Lampedusa, o destino da Europa e do mundo

(Miguel Sousa Tavares, in Expresso,22/09/2023)

Miguel Sousa Tavares

Lampedusa é uma pequena ilha de Itália, entre África, a Sicília e o continente italiano. Tem 7 mil habitantes e em apenas três dias da semana passada recebeu 10 mil imigrantes vindos de África e com origem maioritária em portos da Tunísia. Aparentemente, o acordo que o Governo de coligação de extrema-direita, chefiado pela primeira-ministra Giorgia Meloni, estabeleceu com o Governo tunisino — dinheiro contra retenção de imigrantes — não está a funcionar como ela esperava. Nos dois anos em que o seu parceiro de coligação e de Governo e líder da Liga, Matteo Salvini, foi ministro do Interior num anterior Governo, ele chegou a mobilizar a Marinha de Guerra contra as frágeis embarcações dos imigrantes: milhares morreram afogados na travessia do Mediterrâneo e apenas 7 mil num ano e 8 mil noutro conseguiram atingir a costa italiana. Mas desta vez, e contra todas as expectativas, Meloni recusou voltar a dar a Salvini a pasta do Interior e adoptou uma política muito mais branda e humana para com os imigrantes. Resultado: só este ano e até agora entraram em Itália 127 mil desesperados do Norte de África e do Sahel, vítimas de guerras ou de ditaduras alguns, mas vítimas sobretudo da fome e das alterações climáticas a maioria, todos em busca de uma réstia de esperança numa vida decente. Lampedusa recebeu os seus resgatados com um insuperável humanismo e generosidade, como outras partes de Itália e da Sicília o fizeram, e também a Grécia, mas de forma bem menos pacífica e generosa. Tudo perante o silêncio e a indiferença da Europa. Mas há sempre um limite suportável, e a população de Lampedusa chegou agora ao seu, perante o anúncio de que as autoridades se preparam para estabelecer novo acampamento permanente na ilha para acolher mais imigrantes. Como escreveu Helena Matos no “Observador”, o que diria a população de Porto Santo se tivesse de acolher mais imigrantes do que os próprios residentes?

<span class="creditofoto">ILUSTRAÇÃO HUGO PINTO</span>
ILUSTRAÇÃO HUGO PINTO

No domingo passado, Meloni levou Ursula von der Leyen a Lampedusa para que ela visse com os próprios olhos aquilo que a Europa não quer ver. E, enquanto elas se reuniam em Lampedusa, mais a norte, em Itália, Salvini recebia Marine Le Pen e, juntos, os dois expoentes máximos da extrema-direita xenófoba e anti-imigração europeia combinavam uma possível lista comum às europeias do ano que vem e uma estratégia comum do tipo “regresso às canhoneiras” em que Salvini se distinguiu no passado. Em Lampedusa, Von der Leyen apresentou um vago “projecto europeu” em 10 pontos, compreendendo patrulhas navais euro­peias, um corredor para imigração legal (qual?) e repatriamento da ilegal (para onde?), além da solene declaração de que será a Europa, e não os traficantes de seres humanos, a decidir a sua política de imigração. Uma bela frase que esbarra, contudo, na realidade dos factos. E a realidade é aquilo que, dias depois, Meloni disse na Assembleia-Geral da ONU: “A Itália não pode e não quer continuar a ser o depósito de imigrantes da Europa”, apenas porque é o país cujas costas ficam mais próximas das de África. Longe desta malfadada geo­grafia, Portugal, pela voz da ministra Ana Catarina Mendes, aparecia nas páginas do “La Repubblica” de sábado passado como um exemplo a seguir. “Devido à nossa baixa natalidade”, explicava a ministra, “estamos abertos a receber imigrantes para preencher as nossas necessidades de trabalho.” Eles são úteis e bem-vindos, acrescentou, e temos leis para os acolher decentemente (veja-se Odemira e não só…). Todavia, quando perguntada o que faríamos quando as necessidades de imigrantes estivessem preenchidas, a ministra preferiu divagar e esquecer a pergunta. Outros — a Polónia, a Hungria, a Eslováquia — são frontais e sem subterfúgios: não querem receber imigrantes nenhuns e não têm nada a ver com o assunto. A Polónia, um país vagamente democrático e sem qualquer espírito europeu, lançou-se mesmo na construção de um muro de fronteira contra a imigração, como fez Trump na fronteira com o México. Bruxelas chegou a ameaçar a Polónia com o corte de dinheiros europeus — uma represália lógica e justa —, mas recuou entretanto, uma vez que a Polónia se tornou um dos maiores apoiantes da Ucrânia, e essa é a única solidariedade europeia que hoje conta.

Na recente cimeira do G20 falou-se muito da Ucrânia, e Zelensky lá teve direito ao seu tempo reservado para, como sempre, pedir mais armas para aquilo a que o secretário-geral da NATO, julgo que entusiasmado, avisou que irá ser ainda “uma guerra prolongada”.

No G20 falou-se muito da necessidade de continuar a guerra, mas não se falou nada da necessidade de estabelecer um diálogo para a paz. Falou-se muito do aumento das despesas militares e de continuar a armar a Ucrânia, mas não se falou nada de dinheiro para combater as secas e a fome no Terceiro Mundo. Falou-se da história mal contada da “chantagem alimentar russa”, mas ninguém disse, como Guterres, que “o mundo precisa dos cereais ucranianos e precisa dos alimentos e fertilizantes russos” — e que os fornecimentos de uns estão ligados aos outros.

Não se falou das alterações climáticas nem das tragédias ou dos fluxos migratórios provocados por elas. E ninguém lembrou, como Guterres, que à volta daquela mesa estavam reunidos países responsáveis por 80% dos gases com efeitos de estufa e que era de estranhar que nenhum dos líderes mundiais ali presentes “sentisse o calor”. No G20, como nos discursos dos grandes do mundo na ONU, o que agora verdadeiramente os preocupa é o poder crescente dos BRICS e o seu futuro alargamento a países do Médio Oriente: o petróleo, a eterna luta pelo petróleo, e a irritação de verem países tradicionalmente abertos à boa e velha “ordem liberal”, como o Brasil e a Índia, “a fazerem agora o jogo de Putin” — isto é, a defenderem que se comece a procurar a paz em lugar de continuar a guerra sem fim à vista. Definitivamente, o mundo já não é o que era, e ao Ocidente já não resta mais do que entrincheirar-se atrás de muros e bombardear os bárbaros do Leste e do Sul, que nos assaltam sem razão. Stoltenberg e a sua NATO defenderão o Leste, Salvini e Le Pen o Sul, a VII Esquadra americana o Extremo Orien­te, e alguns intelectuais escreverão que, afinal, a história continua. Como se não o soubéssemos. Lampedusa é apenas uma minúscula ilha no mar da indiferença em que naufragamos.

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2 Mesmo neste tempo da internet e das notícias constantes online, gosto de manter um velho hábito de, quando ausente da terrinha, deixar comprados, para depois ler, os jornais da minha ausência. Fiquei assim a saber que, se as novidades não foram muitas, foram, pelo menos, divertidas. Marcelo andou a comentar decotes no Canadá, enquanto alguns intelectuais da Mui Nobre, Leal e Sempre Invicta se escandalizaram ao retardador com a escultura de uma jovem nua abraçada a um velho Camilo. (Larga a peça, Eça!, ou ainda te cortam a cabeça em Lisboa.) Cavaco lançou a sua muito publicitada “Arte de Governar”, rodeado de “ajudantes”, numa coisa dantes chamada Grémio Literário e hoje mais conhecida por Clube Literário do PSD (já gastei os meus 17,75 euros para matar as saudades, não a curiosidade). E, segundo as melhores opiniões, as europeias do ano que vem serão absolutamente determinantes em Portugal para decidir: a) se Montenegro continua à frente do PSD; b) se Costa resiste ou avança Pedro Nuno; c) se Marcelo pode finalmente dissolver tudo à cacetada; d) se o Chega cresce ou o CDS renasce. O que tem isto a ver com a Europa — com a crise migratória, com as alterações climáticas, com a continuação da guerra, com o alargamento a Leste e com o fim dos nossos queridos dinheirinhos europeus? Pois, nada. Mas quem disse que as europeias servem para discutir a Europa?

Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia

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11 pensamentos sobre “Lampedusa, o destino da Europa e do mundo

  1. Sempre a ajuda à África deve ter sede em África e não na Europa.
    E se os coirões dos governantes africanos são demasiado corruptos e incompetentes, ou aceitam a gestão dos fundos pelos dadores ou que se afoguem na miséria e revolta dos seus povos.

    Alguns já sabem quem os deve ajudar: a Rússia. Mata-lhes os opositores ou corre com eles para a Europa da caridadezinha, não lhes tolhe a corrupção e saca-lhes a matérias primas para sustentar as guerras contra o Ocidente

    Fechar o Mediterrâneo e desembarcar os migrantes nas praias de onde saírem (com fogo de cobertura se necessário).

  2. Quanto às cretinas indígenas, desprezo menos quem as faz do que o circo informativo que as comenta e alimenta.
    E os tribunais já funcionam?
    E as poupanças ainda têm que ser entregues aos bancos, uma vez que tudo mais está sujeito ao assalto da cambada?

  3. E quem vai manobrar os canhões? Muitos dos que vêem são justamente dos tais países ajudados por nós. Aliás nós, e que precisamos de lhes sacar as matérias primas que a Rússia tem matérias primas de sobra por isso mesmo lançamos contra eles as hordas nazis. Porque queremos roubar lá como já roubam is em África. Muitos dos tais dirigentes corruptos de África fomos nós que os pudemos lá. Mas claro que a Rússia começa a ter interesse em tirar nos as matérias primas, de África porque sem isso teremos mais dificuldades em armar nazis contra eles. Nazis que também fomos nós que fizemos subir ao poder na Ucrânia.
    E se fossemos nos a ter os recursos e houvesse uns miseráveis sem recursos a querer roubar nos, a querer dividir nos, a querer matar ou encsrcera os nossos dirigentes íamos fazer a mesma coisa ou pior. Faziamos o que fizemos na Líbia, aí vendes aqueles malandros, bomba libertadora para cima. Queres vender noutra moeda, bomba libertadora para cima. As cidades iibias foram varridas, foram pelo menos 50 mil mortos. No Iraque foram mais de um milhão. Foram essas as nossas ajudas, as nossas libertacoes. Transformamos o único país do Norte de África que funcionava e dava algum alívio a miseria dos países a volta num cenário do Mad Max com gasolina.
    A soldadesca francesa violava crianças no Mali ao mesmo tempo que deixava o estado islâmico atacar para aqueles africanos saberem o quanto precisavam deles. Um pouco a maneira da proteção mafiosa. É dessas proteções que os africanos fogem e qualquer um fugia.
    Com as alterações climáticas pode ser que dentro de 20 anos muita da população do Sul da Europa tenha de migrar para Norte. Nessa altura também vais querer ver a tua família a ser corrida a bala. Pelo menos afogado ninguém vai morrer que nao há mar para atravessar. É verdade, os fascistas não acreditam em alteraçoes climáticas. Vai ver se o mar dá choco.

  4. Eis um assunto que gostava de comentar!

    Conheço alguns que arriscaram a travessia!

    Para ser mais correcto foram homens, mulheres e crianças, bem….
    10996 homens, 2 mulheres e 2 crianças!

    Os migrantes vão para onde a relva é mais verde… O que é preciso saber é que alguns meios de comunicação social , explicam que existe ajuda social nos nossos países para os acolher, em Portugal também. Quando isso representa pelo menos 10 vezes o seu salário mensal no seu próprio país, é fácil perceber porque é que eles arriscam a travessia. O que não lhes dizemos é que o custo de vida é também 30 vezes mais caro.

    São os dirigentes ocidentais que estão a organizar a deportação destes pobres africanos, estas pessoas não estão ali por acaso e não é possível reunir tanta gente sem marcação, não é possível trazer estas pessoas em barcos normais, é impossível, foi um barco que trouxe estas pessoas e continuo convencido de que estas pessoas estão a ser pagas para vir para aqui.

    Não se fala em usar a força contra os migrantes porque eles são um lucro para muita gente: contrabandistas, comerciantes do sono, hoteleiros, advogados, cuidados de saúde, multinacionais, etc. Além disso, um migrante é apenas mais um consumidor a quem vamos dar dinheiro público, o nosso dinheiro, e que vai aumentar o PIB e o crescimento na europa. Quando esse dinheiro provém da dívida ou da criação de moeda, não é surpreendente que tenhamos inflação.

    Factfulness de Hans Rosling, (páginas 212, 213 e 214 na versão inglesa, Flatiron Books 2020): o autor explica que os migrantes pagam 1000 euros para atravessar a Europa em canoas, enquanto um bilhete de avião custa cerca de 50 euros. Porquê pagar 1000 euros e arriscar a vida quando se pode voar em segurança por 20 vezes menos? Uma diretiva do Conselho da Europa, de 2001, obriga as companhias aéreas a lutar contra a imigração clandestina (que é difícil de controlar ao balcão). Por isso, os imigrantes são obrigados a embarcar em botes e arriscam-se a morrer afogados. Que hipocrisia! Por um lado, a UE fica comovida quando os imigrantes se afogam e, por outro, impede-os de apanhar o avião.

    Quem beneficia com a criminalidade? A imigração fornece mão de obra imediata (não temos de suportar 18 a 25 anos de infância “inativa” para que os nossos filhos entrem no mercado de trabalho) e faz baixar os salários, criando fontes de insegurança que justificam medidas coercivas que vão muito além dos riscos que pretendem combater.

    A imigração em massa é, portanto, PERFEITA na constituição do neofascismo de Davos: a família deixa de ser promovida, as políticas de natalidade são postas de lado, as formas estéreis de sexualidade são culturalmente encorajadas e a imigração é empurrada para compensar a carnificina.

    Há quem diga intenção das autoridades europeias é claramente a de destruir a soberania das nações, organizando o caos a partir do interior através do afluxo de migrantes para apoiar o pacto de migração decidido pela União Europeia.
    Um eletrochoque, como um presente para o governo globalista.
    A nova ordem mundial precisa deste pacto para reinar sem a ajuda das Nações, é o mesmo com a Ucrânia para consolidar a ação da NATO e apoiar um mundo unipolar e, finalmente, como a pandemia de COVID organizada para dar à OMS plenos poderes sobre a saúde global, mas nós devemos entender e não sermos enganados …!

    O discurso de Von der Leyen (na quarta-feira passada, se não estou em erro) e, de facto, de forma bastante incongruente, ela mencionou o problema dos passadores de pessoas… o que foi chocante, porque, na sua miscelânea de auto-congratulação e negação (“somos óptimos, a Europa é óptima, sempre tivemos razão, o céu ao lado é o inferno, etc.”), vir com este assunto do nada e sem mais nem menos já tinha um sabor desagradável a encenação.
    Sim, a cronologia dos acontecimentos é bizarra, e vai ser um sucesso para os caçadores de conspirações que vão dizer que é normal porque os bons são bons e os maus são maus… mas, por outro lado, é óbvio que o objetivo desta Europa é servir de potencial pequeno David contra o grande Golias que está a crescer (olá BRICS).

    Há certamente a ideia de reduzir as nações a sociedades anónimas (trocadilho não intencional), mas também de continuar a praticar o dumping social sob a capa de grandes refrões humanistas (VDL insistiu em acelerar o advento da Europa dos 30), para continuar a poder participar na corrida da competitividade, mesmo que esta já esteja condenada. A política do curto prazo está mais ansiosa do que nunca para ver o fim dos tempos, fazendo da urgência a ordem do dia e da estratégia dos pensos rápidos cada vez mais frenética. Como sempre, saquear, esmagar e destruir enquanto se pode e, no mínimo, fazer negócios sobre as ruínas.
    É edificante, ao mesmo tempo brutal e alucinante, como Kubrick sem a encenação, mas com o mesmo cinismo brilhantemente incutido.

    De acordo com Phillipe Fabry, que tem um contacto no local, alguns migrantes disseram que não tiveram de pagar aos passadores, o que aponta para algo planeado, mas por quem? A Tunísia, sem a qual nada pode ser feito na prática? Terá sido financiado pela UE, , e porque não os EUA? Por outro lado, é difícil dizer que se trata de um acordo entre a Tunísia e a UE, tendo em conta as recentes discussões, a não ser que se trate apenas de teatro, caso em que tudo é possível.

    Todos os países da União estão subordinados ao maná financeiro europeu, e foi isso que tornou esta estrutura demasiado poderosa. Além disso, o endividamento endémico dos Estados-Membros torna-os maleáveis. Este desequilíbrio económico, deliberadamente provocado internamente pela desagregação do tecido industrial, a instrumentalização da miséria, os debates estéreis sobre temas inúteis, as mentiras e a cegueira de uma população amorfa, só serviram para reforçar esta tomada de poder pelas hienas europeístas. As migrações, um flagelo humano obsceno pelo qual as políticas desestabilizadoras das grandes potências são em grande parte responsáveis, querem fazer-nos sentir culpados através de imagens, um discurso paternalista de privilegiados que certamente não têm nada a ver com a miséria quotidiana.

    Esta empatia selectiva significa que apoiam a privação de direitos fundamentais de alguns dos seus concidadãos que se recusaram a aceitar um envenenamento geral imposto por gurus maliciosos, incluindo a Presidente da UE, mas a pobreza extrema já existe no nosso país, nas zonas rurais, no mundo estudantil e em toda uma franja de pessoas comuns que foram marginalizadas pela precariedade do emprego e pela inflação excessiva. Em vez de nos mostrar o fim da história, a chegada em massa de imigrantes a Itália, porque não aprofundar o prólogo, ou seja, as raízes profundas destes movimentos e um investimento político coletivo para travar estas partidas em massa. Mas é mais fácil acusar-nos de intolerância do que pedir contas aos poderosos, a quem lambemos as costas para conseguir um lugar ao sol.

    Enquanto os europeus não compreenderem que a imigração é um negócio organizado que rende mais de 10 mil milhões de euros por ano, compreenderão porque é que 8000 pessoas se levantam como uma só e são contadas. É tudo uma hipocrisia à custa desta pobre gente que merece um pouco mais de respeito.

    Por um lado, os europeus dizem que a Rússia tem a sua quota-parte de responsabilidade e que deve mesmo contribuir para os fluxos migratórios, nomeadamente no caso dos nigerianos;

    Por outro lado, há os soberanistas, que consideram que é a Europa que tem a sua quota-parte de responsabilidade e que está a levar a melhor…

    Quando se é imparcial e não sectário: em quem acreditar?

    A verdade está no meio… algures.

    Algo em que pensar…

  5. Escusam de se preocupar com as tais formas estéreis de sexualidade estéreis porque o buraco é mais em baixo. Ninguém se vai tornar homossexual, porque é disso que estamos a falar, porque se diz que essa malta tem de ser respeitada, não andar na rua a ser xingado de paneleiro, mariconco e assim por diante. Por dizermos que ninguém tem o direito de os matar ou de lhes enfiar uma espinha de charro do alto pelo cu acima.Por dizermos que podem andar na rua com os parceiros sem ouvir bocas ordinárias.
    Ninguém quer a discriminação que continua a haver e ninguém que seja simplesmente confundido por simplesmente nunca ter tido tempo para se coçar quanto mais para pensar em ter meninos se queira ver a frente de um juiz. Já está dado como culpado antes do julgamento começar.
    Há hipocrisia na defesa dos homossexuais? Claro que há. Trata se de mostrar a russos e outros que somos melhores. Já para não falar em países muçulmanos como o Irão. Não se trata de promover a esterilidade mas de mostrar uma superioridade moral que não temos.
    A verdade é que a pressão para crescer e multiplicar é tanta que até já tivemos o caso daquela actriz que ia dando cabo do prédio todo para se matar por achar que já não estava a fazer cá falta nenhuma. Por não conseguir parir.
    A verdade é que a esta gente dava jeito que toda a gente fosse da Opus Dei, são os filhos que Deus mandar, desse muita carne para canhao e essas coisas todas. Mas para isso era preciso desatar os cordões a bolsa, criar estruturas de apoio a precos acessíveis, dar salários decentes, permitir as pessoas ter horários de trabalho compatíveis com a constituição de família. Se se quer aumentar a natalidade e por aí que se tem de começar e não por não dizer a palavra gay.
    Porque quem tem a tal forma esteril de sexualidade vai continuar a ter haja o que houver e quem não a quiser ter não é por lhe dizerem na escola que essa gente existe e não tem de ser discriminada que se vai tornar um. A sexualidade é biológica e não cultural e por isso mesmo é que muita gente homossexual no mundo católico seguia a vida religiosa para não acabar queimado vivo por sodomia. Ou seja, sempre existiu malta dessa apesar até de perseguições e discriminações. Apesar do risco de morte.
    Na Espanha franquista não era por essa gente ser presa e submetida a torturas medonhas que havia menos. Simplesmente a maior parte deles tratava de manter o armário bem fechado.
    Quanto ao envenenamento geral efectivamente houve e continua a haver porque a quinta dose está aí e ainda vai haver quem caia na asneira. Esse visou certamente experimentar uma tecnologia que já estava a ser usada com resultados pouco animadores em doentes terminais de cancro. Correu um bocadinho pior do que, estavam a espera mas a ganância é muita e por isso não vao parar. Até porque já viram o papa reformas que isto é. Quando andaram a dar a terceira dose era vê Los cair que nem tordos e os cemitérios pareciam zonas de guerra. Muitos dos sequelados que morreram era gente na casa dos 50 a 60 anos, ou seja, gente que já não rende tudo no trabalho, já tem os filhos criados por isto nesta lógica de transformar as pessoas em bens de consumo já pode ir andando antes de começar a fazer o pão caro.
    Outros sequelados sobreviventes vão dando de comer as farmacêuticas pois que andam a pílulas ou pior. Por isso vamos levar com as vacinas durante muito tempo.
    Pessoalmente vi morrer muita gente de complicações da vacina e atrevo me a dizer que provavelmente já morreram mais de vacina do que de covid. Simplesmente os óbitos teem sido mais espaçados no tempo.
    E muitas das mortes por covid com que nos apavoraram no Inverno de 2020/2021 tiveram a ver com protocolos alterados isto dito por uma enfermeira que tudo fez para que nenhum dos doentes que seguia fosse parar ao hospital. Porque a mínima falta de ar toma lá coma induzido e entubamento.Para pessoas idosas ou já afectados por outras doenças isso era frequentemente uma sentença de morte.
    Ora 300 alegados mortos de covid por dia porque até quem lá entrava com cancro era dado como morto de covid se o teste tivesse dado positivo, e um confinamento selvagem não havíamos de estar entre os países europeus mais vacinados.
    Foi por essas e outras que cai na asneira de ir dar aquele veneno no Verão de 2021. Correu mal mas ainda estou cá para ser xingado de Bolsonaro por alguns vacineiros que a bisavó deve ter sido uma valente piiiiiiii e fornicado com o Rasputine ou outro imune a venenos passando a característica a descendência. Mas antes Bolsonaro vivo que bom cidadão morto ou estropeado. E se me fizerem comer na rua estando frio como um corno como fizeram ao Bolsonaro cá estarei. Quanto aos vacineiros vão ver se o mar dá choco.

  6. Vou tentar explicar como a Russia resistiu às sanções ocidentais!

    Isto,porque o motor económico da Europa foi construído com base na energia mais barata da Rússia,
    Em suma, é a UE que mais sofrerá com as suas sanções contra a Rússia.
    Talvez os políticos portugueses ainda estejam optimistas quanto ao colapso da economia russa, como previram.

    Não podemos esquecer que a prosperidade económica da Alemanha se deve, em parte, ao facto de ter acesso a grandes quantidades de hidrocarbonetos russos a baixo custo. As inúmeras fábricas de grupos alemães na Europa de Leste também dependem deste fácil acesso à energia russa. Os russos são realmente mais maus do que os americanos? Alguns querem fazer-nos crer que sim…

    A arrogância dos que estão no poder, a sua russofobia, o seu alinhamento com a NATO… privam-nos de uma reação salutar.

    No final, o Ocidente é o principal perdedor nesta situação. Deixaram-se acreditar que a Rússia, o país que enviou o primeiro homem para o espaço, ia entrar em colapso devido às sanções ocidentais. O que conseguiram fazer foi perder o enorme mercado de 143,4 milhões de russos e permitir que a Rússia desenvolvesse o que costumava importar deles. Assim, serão auto-suficientes no futuro. A Europa era o continente do conhecimento, mas tornou-se o continente da debilidade e da tolerância de práticas decadentes .

    As sanções permitem à Rússia diversificar a sua economia. Isso já ficou provado no caso do sector agrícola russo, que arrancou após as sanções de 2014. De facto, as sanções actuam no mercado russo como “protecionismo”, permitindo que os setores em causa se desenvolvam.

    Os perdedores: a Ucrânia e a UE. O vencedor: os EUA, mas a aceleração da mudança poderá ter um efeito de boomerang a médio prazo.

    Por outro lado, estamos a morrer de arrogância e complacência perante um mundo que está a ficar de pernas para o ar à medida que uma alternativa política, económica e monetária é lenta mas seguramente posta em prática. Estamos cansados de ditames e de sermos repetidamente multados com pretextos espúrios.

    Não se esqueçam que a Rússia é um vasto território com muitos recursos não desenvolvidos… eles vão desenvolver-se a partir de dentro como os Estados Unidos fizeram… chama-se protecionismo americano. Para comparar a Europa, se aplicarmos as sanções, sim, ela sofrerá, pois não tem matérias-primas…. A razão pela qual são vulneráveis e estão em vias de mudar de dono, primeiro os russos, agora os americanos e depois os chineses.

    A China tinha simplesmente recuperado o atraso. Agora, a China vai ter de enfrentar a mesma realidade económica que os outros países desenvolvidos: desemprego, inflação, aumento dos salários e das exigências dos trabalhadores, diminuição das margens de lucro, etc.

    A China era suposto ser um Eldorado financeiro mas não, as coisas estão a correr mal na China;o que é muito perigoso para o mundo.

    O modelo chinês debateu-se com a falta de liberdade total e atingiu o seu limite. Os únicos que estavam dispostos a investir nele eram os ocidentais (uma vez que o bilhete de entrada era baixo e podia ser anulado se as coisas corressem mal). A China matou completamente o empreendedorismo local, porque a única vantagem é acabar num campo de reabilitação como o de Jack Ma. Qualquer chinês com um pouco de sucesso tem apenas uma ideia em mente: sair do Yuan e do país. Em suma, a China matou o “espírito animal” e todo o crescimento/investimento vem agora do Estado e das províncias.

    O crescimento na China é o das exportações, mas é também muito o investimento em infra-estruturas e no imobiliário que é preciso dizer que é um enorme ponzi em que ninguém acredita mais na China. Como os chineses são todos proprietários de uma ou mais casas, o estouro da bolha significa uma perda consequente de património. Como as exportações também abrandam, há, de facto, menos trabalho e, portanto, mais desemprego. Pensar que os chineses vão começar a consumir agora quando são menos ricos do que há 5 anos . Serão necessárias reformas de fundos drásticas para que os chineses deixem de poupar tudo. De momento, não se vê nada a acontecer no horizonte que tenha a mínima hipótese de tranquilizar e aliviar a pressão dos chineses. O custo da vida é muito caro, saúde, educação. Esta é uma visão parcial da realidade chinesa com base em números que encontrao aqui e ali, mas tenho desconhecimento do terreno.

    Neste momento, já nem estamos a ser ridículos. Estamos a ser ultrapassados pela incompetência destas pessoas.

    Acabou-se o direito de propriedade na Europa, o que significa que se um dia a nossa cabeça já não se adequa à casta, então ele vai agarrar todos os seus bens, o seu dinheiro. Fácil, pois em breve estaremos todos com o euro digital.

    É difícil sancionar um país como a Rússia que tem 11 fusos horários e recursos inesgotáveis. A indústria russa está se desenvolvendo enquanto a Europa está cortando recursos russos, procurando o erro; Uma economia sem recursos está condenada ao declínio, a recessão alemã testemunha isso. Então, quem é que vai ser punido?

    • Sim, realmente há uma diferença determinante entre os americanos e os russos. Os americanos são imperialistas pela economia e todo o seu jogo sujo. Os russos são um pouco mais antiquados: são imperialistas territorialmente. Claro que um isto faz toda a diferença: os primeiros provocam pequenas crises que se vão ultrapassando, os segundos provocam crises com milhares de mortos e consequências muito mais devastadoras a nível mundial.

  7. …mas, ó meu caro Miguel, o que nos preocupa é andarmos na nossa vidinha do dia a dia, aqui, bem junto à pele do coelho, porque isso de subirmos até à ponta dos pelos para ver o que realmente se passa, dá muito trabalho e não paga nem 1 melão. Claro que um dia destes pode nos cair a casa em cima. Mas nessa altura é como diz o ditado: depois de casa arrombada, trancas à porta.

  8. Claro, o imperialismo dos Estados Unidos é só económico. Que o digam os povos que levaram com as suas bombas económicas so desde o fim da Guerra Fria como os da Jugoslávia, Afeganistão, Iraque, Somália, Líbia e de certeza estou a esquecer me de algum.
    E toda a gente lá foi passando por essas crises a excepção, claro dos que morreram debaixo das bombas, das balas e das atrocidades cometidas pela soldadesca nos países onde sentaram as notas.
    E foi para não acabar por ver toda a gente a morrer debaixo das, balas e das bombas que a Rússia lá achou que era finalmente tempo de cair em cima de uns certos bons vizinhos que não se importariam de acolher as bombas que poriam os moscovitas a ver cogumelos cor de laranja.
    Como é que todo este repolho vai acabar não me deito a adivinhar mas certamente que me continuo a surpreender com a candura de certa gente.
    É que já não estamos seguros bem nos países seguistas. Elon Musk veio dizer que a terceira dose da vacina da covid o ia mandando para o hospital. Pois eu tenho cá, a impressão que a mim a terceira mandaria para a horta do senhor prior. Dos que não sobreviveram a esta crise, nunca saberemos quantos, não reza a história para certo pessoal que ainda acredita no Pai Natal da Coca-Cola.

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