algo, mas que naquele contexto específico significam algo muito diferente.
Isto não acontece apenas no Marxismo ou na economia, acontece em todas as ciências: toma o caso da palavra “inflação”.
Queres falar de Marxismo ? Fala das coisas como elas são e como foram ditas.
Quanto a liberdade individual, o Marxismo nunca se opõe à liberdade individual. Opõe-se à “liberdade” de explorar os outros e de retirar proventos daí.
E a tua insistência na liberdade individual ignora sempre duas coisas, típico de um populista mesquinho: em primeiro lugar, a história da humanidade sempre esteve assente em comunidades, baseadas no apoio mútuo e em que todos contribuíam para o bem estar da comunidade – o ser humano foi, é e sempre será um ser social (nenhum de nós estaria aqui se assim não fosse); em segundo lugar, a concepção de liberdade individual do Liberalismo é muito diferente do termo “liberdade individual” que tanto gostas de agitar.
A liberdade individual não consiste numa ideia etérea de liberdade em que todos fazem o que lhes apetece e assim se alcança a máxima felicidade. A liberdade individual do Liberalismo está predicada na constante busca pela acumulação indefinida de lucros, não olhando a meios para que isso aconteça.
Significa isso desregulação de normas laborais, significa trabalho infantil que afeta o desenvolvimento de crianças (algo que está a aparecer em estados dos EUA), significa corte de salários ou estagnação de salários reais, significa uma classe com interesses próprios que se serve do imperialismo como forma de perpetuar o seu monopólio/oligopólio de mercados estrangeiros ricos em recursos, tendo, nesse caso, que constituir sociedades militarizadas até ao extremo (desviando recursos preciosos de sistemas de saúde, de combate às alterações climáticas, ao investimento na ciência, etc…) e precisa ainda de meios de controlo interno da população como forma de perpetuar esse estado de coisas: por exemplo, um estado central robusto (com membros pertencentes à classe capitalista ou que tenham sido comprados por ela através de doações de campanha) com forças policiais que instaurem a dita ordem liberal e uma imprensa nas mãos dessa mesma classe capitalista que seja capaz de indrominar as populações através de propaganda descarada como “se trabalhares, podes ser como eu”.
Aquilo que não dizem é que, por exemplo, se uma pessoa receber 5.000 euros por dia ao longo de quinhentos anos, não irá ter mil milhões de euros.
Daqui resulta que esta acumulação de dinheiro só é possível através do roubo descarado do trabalho dos outros.
Há dois mil bilionários no planeta com várias centenas de milhares de milhões de euros/dólares de património – fala-me lá de liberdade individual.
Mas são agentes do bem e devemos conservar a ordem da “liberdade individual”.
O teu estado de direito nada é mais do que uma tentativa de conservar esta ordem que, nas palavras de Adam Smith, está assente na vil máxima dos “Senhores da Humanidade”: «tudo para nós, nada para eles».
Vai ler alguns livros se conseguires. Pode ser que aprendas alguma coisa.
Boa aula…. 🙂
Tem toda a razão!
Esqueci-me de especificar que essa doutrina permite a propriedadezinha, se permanecer pequena e se não criar emprego nem produzir porra nenhuma que se venda.
A liberdade individual, se pequenininha, também é possível, e até se admite que nem todos sejam adeptos da mesma equipa de futebol.
Peço desculpa pela imprecisão!
Não, desculpa-me a mim… Nunca pensei que os méritos do Socialismo enquanto forma de governo viessem a ser criticados pela forma como lida com o futebol e com a quantidade de clubes dos quais que podemos ser adeptos!
Caramba que falha a minha e que argumento arrebatador!
Preocupar-se com questões como a habitação, a mortalidade infantil ou o acesso à educação, que palermice!
Vamos julgar todo um sistema de governo pela quantidade de clubes que tem disponíveis! E viva o Porto!
Ficas a saber que equipas atuais como o Dínamo de Kiev (maior número de campeonatos ganhos) e o Spartak de Moscovo são equipas que existiram efetivamente durante a URSS, entre muitas outras. E se começares a verificar as asneiras que publicas ?
Quanto a não produzir nada, por isso é que a URSS teve a taxa de industrialização mais rápida da história da humanidade de uma qualquer economia… Ups!
Porque, quem diria, produzir para vender com o incentivo de ter um salário de treta para aumentar as margens de lucro de accionistas e CEO’s ou produzir para benefício da sociedade, de acordo com as necessidades e ambições de todos e tendo em consideração questões tão importantes como a não destruição do ambiente, e servindo-se de planificação central de maneira a existir uma utilização e distribuição adequada dos recursos disponíveis para uma maior eficiência, é um sistema mais racional e que deixa todos mais satisfeitos!
Quem diria, pá! É mesmo de deixar um gajo a coçar a cabeça, estupefacto com tamanha falta de produtividade!
Por isso é que os índices de desenvolvimento económico da URSS eram todos uma porcaria (não eram)…
Por isso é que depois de a URSS ser desmantelada, a quebra nas economias das antigas Repúblicas foi tal que a Rússia só em 2009 é que conseguiu alcançar os níveis de PIB que tinha em 1989!
Por isso é que a quebra na esperança média de vida na Rússia em 1991 foi a queda mais abrupta na história da humanidade e por isso é que, de um momento para o outro, 35% da população russa estava a viver na pobreza, algo que demorou 20 anos a corrigir!
Por isso é que 150 milhões de pessoas, cidadãos das Repúblicas Soviéticas, passaram repentinamente a viver na pobreza…
Por isso é que um país que tinha uma economia semelhante à do Brasil, em 20 anos conseguiu criar uma economia robusta ao ponto de resistir a uma invasão massiva pelas tropas nazis e, ainda assim, foi o primeiro país do mundo a colocar um homem no espaço.
E conseguiu fazer isto apenas 50 anos depois de uma revolução sangrenta num país feudal com uma economia atrasada em relação a qualquer país ocidental da altura (e assente principalmente na agricultura e sem qualquer desenvolvimento tecnológico comparável a outras economias capitalistas), depois de sobreviver a uma invasão estrangeira pelos EUA, Reino Unido e pela chamada Legião Checoslovaca com o intuito de restaurar o Czarismo, depois de sobreviver a uma guerra civil que durou quatro anos e em que o Exército Branco era financiado pelas potências ocidentais e cujas fileiras estavam pejadas de oficiais do antigo Exército Imperial Russo (resultando em mortes, em destruição do país e numa impossibilidade de fazer com que o desenvolvimento industrial e económico arrancasse) e depois de sobreviverem a uma invasão que matou 27 milhões de pessoas!
Depois de todas estas atribulações, num espaço de meros 50 anos, conseguiram alcançar um nível de desenvolvimento tal que colocaram um homem no espaço! Mas não se produzia nada e não havia nada!
Depois, analisar o sucesso de uma economia meramente por aquilo que ela consegue produzir não é uma boa ideia: não havia produção massiva de carros durante a União Soviética, porque havia transportes públicos de muito alta qualidade, reduzindo quase a zero a necessidade de possuir um carro individual. Mesmo existindo 6 (6!!!) fabricantes de carros na União Soviética.
Parece que o comunismo acaba mesmo com a competição, não é ?
Mas ainda assim, hás-de explicar como é que 50 anos depois da Revolução, num país feudal que tinha o equivalente a 12% da produção total de produtos em comparação com os EUA, esse mesmo país tinha 85% da produção agrícola dos EUA (o país com a maior extensão territorial de clima temperado propícia a cultivo de cereais) e 80% da produção industrial dos EUA.
Por isso é que o crescimento económico da URSS, de 1950 a 1965, foi superior ao dos EUA e por isso é que até aos anos 80 a URSS era a segunda maior economia do planeta, imagine-se! Porque não produziam nada!
Explica-me lá esta! E tudo isto sem ignorarmos as sanções a que esteve sujeita durante todo este tempo, efetivamente barrando-lhe a entrada em mercados mundiais que davam acesso a outro tipo de produtos/recursos – lá se vai a teoria da concorrência livre pela janela fora.
Mas talvez o principal a reter do teu comentário é mesmo: não se produz nada que se VENDA.
Pois claro, aí é que está. Não é, Menos ?
O importante é criar produtos inúteis que se possam vender de maneira a retirar algum tipo de lucro – exatamente o que se faz no Ocidente.
E não te esqueças: quanto mais facilmente esses produtos se estragarem, melhor. Podes sempre criar serviços de apoio ao cliente que não resolvem nada e que te obrigam a ir comprar novos produtos porque o antigo não pode ser reparado, dado que foi desenhado da forma mais estapafúrdia possível.
E mesmo que sejam coisas absolutamente inúteis e que estejam disponíveis na Amazon a 5 euros, ao menos cria-se qualquer coisa que vá garantir um rendimentozinho qualquer ao Bezos. Afinal de contas, isso é que é importante.
Criar economias assentes na produção e venda de mercadorias cujo único incentivo para a sua produção é a acumulação de lucro, sim senhor.
Vamos pelo caminho certo, a pensar dessa maneira.
Lembra-te só do seguinte: todas as tecnologias que estavam disponíveis no iPhone original, nem uma delas foi desenvolvida pela Apple. Foram todas desenvolvidas em laboratórios de universidades com financiamento público do governo dos EUA.
Diz-me lá: parece que a competição é que cria a inovação, não é ? Ups!
Não era minha intenção, mas já que insiste:
O crescimento industrial da URSS resultou em boa medida dos investimentos obtidos com divisas geradas por exportação de cereais; as memórias dos ucranianos sobre tempos tão épicos são conservadas sobre o rótulo ‘Holodomor’.
As comparações entre regimes económicos devem, preferentemente, avaliar-se pelo nível de vida das suas populações; obviamente poderá haver quem privilegie outros indicadores.
https://youtu.be/U3dFAWccu7A
(olivia patroa & olivia costureira * ivone silva)
Quem foi estagiar na União Soviética não chegou ao poder em lado nenhum. Ao contr+ário, todos ou praticamente todos os que agora estagiam nos Estados Unidos têm hoje tachos em todo o lado. Estão no poder, estão no topo, mandam e desmandam e tomam decisões contrárias aos interesses dos seus povos. As doutrinações do outro lado do Atlântico são eficazes, mas não tenhamos ilusões, as doutrinações certamente não chegam para fazer tantos traidores convoctos e encartados.
Toda a gente sabe que os Estados Unidos o que não conseguem a bem, conseguem a mal e que o respeitinho é muito bonito. Não se devem esquecer os líderes europeus de um certo Olof Palme, abatido em plena rua, como um cão, com uma arma própria para abater caça grossa. Sim, um líder ocidental crítico dos senhores do outro lado do mar, amante da livre iniciativa mas também de dar uma vida decente aos povos do mundo foi abatido como se fosse uma peça de caça grossa. Ninguém quer certamente se rvitima de atentado.
Quanto ao apoio à Ucrânia, está-se a ser feito exatctamente como na Rússia, sem dar cavaco a ninguém e ainda por cima com censura. Não somos nós melhores que ninguém, mas penso que não será só por serem uns traidores com o cérebro lavado que os líderes europeus não se importam de por os seus povos de joelhos na esperança que a longo prazo consigam por a Rússia. A sombra do Olof Palme garantidamente anda aí. Eu ainda me lembro do sangue do homem sobre a neve. Não sou certamente o único a olhar esse céu.
Penso que a minoria politica bateu no fundo.
Quem queria a guerra? Aqui está uma resposta de um conselheiro oficial de Zelensky, em 2019!
Trata-se de Oleksiy Arestovytch (conselheiro especial de Zelensky) em 2019.Entenda que o que ele disse não foi uma previsão, mas um plano.
(versão longa traduzida para inglês: /watch?v=1xNHmHpERH8)
Jornalista: Se a Ucrânia vale a pena integrar a NATO, então podemos falar de uma data de fim no conflito do Donbass?
Oleksiy Arestovytch: Não, não há data para o fim da guerra, bem pelo contrário, isso provavelmente incitará a Rússia a lançar uma vasta operação militar contra a Ucrânia, porque eles terão que nos destruir em infraestrutura e devastar todo o nosso território.
Jornalista: A Rússia ousará um confronto direto com a Nato?
Oleksiy Arestovytch: Não, não com a NATO, não o faremos. Têm de o fazer antes de aderirmos à NATO, caso contrário a NATO não nos interessará. Eles não estariam interessados com uma probabilidade de 99% de destruição.
O preço a pagar pela adesão à NATO é um grande conflito com a Rússia. E se não nos juntarmos à Nato, a Ucrânia estará sob controle russo em 10-12 anos. Estamos numa encruzilhada. Vamos agora votar Zelensky.
Jornalista: No geral, o que é melhor?
Oleksiy Arestovytch: Claro, um grande conflito com a Rússia e uma adesão à Nato com base na vitória sobre a Rússia.
Jornalista: O que significa uma grande guerra contra a Rússia?
Oleksiy Arestovytch: Ataques aéreos e ataque do exército russo na fronteira, o cerco de Kiev., tentativas de cercar o exército ucraniano perto de Donetsk, ataques em torno de Perekopskava Shiya em Kakhovka Dam, para garantir a água para a Crimeia. Ataques da Bielorrússia, proclamações de novas repúblicas, distracções, ataques a infra-estruturas fundamentais, ataques aéreos. Em outras palavras, uma guerra real. E 99% de probabilidade disso acontecer.
Jornalista: Quando será isso?
Oleksiy Arestovytch: Provavelmente entre 2020 e 2022.
Especifica ainda (no final da versão longa):
Mas o preço a pagar para se juntar à Nato é provavelmente uma guerra maior com a Rússia, ou uma seqüência de tais conflitos.
Mas neste conflito, seremos ativamente apoiados pelo Ocidente – com armas, equipamentos, assistência, novas sanções contra a Rússia, e até mesmo possivelmente a introdução de um contingente da Nato uma zona de exclusão aérea, etc. Não perderemos, e isso é bom».
Foi demitido em Janeiro deste ano. O plano não está a correr como planeado.
Da Esatátua de sal
Ano de 2019
A guerra: https://www.youtube.com/watch?v=1xNHmHpERH8
De facto, o comentário do Mateus Ferreira é extremamente pedagógico, só é lamentável que certas pessoas nem com o recurso a toda a pedagogia do mundo consigam perceber questões aparentemente simples; há criaturas, e infelizmente são muitas, que ainda não entenderam em que que consiste a liberdade tal como os liberais e partidários do mercado livre a entendem. Ainda não perceberam, por exemplo, que falar na liberdade de se dormir num banco de jardim ou numa esquina abrigada de um edifício mais ou menos monumental, é simplesmente uma piada de mau gosto. Liberdade implica de alguma maneira poder e em sociedades nas quais o poder está tão mal distribuído é um bem a que só alguns, uma minoria privilegiada, têm acesso.
Era o regime do Estado Novo melhor que o actual por proibir que houvesse gente a dormir nos bancos de jardim?
E para além de haver liberdade para escolher dormir nos bancos de jardim, qual a prioridade que se deu aos sem-abrigos com os milhares de milhões disponíveis para tanto desperdício?
Quanto custou ao Estado acrescer custos em 12,5% reduzindo os horários de 40 para 35 horas?
Fale-me de solidariedade consequente e não de selvajaria de interesses.
Realmente, isto tem sido uma aula de grande gabarito. Porém, há sempre pessoas que nunca aprendem. Há ate um nome para isso: burro.
Menos, o teu comentário acerca do Holodomor é totalmente irrelevante.
Diz-me, o que é que interessa para a discussão que a industrialização soviética tenha sido financiada pela exportação de cereais ? Agora não se podem financiar setores da economia com outros setores da economia ? Não percebi essa.
Segundo, eu já falei sobre o “Holodomor” aqui na página há algum tempo, mas tenho todo o gosto em repetir o que aqui escrevi há tempos.
A fome teve várias causas, mas duas principais: secas intensas e a interferência dos Kulaks que resistiram ao processo de coletivização da agricultura soviética.
As secas que resultaram em escassez de produtos agrícolas não se limitou a afetar a República da Ucrânia, mas atingiu a Rússia e o Cazaquistão, precisamente por causa da questão climática.
A Ucrânia recebeu 320.000 toneladas de grão e 520.000 toneladas de sementes para cultivo como parte de uma estrutura de auxílio dentro da URSS para mitigar os efeitos da fome.
Todas as informações que se conhecem acerca do Holodomor remontam a publicações na Hearst Press, propriedade de William Randolph Hearst, o indivíduo considerado como o fascista número um da América e que foi responsável por disseminar muitas ideias do partido Nazi durante os anos 30 e que procurou aliciar a população americana às ideias de Hitler no período que conduziu até à Segunda Guerra Mundial.
Já para não dizer que o jornal operava na Alemanha Nazi, que William Hearst despedia jornalistas que se recusassem a publicar artigos que não propagassem o que era dito pelo partido Nazi e Hitler e que Göring e Rosenberg escreveram artigos neste mesmo jornal.
Pois.
Muitas das fotos que vinham em artigos referentes ao Holodomor foram tiradas durante a Primeira Guerra Mundial e são pura desinformação, já para não dizer propaganda nazi para descredibilizar a União Soviética.
Algumas das fotos nem sequer eram da Ucrânia, mas sim do Império Austro-Húngaro durante a primeira guerra mundial…
Em terceiro lugar, Kulaks: os Kulaks eram fazendeiros e proprietários de quintas na União Soviética que resistiram ao processo de coletivização da agricultura. Durante o período das secas e da fome, eles começaram a queimar colheitas e a matar gado para inflacionar artificialmente os preços dos produtos e para impedir que tivessem de distribuir os seus produtos de forma equitativa pela população.
Está documentado por historiadores que os Kulaks detinham a maior parte do gado e dos cavalos no território soviético. Os números a seguir são providenciados por Frederick Schumann, historiador norte-americano.
Entre 1928 e 1933, a população de cavalos (resultado da matança causada pelos Kulaks) diminuiu de 30 milhões para menos de 15 milhões; gado com cornos passou de 70 milhões (incluindo 31 milhões de vacas) para 38 milhões (20 milhões de vacas); ovelhas e cabras passaram de 147 milhões para 50 milhões; porcos passaram de 20 milhões para 12 milhões.
O mesmo professor, que estava na Ucrânia durante os acontecimentos do Holodomor, relata: «Some [kulaks] murdered officials, set the torch to the property of the collectives, and even burned their own crops and seed grain. More refused to sow or reap, perhaps on the assumption that the authorities would make concessions and would in any case feed them. The aftermath was the “Ukraine famine” of 1932–33…»
Portanto, Menos, tira lá o cavalinho da chuva quanto a genocídios e lembra-te: estás a espalhar propaganda nazi, meu caro.
Ficas a saber: William Hearst aproveitou a frase “América First” de Woodrow Wilson porque precisava de um chavão que demonstrasse a sua admiração por Hitler:
https://www.theatlantic.com/politics/archive/2016/05/william-randolph-hearst-gave-america-first-its-nationalist-edge/481497/
Por último, é preciso mencionar o surgimento de uma epidemia de febre tifóide, que se espalhou pela Ucrânia e pelo Cáucaso, tudo isto mencionado por Hans Blumenfeld, um arquiteto recipiente da ordem do Canadá: «There is no doubt that the famine claimed many victims. I have no basis on which to estimate their number …. Probably most deaths in 1933 were due to epidemics of typhus, typhoid fever, and dysentery. Waterborne diseases were frequent in Makeyevka; I narrowly survived an attack of typhus fever.»
Assim sendo, torna-se difícil distinguir em termos práticos as mortes resultantes da fome daquelas causadas pela epidemia.
Portanto, onde é que tu querias chegar mesmo ?
E se queres falar de qualidade de vida da população fala-me da literacia, da mortalidade infantil, do aumento da esperança média de vida, fala-me do acesso a cuidados de saúde, a educação e de tudo o resto que surgiu como resultado da revolução russa.
«o que é que interessa para a discussão que a industrialização soviética tenha sido financiada pela exportação de cereais ?»
Interessa bastante: dessa industrialização, a par da colectivização das terras. resultaram uns milhões de mortos pelas fomes que provocou. E salvo melhor opinião isso define o essencial do regime político cuja ideologia privilegia os meios que lhe asseguram o poder antes de tudo mais.
Apesar disso, em 1942, foi a indústria ocidental que forneceu meios críticos para viabilizar a vitória sobre os nazis alemães.
Importa ainda verificar, o quanto os ideologicamente próximos desse mesmo regime, hoje choram copiosamente que haja escassos sacrifícios a fazer para suster o imperialismo russo.
Quanto a progressos económicos e sociais em regimes autocráticos, não faltam exemplos, e nem é preciso ir buscá-los fora das nossas fronteira.
E a evolução tecnológica e científica justifica boa parte de todo esse progresso e, sendo obra de tão variadas origens, seguramente não cabe à URSS particular destaque.
Extraordinário mesmo é o apetite dos kulaks!
Não fazia idéia!
Vou informar-me sobre tão extraordinárias feras.
Putz, que grande burro, levas-te uma ensaboadela para ninguém botar defeito. És mesmo menos e não levas a última palavra. Fica bem.
Muito erudito, meu caro: o menos não chega lá… 🙂
Notícias ao Minuto:
«Os primeiros seis meses do ano foram os mais mortíferos dos Estados Unidos desde 2006 ao nível de assassínios em massa, elevando para um novo patamar o problema que as armas de fogo representam para o país. De 1 de janeiro a 30 de junho deste ano, o país sofreu 28 homicídios em massa, quase todos – exceto um – a envolver armas de fogo.
O número de mortos aumenta quase todas as semanas, num ciclo constante de violência e luto.
Nesses 181 dias, os 28 assassínios em massa resultaram em 140 vítimas, entre pessoas mortas pelas mãos de estranhos ou baleadas por entes queridos, massacradas em pequenas e grandes cidades, dentro das suas próprias casas ou ao ar livre em plena luz do dia.
“Que marco terrível”, disse Brent Leatherwood, cujos três filhos estavam numa escola cristã particular em Nashville em 27 de março, quando um ex-aluno matou três crianças e três adultos».
UM DOS «PARAÍSOS» DE BORRELL!!!
Não vale a pena perderem tempo com o Menos. A americanofilia aguda é uma doença que não tem cura. A nossa suposta ajuda não aqueceu nem arrefeceu a Rússia e o menos sabe disso está é esquecido. De resto, Portugal sofreu Holodomor da grossa no tempo em que fomos admitidos na livre Nato, em que a mortalidade infantil rondava os 100 por mil e era porque muitas crianças morriam sem sequer ser registadas. Era como se nunca tivessem nascido. A nossa sorte começou a ser as idas a salto para França a partir já dos finais dos anos 50. Muita gente simplesmente desaparecia, nunca chegava a França porque a GNR ou a Guardia Civil espanhola tratavam da saúde, a muitos. “O malandro foi para França, nunca mais deu notícias, abandonou mulher e filhos”, dizia se nas terras. Nunca lá tinha era chegado. Em África fizemos massacres sem nome mas para os trastes do outro lado do mar defendiamos o mundo livre. Na serra comia se meia sardinha, não havia nem sabão para as pessoas se lavarem, morriasse cedo e morriasse de tudo mas defendiamos o mundo livre. Portugal foi uma terra de fome, a tuberculose corria solta, crianças no Alentejo eram mandadas para a cama sem comer a ponta de um corno com as mães a aconselhar “vão se deitar filhos, que o corpo deitado aguenta, a fome”. Dos mortos não reza, a história mas muitos perderam metade dos filhos por fome ou doenças relacionadas. Foi mesmo só na Ucrânia que houve fome? O Salazar fez alguma colecfivizacao forçada? Que explicação teem os entendidos para a nossa fome? Quem lembra, quem chora os nossos mortos? Honrremos os nossos mortos, os que morreram na luta por uma vida sem fome e deixemos os americanofilos envinsgrados dizer o que lhes aprouver. É lembremos também todos, os que morreram na Europa Ocidental ocupada no tempo da II Guerra Mundial só porque os aliados levaram demasiado tempo a perceber que a guerra não duraria até, a morte do último russo. É adiaram a investida até ao dia em que essa esperanca morreu. Talvez gente como Anne Frank nao tivesse morrido.
Ou és ignorante ou aldrabão.
Os estudantes da ‘Casa do Império’ foram traficados para fora do país por americanos e lá chegaram a dirigentes de MPLA e quejandos.
A UPA em Angola era financiada pelos USA.
Em tudo o mais há um padrão de mentira ou exagero mentiroso.
hoje o dito cujo, aspas aspas, tá fazendo uma jarda do catano igual a arrumador de carros em dia de derby/clássico do championship nacional 🎱🎱🎱
¡Basta ya ! ¡Basta ya!
¡Basta ya que el yanqui mande!
(https://www.letras.mus.br/atahualpa-yupanqui/849412/?fbclid=IwAR0QSDGN_oMJZABfuqkrIc5q7inVbC1iho6h2DQCzjgznlxnmbFYge3fsSY)
Do que estamos a falar é dos dirigentes do lado ocidental em que estamos metidos e esses foram todos devidamente doutrinados do outro lado do mar, para nossa desgraça.