O perigo extremo de se continuar a esconder a psicopatia do Governo dos EUA

(Por Eric Zuesse, in South Front, 01/10/2022, Trad. Estátua de Sal)

Todo psicopata está bem treinado para mentir; qualquer um que tolere as mentiras dessa pessoa não está apenas a encorajar a psicopatia, mas também está psicopaticamente despreocupado com o bem-estar da comunidade, porque tal incentivo, por si só, facilitará a  disseminação  de mentiras e o engano do público. 

É assim que a psicopatia, que é uma doença meramente pessoal, se torna disseminada e pandémica, produzindo assim uma sociedade disfuncional, uma fraude generalizada. Isso acontece não só pela presença de psicopatas, mas também pela existência dos seus colaboradores passivos, que não denunciam a mentira e os mentirosos expondo-os publicamente para ajudarem à sua penalização, mas, ao invés, auxiliam os mentirosos a prosperarem espalhando as suas mentiras.

Ser membro de uma sociedade é ter direitos e obrigações. O silêncio diante de mentiras que se sabe serem falsas é uma falha nas nossas obrigações: a obrigação de evitar voluntariamente espalhar uma doença social – a doença de espalhar essas mentiras e essa falsidade, para um público desenfreado e cada vez mais contaminado.

Foi assim que em 2003 os governos dos EUA e do Reino Unido prenderam e neutralizaram a ONU invadindo e ocupando  o Iraque apenas com base em mentiras , e nunca foram processados ​​por isso. Nem os governos (nem os seus líderes) foram processados ​​por isso, nem os meios de comunicação (ou os seus proprietários) que eram controlados pelo mesmo grupo de bilionários (os bilionários da América, de ambos os partidos políticos), foram processados ​​por esses crimes de guerra internacional. Nenhum desses líderes e suas organizações de propaganda (ou média de notícias – seus proprietários) foram processados ​​por terem feito ou ajudado a fazer isso. 

Esse facto claro estabeleceu um precedente que foi seguido, desde então, por constantes mentiras internacionais desses mesmos dois  regimes psicopáticos, que agora estão a caminho de engendrar uma Terceira Guerra Mundial, de novo com base em constantes mentiras governamentais e da média jornalística disseminadas em larga escala. Hoje a ladainha é por “uma mudança de regime na Rússia” em vez de “uma mudança de regime no Iraque”, mas, hoje como antes, os regimes que PRECISAM desesperadamente de ser “mudados” são os responsáveis por  essa enorme fraude , a saber, os Estados Unidos e o Reino Unido. As Nações Unidas são infelizmente incapazes de fazer tal mudança – já que foi virtualmente anulada desde 2003 – mas a mudança deve ocorrer, antes que  o resultado final nos aniquile a todos .

A  psicopatia da liderança dos Estados Unidos  representa um perigo mortal não apenas para os residentes de uma qualquer nação (Iraque; ou, digamos, a  Síria  – e há tantos outros exemplos), mas para os residentes de  todas as nações (III Guerra Mundial); e, se não for parada agora, o mundo será aniquilado, e em breve. Este seria o fim extremo da pandemia de mentiras que ficam não apenas impunes, mas escondidas do público, em vez de expostas ao público (como estamos a fazer aqui). Se esta pandemia – que é muito pior até do que a doença de covid-19 ou qualquer outra pandemia meramente física em toda a história humana – não for exposta agora à luz da divulgação pública honesta (presumivelmente através de meios de comunicação que NÃO são propriedade de bilionários americanos e aliados), então que esperança haverá para os nossos filhos e netos (se essa pandemia do mal não tiver já destruído o mundo antes disso)? 

É uma obrigação não APENAS para com o público em geral, mas até para com os nossos próprios descendentes (se os tivermos), porque é uma obrigação de – e em nome de –  todos. Essa ocultação da culpa precisa de parar agora, porque mais tarde pode ser tarde demais. Então: por favor, envie o link deste artigo para todos que você conhece, e para o maior número possível de pessoas que você não conhece, porque ele a todos diz respeito.

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O novo livro do historiador investigativo Eric Zuesse,  AMERICA’S EMPIRE OF EVIL: Hitler’s Posthumous Victory, and Why the Social Sciences Need to Change , é sobre como os Estados Unidos conquistaram o mundo após a Segunda Guerra Mundial para escravizá-lo aos bilionários americanos e aliados. Seus cartéis extraem a riqueza do mundo controlando não apenas sua mídia de ‘notícias’, mas também as ‘ciências’ sociais – enganando o público.


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Largaram os cães contra uma Senhora corajosa : Ségolene Royal

(Joaquim de Freitas, in Facebook, 10/09/2022)

Uma campanha mediática de grande violência foi desencadeada na França contra Ségolène Royale, a ex-candidata nas eleições presidenciais francesas de 2007. Porquê?

Porque expressou dúvidas sobre a veracidade das acusações de Zelensky sobre “crimes de guerra atribuídos à Rússia”, como o massacre de Boutcha ou as vítimas da maternidade Mariupol.

Lembrando o precedente das guerras contra o Iraque e as mentiras que abriram o caminho do caos iraquiano e das centenas de milhares de mortos.

Ségolène Royal é também acusada, e talvez sobretudo, de ter afirmado que a instrumentalização destes crimes para fins de medo e terror, serviu cada vez para impedir qualquer processo de paz. E é isso que os fascistas e nazis nao apreciaram: que lhes tivessem posto o “traseiro” ao léu… (Desculpem a linguagem!)

Porque sabemos bem que nao querem a paz.

O principal argumento daqueles que a censuram por suas declarações é que esses crimes foram listados e que a responsabilidade da Rússia é “óbvia”, indiscutível.

Mas precisamente esse não é o caso. Na verdade, não foram criadas condições para investigações independentes. Entretanto, é uma verdade que tem toda a aparência de uma verdade oficial. Cuidado com evidências muito espalhafatosas.

Em Boutcha, bem depois da partida dos russos, encontramos cadáveres à vista nas ruas, como se o exército russo quisesse se denunciar…

A mesma coisa na estação de Kramatorsk, onde o míssil descoberto no solo é assinado pelos russos com a inscrição “Para nossos filhos”.

Para a maternidade Mariupol, o principal depoimento é o de uma mãe, que declara que foi o famoso batalhão Azov que disparou contra a maternidade e não os russos.

Como não ter dúvidas. É precisamente a própria essência do trabalho de um jornalista duvidar, investigar, buscar a verdade. Mas agora, sobre a Ucrânia, na grande média internacional, a versão oficial é apresentada como prova de uma opinião que queremos chocar por uma ruidosa unanimidade em torno das acusações contra a Rússia.

E ai daquele que expressar a menor reserva. Ele não faz um pacto com o inimigo? A própria Amnistia Internacional, embora conhecida por sua seriedade e integridade, foi alvo de uma furiosa campanha mediática.

Seu erro foi, após uma investigação escrupulosa e contraditória, dizer e provar que as vítimas civis também eram obra do exército ucraniano e não apenas do exército russo.

Quando Ségolène Royal levanta raiva contra ela ao chamar a atenção para o precedente iraquiano, ela está, no entanto, perfeitamente certa. Nas duas guerras no Iraque, as mentiras desempenharam um papel essencial.

Na primeira guerra, foi a fábula delirantemente divulgada de recém-nascidos kuwaitianos sendo tirados de suas incubadoras e lançados para a morte.

Na segunda guerra, o pretexto foi a mentira agora histórica de “armas iraquianas de destruição em massa”.

Há também a Líbia, onde a mentira foi a dos massacres em massa cometidos em Benghazi pelo exército de Kadafi. Foi usado para pressionar o Conselho de Segurança da ONU para justificar a urgência da intervenção etc. (Da NATO) Por que então isso não se repetiria aqui, com os mesmos objetivos de manipular a opinião?

Mas o que não perdoamos, e talvez mais ainda para Ségolène Royal, é apresentar a ideia de que a propaganda, a exploração extrema do medo e dos fatores emocionais são obra dos falcoes da guerra, e visam impedir qualquer processo de paz.

E, no entanto, de facto, somos obrigados a notar pelo menos uma coincidência entre a tragédia de Boutcha e simultaneamente a interrupção imediata, pelo presidente Zelenskydo diálogo de paz que havia começado, bem como a decisão ao mesmo tempo de os Estados Unidos empenhar-se plenamente na guerra e no armamento da Ucrânia.

Da mesma forma, para alguns outros episódios de “crimes de guerra”, eles sempre foram ocasião para novas escaladas tanto nas sanções econômicas quanto no armamento da Ucrânia.

Através das suas posições, Ségolène Royal mostra claramente o que distingue o partido da guerra do da paz: a primeira vê nas vítimas, sangue, lágrimas e dor apenas motivos para mais ódio e mais guerra. , enquanto a segunda vê nelas apenas motivos para a necessidade urgente de paz.

O partido de guerra não poderia deixar de atacar Ségolène Royal. porque ele sabe que sua mensagem carrega ainda mais que ela é credível: obteve quase 47% dos votos nas eleições presidenciais de 2007, é conhecida por suas posições progressistas no plano social, no meio ambiente, no defesa das populações resultantes da emigração.

Ela também é conhecida por seu espírito independente, seu inconformismo, com posições que às vezes vão contra o establishment, como sua defesa de Cuba.

Ségolène Royal provavelmente sabia que ao expor as suas posições seria alvo do partido da guerra e de todos os seus meios políticos e mediáticos. Mas ela fezIsso chama-se coragem.


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A que velocidade vamos ao Pote?

(Carlos Matos Gomes, 04/12/2021)

A mentira política instalou-se quase constitucionalmente e o dano moral tem sido incalculável, alcançando zonas muito profundas do nosso ser. Movemo-nos na mentira com naturalidade. Octávio Paz


Por motivos pessoais tive hoje a oportunidade de estar cerca de 4 horas diante de um televisor sintonizado na SIC Notícias. Quatro horas de ministro Cabrita e de Governo. Uma sinfonia de ação política sob a forma de informação, da relação da moral e da política. Uma insidiosa aula prática sobre o atual estado da arte dos onze princípios da propaganda sistematizados por Goebels, o ministro do nazismo. No caso o terceiro princípio — da Transposição — transladar todos os males sociais a este inimigo, quinto, o da Vulgarização — Transformar tudo o que for possível numa coisa torpe e de má índole — e o sexto, o da Orquestração — Fazer ressoar os boatos até se transformarem em notícias sendo estas replicadas pela “imprensa oficial”.

Esta é a cartilha pela qual o caso foi tratado nas televisões. O que prova existir gente que sabe da matéria por detrás dos ecrãs.

No caso não se tratou, do que ouvi, de verdade ou mentira, tratou-se de desvio do foco do caso, como quando os SS diziam aos judeus que iam tomar banho quando os mandavam entrar para as câmara de gás. Salvas as devidas proporções a técnica é a mesma.

Jacques Derrida, em Fim de Século, afirmava que nas sociedades pré-modernas a mentira estava ligada à política de maneira aceite no que dizia respeito à razão de Estado, a mutação pós-moderna da mentira é que esses limites deixaram de existir. A mentira atingiu uma espécie de absoluto incontrolável. O cume da arte da mentira política é a “mentira totalitária”, que varreu qualquer resquício de pudor, escrúpulo ou reserva de verdade.

Foi a uma mentira totalitária que assisti isso durante quatro horas na estação de televisão do dr Pinto Balsemão, nas outras, do Correio da Manhã e do empresário do Douro deve ter sido o mesmo porque as televisões são meios de manipulação de massas que servem os propósitos de lucro dos seus acionistas.

A barragem de fogo lançada hoje sobre o ministro Cabrita a propósito do acidente com a viatura do Estado que o transportava é um ataque de preparação em forma para diminuir as defesas do governo em exercício e facilitar o assalto final, que permita aos grupos de interesses que sustentam as televisões terem acesso privilegiado ao Pote dos fundos europeus.

É disto que se trata.

Quem primeiro demonstrou a utilidade da mentira na arte de conquistar e manter o poder foi o pensador italiano Nicolau Maquiavel. Essa demonstração representou uma mudança radical na forma de encarar a política, antes vista como uma extensão pública da ética ou da religião. Nada mais estranho ao mundo contemporâneo. Como os blocos de propaganda televisivos demonstraram à saciedade.

A estratégia atual é apostar que as massas passarão a duvidar da falsidade da mentira pela insistência e, numa segunda etapa, vão considerá-la verdadeira. A mentira deixou de ser vista como uma ofensa ao princípio ético da veracidade e mentir, deturpar, ou descontextualizar passou direito um direito do manipulador — no caso os grandes interesses económicos. O direito do cidadão a uma “informação exata e honesta da parte dos órgãos de comunicação passou a ser um direito abstrato.

O caso do acidente com a viatura onde seguia o ministro Cabrita é uma exuberante demonstração de farisaísmo das classes possidentes que detêm o poder da manipulação através dos meios de comunicação de massas. A ideia que pretendem transmitir é, em resumo, a de um político insensível, que atropelou um pobre trabalhador que executava as suas tarefas no seu posto de trabalho e que não quer assumir a responsabilidade pela sua morte.

A preocupação dos patrões portugueses com as condições de segurança no trabalho é comovente. Durante anos os patrões portugueses foram responsáveis por uma das mais altas taxas de acidentes no trabalho na Europa. Minas, Pesca, Construção Civil, Transportes eram áreas críticas e os patrões resistiram sempre a investir na proteção física e social dos trabalhadores. Agora gritam aqui del rei e colocam as suas trombetas a fazer de carpideiras!

Pela primeira vez os patrões choram por um trabalhador. Há quem acredite na sua sinceridade. Acontece que o patrão do infeliz trabalhador não é como os patrões das televisões e se interessou pela situação do seu trabalhador. Fez o mesmo que os patrões das televisões: passou a responsabilidade para o ministro! Boas almas! Quem quiser que os louve.

No caso da SIC, que foi a estação que vi, o seu patrão era vice-primeiro ministro de Sá Carneiro quando este morreu na queda do avião em Camarate. Balsemão considerou que Sá Carneiro foi responsável pela queda do avião? Que devia ter verificado se os pilotos cumpriam os protocolos de descolagem, velocidades, e tudo o resto? Dirão os mais ferrenhos adeptos da caça ao Cabrita: pilotar um avião não é o mesmo que guiar um automóvel. Tecnicamente não, mas do ponto de vista da relação do passageiro com o operador da máquina, sim. O passageiro pressupõe que o operador está qualificado para operar a máquina de acordo com as normas.

Por razões que não interessa conheci Manuel dos Santos, um grande toureiro português dos anos 50. Morreu num acidente de automóvel, conduzido por um motorista. Ninguém se lembrou de acusar Manuel dos Santos de responsável pelo acidente.

Um ministro do Estado Novo. Duarte Pacheco, ministro das obras públicas, morreu num acidente perto de Vendas Novas quando seguia numa viatura do Estado. Ninguém responsabilizou Duarte Pacheco, que até tem estátua e viaduto com o seu nome, como responsável pelo acidente.

No acidente da viatura do ministro Cabrita morreu um trabalhador. Então porque não atribuir culpas e responsabilidades a quem dirigia os trabalhos, com a mesma certeza e intensidade das exigidas ao ministro, pelo menos?

Esse alvo, o patrão do trabalhador, não vende audiências e não abre a porta a um novo poder que facilite os negócios dos patrões das televisões. Trata-se do pote dos fundos europeus, entre eles, a ligação de alta velocidade a Espanha, o novo aeroporto, a maior abertura do negócio da saúde aos privados… Mais PPP, mais concessões, mais obras, mais perdões de dívidas e imparidades…

Em resumo, estamos na clássica situação que levou Virgílio a afirmar na Eneida: Aura Sacra Fames — A execrável fome do ouro.

É disto que se trata. Moral de algibeira, ou de off shore, já agora.


Fonte aqui


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