Rússia vs Ucrânia, Hamas vs Israel – Conflitos em articulação?

(Zé-António Pimenta da França, in Facebook, 09/10/2023)

Depois de empurrarem a Ucrânia para o confronto suicida com a Rússia, os EUA preparam-se agora para deixar cair o governo de Kiev. Notem bem que escrevi ‘o governo de Kiev’ e não ‘a Ucrânia’ porque, na minha opinião, foram as pessoas que ocuparam o governo em Kiev que, no seu delírio nacionalista, levaram o seu país para o abismo. Zelensky e sua gente é que deixaram cair a Ucrânia…

Ainda na semana passada vi na CNN, no programa do Fareed Zakaria, um debate entre a editora-chefe do Economist, Zanny Beddoes, e um tipo conhecido do Institute for Foreign Relations (um ‘think tank’ americano) cujo nome neste momento não recordo, em que a preocupação principal (não abertamente assumida mas latente em toda a conversa) era como tirar os EUA e os seus aliados ocidentais do conflito minimizando os prejuízos. E ainda nem imaginavam que o Hamas iria atacar Israel!…

Eles sabem que a guerra está perdida, mas ainda não o admitem publicamente. Procuram uma saída mais ou menos airosa e querem agora levar a um congelamento do conflito ‘ad aeternum’ uma situação tipo a que foi adotada na guerra da Coreia. Mas isso pressupõe que a Rússia aceite o congelamento do conflito, o que não vai acontecer. Estão enganados. Neste momento a Rússia não está disposta a aceitar tal coisa porque está bem ciente que está claramente por cima e sabe que a Ucrânia, EUA e aliados estão fracos, exaustos, sem munições, sem equipamentos nem tropas capazes para prosseguir…

Por isso, este ataque do Hamas a Israel é péssima notícia para o governo de Kiev, por motivos óbvios. Os arsenais americanos e europeus já estão muito abaixo do mínimo, não vão ter nada para dar a Israel e à Ucrânia…

Por outro lado, este ataque é uma preciosa ajuda para Netanyahu, há longos meses a braços com uma oposição crescente com grandes manifestações nas ruas contra a sua tentativa de colocar o poder judicial sob o poder político. Com este ataque externo, acabou-se para já o combate da oposição contra Netahyahu…

Paralelamente, há várias hipóteses de interpretação possíveis para o súbito reacendimento do confronto Israel/Hamas (que, por si só é prejudicial ao governo de Kiev, a Washington e aos seus aliados, já que obriga à dispersão de esforços em duas frentes).

Há várias hipóteses de interpretação do súbito reacendimento do confronto Israel/Hamas.

Uma é uma absoluta falência dos serviços secretos ocidentais (a Mossad, a CIA, o MI6, os SDECE, etc) que não viram vir o ataque. Parece-me muito difícil, senão impossível.

Outra é uma jogada de Washington e Telavive para fazer esquecer e “apagar” do sistema mediático o desastre na Ucrânia.

Outra hipótese alternativa, ligeiramente diferente, mas até mesmo complementar, é que os serviços secretos dos EUA e de Israel deixaram este ataque acontecer para que Israel possa ter uma justificação para invadir Gaza e acabar com o Hamas de uma vez por todas

No caso de Israel/Hamas, sei que vou chocar muita gente, mas não tomo partido por nenhum dos lados. Estão bem uns para os outros. Fundamentalistas religiosos ultraminoritários determinam a política em Israel e também em Gaza. São os partidos da extrema-direita fundamentalista religiosa judaica que ditam a Netanyahu ou a quem quer que seja o PM de Israel o que fazer. Em Gaza mandam também os fundamentalistas, as mulheres não têm direitos e as crianças são educadas para matar israelitas, todos os israelitas sem exceção, cristãos, ateus, todos os que não forem islamistas. O Hamas, recordo, tem como objetivo central nos seus estatutos a erradicação do estado de Israel e a expulsão dos judeus da região… O velho Adolf assinaria por baixo…

Não prestam, nem de um lado, nem do outro…O extremismo religioso só traz guerra, fome, mortandade, miséria, violação de direitos básicos, ignomínia.

Compete a cada um dos povos de Israel e de Gaza derrubar estes dirigentes e substituí-los por outros que realmente queiram negociar um ‘modus vivendi’ de paz e progresso…


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7 pensamentos sobre “Rússia vs Ucrânia, Hamas vs Israel – Conflitos em articulação?

  1. Somos apenas espectadores do teatro de marionetas que é a política!
    Mas nunca veremos os marionetistas.
    O destino da humanidade está a ser jogado no palco.

    Todas as guerras são guerras de capital. Absolutamente todas elas.

    Eis algumas previsões para a próxima ronda:

    1. Israel ocupa toda a Faixa de Gaza. O preço a pagar será muito elevado, tanto para a população palestiniana como para Israel.

    2. Grandes deslocações de palestinianos na fronteira com o Egipto ou em barcos para zonas mais seguras.

    3. Segunda desestabilização do mercado da energia (a primeira foi aquando da guerra na Ucrânia). O preço do petróleo já registou um aumento de 4%. A Europa começa a temer as consequências dos seus erros de julgamento antes da crise da Ucrânia e da sua falta de independência energética.

    4. O plano de despolarização da Rússia através dos Brics sofre um revés (o Irão acaba de aderir aos Brics). Quem beneficiará com isso?

    5. Em termos muito concretos, a explosão dos custos da energia está a dificultar as deslocações das pessoas. O teletrabalho está a aumentar e está mesmo a tornar-se obrigatório para poupar energia.

    E a título filosófico: as guerras não são travadas entre X e Y. São travadas pelo homem contra si próprio.

    – O Irão está por trás do financiamento do Hamas… não?!
    – Os EUA por detrás do financiamento de Israel… não?!
    Ódio por todo o lado. Motivos para o ódio. Dinheiro e armas…
    – Poderia ter havido um acordo legalmente equilibrado mas: “Quando não começa direito, acaba torto”.
    Pobre gente.

    Leio aqui e ouço ali, esta referência ao 11 de setembro de Israel, como ele vai mudar a face do mundo e blá blá blá. É potencialmente possível, o futuro dirá se o mundo vai mudar. Mas hoje, tal como as coisas estão, dizemos que Israel sabia e tinha sido avisado sem dar ouvidos. Por isso, para mim, esta referência ao 11 de setembro significa apenas que deixámos que algo de atroz acontecesse para que pudéssemos usá-lo como desculpa para invadir outros, para justificar crimes de guerra, e estou a referir-me, claro, ao caso iraquiano contra os bons americanos. É atroz o que se está a passar, mas serve a causa de algumas pessoas nos bastidores.

    Um pombo não poderia sobrevoar uma fronteira israelita numa noite de tempestade sem ser detectado a léguas de distância…..

    5 horas para as primeiras “reações” sérias ….
    10 horas para a força aérea….

    Pensem no que significa um “Onze de setembro” ….

    Porque é que algumas pessoas são sempre tão infantis?

    OS RESPONSÁVEIS NÃO VOS CONHECEM.
    Repito:
    AS PESSOAS QUE DIRIGEM OS PAÍSES DESTE MUNDO SÃO NOSSOS INIMIGOS.
    São todos?
    Sim. Sobretudo aqueles que se mantêm no poder indefinidamente….
    Os que tentam mostrar um pouco de preocupação com os interesses do seu povo….
    desaparecem durante uma fase conhecida como “Implantação da democracia”…..

    Este conflito de territórios e de religiões nunca terá fim, uma vez que esta Terra prometida aos descendentes de Moisés nunca foi reconhecida, para que o povo judeu possa obter pública e legalmente o berço do sionismo (o movimento nacional de uma parte do povo judeu que visa a formação de um lar nacional judeu).
    Um escritor britânico resumiu bem a situação: uma nação prometeu solenemente o território de uma terceira a uma segunda. Tudo se resume a isso!
    A natureza é assim – aplica-se tanto aos animais como aos seres humanos, e tem-no feito desde o início dos tempos…

    Para os EUA, o “Irão, a República Islâmica” é, desde há muito, um alvo:
    nunca esqueceram a revolução de 1979 em Teerão, a humilhação de ficarem retidos na sua embaixada em Teerão durante meses a fio (dixit: “EUA = Grande Satã”…) enquanto aguardavam o seu destino, que foi selado com antecedência…. o que obrigou a uma fuga muito arriscada para as fronteiras mais próximas para tentar salvar a pele (há até um filme sobre esta aventura nada fácil…), e também não esqueceram a perda da liderança sobre o petróleo iraniano…
    Estes são tempos difíceis, incluindo para a economia potencialmente falida dos EUA…
    Se repararmos bem, desde a sabotagem do NORDSTREAM (1+2), os EUA têm estado a redistribuir a situação energética, assegurando o controlo do fornecimento da maior parte da energia destinada ao Ocidente…

    E vão arranjar um pretexto para colocar o Irão na linha da frente dos suspeitos implicados até ao 1º grau na organização desta operação “terrorista” mais do que opaca…
    Sejamos também realistas: Daqui a 1 ano, quase ao dia, realizar-se-ão as eleições presidenciais nos EUA, e toda a gente sabe que TRUMP já ganhou com toda a certeza…
    O Estado Profundo, que se esconde por detrás das “caixas do Demo”, só tem mais 12 meses para fazer o que não conseguiu fazer até agora… (o que é muito preocupante quando se pensa nos possíveis “objectivos” por detrás disso…)
    Ninguém duvida que o Tio Sam há muito que quer o controlo total do petróleo do Médio Oriente… + que a Arábia Saudita entrou no comboio dos BRICS nas costas dos americanos, e que os BRICS em expansão são uma grande pedra no sapato do Projeto de Controlo Mundial Total dos EUA…

    Os BRICS estão a crescer em dimensão (60% do planeta quer fazer parte dos BRICS na esperança de um futuro melhor e de um pouco de crescimento económico…) e a “desdolarização” do Mundo está a avançar a passos largos, o que levará os EUA a não poderem pagar a sua exponencial Dívida Faraónica… Já existe um sistema Russo-Chinês paralelo ao sistema SWIFT, e talvez em breve uma Nova Moeda Internacional ligada aos BRICS, que relegará em parte o Dólar para o museu… Além disso, os BRICS sem o Irão já seriam um pilar a menos na estrutura do edifício para os EUA… tanto mais que um conflito (duradouro e prolongado) contra o Irão obrigaria os russos (aliados técnicos do Irão…) a reorientar uma parte dos seus esforços de guerra ligados à Ucrânia, a fim de fornecer assistência logística ao Irão…
    E quanto ao destino final de Israel em todo este negócio viscoso… porque se houver um conflito aberto contra o Irão, então eu não daria muita importância ao destino de Israel apesar do Big Brother América…

    E, é sobretudo, uma razão perfeita para acabar de uma vez por todas com o Hamas e anexar a Faixa de Gaza.

    Um eventual Estado palestiniano ficaria reduzido à Cisjordânia sem litoral e sem acesso ao mar.
    Tudo o que resta é o estatuto de Jerusalém.
    Também aqui há uma oportunidade de ouro para “pacificar” a cidade.

    Cinicamente, vale algumas centenas de mortos, que, de qualquer modo, acabariam por acontecer a longo prazo.

    Além disso, legitima os ataques no Irão, nomeadamente contra os campos de treino e as instalações nucleares.

    A Mossad contra o Hamas, a guerra dos bandos… pobres civis que são as verdadeiras vítimas deste horror!

    Várias observações vêm-me à mente.
    Se considerarmos este acontecimento como um 11 de setembro israelita, e jurarmos por Deus que os serviços secretos israelitas não sabiam o que ia acontecer, quando na realidade foi exatamente o contrário, obviamente, isso significaria que :

    Israel queria que o Hamas chocasse as pessoas e causasse uma impressão, para poder justificar o facto de Israel ser o “bom da fita” e poder eliminar do mapa a Faixa de Gaza e o resto da Cisjordânia sem que as autoridades internacionais se apercebam.

    A minha previsão é que as coisas vão ficar sangrentas na Faixa de Gaza, mas ainda não vimos nada. Um bombardeamento em massa de edifícios civis não será o clímax, mas o exército vai matar todos os leais ao Hamas (e, consequentemente, uma grande parte dos habitantes de Gaza, com pouca hesitação em relação aos civis inocentes e aos civis que apoiam o Hamas) e depois patrulhar todas as ruas, túneis subterrâneos e, no final, haverá uma tal debandada do lado palestiniano, que obviamente não tem o mesmo poder de fogo, que não haverá necessidade de muros nem de postos de controlo…

    – O segundo efeito poderia ser uma desestabilização deliberada e antecipada da região, a fim de se dar o direito de atacar o Irão! É agora ou nunca (antes de obterem a bomba atómica).
    Diz que é conveniente para a Rússia ter uma segunda frente, mas para eles também haverá uma segunda frente! Como é que vão lutar na Ucrânia e proteger o Irão? Pode ser um jogo de bilhar a dois níveis: fixa-se a Rússia na Ucrânia, depois abre-se uma segunda frente para isolar e liquidar o Irão (com um belo frasco mostrado na ONU, para se perceber a ideia).

    Não subestimem a antecipação e a capacidade do bloco ocidental, liderado pelos Estados Unidos, para causar danos. O problema é que, ao fim de algum tempo, é como nos seus filmes de Hollywood, já se conhece o guião, porque a encenação é tão repetitiva!

    Derrotar os BRICS continua a ser o objetivo, e a liderança dos EUA terá um preço elevado, e para todo o planeta.

    Pela porta ou pela janela, Sam Killer não vai desistir do seu distintivo.

    O Egipto assistiu em primeira fila ao inferno e tentou mostrar um cartão amarelo, antes de levantar a bandeira branca, mas nada pôde fazer.

    É estranho, a guerra sem esperança na Ucrânia está a esgotar-se, o desastre de 500.000 mortos ucranianos e 100.000 mortos russos vai mais ou menos abrandar, o Congresso dos EUA já não vai autorizar orçamentos para armas para a Ucrânia (vendidas em parte ao Hamas??), bem, não há problema, vamos criar uma diversão, um novo mercado de fogo talvez preparado com bastante antecedência… visita de um ministro israelita ao Qatar em 2020, para lhes dizer para armarem o Hamas
    E isso é bom para o lobby militar-industrial dos EUA: um novo e suculento mercado durante muito tempo… E ainda por cima, dinamiza os BRICS… A VIDA NÃO É BOA na CIA? PS: Os discursos dos políticos europeus são um disparate, como de costume, dão boas notas ao moralismo piroso.

    Tudo isto faz lembrar Pearl Harbor, 11 de setembro… em que o país atacado não estava realmente consciente…
    Entretanto, os russos e os iranianos estão a conduzir juntos, os EUA e Israel estão a conduzir juntos, uma segunda frente está a abrir-se depois da Ucrânia, talvez Zelensky devesse fazer as malas…?
    A história repete-se, os americanos são sistematicamente a nação atacada, diretamente ou não, o que justifica as suas futuras ações militares, atualmente por procuração…
    Pobre humanidade! Uns barris de petróleo, um crucifixo e um croissant e tudo se incendeia. Nada que nos faça sentir como seres superiores.

    Há milénios que este mundo se mata loucamente e são sempre os civis disfarçados de soldados que são assassinados por aqueles que estoicamente fazem minutos de silêncio.

    Estamos, portanto, perante uma espécie de jogo.
    O objetivo é sempre o mesmo: quem tem interesse em fazer a guerra?
    Israel, claro, pois isso permite-lhe dizer que fui atacado, que estou a retaliar (mas fui eu que disparei os mísseis do Hamas, fui eu que fiz a retaliação controlada) para fazer a guerra de forma mais violenta, pois os Estados Unidos vão fornecer apoio naval e militar sem o consentimento da ONU.
    Que fraude intelectual.

    …É uma operação de “falsa bandeira” como a do 11 de setembro.
    É impossível que Israel não saiba …. e procura todas as formas de entrar em guerra aberta com o Irão, que é o seu inimigo número um. O Irão está perto de possuir armas nucleares e o ódio nunca foi tão grande.
    A escalada está ao virar da esquina e o Estreito de Ormuz estará em breve fechado e o petróleo a 2,5 euros, se não mesmo a 3 euros.

    Isto é a imagem geopolítica do mundo está a ser dolorosamente transformada. pode durar alguns anos e fazer alguns milhões de vítimas, mas o planeta tem agora 8 mil milhões de pessoas que já não têm qualquer valor de mercado…. por isso não hesitarão!!!

  2. Quando Portugal foi invadido por Espanha, criou-se o mito de heroína, padeira de Aljubarrota, que se fartou de matar Espanhóis colocando-me no seu forno. Não me lembro de alguém alguma vez a ter chamado de “terrorista”. Ela foi a imagem da resistência perante os invasores.

    Ora, o Hamas é isso mesmo, um movimento de resistência dos invadidos, e só há uma forma de combater os invasores, que não é nem abraços nem beijinhos, nem inúteis manifestações pacíficas.

    Portanto chamarei “terrorista” ao Hamas (e ao Hezbollah) quando passarem a chamar “terrorista” à padeira de Aljubarrota. Nunca.

    Toda esta hipocrisia de chamar “terrorista” ao invadido tem ainda mais graça quando este mesmo ocidente chama “democrata” aos nazis que alegadamente lutam contra o invasor Russo (mas na realidade é o Donbass, apoiado pela Rússia, que luta contra o invasor UkraNazi).

    São camadas e camadas de hipocrisia e covardia, de dualidade de critérios, de ódio e de racismo, de imperialismo e belicismo, de coisas mal resolvidas que vêm de trás, e de gente mal intencionada no presente que quer ganhar à custa fo sofrimento dos outros.

    Concordo que para o conflito acabar, será necessário gente diferente, pró-paz, pró-Direitos Humanos, dispostos a respeitar decisões da ONU.
    Só não me parece é que seja justo exigir isso a um povo Palestiniano, Hamas incluído, enquanto estão cercados por muros da vergonha numa prisão a céu aberto, tendo do outro lado nacionalistas extremistas e ultra-ortodoxos, todos do movimento assassino invasor do sionismo, a dizer que o que é preciso é “limpar a Palestina da face da terra”.

    Imaginem os Espanhóis dizerem isso de Portugal, e depois na Europa chamarem “terrorista” aos resistentes portugueses, dizer que os bombardeamentos espanhóis contra Lisboa são “legítima defesa”, e no topo deste bolo nojento ainda haver covardes que recusam tomar posição e equiparam o agressor ao agredido dizendo que são “todos iguais” só porque o agredido se revoltou e “invadiu” a sua própria terra e de lá expulsou os “civis” invasores…
    Que mundinho de m*rda!

    No momento em que falamos, Palestinos na Cisjordânia levam com as forças invasoras em cima. Relembro que isto é um local onde não há Hamas.
    Qual a justificação? É a que Netanyahu mostrou na última AG da ONU: o fim da Palestina.
    É contra isto que o Hamas luta, portanto o Hamas, use que meios usar, é o lado certo da história.
    Era o que faltava eu derramar lágrimas pelos “civis” mortos, quando sei que é gente que passou pelas IDF, essas sim uma organização terrorista.

    Pelas crianças, por essas sim choro, são vítimas em ambos os lados, mas até aqui é preciso a ressalva: as crianças Israelitas que agora morreram são uma gota num oceano de crianças Palestinianas assassinadas pelo império genocida ocidental (EUA, NATO, Israel, etc) todos os anos. Onde estão os mandatos de captura do ICC (internacional criminal court)? Nem vê-los. Portanto não venham cá agora com lágrimas de crocodilo a dizer que o Hamas é muito mau. O Hamas limitou-se a vingar uma pequena parte do mal que nós lhes fazemos. É lidar.

    É lidar e ouvir a Rússia e a China, Sauditas, Catar, Irão, etc: só haverá paz quando a integridade territorial da Palestina for respeitada, e a agressão sionista apoiada pelo ocidente for terminada. É a solução de dois Estados, com as fronteiras definidas na ONU em 1947, desocupação dos Golã Sírios, prisão dos Sionistas criminosos, e um ajuste mais favorável aos Palestinos do que aquele que rejeitaram em 1947, e ainda compensação por 80 anos de ocupação e agressão.
    Nada disto está nos planos do império genocida ocidental, pois esse só que mais guerra e quer “limpar” os Palestinianos do mapa. Portanto a conclusão é óbvia, só haverá paz quando este império for derrotado, primeiro pela Rússia na Ucrânia, depois pela China em Taiwan, e por fim pelo Sul Global no planeta inteiro.

    Que as campas de Costa, Stoltenberg, Biden, Leyen, Macron, Sunak, Boris, Scholz, Baerbock, Zelensky, Duda, Trudeau, Meloni, Netanyahu, e companhia, sejam fundas e abertas o mais depressa possível.
    Estou a desejar mal a gente má. Que “escândalo”…

  3. Quem põe no mesmo saco o Hamas ou qualquer outro grupo de resistência palestiniano no mesmo nível só pode estar a brincar. E a convidar nos para continuar a olhar para o lado enquanto Israel, o agressor de décadas, continua o seu sonho de uma terra prometida livre de árabes sujos.
    A Faixa de Gaza é o inferno na terra. Mais de dois milhões de pessoas amontoam se numa área pouco maior que o concelho de Sintra. O desemprego afecta 80 por cento da população. Cerca de 18 mil trabalham em Israel fazendo os trabalhos considerados mais vis pelos israelitas. Rotineiramente aquilo é bombardeado a pretexto de caçar terroristas. De vez em quando o agressor corta o fornecimento de água. Antes disto tudo já 80 por cento da população não tinha acesso a água potável. A verdade é que ninguém em Gaza estava seguro de que chegaria vivo ao dia seguinte.
    Alghem acha que uma criança que cresce assim precisa que alguém a ensine na escola a odiar de morte os israelitas? Que se esteja nas tintas para quem é bom ou mau? Ouvindo monstros como o Netanyahu repetir que bombardeia o que quiser e quando quiser porque não há civis inocentes em Gaza? Nem que tivessem como professor o Mahatma Ghandi.
    Vou plagiar o que li hoje num blog em resposta, a um sacana que dizia dos palestinianos pior ainda “se os muçulmanos, por causa do Al Andaluz, invadissem Portugal, te matassem a, família, te tirassem a casa para te meter num guetto para lá meter um colono ficavas te?” Eu sei que não me ficava. Mas cada um sabe de si.
    É quanto aos direitos das mulheres em Israel vão perguntar as mulheres hassidicas ou de outras comunidades fundamentalistas que direitos teem. Uma criatura que lá foi que, era muito pro Israelita ia, apanhando uma caldeirada por ter abraçado uma mulher em público perto do Muro das Lamentações. A mulher era a mãe, dele mas o polícia não queria, saber de razões se não fosse estrangeiro tinha as mesmo mamado. Quanto às mulheres palestinianas teem os mesmos direitos que os seus maridos e filhos a morrer bombardeada, ou a fome, a sede e a falta de cuidados médicos.
    Agora dizer que os palestinianos teem de continuar a viver neste inferno ate terem alguém disposto a negociar com assassinos que os vêem como subhumanos não lembra ao Diabo. Até porque isso tentou o Arafat e toda a gente sabe como acabou. De resto, com aquela gente a resistência pacífica também não dava. As manifestações eram todas corridas a cassetete e a tiro houvesse ou não pedras a mistura.
    Deixem os palestinianos ser todos chacinados mas não acrscentem o insulto a injúria.

  4. “Socialismo ou barbárie”
    Como não soubemos/pudemos construir um socialismo libertador chegamos à barbárie e esta, pela gravura anexa, veio para ficar e expandir-se.

    As palavras premonitórias de Rosa Luxemburgo, escritas em 1918, aplicam-se aos nossos dias:
    “Encontramo-nos hoje, tal como profetizou Engels (…) , diante da terrível opção: ou triunfa o imperialismo, provocando a destruição de toda a cultura e, como na Roma Antiga, o despovoamento, a desolação, a degeneração, um imenso cemitério, ou triunfa o socialismo, ou seja, a luta consciente do proletariado internacional contra o imperialismo, os seus métodos, as suas guerras.”

    Rosa Luxemburgo citada por Michael Löwy em https://www.esquerda.net/dossier/socialismo-ou-barbarie-michael-lowy-sobre-rosa-luxemburgo-2a-parte/41856

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