(Major-General Carlos Branco, in Jornal Económico, 18/08/2023)

Embora com atraso, ainda é tempo de os europeus pensarem seriamente numa nova arquitetura de segurança na Europa, que integre e concilie os legítimos interesses securitários de todos os atores.
No ido ano de 1998, numa entrevista ao “Nouvel Observateur”, o antigo Conselheiro de Segurança Nacional do Presidente Jimmy Carter, Zbigniew Brzezinski, explicava como a ajuda militar prestada aos mujahedin, em 1979, tinha levado à intervenção militar soviética no Afeganistão. Segundo Brzezinski, aquela teve o “efeito de atrair os russos para a armadilha afegã”. “Aumentámos [os EUA] a probabilidade de a URSS invadir o Afeganistão”.
Para tornar isso possível, os EUA conspiraram ativamente com a Arábia Saudita e o Paquistão, sustentaram a resistência afegã, dando-lhe dinheiro e armas, assim como aconselhamento técnico; desenvolveram, em concertação com os países islâmicos, campanhas de propaganda e de apoio. Tudo isto com a finalidade de desestabilizar a União Soviética, envolvendo-a num conflito interminável no Afeganistão.
No dia em que os soviéticos cruzaram oficialmente a fronteira afegã, Brzezinski escreveu ao presidente Carter dizendo-lhe: “Agora temos a oportunidade de dar à URSS a sua Guerra do Vietname”. O resultado dessa intervenção é conhecido. Moscovo travou um combate inglório durante quase 10 anos, que se saldou por uma derrota humilhante, contribuindo para o fim da União Soviética.
Algo semelhante está a acontecer na Ucrânia. O golpe de estado promovido por Washington, em 2014, liderado por Victoria Nuland teve por finalidade pôr fim à política externa ucraniana de neutralidade estratégica (Non Block Policy), iniciada pelo presidente Viktor Yanukovych, e voltar a abraçar uma política externa conducente à integração do país na NATO, na sequência do convite efetuado na Cimeira da Aliança em Bucareste (2008).
Durante os oito anos que se seguiram, os EUA formaram, equiparam e armaram as forças ucranianas com o intuito de as capacitar para derrotarem militarmente as repúblicas rebeldes de Donetsk e Lugansk e voltar a colocá-las sob a égide do Kiev. Como sabemos hoje, os acordos de Minsk não serviram o propósito de acomodar politicamente Kiev e as repúblicas autónomas, mas o de ganhar tempo para a Ucrânia se armar e resolver militarmente o problema.
Washington ensaiava mais uma tentativa de controlar um país com o qual a Rússia, do antecedente a União soviética, partilha fronteira, algo inadmissível para Moscovo. Por isso, não será de estranhar que as propostas avançadas pelo Kremlin no final de 2021 para baixar a tensão na Europa e resolver diplomaticamente a crise na Ucrânia através de um acordo de segurança tivessem sido liminarmente rejeitadas por Washington e Bruxelas.
Tal como o apoio norte-americano aos mujahedin no Afeganistão durante a Administração Carter foi decisivo para “atrair os russos [soviéticos] para a armadilha afegã”, também o apoio militar ao regime instaurado em Kiev em 2014 foi crucial para atrair os russos para a “armadilha ucraniana”. A grande concentração de forças ucranianas no Donbass, na segunda metade de fevereiro de 2022, denunciava uma ação iminente contra as forças rebeldes. Como em 1979, Washington antevia uma resposta de Moscovo e não fez nada para a impedir.
A impreparação russa para uma operação daquela envergadura na Ucrânia levou muitos analistas, incluindo eu, a não considerar provável aquilo que veio a acontecer. Os russos estavam preparados para enfrentar sanções, mas não contavam com o apoio do Ocidente nos moldes em que se veio a verificar.
Como dizia a RAND, num texto entretanto desaparecido da circulação, “as nossas [EUA] ações futuras neste país [Ucrânia] conduzirão inevitavelmente a uma resposta militar da Rússia”. Os russos não serão obviamente capazes de não responder à pressão militar ucraniana massiva sobre as não reconhecidas repúblicas do Donbass. Este cálculo estratégico mostrou-se correto. Para isso, contribui também o anúncio feito por Zelenski na Conferência de Munique, a 19 de fevereiro de 2022, da intenção de abandonar o Memorando de Budapeste (1994) deixando implícita a intenção de se rearmar nuclearmente. Dificilmente Moscovo poderia ficar indiferente.
Os objetivos de Washington com a guerra na Ucrânia foram formulados de diversos modos. O Secretário da Defesa Lloyd Austin afirmou que “os EUA querem a capacidade militar russa enfraquecida.” Na prática, pretendia-se infligir uma derrota estratégica a Moscovo, que numa versão maximalista poderia passar por uma de mudança de regime e instalar uma liderança dócil no Kremlin.
Embora o cálculo estratégico norte-americano fosse em ambos os casos muito semelhante e subordinado ao mesmo racional, não é claro que o plano de Biden na Ucrânia vá resultar como resultou o de Carter no Afeganistão. Não é óbvio que a tentativa de empurrar a Rússia para um pântano semelhante ao do Afeganistão esteja a atingir os objetivos pretendidos.
As analogias entre o caso afegão e ucraniano são muito interessantes. Tanto num caso como no outro, Washington socorreu-se de um proxy para atingir os seus objetivos estratégicos, sem ter de colocar soldados americanos no terreno, utilizando, assim, segundo Richard Haass e Andrzej Duda, um método barato.
Ao contrário dos mujahedin, os ucranianos não estão a conseguir prevalecer no campo de batalha. O anunciado objetivo de controlarem a Crimeia está longe de se concretizar. Uma operação de mudança de regime em Moscovo, sobretudo nos termos pretendidos por Washington, não passa de uma quimera.
Episódios como o ataque ao Capitólio ou marchas sobre Moscovo não passam de sobressaltos rocambolescos, que não colocam em causa o poder instalado. As sanções não estão a destruir a economia russa. Segundo o FMI, o PIB da Rússia contraiu 2,2% no ano passado (contra 3,4% esperado), e este ano, a organização espera que o PIB da Rússia suba 0,3% (contra queda de 2,3% esperada na previsão de outubro) e 2,1% em 2024.
Enquanto o plano gizado por Brzezinski contribuiu para criar as condições que levaram à derrota da União Soviética, e ao estabelecimento de uma Ordem unipolar, esta congeminação da RAND abraçada pelas Administrações Obama e Biden poderá não derrotar estrategicamente a Rússia e levar ao fim do momento unipolar e à afirmação de uma nova Ordem de cariz multipolar, cada vez com mais aderentes, nomeadamente, no designado “Sul Global”. A não materialização de um segundo Vietname russo poderá indiciar que a capacidade do Ocidente controlar o mundo se está a esvair.
A Europa insiste em não perceber o perigo do seu território se transformar num prolongamento do poderio militar norte-americana nas fronteiras da Rússia.
Seja na Ucrânia, na Geórgia, na Polónia ou na Roménia. Isso será sempre um fator de instabilidade. Embora com atraso, ainda é tempo de os europeus pensarem seriamente numa nova arquitetura de segurança na Europa, que integre e concilie os legítimos interesses securitários de todos os atores.
Nunca o terreno e as culturas existentes na Ucrãnia são passíveis de suportar projecções equiparáveis ao Afeganistão, Vietname ou outras.
Pôr a análise em termos de acções dos EUA/ Ocidente versus reacções russas, escamoteia todas as iniciativas russas no período e nenhum relacional acção/ reacção é produzido.
Seguramente haverá um tempo e um espaço mais alargado, a considerar.
Tudo se complica quando se consideram os termos da competição: se o domínio político é num caso caminho para propiciar a liberdade nos mercados e na competição tecnológica; no outro o domínio político é caminho de controlo do poder sobre territórios e populações.
Quando ouvimos os responsáveis políticos dos países da União Europeia a falar, ficamos com uma ideia clara do que significa o controlo de populações e territórios e o domínio político, comercial e mesmo judicial. A Euripa ocidental está a transformar-se na risota do resto do mundo.
Há uma ideia central que escapa aos nossos governantes, à imagem do que acontece com os governantes de muitos países europeus. é que não existe democracia sem soberania. Esta última palavra foi banida do léxico de todos os partidos da direita portuguesa e mesmo do Livre e do Bloco de Esquerda. Talvez para apaziguarem as suas consciências pesadas – a soberania está inscrita logo no início da Constituição que juraram defender – auto intitulam-se democratas em cada frase que pronunciam.
Temos leis, tribunais e forças armadas.
Por sermos pequenos e esmoleres compartilhamos parte da soberania.
O Liechtenstein, um dos mais pequenos Estados na Europa, tem mais soberania do que Portugal, e aliás do que a Alemanha neste momento.
É ridícula a tanga que os Globalistas/€Urofanáticos contam para levar a sua avante.
A Irlanda, Áustria, Suíça, até ver a Suécia, e mesmo o Turcomenistão e a Mongólia não precisam de NATO para estarem seguras, nem sequer precisam de outro tipo de aliança militar. Pelo contrário, é a neutralidade que garantiu décadas de segurança e paz.
A Constituição em Portugal diz o mesmo desde que o texto foi aprovado em 1976, mas num regime vassalo de imperialistas genocidas, passou a ser letra morta.
Um país decente e com futuro, não precisa de UE, nem muito menos de €uro ou de NATO.
Pelo contrário, esses clubes anti-democráticos e genocidas são o garante, há já mais de 20 anos, da estagnação e empobrecimento de Portugal, e agora de passarmos a ser um possível alvo da maior potência nuclear do Mundo caso um dia destes acabe a paciência no Kremlin.
É urgente uma mudança de regime.
Só há Democracia com Soberania em vez de vassalagem e poder nas mãos de não-eleitos em instituições mafiosas supranacionais.
Só há paz com neutralidade e zero complexo militar industrial nas mãos de privados (cujo objectivo do lucro promove guerras em permanência).
Só há progresso com moeda própria, taxa de juro e câmbio adequados à economia de cada país.
Só há decência com resistência ao imperialismo, em particular ao imperialismo genocida (+20 milhões de mortes desde 1945) dos EUA, que é o último imperialismo que falta derrotar.
Só há estado de bem-estar com economia mista, iniciativa estatal, e força sindical, capazes de resistir ao facho-capitalismo (NeoLiberalismo).
E só há liberdade se houver verdade em vez de propaganda e FakeNews que condicionam a povo e lhe escondem a realidade do Mundo, do país, da economia, e até da história.
É urgente uma mudança de regime.
Nada disto existe neste momento em Portugal, uma mera colónia dos agressores anglo-saxões, desgovernada por corruptos que acham mesmo que “democracia” liberal é dizer “yes, man” ao império genocida, nem que para tal tenham de fazer censura, prender e matar jornalistas, financiar e armar terroristas da Al-Qaeda e nazis de Azov e companhia, fazer sanções ilegais cujo objectivo é provocar um Holodomor em cada país vítima, e provocar e prolongar uma guerra que arrisca o conflito nuclear, i.e. o fim da humanidade.
É urgente uma mudança de regime! Não é aceitável que tanto filho da p*tá morra de velhice e sem nunca ser julgado, como aconteceu com a assassina Madeleine Albright.
Não é aceitável um regime que invade e rouba o Afeganistão, provoca a fome de 5 milhões de crianças, e depois gasta biliões a apoiar Nazis, ao mesmo tempo que a sua imprensa “livre”, que nunca condenou os 20 anos de agressão ocidental (Ucrânia pós-Maidan incluída), se entretenha a escrever artigos sobre a maldade dos Talibã, num tom e timming cujo objectivo é criar a percepção de que com a invasão dos EUA+vassalos é que o povo Afegão estava bem… O facto dos Talibã só terem, por duas vezes, sido armados e chegado ao poder por intervenção do império genocida ocidental, é um “detalhe” que fica sempre de fora dos artigos de propaganda dos MainStreamMerdia.
É urgente uma mudança de regime, e a colocação desta oligarquia, e seus avençados políticos e “jornalistas” num gulag por muitos e bons anos.
Ao cancro só se sobrevive com quimioterapia que elimine o cancro e evite as metástases, não se sobrevive se se tentar conviver com o cancro.
A mudança de regime que urge, é um 25-Abril completo, e não um meio termo, e muito menos um que começa logo a ser revertido em Novembro…
É urgente uma mudança de regime.
A maior parte da população estaria contra isso? A maior parte da população não faz ideia do que se passa na realidade. Umas eleições num regime assim são tão legítimas como na Alemanha nos anos 30. O povo “sabe” e acredita naquilo que o regime quiser. E entretanto a ciência da manipulação e condicionamento das massas evoluiu exponencialmente.
Hoje no Pentágono inventa-se uma mentira, amanhã já quase mil milhões de pessoas a ouviram repetida tanta vez, que acreditam nela, e foram treinadas como os cães de Pavlov para salivar perante o reforço dessa mentira, e para rosnar perante quem usa factos para a desmascarar.
É urgente uma mudança de regime.
Bruxelas e Lisboa também têm as suas máquinas de mentiras. Em Portugal há 4.5 milhões de pobres (antes de apoios sociais, um total que era 3.7 milhões nos últimos anos do Escudo, antes da €UROditadura), 70% têm rendimentos tão miseráveis que mal pagam IRS, mas liga-se a uma MainStreamMerdia e o assunto do dia, escolhido por prostitutas do regime mascaradas de “jornalistas”, é a baixa de impostos que possa beneficiar muito os 1% (para a “atractividade” do país), e beneficiar também os 10% seguintes, para “aliviar” (coitadinhos) a “classe-média” que na realidade são os privilegiados tão bem avençados para serem os capatazes dos 1%.
É urgente uma mudança de regime, de Lisboa a Helsínquia.
Se 1936 foi “o ano da morte de Ricardo Reis” (a estória contada pelo anti-fascista José Saramago, sobre e heterónimo anti-fascista de Fernando Pessoa), então 2022 é o respectivo ano da morte da actual geração. O nazi-fascismo está plantado, enraizado, regado, e adubado. E cada vez mais gente o quer ver crescer, sem se aperceber da alarvidade colectiva que estamos a cometer.
Eu, que o quero correr pela raíz, sou parte de uma ultra-minoria.
Da última vez também foi assim, e quando a maioria acordou para a realidade, já era tarde demais.
É urgente uma mudança de regime.
Na “pobre” China há já milhares de Km de rede ferroviária de alta velocidade. Já se colabora em projectos para a levar também a outros países da ASEAN, a começar pela Indonésia.
Testam-se reactores nucleares modulares, para ter soberania energética, sem emitir mais CO2.
Desenvolve-se a tecnologia do hidrogénio para o automóvel do futuro próximo.
Abrem-se grandes mercados nas zonas do interior, para promover artigos locais e combater, logo à partida, a excessiva migração para os centros urbanos que mais tarde poderia provocar a desertificação do interior.
Fazem-se os semicondutores mais avançados do Mundo.
Etc. E isto é só a China.
Na Europa discute-se mais um tiro nos pés (sanções ilegais), e em Portugal contam-se os milhões em ajustes directos para uma festa religiosa que durou uma semana…
É urgente uma mudança de regime!
Discordo um bocadinho na análise embora concorde que alguma desestabilização provocada pela perda de dezenas de milhares de jovens, alguns vítimas de torturas horrendas se tinham o azar de cair nas unhas dos fanáticos treinados e armados pela CIA não seria bom para a continuidade de pais nenhum. Mas se o regime norte americano saiu incólume de 15 anos de guerra no Vietname de onde saíram com o rabo ainda mais entre as pernas que do Afeganistão na era Biden, também a União Soviética poderia ter feito a sua contenção de danos.
O grande problema da União Soviética foi a chegada ao poder supremo de um traidor que confessou nas suas memórias que a sua grande finalidade sempre fora destruir o sistema político do país. E por isso tentou aceder a altos cargos para minar por dentro. Para além de tudo, era um patego com um fascínio provinciano pelo Mundo ocidental. Conseguiu destruir o sistema, conseguiu destruir o país, acabou a fazer anúncios de pizzas e morreu sem honra nem glória o ano passado. Apesar de alguns obituarios demasiado lindos para o grande responsável pela grande alhada em que estamos hoje.
Quanto a Ucrânia, a Rússia está sem dúvida a pagar erros da União Soviética e um deles foi permitir que as populações russofonas da Ucrânia continuassem sob a pata da Ucrânia. A definição de fronteiras devia ter sido outra logo após a segunda guerra mundial. Porque aquela gente dá Ucrânia Ocidental não era de fiar. Nazificaram se, massacraram judeus e polacos, engrossaram os exércitos nazis e foram os mais cruéis guardas dos campos de concentração nazis. Alguns passaram anos na cadeia, mesmo em países ocidentais, por isso mesmo. A amputação do território do Leste da Ucrânia tinha, de ter sido feita. Porque a desnazificacao é impossível. O fanatismo continuou lá, foi passado a filhos e netos e o ovo da serpente eclodiu. E isso viu se logo após a independência da Ucrânia, com notas nazis a marchar e até o abate “por engano” de um aviso instaura. Israel avisou que não toleraria mais, enganos desses, mas os mortos não puderam ser ressuscitados. Porque é que Israel hoje apoia esses nazis explicasse por uma certa tendência para o racismo cruel que essa malta também tem e o facto de o pais ser na realidade o braco armado do Ocidente no Médio Oriente. Os bons espíritos sempre se entendem.
O Ocidente da Ucrânia não foi o único caso em que não houve desnazificacao nenhuma. O caso recente da vacinação contra a covid 19 provou que a Alemanha nunca foi desnazificada. Os não vacinados sofreram restrições comparáveis as sofridas pelos judeus. Felizmente a vacina começou a dar merda grossa ou não sei se não se reactivariam campos de concentração. As pessoas foram proibidas de entrar em supermercados, a cadeia de supermercados Lidl pagou multa porque recusou alinhar no esquema, apesar de milhões de processos em tribunal e milhares de mortes não explicadas continua a haver gente não vacinada na cadeia porque foi acusada de ter pegado a doença a vacinados que morreram. E são penas de 16 a 20 anos. Por isso o Governo alemão embarcou a alegremente no apoio aos nazis de hoje. Quando toda a gente sabia que os neonazis que faziam estrago na Alemanha eram todos treinados na Ucrânia.
Por tudo isto os nazis ucranianos tinham de ser contidos, despojados do maior território possível e vigiados bem de perto. É, já agora, os alemães também. Mas com a nossa ajuda vingaram se da Jugoslávia e trouxeram mais tarde, a boleia de uma dívida em boa parte especulativa, a fome e a miseria de volta ao Sul da Europa. Na Grécia, sobre a qual correram todas as fake news e mais algumas, muita gente acabou a recuperar “receitas” do tempo da ocupação nazi. Aqui foi o que se viu. A Grécia ainda hoje é uma terra onde a miseria corre solta e por isso se pode alugar lá uma casa por uma, semana por pouco mais de 100 euros. Não que, eu alguma vez aproveitasse uma tal barbaridade até porque para terra fervida já me chega esta.
E quem acha isto normal vá ver se o mar dá choco.
Todos os problemas na definição da fronteira entre Ucrânia e Rússia se devem a erros do passado, sempre cometidos contra a vontade de largas percentagens da população.
E o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita. E nem vou recuar aos tempos do império do Czar da Rússia. Vou só falar dos últimos 100 anos.
Porque razão está a Crimea na Ucrânia, se isso foi uma decisão de um só Krushchev.
Porque raio está o Donbass na Ucrânia se isso foi decisão de Lenine?
Porque raio está a Galícia na Ucrânia, se esse povo era polaco?
Porque raio está a Ucrânia fora do Estado União (Rússia + Bielorrússia) se a maioria dos Ucranianos votou em referendo contra o fim da USSR?
Porque raio está a Ucrânia no caminho de adesão à UE e NATO, se nunca houve no país uma minoria política para tal?
Porque raio está a Ucrânia Norte+Oeste ainda ligada à Ucrânia Sul+Este (Novorossiya, se Odessa até Kharkov), quando os mapas políticos até 2010 (Presidenciais) e 2012 (Legislativas) mostram um território dividido ao meio?
Foram erros atrás de erros, imposições de uns, violações de outros, e o resultado está à vista.
Em 2014, perante o golpe Maidan (Nazis financiados pela CIA), uma reportagem no NewYorkTimes dizia que muitos na Nocorrosiya queria logo nesse momento que a Rússia invadisse e os salvasse da agressão Nazi+NATO.
Primeiro Lenine, depois Stalin (Georgiano, nunca esquecer!), a seguir Krushchev, depois Yeltsin e Kissinger, a seguir Bush e Yushchenko sem esquecer a Yulia Timoschenko, entretanto Obama e Nuland, a seguir Poroshenko, e agora a troika: a máfia nazi de Zelensky e Biletsky, a oligarquia imperialista genocida de Biden e companhia, e o clube de vassalos e corruptos encabeçado de forma bicéfala por Stoltenberg e Leyen.
Não há país, nem paz, que resista a tanta m*rda seguida. Era um barril de pólvora, com nazis à mistura, que estava só à espera que alguém acendesse o rastilho, e os EUA estavam com o isqueiro na mão há décadas…
Que nesta big picture, o Trotsky no antigamente, e agora o Trump e o Putin (e Orbán e Erdogan e até Lukaschenko e Yanukovich) sejam quem fica menos mal na foto, tem tanto de surpreendente como de nojento. É nojento, porque essas figuras, no mínimo polémicas, só ficam menos mal na foto, pois estão a ser comparados com la estrumeira de la estrumeira (a “la crème de la crème” na versão geopolítica mete-nojo).
Destes nomes todos que referi, tirando o Yanukovich, deposto no golpe, há mais alguém que tenha agido, com uma política de equilíbrio e compromisso, para o bem de TODA a Ucrânia?
Não.
Por isso mesmo é que quem (EUA/NATO/etc e Azov/Svoboda/etc) queria o ódio, o caos, a provocação, a violência, e no clímax a guerra, não podia permitir que o Presidente democraticamente eleito, e patriota Ucraniano, que respeitava a neutralidade do seu país e não prestava vassalagem a nenhum dos lados, continuasse no poder a representar o seu povo.
A continuidade de Yanukovich no poder era incompatível com os objectivos do império genocida ocidental: enfraquecer a Rússia como primeiro passo na guerra imperialista contra a China, e enriquecer a oligarquia ocidental do MIC (Complexo Militar Industrial) e classe política corrupta que recebe a respectiva avença ou sacos azuis.
E depois, como é que a NED (National Endowment for Democracy) ia pagar os serviços das Anas Gomes, Annalenas Barbock, Sanas Marin, Úrsulas, Melonis, Kamalas, e companhia?
Estão a ver onde entra a propaganda woke que tenta convencer o povo de que isto é “feminismo” (ou “LGBT+”, ou “integração racial”, etc) e como tal é “democracia” e assim sendo é “melhor” do que o que se tinha antes, quando na realidade o sistema/regime é o mesmo (império genocida NeoCon com economia Facho-Capitalista NeoLib) e só tem piorado?
É por isso que os reais (JFK, Martin Luther King, etc) são assassinados, enquanto os falsos (B.Sanders, B.Obama) chegam ao topo.
Parafraseando o conhecido cartoon sobre este assunto em que uma mulher num país árabe está a olhar para um drone dos EUA/NATO e comenta: *agora que somos bombardeados por uma mulher negra LGBT, até sabe bem fazer parte da história*…
No cartoon só se aborda a vertente “feminista” da propaganda woke. Mas obviamente a raça e a sexualidade também fazem parte.
Depois deste condicionamento, tudo o que não seja woke, é considerado “ditadura”, e como somos (ocidente) a polícia do mundo, toda a intervir militar ou economicamente.
Resultado: até convencem um Rui Tavares a fazer juras de amor à ofensiva NATO, até convencem uma Marisa Matias a apoiar o envio de armas para Nazis prolongarem a guerra, e até vergam um PCP ao ponto deste ter medo de condenar só os Nazis (que começaram a guerra) sem condenar quem se defende (e defende o Donbass e Crimes) da agressão Nazi+NATO.
Ao hipócrita, corrupto, e imoral PS, basta colher os frutos da propaganda e continuar a (des)governação em “maioria” (de 41%), tal como desde os tempos em que Soares teve o apoio de Kissinger/CIA para evitar os “excessos” da “preocupante” revolução que acabou com um regime aliado e da total confiança de Washington pelo menos desde 1949.
Estamos entregues à bicharada tal como os Ucranianos. A diferença é que não fazemos fronteira com um inimigo dos EUA nem temos metade do país a glorificar Stepan Bandera, embora haja gente suficiente para classificar Salazar como o “maior português de todos os tempos”…
Avião Israelita, raio de corretor. É se algumas notas nazis financiaram certamente os nazis da Ucrânia, o que lá marchou foram botas.
Esmoler era a tua mãe de quatro, por mim sempre vivi do trabalho, fui emigrante em quatro países europeus, vivi condições de alojamento deploráveis nos países baixos, tenho que reconhecer que não mais deploráveis que as que as nossas explorações agrícolas davam a ucranianos e romenos e são, mais recentemente dadas a nepaleses, paquistaneses e outros deserdados da sorte. Abdicamos em troca de subsídios que só servem a meia dúzia de toda a nossa soberania, não temos moeda próxima, não podemos sequer decidir o que pescamos nas nossas costas, temos de cumprir regulamentos comunitários absurdos que nada teem a ver com o nosso modo de vida, o Banco Central Europeu afoga nos com juros dos empréstimos que não tivemos outro remédio senão contrair como o da compra do tecto para nos cobrirmos. Não temos soberania nenhuma, as forças armadas são uma anedota e parte dos nossos tanques já arderam na Ucrânia justamente por não termos soberania alguma. As nossas leis teem de estar de acordo com os diktats europeus e já tivemos de mudar algumas por pressão dos poderes europeus.
Como sou um trabalhador e não esmoler nenhum não acho gracinha nenhuma a não ter soberania alguma. Não vivo a realidade paralela de que ainda temos alguma. Sinceramente, gostava de ter a candura e credulidade do Menos. Seria certamente bem mais feliz a insultar os outros. Mas assim sou feliz mandando o senhor ir chamar esmoler a quem o fez e de caminho ir ver se o mar dá choco.
esmoler
adjectivo de dois géneros
1. Que é amigo de fazer bem aos pobres. = CARITATIVO
“esmoler”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2023, https://dicionario.priberam.org/esmoler.
A guarda avançada do FMI ,Vander Lyne e Lagarde com suas declaraçoes e acçoes ja conseguiram por os POVOS Europeus a pão e agua ,pagando uma Guerra para a qual não foram ouvidos nem achados…..por cá o Sr Costa foi mandatado em que Eleiçoes pelo Povo ,para ser parte activa duma Guerra em que as classes produtoras de riqueza estão a ser depauperadas em nome duma Guerra em que quem beneficia são as Classes rentistas ;veja-se os lucros predadores da Banca que liquida definitivamente a classe Media Baixa entregando a sua propria casa ou retirando comida da boca aos seus filhos ……António Costa será o Coveiro do PS que é o objectivo ultimo da politica cozinhada em Bruxelas e de seguida o Sanchez em Espanha pq Coveiros dos Partidos dos Trabalhadores e Operarios do SUL da Europa ,todos os outros desapareceram ;Italianos e Gregos …..o PSD Alemão acossado pelas Direitas fascistas e com cedencias a essas ideias nacionalistas definhará tb e assim será cumprida a dissoluçao da UE ensaiada com exiito na GB pelos USA…..
……e tb a classe Media alta (?),hoje empobrecida e proletarizada ,perdera voz activa e assim a predaçao do Capital sobre o trabalho qualificado e capaz de arrastar as classes trabalhadoras para uma a conquista de direitos que lhes sao devidos fica definitivamente fragilizada que é em si o fim ultimo ultimo……veja-se os Professores proletarizados q irá criar servos indigentes em vez de Cidaddãos activos epropulsores de Cidadania e justiça Social……
É possível traçar uma linha recta entre as intervenções da CIA para criar a dita armadilha soviética, e os atentados de 11 de Setembro. Nem sequer notaram a presença de um jovem mujahedin, um dos mais bravos ainda por cima, de nome Bin Laden, enquanto lhes enfiavam Stingers gratuitos nas mãos. 22 anos depois, o cão afinal mordeu a mão que o alimentava. Ingénuo é achar que desta vez vai ser diferente.
Que podemos, nós europeus, esperar da volta deste século? Até aqui, 100% das intervenções “democráticas” americanas resultaram em desastre. Na “melhor” das hipóteses, o país intervencionado fica completamente destabilizado durante décadas a todos os níveis, tipicamente com a primeira minoria de extremistas acéfalos a ceder às exigências dos EUA no poder. Mas na pior das hipóteses – do qual o caso afegão é talvez o melhor exemplo – a destabilização torna o país num paraíso para tudo o que é maluquinho religioso e/ou extremista, e quem paga com as favas é quem está mais perto.
E é aqui que a questão ucraniana se torna muito complicada, principalmente para os europeus. O que irá acontecer quando os maluquinhos de extrema-direita ucranianos ficarem sem alvos? Quando os russos saírem da Ucrânia (ou o que reste desta), independentemente do resultado do conflito? O que vai acontecer a um dos países mais corruptos do mundo, agora a transbordar de armas e munições? Para onde irá a extrema-direita ucraniana virar o seu ódio e frustração? Para uma Rússia que não hesita em destruir 5 gerações das suas famílias se provocada? Para uma Rússia com um arsenal nuclear capaz de transformar a Ucrânia numa cratera fumegante em minutos? Claro que não! Se há coisa que podemos contar com a extrema-direita é com doses cavalares de cobardia e hipocrisia. O minuto em que o Oeste lhes virar as costas, o minuto em que o rio de dinheiro e armas secar, é o minuto em que a miríade de sectores de extrema-direita ucranianos (alguns já a importar fanáticos fascistas de todo o mundo) que os EUA têm cultivado até aqui vão virar as suas frustrações sexuais para o alvo mais fácil: a Europa.
Em 2015, em Paris, a Europa apanhou com um cheirinho do que acontece quando fecha os olhos e obedece cegamente aos parvos americanos. Achavam que os fanáticos do ISIS iam aprender a pilotar aviões ou barcos para atacar os EUA directamente? Claro que não! Não com França e o Bataclan ali tão perto.
Kiev está bem mais perto de nós que Damasco…
E é isto um general?
Com o devido respeito que os seus textos sempre me suscitam quero concordar em que é preciso uma mudança de regime mas essa mudança tem de implicar a rejeição da democracia liberal que é uma fraude e uma farsa, pois desde os seus primórdios tem servido para camuflar a natureza antidemocrática do sistema capitalista de que tem sido serva. E agora como a coisa esta complicada e como ela -democracia liberal – ainda permite apesar de tudo alguma instabilidade politica, que em tempos normais funciona como válvula de escape, procuram-se novas formulas politicas do tipo neofascista, sendo que estas não só não hostilizam o capitalismo como lhe fornecem o musculo necessário para sobreviver em tempos de crise.