Os “warmongers” e a guerra na Ucrânia 

(Armando Rosa, in MaisRibatejo.pt, 02/01/2023)

O que são os “warmongers” atuais?

Como introdução e esclarecimento prévio fica aqui o que eu penso poderem ser os três níveis de warmongers que, segundo a minha perspetiva, se têm revelado neste conflito e que passo a citar:

Nivel 1- Os verdadeiros puros e duros “warmongers” são aqueles que realmente alimentam esta guerra como o são todos os dirigentes ocidentais que têm contribuído para o incremento do conflito, onde também se incluem os governantes portugueses.

Nível 2 – A seguir, podemos considerar os ajudantes de “warmongers” onde se incluem todos os que comentam e informam na comunicação social, guiados pelas grandes multinacionais da informação e pelos serviços secretos, principalmente os do UK e EUA. Estes são os influenciadores da opinião pública e os principais responsáveis por manter as massas conectadas à narrativa oficial.

Nível 3 – Por fim vêm os “warmongers” de sofá e das redes sociais. Estes, embora não produzam qualquer efeito prático no desfecho da guerra, servem de megafone amplificador dos grandes momentos e das opiniões dos seus ídolos e mentores ideológicos. São úteis também para responder a inquéritos de opinião onde são mostradas as grandes maiorias a que pertencem, o que dá sempre jeito para apoio das decisões já previamente tomadas pelos verdadeiros “warmongers”.

Falemos, então e aleatoriamente de uns e de outros.

O que se passa atualmente na Ucrânia é, hora a hora, tema de análise feita por dezenas de comentadores: militares, académicos, politólogos, jornalistas, políticos e outras gentes com necessidades de subir nos escalões da opinião e que são a palha e o pão-de-ló com que se alimenta a nossa comunicação social, na sua totalidade, afiliada ao discurso oficial e único que, muitas das vezes, nos faz sair do sério, tal é a bajulice e a deturpação factual utilizadas.

Tudo está bem afinado e cantam no tom que lhes é mais fácil e também mais agradável aos ouvidos dos crentes e seguidores. Não têm o poder ou a influência dos reais “warmongers”, mas não deixam de lhes completar o serviço com a intoxicação e manipulação das verdades, das mentiras e das omissões convenientes para o efeito.

Estava tudo previsto desde o golpe de Maidan.

Os verdadeiros e reais “warmongers” da guerra na Ucrânia, aqueles que decidem do futuro e da história dos povos, têm uma história muito bem documentada desde 2014, ano do golpe de Maidan promovido pelos EUA. Foi aí, onde a principal “warmonger” da época, a secretária da defesa dos EUA, Victoria Nuland, se revelou especialmente ativa na preparação do golpe e muito contundente durante um telefonema com o seu embaixador na Ucrânia, Geofrey Pyat. No final da conversa descaiu-se com um mortífero e premonitório “Fuck EU”. [1].

Foram “warmongers” como Boris Johnson conluiado com o seu mentor Joe Biden, que logo depois do início da invasão e com promessas de apoio e vitória da Ucrânia, fizeram boicotar as reuniões em que a Rússia e Ucrânia se propunham negociar“O Porta voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Moscovo está a exigir que a Ucrânia acabe com a ação militar (iniciada em 2014, mude a sua constituição para garantir neutralidade, que reconheça a Crimeia como território russo e que reconheça as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk como estados independentes.”[2]

Um acordo que permitisse a esses dois territórios russófonos tornarem-se autónomos, teria evitado milhares de mortes, bem como a destruição da Ucrânia, mas os “warmongers” sabiam bem o que queriam e não deram hipótese a negociações. Eles que não podem esticar muito a corda aos russos, vão aproveitando o tempo para alimentar os ucranianos da esperança de poderem, um dia, reconquistar os territórios ocupados, embora bem saibam que isso terá sempre a resistência militar russa até às últimas consequências.

A Rússia pode perder a guerra?

Estes belicistas de segundo nível, acham/dizem que a Rússia pode perder a guerra. Como têm pouca ou nenhuma informação para além da que lhes é impingida pelas multinacionais da comunicação e por serviços secretos afiliados e bem dirigidos (Inteligence Services…), escondem que os russos têm mais ogivas nucleares do que todos os países da Nato juntos e que é o único país que, com os misseis hipersónicos, pode atingir qualquer cidade do planeta em pouco mais de duas horas sem qualquer obstáculo ou defesa antiaérea. Mesmo alguns mais bem informados, à pala do que não podem provar e da instituição do medo (o perigo de a Rússia avançar sobre a Europa depois da Ucrânia) e que é uma mistificação barata das intenções e objetivos explícitos no início da invasão por Peskov, apoiam o prolongamento da guerra até à mais que previsível WW3. Não me admira este tipo de pensamento em oportunistas, situacionistas, superficiais e pro fachos que por aí peroram. Já me custa que pessoas com conhecimentos (?), algumas que se dizem de esquerda, embarquem na narrativa oficial e quase única de que isto começou em 24/02/22 e que só termina com a vitória militar de um dos lados.

E depois essa gente chama de putinistas e até comunistas (vejam a ignorância), a quem se insurge contra o prolongamento indeterminado destes massacres.

A maioria destes “warmongers” de segunda, apenas mostra a sua desonestidade intelectual e afiliação comprometida com quem lhes paga os serviços. Os onze princípios de manipulação ensinados por Goebbels são bem aplicados por esta gente e modelam a opinião pública à medida dos interesses dos poderes do momento.

Os interesses americanos e os imperialismos.

Os americanos já atingiram os seus principais objetivos com esta guerra, a saber: passaram a ser os principais fornecedores de gás à Europa, substituindo a Rússia; resolveram a crise interna da indústria de armamento e da sua economia e simultaneamente enfraqueceram a Rússia e a EU, retirando-lhes qualquer protagonismo concorrencial, tanto nas áreas económica ou da geopolítica.

Os “warmongers” no geral e os interesses americanos sempre estiveram de mãos dadas, para além das direitas liberais, com certa dita esquerda organizada em partidos, PS incluído. Do BE nem se fala. Depois daquela ovação de pé ao comediante, parece que a guerra não lhes diz nada. Nem a guerra nem a autodeterminação de povos massacrados (neste caso os povos eslavos do Donbass). A eles e a muita gente que assobia para o lado, não convém comprometerem-se com posições fora das grandes maiorias de opinião. “Há que conter o imperialismo russo” dizem eles. O outro imperialismo, aquele que detém 750 bases militares fora dos EUA em 80 países, esse há que apoiar e desculpar qualquer coisinha que façam pelo mundo fora, como por exemplo as intervenções no Iraque, Síria, Afeganistão, Jugoslávia, etc. Para não falarmos do que se passa na atual Palestina e do apoio total a Israel.

NATO hosts meeting of G7 Leaders
Official family portrait

Os “warmongers” que convidam o Zelensky para congressos e parlamentos são os mesmos que aceitaram passivamente e ainda justificam todas as ações terroristas e belicistas patrocinadas por países protegidos pela bandeira da NATO e subservientes aos EUA.

Os “warmongers” desmascarados!

Os belicistas ocidentais ficaram agora oficialmente desmascarados com a confirmação de Ângela Merkel sobre a má-fé com que os acordos de Minsk (2014/15) foram aprovados e seguidos pela Ucrânia e Ocidente [3]. Esses acordos que previam a paragem dos bombardeamentos ucranianos e da guerrilha separatista no Donbass, com a progressiva autodeterminação dos povos russófonos dessas regiões, não passou então de um embuste perpetrado para dar tempo à Ucrânia para ser armada e preparada para esta guerra. Guerra esta que, em 2019, foi desenhada e justificada pela Rand Corporation (task force de apoio à administração dos EUA) no documento agora público: “Extending Russia: Competing from Advantageous Ground”[4]  e que tem sido a “Bíblia” e o guião da estratégia americana no plano de enfraquecimento da Rússia.

Os “warmongers” que alimentam e organizam a guerra contra a Rússia na Ucrânia, nem escondem os objetivos com que iniciaram todo o processo desde 2014: o enfraquecimento russo e a eliminação de uma concorrência planetária, em termos estratégicos e comerciais, como tem sido dito pelos principais responsáveis americanos (Loyd Austin e Anthony Blinken). [5]

Os “warmongers” e os negócios.

Os “warmongers” negam tudo o que possa ser entendido como possibilidade de a Ucrânia não ter êxito sobre a Rússia. Para eles a guerra só deve terminar com a humilhação dos russos. Até lá o mundo ocidental, tal como é por eles visto, isto é, cerca de 20% dos países e da população do planeta, deve continuar a enterrar recursos e a provocar crises económicas e sociais na UE, ao mesmo tempo que vai resolvendo os problemas internos dos EUA.

Além de belicistas, estes manipuladores de consciências e instigadores de morticínios, são, simultaneamente, agentes de negócios a trabalhar para as grandes multinacionais. A destruição da Ucrânia é um filão de oportunidades proporcionado pela reconstrução e pelo reequipamento militar e tecnológico e isso já foi assegurado pela entrega de toda a gestão desses investimentos à Black Rock (EUA). Essa multinacional que é a maior empresa de investimentos e a maior gestora de ativos do mundo negociou com Zelensky a coordenação dos investimentos públicos e privados no pós guerra[6]. Por alguma razão os congressistas americanos (80% são multimilionários) aplaudiram freneticamente o comediante na sua recente visita a Washington. O futuro deles e da economia americana estão assegurados…

Censura, a principal arma dos “warmongers”.

Os que prepararam esta guerra (EUA/NATO/EU) sabem bem que só a conseguem justificar perante as massas e manter a sua continuidade com um forte controlo sobre a informação. Os “warmongers” (os de primeira e os de segunda) também sabem que a Ucrânia há muitos anos que não é uma democracia. É um estado empobrecido, de partido único, onde jornais da oposição e partidos políticos foram ilegalizados [7] e em que, recentemente, Zelensky assinou uma lei que deu ao seu governo poderes para restringir os media, bloquear sites e ordenar a censura pura e dura. [8]

Sabem, mas não podem divulgar, que muitos hotéis e blocos residenciais civis em Kiev e nas principais cidades ucranianas, estão ocupados por centenas ou até milhares de instrutores (?) e inspetores ocidentais[9] que apoiam e são imprescindíveis para manter o exército ucraniano ativo. Depois há quem se admire serem alvo de bombardeamentos russos. A NATO pode ainda não ter as botas na Ucrânia, mas já lá anda de pantufas desde 2014.

A racionalidade com base nos factos.

Em contraponto aos guerreiros das redes sociais e de chinelos (quase de certeza que muito poucos alguma vez calçaram botas da tropa…) que acreditam em tudo o que passa na comunicação social “mainstream”, há os que tentam colocar um pouco de racionalidade nas opiniões e na análise dos factos. Sou dos que anteveem um desastre para a humanidade, caso esta guerra não seja parada a tempo. Conhecendo o poderio bélico e a grandeza económica da Rússia, bem como o nível de apoios internacionais que tem (BRICS, África e Sul Global) e o passado e capacidade de sofrimento em guerras anteriores, é de extrema insensatez não atender aos avisos já amplamente expressos sobre as linhas vermelhas que o ocidente não pode ultrapassar.

Não é fácil nem isento de contrariedades reputacionais quando não se está alinhado com as narrativas oficiais que, por mais evidências que se apresentem e à falta de mais argumentos, vão dar invariavelmente aos dois bordões dos seus discursos: “Há um invasor e um invadido” e “Putin é um ditador e assassino”. Como se isso não fossem evidências conhecidas e também aplicáveis a outros conflitos mas com outros protagonistas. Evidências que em nada contribuem para discutir o início ou o fim da guerra, ou a sua compreensão, mas que são usadas pelos que concordam com a continuação da matança e a destruição de um país.

Os “warmongers” alimentam guerras, aproveitam-se das desgraças alheias e provocam milhares de mortos, pena é que, por causa deles, os nossos filhos e netos podem ter um futuro próximo bem negro. E não será por causa das alterações climáticas.


[1] https://www.youtube.com/watch?v=WV9J6sxCs5k

[2]:https://www.rand.org/content/dam/rand/pubs/research_reports/RR3000/RR3063/RAND_RR3063.pdf

[3] https://horadopovo.com.br/confissao-de-merkel-sobre-farsa-nos-acordos-de-minsk-e-assustadora-diz-lider-austriaco/

[4]: https://www.dn.pt/internacional/russia-apresenta-as-condicoes-para-parar-a-invasao-a-ucrania-14656801.html

[5] https://www.bbc.com/portuguese/internacional-61229275

[6] https://www.cnbc.com/2022/12/28/zelenskyy-blackrock-ceo-fink-agree-to-coordinate-ukraine-investment.html

[7] https://www.npr.org/2022/07/08/1110577439/zelenskyy-has-consolidated-ukraines-tv-outlets-and-dissolved-rival-political-par

[8] https://www.nytimes.com/2022/12/30/world/europe/zelensky-journalism-law-free-speech.html

[9] https://www.nbcnews.com/news/us-news/us-military-inspectors-ukraine-keep-track-weapons-equipment-rcna54891


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31 pensamentos sobre “Os “warmongers” e a guerra na Ucrânia 

    • Uár mônguer, porra!
      Neste caso, pouco me incomoda a expressão, mas faça um passeio pela Baixa /Chiado, olhe para as montras, para os nomes das lojas, restaurantes, anúncios publicitários, etc e vai ver que não passamos de uma colóniazeca anglo saxónica.

    • Texto excelente, dos melhores dos últimos tempos aqui na EstátuaDeSal.

      Faltou analisar também os warmongers que na Rússia pedem a Putin para terraplanar Kiev e só parar quando Odessa voltar a ser Russa, ou que estão constantemente a salivar com a possibilidade de um Sarmat com ogivas nucleares tirar do mapa umas quantas capitais dos países da NATO.

      Mas percebo a ausência desta parte, afinal é no “nosso” regime que os warmongers estão no poder, enquanto na Rússia está o Presidente que mais defendeu os acordos de PAZ de Minsk e se mostrou disponível para negociar desde o primeiro dia da intervenção militar, necessária e justificadíssima para parar os bombardeamentos UkraNazis contra os civis do Donbass (facto que consta dos relatórios da OS E omitidos pela máquina de propaganda do regime genocida ocidental), e para preemptivamente evitar uma invasão da Crimeia, tantas vezes ameaçada por Zelensky e companhia ANTES de 24-Fevereiro-2022.

      Quanto aos anglicismos, patéticos quando substituem palavras comuns portuguesas, também me irritam, e só dá vontade de responder como num velho sketch (olha outro, que originou o desuso da palavra rábula) dos Gato Fedorento dos tempos da SIC Radical, com um: andas a levar um encorning, óh filho da puting.

      Mas neste caso apreciei o uso repetitivo de warmonger, até porque a tradução portuguesa não é uma palavra ou expressão comum, nem tem o mesmo impacto. E ainda porque toda esta mentalidade e propaganda dos warmongers tem exatamente origem nos anglo-saxões, a quem os “líderes” e “elites” europeus prestam vassalagem.

      Warmonger = belicista: aquele que defende ou tenta provocar a guerra.

      Convenhamos que não é comum usar esta palavra em Português, que a versão inglesa tem mais impacto nem que seja por ainda ter lá o “war” enquanto a nossa não tem lá a “guerra”, e que o seu significado ganha todo uma outra dimensão quando se usa a versão inglesa em vez da portuguesa.

      Já alguém alguma vez viu um Europeu belicista nestas últimas décadas que não fosse também um USAtlantista?
      Pois então, pelo uso mais comum da palavra em inglês, e pelo duplo sentido que o seu uso aqui tem (ou seja, define os avençados ou fans fanáticos e/ou tresloucados do império anglo-saxão), justifica-se totalmente o uso da palavra warmonger.

      * OK, agora vou fazer o posting do meu comment, e espero que façam like e dêem muitos clicks e views a este blog na internet. Tenho de fazer logout pois não posso continuar online a distrair-me, nem com Tweets nem Facebooking e muito menos com selfies no Insta. E convém colocar a smart TV também em standby, para não ser tentado pelo reality show Big Brother, nem pelo streaming da Netflix. Tenho uma deadline a cumprir e o debugging não se faz sozinho. Preciso do mindset certo para me concentrar no brainstorming. Talvez faça jogging ou talvez tome o brunch primeiro, gosto muito de um Mac com ketchup, que até deixa água na boca só de ver o marketing. Espero ter lugar no parking, cuja entrada fica ao lado do sinal Stop. Vou levar a minha Pick-up Ford cujo leasing ainda me pesa no budget, ou levo antes o Jeep? E nem falo no renting do meu flat. Por falar em casa, já tenho saudades de Portugal, se calhar vou numa lowcost até lá. Pena que não sirvam Porto vintage nem cocktail nesses voos, bebo antes uma Coca-Cola ou Pepsi. Faço o check-in amanhã, depois de comprar o ticket via home-banking no browser do meu smartphone. Quando chegar a Lisboa vou a um Sunset, depois a uma girls’ night, e por fim a um after hours cujo DJ tem uma playlist bestial. Bebo uns shots, flirt com umas babes a ver se get lucky, e se não tiver sorte vou a um strip club para uma lapdance.*

      Puting-que-pariuing, já fomos colonizados e nem demos conta!

      • “OS E” –> OSCE
        Organização para a Segurança e Cooperação na Europa

        Tinha uma Missão de Monitorização do conflito da Ucrânia, no Donbass.

        Tinha.

        Como alguém escreveu antes, a OSCE, da cooperação e facilitação da paz, está morta.
        Agora vive apenas a NATO, e isso diz tudo sobre as reais intenções do regime genocida ocidental.

      • Pode ser um preciosismo, mas belicista tem lá o “guerra”, se considerarmos o nosso original latim ( bellum=guerra ), que acaba por nos estar mais próximo que o germanico “war”.

  1. “Não é fácil nem isento de contrariedades reputacionais quando não se está alinhado com as narrativas oficiais que, por mais evidências que se apresentem e à falta de mais argumentos, vão dar invariavelmente aos dois bordões dos seus discursos: “Há um invasor e um invadido” e “Putin é um ditador e assassino”. Como se isso não fossem evidências conhecidas e também aplicáveis a outros conflitos mas com outros protagonistas. Evidências que em nada contribuem para discutir o início ou o fim da guerra, ou a sua compreensão, mas que são usadas pelos que concordam com a continuação da matança e a destruição de um país”.

    “Os “warmongers” alimentam guerras, aproveitam-se das desgraças alheias e provocam milhares de mortos, pena é que, por causa deles, os nossos filhos e netos podem ter um futuro próximo bem negro. E não será por causa das alterações climáticas”.

    O MAL, está sempre do lado DE CÁ ! Do lado DE LÁ, onde há um país que brutaliza, prende, tortura e assassina (também) o seu Povo, que quer transformar o seu imenso território num imenso Gulag, está tudo bem, “na Paz do Senhor…PUTIN”…

    OS “HERÓICOS WARMONGERS PACIFISTAS” de sofá e de chinelos, alguns, porventura com botas da tropa, que apelam sem pudor a que a Ucrânia, se submeta humildemente e sem ajuda a um invasor com um imenso potencial bélico, culpam a Europa, o Ocidente, a NATO, os EUA.

    PERGUNTO : O que é que estes “valentes pacifistas”, sugerem, se, por exemplo, o pequeno Portugal, fosse invadido, destruído por um qualquer invasor ? Esses patriotas o que sugeririam ?

    Que fôssemos destruidos pacíficamente, sem ajuda das forças da Comunidade Europeia, da NATO, dos EUA ?

    PERGUNTO : O que teria sido da Europa (a URSS incluida apesar do vergonhoso Tratado de não agressão Molotov-Ribbentrop) se, já invadida largamente (Polónia, França, Holanda), pelos exércitos nazis na II Guerra Mundial, com a indiferença dos EUA, que se recusavam a entrar nela, até serem traiçoeiramente atacados em Pearl Harbour ?

    Com o Reino Unido vencido e a sua RAF dizimada pela Luftwafe, com os países do Eixo (Alemanha, França e Japão) aliados, o que seria da Europa exaurida, se não fosse a entrada dos Estados Unidos na guerra na Europa, com milhares de vítimas americanas ?

    A NATO, foi constituida em 1949, face às possíveis agressões do Tratado de Varsóvia, numa Europa largamente destruída e dividida pela guerra-fria !

    Oh ! Problema nenhum. Os “heróicos pacifistas de sofá e chinelos”, continuam… “NA DELES”!

    CONFORTÁVEIS, O SOFÁ E OS CHINELOS ! NÃO ?

    • “O que teria sido da Europa…?”
      Teria sido mais difícil e teria levado mais tempo a vencer os nazis, e teria a Europa precisado mais da URSS para os vencer. Mas tenho a certeza que, hoje, a Europa seria um continente mais estável e mais democrático. Um continente onde haveria mais solidariedade, quanto mais não fosse pela dificuldade e entre-ajuda que teria sido necessária para vencer aquelas bestas.
      Mas a sua pergunta pode ser feita ao contrário: o que teria sido da Europa sem a ajuda da URSS na luta contra os nazis? De que lado morreram mais: americano ou soviético? Quem ganhou mais com a participação na guerra, os americanos ou os soviéticos?

      Os soviéticos, hoje Rússia, fazem parte da Europa. A Rússia é, aliás, o maior país da Europa.
      Os americanos não são europeus, mas têm mais bases militares e armamento na Europa do que na própria América. Nada foi feito ao acaso, do lado dos americanos. Pearl Harbour não foi a causa, foi apenas o fósforo.

      • A transcrição da minha pergunta está incompleta .- Completa é assim : O que teria sido da Europa (a URSS incluida apesar do vergonhoso Tratado de não agressão Molotov-Ribbentrop) se, já invadida largamente (Polónia, França, Holanda), pelos exércitos nazis na II Guerra Mundial, com a indiferença dos EUA, que se recusavam a entrar nela, até serem traiçoeiramente atacados em Pearl Harbour ?

        E a URSS, depois de ser invadida pela Alemanha nazi, traído que foi o Tratado de não Agressão Germano Soviético (porquê este Tratado, com uma Europa a ser dizimada? Seria que Estaline, esperava a sua destruição e anexação completa, para depois dividirem entre si os despojos ? Não sei ! Mas sei (é da História), que foi no Inverno Soviético, que a Alemanha, começou a ser derrotada…)

        E depois, a URSS, também colaborou, com os seus exércitos, na libertação da Europa . Mas o que (também) não sei), e creio que nunca saberei, é se “hoje, a Europa seria um continente mais estável e mais democrático. Um continente onde haveria mais solidariedade, quanto mais não fosse pela dificuldade e entre-ajuda que teria sido necessária para vencer aquelas bestas”.

        O comportamento da URSS nas invasões da Hungria, Polónia e Checoslováquia, pelas tropas do Pacto de Varsóvia para reprimir os anseios de liberdade dos seus Povos, além da submissão canina da Alemanha Oriental, através do Estado policial de Erich Honecker e da sua polícia política (a Stasi, à semelhança da KGB de que Putin, foi oficial superior…). Após a queda do Muro de Berlim, a desagregação progressiva do Bloco Soviético, é História conhecida e consabida.

        Pois Putin, o que está a fazer, é uma tentativa de reconstituição, custe o que custar, do Bloco Soviético… E para mim, é incompreensível que os doutos “warmongers”pacifistas, (seja lá o que raio isso seja) insistam em fazer de um vilão…um “herói” !

        Os mortos entre as populações de TODOS os países envolvidos no conflito, civis e militares, foram incontáveis milhões,e é-me impossível fazer esse cômputo, que também está feito na História Mundial recente. É esta a minha resposta à 2.ª parte da sua pergunta.

    • Vai ver quando se assinou o Pacto de Varsóvia e revê essa afirmação de que a NATO contrariava possíveis ameaças do pacto… Irra, que as pessoas não querem mesmo aprender.

      Já agora, milhares de vítimas americanas ?

      Pois é, é pena que não menciones os 27 milhões de russos mortos para impedir o avanço dos exércitos nazis e o facto do Exército Vermelho ter libertado a Europa Oriental inteira e ter chegado a Berlim antes das tropas americanas.

      Para teres noção daquilo que foi a Frente Oriental, sabes quantos soldados é que Hitler destacou apenas para a Operação Barbarossa em 1941 ? Mais de 3 milhões de soldados alemães e quase um milhão de soldados de outras nacionalidades!

      Quase 4 milhões de soldados!!!!

      Sabes quantos soldados alemães tinham morrido na frente oriental no fim da guerra ? 5 milhões! 80% das perdas do exército alemão ocorreram todas na frente oriental!

      Então diz-me, por favor ? Onde esteve o perigo ?

      E tu vens falar dos americanos como se eles tivessem feito alguma coisa quando, no fundo, o fim da guerra já estava em andamento no Leste desde 1943/44 ?

      Tens noção da quantidade de soldados soviéticos que morreram APENAS na Batalha de Leningrado ?

      1 milhão de soldados!!!

      Soldados!!!! Não estou a falar de cidadãos, de pessoas comuns, de homens, mulheres e crianças! Apenas soldados!

      E tu vens falar-me do Molotov Ribentropp ?

      Tens noção de que antes da guerra, no momento em que Hitler se preparava para anexar a Checoslováquia (com a justificação da história da Sudetenland) em 1938, Stalin enviou propostas à França e à Inglaterra para, no caso de Hitler proceder à anexação, invadirem a Alemanha e travarem o Hitler definitivamente ???? E sabes o que é que os Franceses e os Britânicos disseram ?? Sabes qual foi a resposta do Georges Bonnet e do Neville Chamberlain ?

      NADA!!!! NEM RESPONDERAM A STALIN!!

      E o que é França e Inglaterra decidiram fazer em 1938 com os Acordos de Munique, no momento em que Hitler entra pela Sudetenland dentro ? Permitiram que ele anexasse a Checoslováquia INTEIRA e que o governador do Banco de Inglaterra, Montagu Norman, roubasse 27 toneladas de ouro dos cofres checos e que essas toneladas fossem usadas para financiar os exércitos nazis, cujo propósito deveria ser, primordialmente, a invasão da URSS!

      Por isso mesmo é que os “Aliados” fizeram todas as concessões e mais algumas a Hitler e por isso é que o Ministro dos Negócios Estrangeiros Francês, Georges Bonnet, surgeriu a Hitler enviar judeus para Madagáscar!!!!

      Os Aliados nunca impediram a Segunda Guerra Mundial, porque o seu objetivo era lançar Hitler contra o Leste!

      E FALAS do MOLOTOV ?? Sabes da cláusula secreta do pacto que permitia a Stalin anexar a parte oriental da Polónia, no caso de Hitler invadir, assim como os Estados Bálticos ? E Stalin assim o fez!

      E o que é que aconteceu até 1941, altura da Operação Barbarossa ? STALIN PREPAROU-SE PARA UMA INVASÃO CERTA! Porque Hitler nunca quis a paz.

      Stalin fez a paz, mesmo que momentaneamente ? Claro. E ainda bem.

      Permitiu-lhes reforçar o seu exército e preparar a população de um país com uma economia praticamente assente, até 1917, no campesinato rural (e comparável, à época, apenas ao Brasil) para uma nova guerra.

      Nos 20 anos anteriores, a URSS tinha passado por uma Revolução, Guerra Civil, sanções por parte das potências ocidentais, isolamento internacional e, nisto tudo, ainda tinha que pensar em reconstruir um país atrasado como tudo no que dizia respeito a Indústria e todo o tipo de infraestrutura!

      Portanto, ganhar tempo até era boa ideia, sabendo Stalin o que se passava na Europa Central.

      Se não o tivesse feito, a esta hora estavas a falar alemão e tinhas um quadro do velho Adolfo na sala de jantar enquanto tinhas de prestar vassalagem ao neto do Salazar!

      Fonte que explica tudo muito bem:
      http://gorhistory.com/hist111/WWII_EasternFront.html

      Por último:
      Noam Chomsky – que eu duvido que alguém vá aqui questionar como uma autoridade neste assunto – tem uma coisa muito curiosa a dizer acerca de Pearl Harbor, que é totalmente censurada pela generalidade das instituições americanas e ocidentais.

      Os Americanos estavam a preparar-se para bombardear instalações militares japonesas e instalações industriais cruciais para a economia japonesa em Cidades (!) japonesas com Bombardeiros B-25 antes de Dezembro de 1941.

      O problema é que os Japoneses souberam disto e tomaram o primeiro passo.

      Quem é que é então a “vítima” ? Ninguém. Absolutamente ninguém.

      O Japão era um potência imperial e os Americanos, os eternos neutros, os heróis do mundo, estavam a preparar-se para bombardear instalações militares japonesas e infraestrutura industrial em plenas cidades do “Império do Sol”.

      Os Japoneses estavam errados em fazer um ataque preventivo, dado que conheciam os planos dos Americanos ?

      É preciso ser-se idiota para dizer “sim”. Já para não dizer ingénuo.

      Portanto, os amantes da Liberdade e Democracia entraram na guerra porque viram uma potência que não eles a exercer controlo no Pacífico – algo que ia diretamente contra os interesses de dominação colonial e imperial dos “States”. Iam entrar na guerra por interesses puramente egoístas.

      Pois é, meu caro.

      «Noam Chomsky – “Quem Governa o Mundo ?”»

      Esta só é mesmo batida pela “Operação Mangusto”!

      Pesquisem.

      Ainda dizem que o outro era um santo.

    • Gostava também de compreender porque é que ao fim de 11 meses de conflito, vocês superficiais ainda não atinaram com a história que conduziu a este conflito ?

      É que por mais que se repita golpe de estado em 2014, grupos nazis e glorificadores de Stepan Bandera (colaborador de Hitler no genocídio de judeus polacos), Acordos de Minsk, violação desses acordos a 16 de Fevereiro por parte da Ucrânia à revelia da OSCE (aquela organização defunta e que desapareceu totalmente do mapa para nunca ser escutado o seu nome inútil uma vez iniciado o conflito) e ainda os comentários indecorosos do presidente ucraniano na conferência de Segurança de Munique, na qual afirma que a Ucrânia quer ser um estado com armamento nuclear, vocês conseguem sempre arranjar assim uns argumentos engraçados e estão sempre num rebuliço porque se recusam a aceitar que uma representante do governo dos EUA decidiu ao telefone com o Embaixador dos EUA num país dito “soberano” quem seriam os próximos governantes desse mesmo país.

      Mas será que tem noção do escândalo de toda esta história ?

      E ainda vem achar que um país que foi subjugado por interferência de potências ocidentais para promover os interesses dessas mesmas potências por procuração, todos os interesses da sua população ignorados por uma oligarquia corrupta (ao ponto da Ucrânia ser dos países mais corruptos do mundo, se não o mais – dito até pela própria UE antes do conflito se iniciar), e apoiada por outros oligarcas do ocidente, deve estar dependente da “proteção” “garantida” por mísseis que são “dados” por contratos que a Europa vai pagar aos EUA e esperar que os mesmos governantes que colocaram nazis no controlo desse inglório país sejam os seus libertadores ?

      Mas que raio de lógica é essa, homem ?

      • Mateus Ferreira

        Compreendo a TUA necessidade de esgrimir os teus “conhecimentos” e argumentos, e a extensão e prolixidade dos TEUS comentários…

        Tentas, ao transe, contrariar os meus, quando, afinal, referes o mesmo que eu, de maneira muito mais sucinta, e menos “intelectual”, escrevi !

        A SABER :

        Vai ver quando se assinou o Pacto de Varsóvia e revê essa afirmação de que a NATO contrariava possíveis ameaças do pacto… Irra, que as pessoas não querem mesmo aprender.

        NOTA- Sobre isto, e por economia de tempo e espaço, lê a minha resposta a António Helder Marques.
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        Já agora, milhares de vítimas americanas ?

        NOTA- Eu referi : “Os mortos entre as populações de TODOS os países envolvidos no conflito, CIVIS E MILITARES, foram incontáveis milhões, e é-me impossível fazer esse cômputo, QUE TAMBÉM ESTÁ FEITO NA HISTÓRIA MUNDIAL RECENTE.
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        Pois é, é pena que não menciones os 27 milhões de russos mortos para impedir o avanço dos exércitos nazis e o facto do Exército Vermelho ter libertado a Europa Oriental inteira e ter chegado a Berlim antes das tropas americanas.

        NOTA – Eu escrevi : “A URSS DEPOIS DE SER INVADIDA pela Alemanha nazi, traído que foi o Tratado de Não Agressão Germano Soviético (…) foi no Inverno Soviético que a Alemanha começou a ser derrotada…
        E (acrescento agora…) TU, SABES PORQUÊ (vem nos livros…) e é, resumidamente, o que tu contas abaixo ! MAS EU TAMBÉM NÃO O IGNORO !
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        E ESCREVES :

        Para teres noção daquilo que foi a Frente Oriental, sabes quantos soldados é que Hitler destacou apenas para a Operação Barbarossa em 1941 ? Mais de 3 milhões de soldados alemães e quase um milhão de soldados de outras nacionalidades!

        Quase 4 milhões de soldados!!!!

        Sabes quantos soldados alemães tinham morrido na frente oriental no fim da guerra ? 5 milhões! 80% das perdas do exército alemão ocorreram todas na frente oriental!

        NOTA – SIM ! EU NÃO O NEGO NEM IGNORO- Como não nego nem ignoro que o “General Inverno”, as tropas alemãs impreparadas, as populações em fuga que destruíam tudo o que era mantimentos, combustível e equipamentos, de par com a dificuldade de reposição logística, os soldados alemães exaustos, os “panzer atascados na neve e inoperacionais, e o Exército Vermelho a cavalo, recuperado anímica e psicológicamente, também contribuiram em muito, na Batalha de Moscovo, primeiro e de Estalinegrado (Ago-1942-Fev.-1943) para o começo da derrota nazi.
        E TAMBÉM ESCREVI ( de novo resumidamente… : ” A URSS TAMBÉM COLABOROU COM OS SEUS EXÉRCITOS NA LIBERTAÇÃO DA EUROPA”.
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        SIMPLESMENTE tudo que descreves em pormenor, E QUE VEM EM TODOS OS COMPÊNDIOS sobre a II Guerra Mundial, E QUE EU TAMBÉM NÃO DESCONHEÇO, TU, pesporrente e pomposamente atribuis “à minha ignorância” “…

        NÃO ! TODA A “PORMENORIZAÇÃO” não cabia, por vontade própria, no pequeno e restrito resumo do meu comentário.

        MAS, E SOBRE o comportamento da URSS nas invasões da Hungria, Polónia e Checoslováquia, pelas tropas do Pacto de Varsóvia, para reprimir os anseios de liberdade dos seus Povos, além da submissão canina da Alemanha Oriental, através do Estado policial de Erich Honecker e da sua polícia política (a Stasi, à imagem e semelhança do KGB de que Putin foi oficial superior) ?

        SOBRE ISTO, PASSASTE AO LADO DESTA HISTÓRIA AINDA RECENTE…

        E, RECUANDO NO TEMPO, o que é que a URSS, na Revolução de 1917, fez aos operários e camponeses, humildes, incultos, atemorizados ? E aos homosexuais, aos ciganos e aos intelectuais, toda a “inteliigêntzia” soviética, Escritores, Compositores, Músicos, etc. que fugiram ou foram humilhados e presos, porque gente culta, é sempre perigosa para a barbárie ? Quantos foram despojados das suas pobres famílias e parcos haveres, e mortos nos GULAGS, os campos de “reeducação pelo trabalho” escravo, que até parece que serviram de modelo aos campos de concentração nazis ?

        É SEMPRE UM ASSUNTO INCÓMODO, NÃO É ? E “normalmente” sempre negado…

    • Não é meu costume comentar o que leio na Internet. Mas quando leio certo tipo de erros, que só por si alteram todo o raciocínio que se encontra por trás, e que se tornaram de certa forma “mitos”, fruto da propaganda do tempo da “guerra fria”, não posso deixar de os corrigir.
      Da sua escrita: “A NATO, foi constituida em 1949, face às possíveis agressões do Tratado de Varsóvia, numa Europa largamente destruída e dividida pela guerra-fria !”
      Da realidade: A Organização do Tratado de Varsóvia, comummente conhecida por Pacto de Varsóvia, e denominação oficial Tratado de Amizade, Cooperação e Assistência Mútua, foi constituída em 1955 ou seja, 6 anos depois da NATO.
      Não precisam acreditar em mim. Podem consultar a Wikipédia.

      • António Helder Marques

        Sei perfeitamente que a NATO foi formada em 1949, e o Pacto de Varsóvia em 1955 !

        Pensava que era do conhecimento mínimo comum , exigível, para quem vem aqui perorar sobre questões de Cultura Histórico-Política !

        A Europa (ocidental) e os EUA uniram-se na criação de um organismo de interajuda (a NATO…) em 1949, na defesa dos seus países membros, perante uma eventual ameaça soviética.

        O Pacto de Varsóvia, assinado 6 anos depois, em 1955, foi um Tratado militar, tal como a NATO, durante a Guerra -Fria e com objectivos semelhantes.

        Porém, após a queda fortuita, inesperada, do Muro de Berlim, a sequente desagregação da União Soviética (cujo objectivo do Putin é a sua reconstituição, custe oque custar…) ditou o fim inexorável do Pacto de Varsóvia, enquanto a NATO se mantém com os mesmos objectivos face à novas ameaças putinianas.

        Não é por acaso que países como a Suíça, a Suécia, a Finlândia, entre outros, tradicionalmente relapsos à NATO, se apressaram agora, a ela aderir.

        De qualquer modo, agradeço a sua resposta, e compreendo a sua necessidade de, na dúvida, esclarecer as coisas ! Obrigado.

  2. Como observador da história tenho outros argumentos..

    Os Bolcheviques fundaram a Ucrânia moderna.
    Há 20 milhões de russos de etnia russa na Ucrânia
    nas fronteiras definidas por Lenine..

    A Ucrânia não tem existência histórica ..
    A Ucrânia é uma construção artificial.

    kharkiv ,a cidade foi a capital da República Socialista Soviética Ucraniana de 1917 a 1934. Naquela altura..

    No decurso da história, várias cidades também tiveram este estatuto.

    859 a 882: Novgorod.
    882 a 1169: Kiev.
    1169 a 1327: Vladimir.
    1327 a 1547: Moscovo.
    1547 a 1712 : Moscovo.
    1712 a Março de 1917: São Petersburgo.

    O termo “Kievan Rus” foi cunhado na historiografia russa do século XIX para se referir ao período em que o centro se situava em Kiev.

    Uma constante na política anglo-americana é separar as potências da Europa Ocidental, especialmente a França e a Alemanha, da Rússia e das suas reservas, a fim de evitar um irresistível bloco de poder geopolítico e civilizacional eurasiático, que varreria ou pelo menos reduziria a talassocracia anglo-saxónica.
    Este é O ponto crucial de todo o caso, mesmo que existam obviamente outras razões.

    Os seus interesses são muito mais preciosos para eles do que as suas alianças,onde o ano 2023 vai ser estaladiço e cheio de voltas e reviravoltas.

    Já em 2015, George Friedman, um conselheiro da Casa Branca, explicou porque é que eles (os EUA) organizaram esta guerra na Ucrânia: para separar a Alemanha e a sua tecnologia da Rússia e das suas matérias-primas porque unidos são a única força que poderia “ameaçar” a hegemonia dos EUA.
    https://www.youtube.com/watch?v=QeLu_yyz3tc

    O Ocidente criou um problema para si próprio: Apenas, mais uma “ideia” sobre a atitude americana: Não é a única mas … Os EUA sempre precisaram de um “inimigo”, é mesmo o seu modus operandi. Apesar das advertências de Eisenhower sobre o complexo militar-industrial, vejam os números dos orçamentos militares em 2021:
    França: 56,6 mil milhões de dólares
    Rússia: 65,9 mil milhões de dólares
    Reino Unido: $68,4 mil milhões
    Índia: 76,6 mil milhões de dólares
    China: 293 mil milhões de dólares
    Estados Unidos: 801 mil milhões de dólares!
    Se isso não levantar quaisquer questões… Temos de vender a conta àqueles que pagam impostos, certo? A Rússia tem aproximadamente a dimensão da Arábia Saudita, por isso quando se vêem os suecos a correr para a NATO por medo de serem atacados pelo ogre Putin quando nem sequer têm os meios para resolver o problema da Ucrânia… Vamos ser um pouco sérios.

    Quanto às armas,
    os americanos não conseguem fornecer um fornecimento de armas que possa mudar a situação (os oficiais superiores americanos estão alarmados com o estado dos stocks de armas), muito menos países como a França, que tem apenas alguns dias de munições (e deu apenas alguns canhões e porta-aviões blindados que estão atolados).

    Dinheiro suficiente?
    Para quê?
    Para enterrar o exército russo em dinheiro?
    Ou para arruinar e escravizar ainda mais os generosos “doadores” (pessoas que nunca foram consultadas), enriquecendo no processo a grande criticidade, as máfias e as de colarinho branco…

    A realidade é que a Nato não conseguiu sangrar a Rússia, mas a economia europeia está em vias de entrar em colapso (e as exportações de gás dos EUA estão a explodir…), e as relações estreitas com a Rússia são inconcebíveis para os próximos anos (para a classe política às ordens e aos apelos dos americanos)

    Fala-se de 100.000 perdas de ambos os lados nesta tragédia e o que é que ele inclui? É preciso ter cuidado com os números: mesmo na guerra de 2014 não conseguimos elucidar o verdadeiro total das perdas (guerra, acidentes, doenças…). Obviamente, também não tenho nenhuma informação fiável sobre o assunto, para além da minha análise pessoal em relação ao que posso ver do conflito, mas 100.000, se é uma questão de mortes, ainda é realmente enorme!

    O núcleo do problema actual na Ucrânia foi a intervenção da Rússia para proteger a Síria em Agosto de 2013, que creio ter começado tudo: imediatamente “Maidan” teve início em Setembro de 2013 e foi construída até uma mudança radical de regime pronta para expulsar a Rússia do porto militar de Sevastopol (Crimeia) onde os seus navios militares poderiam ancorar e apoiar a ofensiva na Síria. A mudança política na Ucrânia foi dirigida à Crimeia, o que explica a rapidez com que os russos tomaram a Crimeia.

    Creio que a agressão russa em 2022 tinha por objectivo evitar outro grande ataque ucraniano à Crimeia e aos Estados insurgentes de Donestk e Lugansk. Até à intervenção da Rússia em Syrrea, era antes o Irão com a Síria que estava na mira do Ocidente e impedir o Ocidente de levar a cabo o seu plano no Médio Oriente contra a Rússia, que se tornou o inimigo a ser destruído (pelo menos para os Democratas dos EUA desde Agosto de 2013).

    O pior é para as populações civis de ambos os lados, bem como para os militares de ambos os lados, nenhum dos quais queria esta guerra nem teve de ser removido, capturado, ferido ou morto por decisões políticas…

    E os europeus da UE nada deveriam ter a ver com esta guerra EUA/Rússia, e recusar-se a ser arrastados para ela, mesmo que a França e a Alemanha sejam os principais responsáveis pela sua incapacidade de intervir para fazer cumprir os Acordos de Minsk, que são completamente vinculativos para eles.

    Penso que Putin não tenha nascido do nada.

    Mesmo antes do livro de Brzezinski, “The Grand Chessboard” (1997), o interesse dos americanos era claro; para evitar a emergência de uma potência insuperável, a Europa “de Brest a Vladivostok” do General de Gaulle, com de um lado capital e mão-de-obra qualificada, e do outro, matérias-primas e um enorme mercado (e uma base de produção com baixos custos salariais)
    Nem os EUA nem a China combinam estas vantagens.

    O Iraque foi obviamente um aviso à Rússia, mas foi a anexação do Kosovo pela Nato que sinalizou que o confronto era inevitável…

    A propósito, é bastante curioso que ninguém se lembre de um dos episódios da guerra contra a Sérvia, quando em Junho de 1999 um destacamento de pára-quedistas russos, que fazia parte das forças da Nato na Bósnia (SFOR encarregada de fazer cumprir o Acordo de Dayton), apreendeu o aeroporto de Pristina, no Kosovo, ao ultrapassar um destacamento do exército britânico (da KFOR).

    A Rússia, em plena desintegração económica, não conseguiu consolidar esta “base” face aos objectivos expansionistas da Nato e foi forçada a abandonar a Sérvia.

    Desde então, o Putin tem preparado pacientemente e conscienciosamente a Rússia para novos confrontos com a Nato.

    Quem está a planear instalar a nova ordem mundial?

    O Brics e o Ocidente. O Ocidente quer um mundo unipolar onde um império domine o mundo com um governo mundial. Os Brics querem um mundo MULTIPOLAR onde várias moedas locais para o comércio e o surgimento de vários PODERES..

  3. Sabes, José Peralta, tu é que o pediste, portanto depois não te venhas queixar…

    Eu vou escrever a minha resposta aqui de modo a que a leitura fique mais fácil, em vez de ser uma coluna vertical ilegível. Peço desculpa pelo tamanho da mesma, mas é impossível fazê-lo de outra forma por razões que explico abaixo.

    Antes de começar, quero esclarecer algo que é muito importante. Nunca houve, até hoje, um governo ou estado comunista. E não pode existir por definição. Comunismo é uma sociedade sem dinheiro, sem Estado e sem classes. Aquilo a que nos referimos, quando falamos de URSS ou qualquer país de índole “comunista”, é Socialismo. Tendo isto esclarecido, comecemos.

    Em primeiro lugar deixa-me dizer-te que fui aos meus comentários originais e em nenhum deles eu vi escrito que atribuía algo à tua ignorância, como, pelo contrário, tentas atribuir esse comentário a mim… Portanto, já se percebeu que tu não és nada entendido em manipulação tóxica – “gaslighting” como se diz.

    «Com o Reino Unido vencido e a sua RAF dizimada pela Luftwafe, com os países do Eixo (Alemanha, França e Japão) aliados, o que seria da Europa exaurida, se não fosse a entrada dos Estados Unidos na guerra na Europa, com milhares de vítimas americanas ?» aqui tens, palavra por palavra, o que escreveste e ao que eu me estava a referir.

    Podes mencionar as mortes de TODOS os países da Europa, mas acabas por escrevê-lo de uma maneira em que não mencionas qual foi o impacto desses países (neste caso, a URSS) no esforço de guerra, tudo apenas para demonstrar que os americanos foram os heróis que resgataram a Europa à custa de milhares de vítimas, arrogando-te até esta sobranceiríssima pergunta « o que seria da Europa exaurida, se não fosse a entrada dos Estados Unidos na guerra na Europa, com milhares de vítimas americanas ?», tornando os americanos numa espécie de mártires bem-intencionados – em oposição aos milhões de soviéticos que, efetivamente, libertaram a Europa e que foi aquilo que eu quis reforçar no meu comentário.

    Por outro lado, eu não tenho necessidade absolutamente nenhuma de esgrimir conhecimentos (como já vais perceber), mas, quando um energúmeno como tu se vem atrever a criar teorias que pretendem diabolizar estados e governos (sejam eles quais forem), baseando-se em informações incompletas/falsas e narrativas maniqueístas construídas ao longo de décadas de campanhas de propaganda com o intuito de enganar as pessoas, eu sinto necessidade de “esgrimir conhecimentos” e escrever um comentário prolixo, como dizes, porque essa é a única forma de repor a ordem dos factos, perturbada por um qualquer imbecil.

    Tu podes refugiar-te por detrás da tua justificação de que está tudo no cômputo da História, que é tudo do conhecimento geral, que tu não desconheces os factos que enumerei e que o teu comentário era um resumo de todos esses factos…

    Mas a verdade é que tu os ignoraste propositadamente porque não os enunciaste no teu comentário original, nem sequer os mencionaste ao de leve, chegando a pronunciar coisas que iam totalmente contra os mesmos para depois arranjares justificações deslavadas de que «referes o mesmo que eu, de maneira muito mais sucinta, e menos “intelectual”…», acusando-me de intelectual (como se isso fosse uma coisa má neste tipo de questões, em que a correção é uma coisa absolutamente necessária), ou pior ainda, quando, em resposta à tua ideia esquizofrénica de que a NATO foi criada para travar ameaças de um pacto militar que só iria ser fundado 6 anos depois, vens dizer:

    «Sei perfeitamente que a NATO foi formada em 1949, e o Pacto de Varsóvia em 1955 !

    Pensava que era do conhecimento mínimo comum , exigível, para quem vem aqui perorar sobre questões de Cultura Histórico-Política !».

    (Ainda dizes que eu é que sou prolixo ?)

    Aparentemente, não é do teu conhecimento mínimo comum, exigível para quem vem aqui perorar sobre questões de Cultura Histórico-Política, uma vez que, originalmente, escreveste «A NATO, foi constituida em 1949, face às possíveis agressões do Tratado de Varsóvia, numa Europa largamente destruída e dividida pela guerra-fria !».

    Se conhecias estas informações de facto (incluindo as mortes do lado soviético e o seu impacto na guerra), omitiste-as propositadamente de modo a construíres uma narrativa diabolizadora quer de Stalin, quer da URSS nas tuas incansáveis e repetitivas menções ao Pacto Molotov-Ribbentrop, tentando retratar e equiparar Stalin a um nazi por ter negociado uma paz temporária para se preparar para uma invasão certa e depois vires dizer que ele queria “dividir os espólios” com Hitler – francamente, homem… Tens noção do quão absurdo isto é ? -, sem te dares ao trabalho de explicar o porquê, em primeiro lugar, da existência de tal pacto (o que levou a ele, o que aconteceu aquando da sua implementação e o que aconteceu quando a Alemanha nazi o quebrou), ignorando ainda a História e os factos relativos às atitudes cúmplices e promíscuas dos Aliados e que permitiram que Hitler procedesse à invasão e conquista da Europa, tudo para poderes colocar a questão em termos heróicos: “o que seria da Europa sem os Americanos ?”.

    Seguidamente, a tua justificação de que «E TAMBÉM ESCREVI ( de novo resumidamente… : ” A URSS TAMBÉM COLABOROU COM OS SEUS EXÉRCITOS NA LIBERTAÇÃO DA EUROPA”.» é muito fraca, porque não fazes uma comparação efetiva, assente em números, daquilo que foi o esforço da URSS na libertação da Europa contra o nazismo.

    Quando tu não mencionas que 80% das perdas do exército alemão ocorreram todas no Leste e deveram-se todas ao Exército Vermelho e quando mencionas que a «URSS TAMBÉM COLABOROU» estás a menorizar aquilo que foi feito por milhões de soldados e a colocar o esforço de um povo que perdeu 27 milhões de pessoas na guerra ao mesmo nível do exército que perdeu cento e pouco mil homens e que chegou à guerra quando ela estava praticamente ganha.

    Quando dizes “também colaborou”, estás a assumir que o esforço soviético não foi o impulso efetivo que conduziu à derrota do nazismo.

    Seguidamente, não basta dizer que a derrota nazi no Leste se deve ao «General Inverno», como lhe chamas, ou a uma série de outros fatores.

    Pelo menos, não se pode afirmar isso com o intuito de desvalorizar o esforço dos soldados que combatiam e que repeliram sucessivamente o avanço dos exércitos de Hitler.

    E digo isto porque instituis aqui um duplo-padrão para avaliar os efeitos dos diferentes lados, a ver: por um lado, o «General Inverno» foi o responsável por derrotar os nazis (e não os soldados soviéticos), mas por outro, quando falas da Batalha das Ardenas (que deves falar e não é pouco) já aí os Americanos foram uns Aquiles que enfrentaram o Inverno, a falta de mantimentos/munições/equipamento/reforços e não foi o Inverno que derrotou os alemães, mas um grupo de soldados esfomeados…

    É uma dualidade que não ajuda ninguém.

    E antes que venhas reclamar com o caps lock a fundo, eu sei que não falaste das Ardenas no comentário original. Mas é um exemplo que uso para que compreendas a dualidade de critérios na tua avaliação dos méritos da conquista dos soviéticos a Leste, que reduzes a um comezinho “também colaborarou”, ao invés de “a URSS libertou a Europa” – uma vez mais, tudo resultado de dezenas, se não centenas, de filmes sobre o esforço de guerra americano e… quantos sobre os soviéticos ?

    Já agora, porque é que os Americanos não libertaram Portugal e Espanha ?

    Avançando.

    Depois ainda tentas pintar a URSS como um “regime” (é engraçado, como diz Michael Parenti, que no Ocidente nós tenhamos “governos”, mas noutros sítios só há “regimes” – deste lado é que está a civilização) com intenções maliciosas, dizes (e de forma totalmente falsa e manipaludora) que a NATO foi criada para contrariar eventuais ameaças do Pacto de Varsóvia (quando ele ainda nem tinha sido criado na altura, algo que foi corrigido por duas vezes e que, uma vez corrigido, tu vieste de mansinho ver se conseguias corrigir a grandessíssima patranha e afirmar que, afinal, era para travar uma ameaça soviética quando essa também nunca existiu), e todo este discurso convenientemente alinhado com a propaganda recente de que a Rússia é uma ameaça para a Europa quando, na verdade, os EUA são uma ameaça para o planeta, dado que, a título de exemplo, são a única potência nuclear que alguma vez se serviu desse tipo de armamento contra um povo que, se já não tinha, ia render-se.

    Nem vou falar das dezenas de golpes de estado que os EUA armaram no planeta desde muito antes de 1939.

    Quanto aos povos que anseiam pela Liberdade, vamos a isso, mas antes deixa-me dizer o seguinte: o problema – e isto que fique registado na Estátua de Sal, embora eu saiba que muita gente tem consciência disto, mas este é o problema que leva a que pessoas como Francisco Fortunato se questionem como é que operários jovens apoiam o Chega – é que alguém munido de um telemóvel, sem conhecimentos de História, totalmente propagandeado e não interessado em deixar de estar propagandeado, diz uma mentira num parágrafo e uma pessoa que queira corrigir essa mentira tem de escrever um texto com 10 parágrafos ou mais para deixar a explicação completa e uma exposição escorreita de todos os factos em torno de um acontecimento.

    Costuma-se dizer que uma mentira contada num minuto demora 10 minutos a ser refutada.

    O problema é tentar discutir seja o que for, partindo da propaganda que nos é alimentada e esperar que isso vá trazer qualquer tipo de resultado.

    O problema é esperar ter discussões sérias que façam avançar as sociedades humanas e valores como a compaixão, a solidariedade ou o entendimento quando somos incapazes de olhar para História sem ser pelas lentes das notícias que nos são servidas numa bandeja pela Imprensa Liberal – e eu digo liberal porque estou a marimbar-me para Liberais Americanos ou Republicanos, já que são todos iguais por serem todos liberais de valores e ideologia.

    A mim, o que me interessa, é discutir os méritos de um sistema, o Liberalismo no caso do último parágrafo, e não os méritos da propaganda que me vendem acerca desse sistema – o mesmo aplicando-se ao Socialismo.

    O problema é que, como somos incapazes de discernir o que é propaganda e o que é verdade acerca da antiga URSS, seremos sempre incapazes de discutir quais foram os seus méritos e quais foram as suas falhas… E como tal, andaremos sempre às turras, aos murros, aos comentários inflamados como eu os escrevo, e aos insultos uns aos outros…

    Quando tudo o que se faz é discutir mentiras, propaganda e opiniões políticas fundadas em falsidades, a violência, o engano e a divisão vão estar sempre presentes. Quando pudermos olhar para o passado com correção, aí, sim, estaremos em posição de determinar o nosso futuro.

    A prova disto tudo que digo acerca de propaganda é o teu comentário em relação a Vladimir Putin quando dizes que ele quer reconstituir o antigo Bloco Soviético. Que bacorada autêntica!

    Putin! Um inveterado capitalista, conservador, crente nos mecanismos do mercado e ele quer reconstituir o Bloco Soviético ? Ha! Isso é o mesmo que dizer que o Donald Trump vai marcar presença na Gay Pride Parade de Nova Iorque num mankini rosa, de cabelo cor do arco-íris, corações tatuados nas nádegas e a agitar bandeirolas LGBTQI+…

    Mas voltando à História da Polónia, da Checoslováquia e da Hungria… Aconselho-te a que vejas este vídeo de Vijay Prashad, jornalista indiano, acerca das origens do termo “tankie”:

    https://m.youtube.com/watch?v=tsqE9kEsDVY

    Aparentemente, na Hungria, a ânsia dos povos de se libertarem envolvia matança de judeus, de comunistas, de todo o tipo de pessoas com mentalidade progressista e a emergência de um estado fascista como aquele que existia na Hungria desde 1920, antes da URSS ter começado a exercer influência no país…

    Portanto, diz-me: que democracia e liberdades é que iam ser restauradas na Hungria ? A liberdade de ser fascista e matar judeus ? Concordo absolutamente, é uma liberdade fundamental de qualquer ser humano (escrevo isto para que não haja dúvidas – puro sarcasmo, como é óbvio).

    Mas, pensando bem, nada há que admirar, visto que, desde o fim da segunda guerra, a URSS sempre foi muito ativa no sentido de reprimir os chamados “pogroms” – recomendo a pesquisa.

    Quanto à Checoslováquia e à Polónia, não te posso dizer nada, porque nada sei e ainda não investiguei isso. Mas posso dar-te um facto curioso por país: ambos relacionados com dois dos seus presidentes.

    No caso da Polónia, Lech Walesa era tido como a figura que ia trazer o socialismo puro para a Polónia (um país com historial bastante negro no que diz respeito a direitos humanos, dado que desde 1926 foi uma ditadura fascista até os soviéticos terem entrado lá para dentro). O único problema foi um comentário feito pelo excelso senhor (salvo erro nos anos 80) acerca da maneira como “os Judeus estão a tomar conta do país”. E quando foi confrontado com este comentário, limitou-se a responder “ah, eu estava apenas a referir-me aos gananciosos”… Aqui tem o socialismo puro!

    Deixo aqui este link para confrontar (minuto 47):

    https://m.youtube.com/watch?v=tgTWnUpvNiM&t=2829s

    Claro que recomendo a visualização do vídeo na íntegra, porque é altamente instrutivo.

    Por último, Václav Havel, presidente da Checoslováquia depois da “desagregação da URSS” como lhe chamou… Václav Havel foi aquele líder que, uma vez chegado ao poder, restitui para a sua família propriedades (inclusive terrenos) do Estado que tinham sido apreendidas da sua família aristocrática, assim como de outras famílias da aristocracia checa. Isto implicou bibliotecas públicas e ainda terrenos nos quais tinham sido construídas casas para habitação de pessoas de “sangue vermelho”… Escusado é dizer que todas essas pessoas foram para o olho da rua.

    Aqui tem a sua liberdade e as ânsias dos povos, José Peralta!

    Quanto à Stasi, nada sei em particular. Erich Hoenecker e guardas fronteiriços no Muro de Berlim mataram sete pessoas. Mas, como diz Parenti e muito bem, pode ser um crime muito grave, mas não é um crime contra a humanidade comparável a genocídio.

    O facto é que as forças policiais nos antigos países socialistas eram inferiores àquelas de países do Ocidente, facto esse que ficou evidente uma vez “desagregada” a URSS e o bloco, pois houve a oportunidade de verificar ao certo o que acontecia nesses países.

    Uma vez mais, veja o vídeo, por favor.

    Também é importante dizer que o antigo Leste alemão foi a região do país que mais apoio deu a Hitler e que os soviéticos, uma vez exercendo influência no país, tiveram que se livrar de todos os professores que ensinavam durante o nazismo. Compreende porque, apesar de as forças policiais serem menores (menos membros efetivos), nalguns casos ser necessário governar com “punho de ferro” ? Vamos chamar-lhe assim.

    Tudo isto acontecia para impedir aquilo que sucedeu após 1991, após o desmantelamento – e não desagregação – da URSS. Desmantelamento porque Ieltsin foi eleito líder numa plataforma de não desmembrar a URSS, mas uma vez chegado ao poder foi isso mesmo que aconteceu, enganando todos os que tinham depositado confiança nele.

    Ninguém se lembra das manifestações em Moscovo e S. Petersburgo de dezenas de milhares de pessoas contra o desmembramento da URSS. Ninguém se lembra de Ieltsin a assassinar opositores políticos e comunistas. Ninguém se lembra de uma tentativa de golpe de estado que pretendia remover Gorbatchev do poder para preservar a URSS. Ninguém se lembra de Ieltsin e dos tanques a disparar contra o Parlamento. Ninguém se lembra de que, nos ex-países socialistas de leste, russos e ucranianos que lá viviam como cidadãos eram impedidos de votar nas primeiras eleições “livres” desde o “tenebroso tempo do comunismo”.

    Ninguém se lembra do anti-semitismo que grassou nesse tempo. Ninguém se lembra da rapina que foi a apropriação de propriedade estatal para lucro subsequente, enquanto milhões de pessoas perdiam salários e pensões garantidos pela Segurança Social. Ninguém fala da pobreza. Ninguém fala disto.

    Todos falam da “Liberdade”.

    Por último lugar, essa dos Gulags e dos parcos haveres e das pessoas despojadas de famílias é a mais pura demagogia de que te podias lembrar. Já para não dizer que, numa acusação tão grave como “serviram de modelo aos campos de concentração nazis”, dizer que “até parece” é a melhor maneira de manipular as pessoas sem oferecer qualquer tipo de provas.

    E antes que venhas reclamar da minha falta de provas, lembra-te: eu já disponibilizei um vídeo acima que esclarece todas estas questões. Mas como tu és um troll, vais repetir tudo o que disseste para eu perder a paciência e de maneira a sentires algum tipo de satisfação que não recebes de outra maneira.

    Campos de trabalho forçado/extermínio ou não, responde à questão que é colocada no vídeo: porque é que, sendo campos de extermínio, não se descobriram campas em massa quando a URSS foi desmembrada ? Onde é que foram parar as vítimas ? Achas que o Ocidente coletivo não teria adorado a oportunidade de esfregar isso na cara das pessoas em parangonas de trinta metros ? Então, onde é que elas estão ?

    E agora pergunto-te eu, onde é que se viu a diminuição da população russa, em registos históricos e estatísticos, resultado de um extermínio maciço de milhões ? Porque é que o único momento em que a Rússia sofreu um enorme golpe na sua demografia foi nos anos 40, resultado do extermínio nazi ? O mesmo acontecendo na Ucrânia, imagina!

    Depois dos anos 40, houve um crescimento populacional até na Ucrânia! Aquele país que, muito gostam de dizer, foi vítima do ditador Stalin durante o Holodomor…

    Para tudo isto, estás a basear-te naquele livro que diz que o comunismo matou 100 milhões ? Aquele livro escrito por três franceses, no qual se contabilizam os alemães da segunda guerra como vítimas do extermínio do comunismo, os pogroms que foram mortos (portanto, seres humanos impecáveis que matavam judeus e foram executados por Stalin e outros), os vietcongues mortos por soldados americanos no Vietnam, entre outros ?

    “Black Book of Communism”.

    Aquele livro cujos dois investigadores vieram a público dizer que o investigador principal tinha uma obsessão doentia por atingir o número de 100 milhões, chegando ao ponto de inflacionar propositadamente as “estimativas” finais ?

    E agora deixa-me perguntar-te: qual é o país que era segregado racialmente até aos anos 60 (coisa que não acontecia na URSS) ? Qual é o país que prende pessoas baseadas na cor da sua pele ainda hoje ? Qual é o país que, para justificar o sistema prisional privado, tem de inventar infracções e condena negros por possuírem gramas de marijuana com sentenças excessivas ? Qual é o sistema prisional que continua a usar os seus presos como mão de obra – aliás, como sempre o fizeram, até desde a altura dos Gulags e da URSS, com prisioneiros não-negros ?

    Qual é o país do mundo que ainda tem a pena da morte e que executou há dias um prisioneiro ?

    Qual é o país do mundo que tem uma prisão em território estrangeiro, de forma totalmente ilegal e em violação da soberania e territorialidade de um país, tudo para que possam violar constantemente as provisões mais básicas da Convenção de Genebra ? Qual foi o país que se viu envolvido no escândalo factual que foi Abu Ghraib ?

    Para usar uma tua expressão, isto é tudo incómodo, não é ?

    Não tentes tornar os Gulags numa coisa que não o são ou julgá-los com a mentalidade de um cidadão do séc. XXI – e ai de ti se tentas manipular aquilo que eu estou a dizer agora.

    Sim, porque aquilo que se faziam nos gulags – campos de trabalho forçado – era comum naquela altura, eembora os britânicos fossem mais longe e bem pior, amarrando Hindus à ponta de canhões enquanto o Churchill perguntava “Porque é que o Ghandi ainda não morreu ?”…

    Campos de trabalho forçado para assassinos, violadores, traidores do Estado e do Governo ou espiões estrangeiros não era excessivo nem pode ser considerado um crime contra a humanidade, meu caro. O que é que achas que acontece a um português que seja acusado de traição ao Estado Português ? E mais: os Gulags foram encerrados ainda nos anos 50.

    Se tu tens um problema contra espiões ou traidores do estado a serem encerrados em prisões, porque é que achas normal que um jornalista da Austrália esteja preso em Inglaterra e enfrente acusações de espionagem e uma sentença de 175 anos nos EUA quando nem é cidadão desse país, nem traidor do seu Estado, nem espião ?

    Se tu concedes a qualquer nação do planeta o direito de ter serviços secretos, de prisões onde se encarceram indivíduos com base na cor da pele e duma sociedade, para os padrões de hoje, excessivamente segregada, qual é o teu problema com campos de trabalho forçado nos anos 30/40/50 do século passado ?

    Quanto aos artistas e afins, pergunta-te o seguinte: porque é o ballet russo que tanto admiras ganhou um impulso e importância no tempo da URSS ? Porque é que aconteceu o mesmo com a música, sendo que, no séc XX, os russos dominaram todas as artes ? Porque é na URSS tu tinhas livros de Hayek, Schumpeter, Mill e muitos outros publicados em 150 línguas ?

    Porque é que tinhas artistas pop que ganharam muito dinheiro, chegando ao ponto de serem donos de Mercedes ?

    Porque é que tu tinhas filmes produzidos no Azerbaijão e reproduzidos em cinemas de Moscovo ? Porque é que tu tinhas a possibilidade de, chegado aos 18 anos, escolher a tua nacionalidade (de acordo com os vários países que constituíam a URSS), independentemente de teres nascido aqui ou ali ?

    Intelectuais dissidentes não são prova da “atrocidade” de um estado, principalmente quando todas as suas provas assentam em retórica inflamada e demagógica, senão tu prestavas muito mais atenção aos intelectuais que não estão satisfeitos com o sistema actual e que te apresentam muito mais provas dos crimes cometidos por países como os EUA, França, Inglaterra e Ucrânia.

    E assim acabo, porque estou cansado. Tentar refutar todas as mentiras que tu dizes numas quantas linhas deixa uma pessoa estafada.

    Bom Dia de Reis!

    • Mateus Ferreira

      Obrigado pelo esforço hercúleo ! Vou tentar responder em modo telegráfico…
      1 – Socialismo versus Comunismo é tão só uma questão de léxico.
      2-Ser intelectual, não é nem nunca foi “uma coisa má”, o que foi mau, foi a tua interpretação do que eu escrevi.
      3 – Segregação – não nego a evidência, não nego nenhuma evidência – Continua a existir nos EUA, na Rússia, em Portugal, etc.
      4 – Pena de morte-A Rússia de Putin, tem-na nas embaixadas para onde são raptados dissidentes, bárbaramente torturados e mortos (mas isto é mera propaganda do Ocidente…)
      5 – “Ai de ti se tentas manipular o que eu estou a dizer agora” (!!!!)—Não manipulo nada, porque a realidade não é manipulável. Os Gulags foram campos de concentração, à luz da “mentalidade do Séc. XXI”, que é a minha…
      6 – O meu “conhecimento mínimo” sobre Estaline, é que ele foi um ditador corrupto que martirizou o seu Povo – E o Pacto Molotov-Ribbentrop foi um pacto de não agressão que estabelecia um acordo secreto que dividia os territórios da Polónia, Lituânia,Estónia, Finlândia, Roménia e Alemanha, que se manteve depois de terminada a guerra.
      7 – Não “desvalorizei o esforço dos soldados que combatiam e repeliram sucessivamente o avanço dos exércitos de Hitler”, antes pelo contrário, e na URSS o “General Inverno” também deu um grande contributo. Também não desvalorizei o heróico esforço de todos os exércitos aliados. (é favor reler o que escrevi…)
      8 – “Porque os americanos, não libertaram Portugal e Espanha” ? Não sei ! Que me lembre, nunca foram ocupados. Mas segundo reza a História, Hitler industriou Franco, para ocupar Portugal.
      9 – A invasão da Checoslováquia, Polónia e Hungria, pelas tropas do Pacto de Varsóvia, foram testemunhadas “in loco”, por exilados do PCP nesses países, que de pronto se desvincularam do partido (há relatos sobre isso..)
      10 – Os “pogroms” que tanto te escandalizam, foram os processos de perseguição de judeus, ciganos, homossexuais, intelectuais, pobres operários e camponeses, que sucumbiram nos gulags soviéticos, mas que tu desmentes…
      11- Curiosamente, não sabes nada sobre a Stasi, como, provavelmente não sabes nada sobre o KGB, ou até sobre a Pide.
      12 – O Ballet Russo, o Bolshoi, a Música, ganharam impulso porque alimentaram, muito convenientemente, a máquina de propaganda soviética ! Alguns dissidentes, foram proscritos, e tiveram de emigrar. Para onde ? Por exemplo, para os EUA. !
      13 – Porque é que os artistas “pop” ganham fortunas e até tem “Mercedes” ?
      Faço a pergunta ao contrário : Porque é que artistas “pop” são presas por se expressarem contra o Putin, e jornalistas são assassinadas pela mesma razão ?
      14 – Extemporaneamente : Porque é que, no Afeganistão, está em curso um trágico retrocesso civilizacional ? Vá lá saber-se porquê ! Talvez porque os americanos abandonaram intempestivamente o teatro de operações ?

      Não preciso de nenhuma resposta, não te incomodes ! Estás cansado, estafado, por tentares refutar todas as mentiras que eu digo numas quantas linhas…É compreensível. Quero poupar-te a esse esforço. Obrigado.

    • Caro Mateus Ferreira, os meus parabéns pela excelente, exaustiva e honesta argumentação. Confirma uma coisa que ultimamente me tem consolado muito, nomeadamente na Estátua de Sal, que é a de que, afinal, há muito mais gente informada e honestamente interessada em factos do que eu acreditaria possível há meia dúzia de meses, face ao monstruoso tsunami propagandístico a que somos sujeitos 25 horas por dia, no maior genocídio de neurónios a que a humanidade alguma vez foi sujeita.

      Aproveito, porém, para te dar uma valiosa e desinteressada informação. Há várias coisas que podem ser feitas com uma parede: podemos construir uma parede, derrubar uma parede, pintar uma parede, sujar uma parede, encostarmo-nos à parede, marrar como uma parede, dar murros na parede, cagar uma parede, mijar à parede, etc. Todas têm, ou podem ter, uma função, um objectivo, uma utilidade. Há, porém, uma coisa totalmente desprovida de função, objectivo ou utilidade: falar com uma parede. E é isso o Peralta: uma parede. Não passa de um lamentável ignorante reaccionário armado ao pingarelho, provavelmente o rei da macacada lá no bairro de ignorantes ainda mais ignorantes do que ele, e só não pode ser classificado como intelectualmente desonesto porque intelecto é coisa totalmente ausente naquela espécie de melancia que tem em cima dos ombros. É desonesto tout court. Estou-lhe, porém, agradecido pela involuntária oferta por que foi responsável: o teu excelente comentário. Um grande abraço.

      • Obrigado pela resposta, ainda bem que gostou.

        Não resisti a falar uma última vez para a parede – há desonestidades que não podem escapar à sua correção.

      • Joaquim Camacho

        Os teus “argumentos” escatológicos, sobre ” a cagança de paredes” revelam uma preocupante falta de imaginação, são recorrentes, e um estúpido auto-convencimento da tua parca inteligência !

        Não te culpo por isso ! Como é que eu cometeria a injustiça de te considerar um matacão com olhos? Claro que não ! Uma montanha com olhos é o que tu és ! Com a agravante de teres muito orgulho nisso…

        NÃO ! Vou limitar-me a responder da mesma maneira tão pouco imaginosa como te respondi da outra vez :

        Como insuspeito construtor civil (vulgo “pato bravo”…) especialista em paredes, a tua função primeira, é marrares contra elas…depois de as cagares e as mijares como tua assinatura !

        Mas bateste na porta errada ! E por TODAS as razões (a primeira das quais, é eu não ser uma parede…) é que tu não me atinges com as tuas cagadas !

        Aguenta o meu passe de capote, a minha “chicuelina” e vai marrar para outro lado…contra uma parede, por exemplo ! Préviamente cagada por ti, e de preferência em tijolo burro ! Ostentando uns “excrementos”, a marrada fica mais vistosa e valorizada ! E que te faça bom proveito…

        • Caro Peralta. O seu cmentário está demasiado eivado de coprofilia… Não comento argumentos e tem toda a liberdade de argumentar aqui, mas em termos de linguagem, convém maneirar. Hope so.

          • Cara Estátua de Sal

            E não é que concordo consigo ?

            Mas, já agora, gostaria de saber a sua opinião sobre se “marrar com uma parede, dar murros na parede, cagar uma parede, mijar à parede” “respeitáveis asserções” do emérito “pato bravo” Camacho de seu nome, e sobre a sua “especialidade” em construção civil. são mais aceitáveis por si !

            Ou se, referindo-me eu “ao digno pedreiro”, deveria escrever “és só especialista em paredes de tijolo burro “!

            (Para os leigos, “tijolo burro” é o maciço, sem buracos)

            OU ainda, será mais aprovável pela sua opinião, eu escrever ” és só especialista em paredes de tijolo” ! BURRO…

            Muito gostaria de saber a sua opinião. Obrigado.

              • Caríssima Estátua, eu posso esgrimir argumentos com quem argumenta, com honestidade, posições diferentes da minha, porque acredita sinceramente nelas. Tenho-o feito inúmeras vezes ao longo da vida. Mas parece-me perda de tempo fazê-lo com uma criatura desonesta, mentirosa, cuja única preocupação é levar a bicicleta para casa com base na batota, como o Mateus Ferreira (cuja paciência respeito) está farto de provar. A aldrabice da criação da NATO como resposta à ameaça do Pacto de Varsóvia é apenas um exemplo, de que o lamentável “atleta”, desmascarado pelo Mateus, tentou safar-se com cambalhotas ridículas à retaguarda, seguidas de frenéticas piruetas para os lados e em frente, ou seja, com mentirolas grosseiras, cada uma mais patética do que a outra. A insistência primária no Pacto Molotov-Ribbentrop, fiado na ignorância dos borregos sobre todas as negociatas muito mais graves que o precederam, em que o Ocidente civilizado desfazia e dividia a seu bel-prazer outros países europeus, como a Checoslováquia, entregando os bocados a quem lhe dava na gana, é mais um exemplo. E o que dizer desta?

                “O trio feminino “Pussy Riot” foi condenado a 2 anos de prisão, por cantar uma “oração” humorística sobre o Putin!”

                As Pussy Riot foram julgadas e condenadas por terem profanado um local de culto, uma catedral, com um espectáculo obsceno em que, numa manobra publicitária, chamavam nomes ao Putin. Se o tivessem feito na rua, sem autorização prévia, podiam até eventualmente ter ido de cana, mas eram soltas no dia seguinte, eventualmente com uma multa, como por lá acontece habitualmente nesses casos. O que aconteceria, aqui, aos Xutos & Pontapés dos primórdios se fizessem a mesma coisa na Sé de Lisboa ou no Santuário de Fátima, instalando de surpresa bateria, guitarras eléctricas e microfones ao lado do altar e dando um espectáculo de punk rock cheio de obscenidades dirigidas ao papa, ao patriarca de Lisboa ou ao presidente da república, por exemplo? Dois neurónios bastam para adivinhar o clamor de indignação que durante semanas incendiaria o país, com centenas de milhares ou milhões de fiéis enchendo ruas e praças e exigindo castigo exemplar para os energúmenos. Certamente que a luminária desconhece o que diz o Artigo 252° do nosso Código Penal sobre isso, mas não é esse o problema aqui. O problema é ele aldrabar, conscientemente, o verdadeiro motivo que levou as Pussy Riot a julgamento. Outra:

                “Anna Politovskaya, jornalista russa e activista contra Putin, foi, há anos, assassinada no elevador do prédio onde vivia em Moscovo… Ainda hoje “não se sabe” quem a assassinou!”

                Será que o tipo ignora que, pelo assassínio de Anna Politovskaya, foram presos, julgados e condenados uns chechenos, que ainda hoje estão no chilindró? Ou está apenas, mais uma vez, a mentir deliberadamente, a ver se passa, como fez com a cronologia relativa NATO/Pacto de Varsóvia? Como é que se argumenta com um aldrabão assim, que ainda por cima, de cada vez que é apanhado, se tenta safar duplicando ou triplicando as aldrabices, acreditando, como qualquer estúpido, que estúpidos são todos os outros?

                O único “mérito” do desclassificado, caríssima Estátua, é a involuntária “oferta” que nos faz dos excelentes textos do Mateus Ferreira, esse, sim, senhor de uma magnífica, paciente e honesta argumentação.

                • Ó Camacho

                  Obrigado pelo testamento, mas recuso a herança!

                  Vai “defecar” paredes para o diabo que te carregue.

                  Paz à tua alma…porque eu não gasto mais tempo com tão ruim defunto.

  4. José Peralta,

    1 – São os fundamentos da teoria marxista, não é uma qualquer ninharia e é aquilo que permite diferenciar sistemas políticos. Nós não dizemos que a diferença entre feudalismo (ou se preferires, para ser mais adequado à comparação, mercantilismo) e capitalismo “é tão só uma questão de léxico”. O teu argumento cai por terra e, aqui sim, a tua ignorância releva.

    2 – Aceito.

    3 – Não nego que possa existir racismo na Rússia, mas não venhas usar esse argumento para justificar a propaganda de que a Federação Russa é uma ditadura autocrática. Coisas completamente diferentes.

    Racismo existiu e existe em todas as sociedades humanas, independentemente dos sistemas políticos que as constituíam/constituem, e o facto é que, apesar de eu considerar os EUA uma ditadura por determinados fatores, não considero que o sejam exclusivamente por causa do racismo.

    O racismo é um problema endémico e estrutural do capitalismo, mas o racismo não existe por causa do capitalismo ou por causa de qualquer outro sistema. Existe da mesma forma que existem seres humanos susceptíveis a esse tipo de tendências.

    Por outro lado, e voltando ao ponto principal, não tens maneira de saber até que ponto é que o racismo é um fenómeno generalizado na sociedade russa, a não ser com base em relatos da Imprensa Ocidental (se é que chegam a existir tais coisas) – imprensa essa que, tal como se viu naquela pequena questão do Fantasma de Kiev, tem sérios problemas com a difusão da verdade.

    Já agora, a mesma imprensa que não menciona quantos atentados com armas é que existiram nos EUA no último ano, em comparação com o número restrito que te apresentam no quadrado às cores para soltares umas lágrimas de crocodilo. Já foste ver quantos foram ?

    Aqui tens umas estatísticas para te entreteres.

    https://www.gunviolencearchive.org/

    4 – No caso da pena da morte, estás completamente propagandeado.

    Se fosse verdade aquilo que dizes (baseado em novelas reportadas na SIC e na TVI), explica-me o seguinte: porque é que o mais famoso opositor de Putin, Alexei Navalny, APÓS ter sido alegadamente envenenado na Rússia e hospitalizado na Alemanha, supostamente como forma do presidente russo se livrar de um espinho, porque é que Navalny regressou à Rússia, sabendo que lhe aguardava a morte certa por ser opositor do “tirânico” Putin ?

    Porque é que, até ao momento, a única coisa que lhe aconteceu foi ir para a prisão por ter violado as condições de uma sentença suspensa por fraude ?

    Vais-me dizer que este tipo de situações não acontece em Portugal ?

    Há uns tempos deixei aqui um artigo, que recomendo a todos, de José Goulão (AbrilAbril), onde se explica que Navalny é apenas um grunho de extrema-direita, racista, xenófobo, usado por interesses ocidentais para se imiscuírem na política nacional russa e regressarem aos bons velhos tempos em que tinham um Ieltsin no poder.

    Claro que ser de extrema-direita e um fantoche não justifica que alguém se ponha a matar opositores políticos, mas também não explica porque é, sendo Putin um autocrata como tanto o acusam, Navalny ainda está vivo.

    Não será como aquelas histórias acerca do estado de saúde de um homem que já teve 20 cancros, duas úlceras pépticas, caiu dum prédio (tudo ao mesmo tempo) e ainda não morreu ?

    Isto é obviamente uma descrição exagerada, mas serviu os propósitos da caricatura.

    5 – Pronto, fica na tua. Eu já mencionei os factos. Não houve alteração na demografia russa, não há provas absolutamente nenhumas de extermínio e não há provas de campas em massa. Tudo propaganda, fica lá a repetir a cartilha como o menino bem comportado que és, não questiones nada.

    É assim que te querem – um catequista de calções, chupa-chupa na boca e telemóvel na mãozinha, enlevado na sua ignorância e convencido de que os comunistas vão arrancar-te o lençol azul das mãos enquanto dormes. Enfim.

    6 – O teu conhecimento mínimo é assente em mentiras, propaganda e lavagem cerebral. O Pacto de não-agressão Molotov-Ribbentrop não dizia nada disso.

    O Pacto Molotov-Ribbentrop dizia que, na eventualidade do exército alemão invadir a Polónia, a URSS podia ocupar os territórios do Leste da Polónia, os Estados Bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia).

    Aquilo que dizes acerca da Roménia, Finlândia e Alemanha é um absurdo e mentira. A única coisa que aconteceu à Roménia foi a ocupação da região da Bessarábia, atualmente correspondendo à Moldávia e Ucrânia, junto do mar negro.

    Quanto à Finlândia, a URSS só a invadiu para fazer valer os seus direitos a bases navais. Se a Finlândia saiu derrotada com a URSS, o que é que achas que teria acontecido se os Alemães tivessem lá ido com a Marinha deles ?

    Quanto à Alemanha, então a Alemanha Nazi ia assinar um pacto a dizer que, se os alemães invadissem a Polónia, os russos podiam ficar com o leste alemão ?

    Estás parvo ?

    E não, o Pacto de Não-Agressão proposto por iniciativa dos Alemães, e que qualquer pessoa sã de cabeça aceitaria naquelas condições, não se manteve nada depois da guerra, porque depois da guerra os soviéticos voltaram para os seus territórios e criaram um Acordo de Cooperação Económica com os países de leste europeu, de modo a ajudar na reconstrução do Pós-Guerra. Vais dizer que isso é crime ?

    Começo a achar que tu mentes propositadamente.

    7 – Uma vez mais, nada tem a ver com o esforço heróico dos exércitos aliados. Tem tudo a ver com a tua pergunta arrogante: «o que seria da Europa exaurida, se não fosse a entrada dos Estados Unidos na guerra na Europa, com milhares de vítimas americanas ?».

    Tendo em consideração o facto de a URSS ter libertado a Europa sozinha à custa de milhões de soldados e de ter causado 80% das perdas do exército alemão, acho que uma pessoa não pode assumir que os americanos desempenharam o mesmo papel na libertação da Europa.

    Achas mesmo que, tendo em conta o que se conhece dos combates no Leste, tu podes afirmar que é possível comparar a libertação da França e de metade da Alemanha com a potência que recuperou os seus territórios ocupados (parte da Rússia, a Bielorrússia e a Ucrânia), que libertou a Polónia, a Roménia, os três Estados Bálticos, a Bulgária, a Hungria e a Checoslováquia e chegou a Berlim antes dos exércitos aliados, tudo à custa de milhões de vidas perdidas e ainda perguntar o que é que seria da Europa sem os americanos ? É absurdo e resultado de décadas de excecionalismo americano.

    Também é um exemplo daquela mentalidade tacanha que acha que a Europa só vai até à Alemanha. Enfim.

    8 – Podem não ter entrado no conflito, mas tal nunca impediu os EUA de, ao longo dos anos, intervir em dezenas de países para “depor ditadores” e salvaguardar direitos humanos – segundo o que os próprios afirmam.

    Porque é que não o fizeram na Península Ibérica ?

    9 – Portanto, eu apresento-te um vídeo com um jornalista e historiador que explica a história por detrás da intervenção da URSS na Hungria e tu vens falar-me de putativas testemunhas anónimas do PCP ? O que é que é suposto uma pessoa fazer disso ?

    Tu não apresentas dados nenhuns, limitas-te a repetir os chavões da propaganda mais descarada e estás à espera de ser levado a sério ? Vai pó raio…

    10 – Grandessíssima mentira, uma vez mais. Os pogroms sempre estiveram relacionados com questões étnicas e afetaram sempre judeus. Nunca houve pogroms que visassem homossexuais ou intelectuais (a não ser que fossem judeus homossexuais e intelectuais) – aliás, um dos pogroms mais famosos foi, precisamente, a Noite de Cristal na Alemanha – e nunca os houve onde quer que os soviéticos tivessem intervindo.

    Pelo contrário, antes da Revolução de 1917, no tempo do Czar e ao longo dos séculos, há registos de vários e, no decorrer da Revolução, quando o país estava a ferro e fogo, houve problemas, pois havia movimentos reaccionários ativos. No tempo da URSS nunca houve pogroms e tu não tens dados nenhuns a não ser a verborreia que te sai da boca.

    Deixa de enganar as pessoas…

    Já para não dizer que é extremamente descarado e um desaforo autêntico tu queres meter tudo no mesmo saco: porque a URSS perseguia judeus, homossexuais e intelectuais, também o Putin persegue todos estes grupos da sociedade.

    Uau, muito bem! Quase como se os líderes russos que não alinham com o Ocidente fossem sempre, curiosamente, autocratas e assassinos ditadores…

    11 – O que é que me interessa saber algo da PIDE ou do KGB para dizer que não tenho dados quanto à Stasi ?

    Já agora, o KGB era o equivalente da CIA.

    Mais uma vez, estás à espera de que um qualquer país não tenha serviços secretos para se defender de ameaças externas ?

    Ou só permites essas prerrogativas àqueles que consideras bons, branquinhos, olhos azuis e que, de preferência, falem inglês de Cambridge enquanto usam fatos da Hugo Boss ?

    Deixa de viver num mundo de fantasia.

    A NATO foi criada em 1949 como ameaça direta à União Soviética.

    Se os planos da bomba atómica não tivessem sido cedidos à União Soviética, esta estaria à mercê da potência mundial que, no final da guerra, detinha metade dos recursos do planeta.

    Se não tivessem serviços secretos, estariam expostos a todo o tipo de ingerência por parte de potências estrangeiras – já para não falar do problema das sanções económicas, isolamento internacional, etc…

    Mais uma pergunta: no tempo de Salazar e quando a PIDE andava ativa, havia alguém que fazia piadas acerca da PIDE, dos governantes e da maneira como pagavam mal nos empregos ?

    Então porque é que há tantos relatos de cidadãos da URSS que, supostamente, contavam piadas a propósito do KGB, da maneira como o governo fingia pagar e eles fingiam trabalhar, etc…

    Tu sabes o que é uma ditadura fascista ? Ou qualquer outra ditadura, já agora ? Eu não vivi no tempo da ditadura, mas daquilo que me contam, ninguém contava piadas porque nunca se sabia quem podia estar a ouvir.

    E tu queres que eu acredite que existiam sistemas de vigilância avançados e uma repressão como nunca se ouviu falar na URSS, na Alemanha do Leste e nos países do Pacto de Varsóvia, mas, ainda assim, as pessoas conseguiam criar piadas ao ponto do Reagan andar todo ufano nas televisões a contá-las ?

    Isto é para acreditar ?

    12 – Diz-me, por favor, qual foi o país que viveu sob uma qualquer ditadura e que viu a sua cultura a florescer. Entende aquilo que te digo.

    Em Portugal, não havia cultura. Em Espanha, não havia cultura. Na Alemanha Nazi, a cultura que existia era toda relacionada com a raça ariana.

    Em ditaduras, a cultura é prerrogativa dos ricos e poderosos como maneira de alardearam a superioridade do seu gosto civilizacional em comparação com os pobres que só querem saber de putas, bebedeira e jogos de sorte.

    Mas, na URSS, tu tinhas música, ballet, teatro, cinema… Tudo acessível a toda a gente e tudo muito mais variado do que tens hoje – que só vês filmes americanos numa única língua (à la Império).

    Se tu queres falar daquilo que era reproduzido pela cultura e o facto de não se valorizar o capitalismo, a acumulação de dinheiro, os mecanismos do mercado e outras questões…

    Então eu posso devolver-te a pergunta: porque é nas “culturas ocidentais” (na pouca que escapa à música pop e aos programas de “Quem quer casar com um agricultor ?”) não se fala do socialismo ?

    Porque é que não se escapa ao velho mantra de “queres algo ? Tens de trabalhar para isso!” ?

    (Como se as pessoas não trabalhassem e o facto de não terem dinheiro ser devido ao facto dos seus salários serem decididos por indivíduos que querem aumentar as margens de lucro a todo o custo…)

    Tudo isto para justificar práticas iníquas que atacam os direitos dos trabalhadores e dos seres humanos que constroem as sociedades que habitam.

    Se me responderes a estas perguntas e ao porquê de nas sociedades ocidentais a cultura só poder criticar aspetos do capitalismo, tal como alguns intelectuais aguerridos que nunca podem criticar a política externa dos EUA – se é que podem ir mais longe do que isso -, mas nunca o próprio capitalismo (como se vê com comediantes, atores, etc.), de onde emana o fenómeno Imperialista dos EUA, e do porquê de isso ser de alguma maneira diferente e mais positivo do que aquilo que se fazia na URSS, então aí podemos pensar se a URSS era ou não uma ditadura – ou, porventura, a sociedade em que vives.

    E tira da cabeça que não podias criticar ninguém na URSS. Os operários podiam despedir os supervisores nas fábricas se vissem que estes não estavam a cumprir as suas funções.

    Se o teu parâmetro para avaliar se um sistema é uma ditadura ou não se baseia exclusivamente na capacidade de criticares o sistema em que vives, então o melhor é considerares que vives numa ditadura.

    Talvez o melhor seja começar a discutir aquilo que o sistema económico que rege a sociedade faz e não se te permite dizer que o líder do teu país é um filho da truta.

    Se tu podes insultar os políticos, mas não podes mudar o sistema em que vives e que não te permite ter salários que acompanhem a inflação, cuidados de saúde em condições, acesso a habitação e alimentação adequada, assim como a construção e renovação da infraestrutura essencial para qualquer país, acho que és tu que estás a perder… Mas isto sou eu que acho, atenção!

    13 – O que raio é que o Putin tem a ver com a União Soviética, oh palerma ?

    Eu afirmei que tinhas um artista famoso e acarinhado pela população da URSS – não me lembro do nome, mas é mencionado algures no vídeo que publiquei ontem de Michael Parenti – que ganhou dinheiro o suficiente para ter um Mercedes (mesmo que carros fossem desvalorizados na URSS porque havia sistemas de transporte públicos excelentes), de maneira a demonstrar que muitas das coisas que te dizem acerca de posse pessoal no tempo da URSS são mentira.

    E tu vens falar-me do Presidente da Federação Russa ? Estás bom da cabeça ?

    Já agora, de que artistas é que estás a falar ?

    E já agora, tens a certeza de que os artistas e intelectuais anti-Putin não andam a ganhar fortunas no Ocidente à custa da propaganda que difundem e que muito acaricia os ouvidos dos senhores do Ocidente ?

    14 – Não sei para que é que falas do Afeganistão, mas tudo bem.

    Não, não foi por terem saído. Talvez tenha sido porque os americanos decidiram apoiar os Mujahideen (freedom fighters) nos anos 80, terroristas fundamentalistas e reaccionários, tudo para apoiarem um ditador de extrema-direita (refugiado na altura no Paquistão e comparsa do ditador militar que governava este país na altura) que matava trabalhadores em zonas rurais, que estavam envolvidos em campanhas de literacia promovidas pelo governo “comunista” do Afeganistão da época.

    https://m.youtube.com/watch?v=Mr3Wha4nML0

    O mesmo ditador de extrema-direita refugiado no Paquistão foi presidente do Afeganistão nos anos 90 e líder da Aliança do Norte.

    Talvez o problema dos direitos humanos tivesse mais a ver com não invadir um país sem razão para bombardear os seus cidadãos com drones para depois, quando retirassem as tropas invasoras, aproveitar e roubar 7 mil milhões de dólares em reservas de ouro que, neste preciso momento, estão a impedir mulheres e crianças de comer.

    Os Americanos, como de costume, não deviam era ter feito nada desde o princípio.

    O que está a acontecer no Afeganistão é o que acontece quando, ao longo de 40 anos, não se permite que um país, mas principalmente um povo, decida o seu próprio destino. Quando os Americanos intervieram nos anos 80 e apoiaram os Mujahideen e quando decidiram invadir o Afeganistão em 2001, nunca permitiram que um povo decidisse por si o que é deviam fazer.

    Para além do mais, Noam Chomsky refere em “Quem Governa o Mundo ?” que, antes das intervenções no Afeganistão e no Iraque, um estudo foi realizado que indicava que as invasões nesses países acarretariam um escalar de atividade terrorista muito maior do que se se deixassem os países em paz. Uns anos mais tarde, descobriu-se que o Terrorismo não só tinha piorado nos países em questão, como tinha alastrado e ameaçava desestabilizar outros países da região.

    Portanto, para responder, porque que é que está a acontecer um retrocesso civilizacional no Afeganistão ? Por causa das costumadas intervenções do maior estado terrorista à face da terra: os Estados Unidos da América.

    Para terminar, eu disse que estava estafado porque, se te desses ao trabalho de colocar comentários apoiados em factos e realidades concretas, em vez de bolçares a propaganda mais despudorada e acéfala que consegues recolher no Correio da Manhã, talvez compreendesses que isto deixa uma pessoa cansada.

    Como não é o caso, achas que é uma ninharia escrever comentários fundamentados.

    • Duas questões que escaparam:

      A Finlândia, quando invadida pela URSS, perdeu 9% do seu território e alguns pontos de acesso ao mar báltico.

      Quanto ao acordo de cooperação económica entre os países de leste e a URSS e a questão dos soviéticos terem regressado aos seus territórios após o fim da guerra, e em antecipação duma grande asneirada, escrevo o seguinte:

      Os países do leste europeu adotaram sistemas políticos em muito semelhantes ao que vigorava nos países da URSS e por influência desta.

      Tal, contudo, não significa que os países do leste europeu tenham sido subjugados de qualquer forma.

      Senão também podes afirmar que Portugal está subjugado ao sistema capitalista por influência americana.

      O facto é que qualquer país tem o sistema que quiser (a própria Federação Russa de hoje é capitalista e uma economia de mercado), por decisão do povo ou por decisão de elites e governantes desse país, e o facto de se ter um determinado sistema político não é sinal de que tenha sido submetido de qualquer forma.

      Não se explica porque é que Cuba pertencia ao COMECON ou o Vietnam, se se ficar dependente do argumento da subjugação.

      Nestes últimos dois casos, a Revolução e auto-determinação de povos oprimidos determinou o sistema político adotado – que, no caso de Cuba, ainda é vigente.

  5. Mateus Ferreira

    Oooooh ! Pedi-te para não me responderes !

    Não me leves a mal ! Era só para te poupar ao risco de uma apoplexia e não porque não aprecie esse teu exacerbado proselitismo, nem a tua brilhante exegese…

    Verdades definitivas como “a Federação Russa, NÃO ser uma ditadura autocrática” diz muito sobre quem acredita, e também sobre quem, como eu …não acredita !

    O facto de Putin ter, descricionáriamente, alterado a Lei eleitoral, para se manter “ad aeternum” no Poder, ou organizar referendos-fantoches severamente vigiados, nos territórios ocupados, são mera propaganda “ocidental”, como é costume, sobretudo quando se ignora que, na sociedade de informação global, é hoje muito mais difícil esconder A VERDADE DOS FACTOS. (Desculpa o meu “caps lock”, mas é a maneira que tenho de sublinhar algo !)

    Mas vejo que, agora, ao pobre incréu, parvo, o palerma insuportávelmente mentiroso que eu sou, já contemporizas e fazes pequenas “concessões” !

    Por exemplo : Afinal, “há racismo na Rússia”, mas…! “A Finlândia foi ocupada e perdeu 9% do seu território”, mas…se fosse a Marinha da Alemanha nazi.a ocupante…
    E por aí adiante.

    Toda a Comunicação Social europeia ocidental e americana, relata com difusão de pormenores, os inúmeros assassínios com armas de fogo nos últimos anos e o link com a estatística é a prova do que afirmo, de que nenhum país é uma ilha fortificada, (nem a Coreia do Norte !), que pode impedir a informação para o exterior. A prova, és tu, que tiveste pleno e fácil acesso a ele, e o publicaste.

    O trio feminino “Pussy Riot” foi condenado a 2 anos de prisão, por antar uma “oração” humorística sobre o Putin ! Nos EUA, as anedotas, os “cartoons” políticos, circulam livremente por toso o Mundo, com raras excepções de alguns jornais americanos (NYT, por exemplo, censurou um “cartoon” de António, o excelente cartoonista do Expresso)

    Quer isto dizer que eu, de olhos fechados advogo os EUA e as suas malfeitorias ?

    De Madona a Paul Mc Cartney, as vedetas internacionais solidarizaram-se com as “Pussy Riot”.pedindo a sua libertação.
    Os artistas/cantores russos…mantiveram-se num “prudente” silêncio ! Como os compreendo. Amanhã podem ser eles…

    Anna Politovskaya, jornalista russa e activista contra Putin, foi, há anos, assassinada no elevador do prédio onde vivia em Moscovo…
    Ainda hoje “não se sabe” quem a assassinou !

    Por último dizeres que “foram os exércitos da URSS que libertaram a Europa”, quando o que eles libertaram, foi a Alemanha do próprio nazismo, porque…chegaram lá primeiro !

    E eu é que não tenho respeito pela heroicidade ddos exércitos aliados ?

    Ou, como afirmas, qual tenor lírico de Ópera-bufa, (só com um “f”…), que na Revolução Russa “os operários podiam despedir os supervisores nas fábricas por não estarem a cumprir as suas funções”! SIM, podia ser por isso, sim ! Mas já paraste um pouco para pensar, se TAMBÉM não era por militância falsa, oportunista, ambiciosa de subir na hierarquia e usufruir dos luxos, prebendas e benesses e serem capazes das maiores traições aos seus camaradas para as conseguir ? Não há dúvida…és um puro espírito ! De uma alvura sem mácula !

    E quantas injustiças foram assim perpetradas, como continuam a ser em qualquer revolução, até aos dias de hoje ? Até na nossa “pacífica” Revolução dos Cravos, corajosa e por mim muito amada, mas também é preciso coragem para o dizer…

    Porque “catequista de calções, chupa-chupa na boca” e mãos atrevidas no teclado, é uma maneira muito simplista, apressada e enganadora de me “classificares”, à tua imagem e semelhança…

    Porque com todo o teu proselitismo exacerbadamente patético, esse és, irremediavelmente…TU !

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