(In Blog O Jumento, 04/05/2017)
Até ao dia em que aceitou o convite para a CGD Paulo Macedo era um herói do PSD, o modelo de competência do governo de Passos, o guru tuga da gestão. Mas agora é um traidor, Passos não lhe perdoou e deixou de lhe falar. Não admira que o PSD, um partido institucionalista, exija a Paulo Macedo que peça desculpa ao heróico autarca de Almeida, porque o autarca representa o povo mas não manda no povo, pode combinar com o povo uma ocupação de uma agência de um banco, mas não pode pedir aos seus manifestantes que saiam.
O PSD quer matar dois coelhos com uma cajadada; o Domingues já deu o que tinha a dar, a sua ida ao parlamento para dizer que não tinha entregue as mensagens de SMS a ninguém ridicularizou a comissão parlamentar do Aguiar Branco, o pobre ex-ministro da Defesa viu sua nobre comissão enterrar-se na primeira audiência.
Esgotada a questão das mensagens SMS, os novos ocupas, liderados por autarcas do PSD vieram mesmo a calhar; eis que há um novo herói improvável, o autarca do PSD de uma vila aldeia, onde, muito de repente, todos os cidadãos são assíduos clientes da CGD.
Há uns anos atrás, todas as senhoras de Elvas, dos 18 aos 80 anos recusavam-se a parir em Badajoz, agora os velhotes pensionistas de Almeida, incluindo um pensionista da concorrência, não conseguem viver sem as suas visitinhas à CGD.
Para o PSD é isto a democracia e a exigência de Paulo Macedo é uma manifestação de asfixia democrática. Pobre Paulo Macedo, em poucos dias passou de herói do PSD a agente do regime das esquerdas unidas, como gosta de dizer a Cristas.