Semanada – De Marcelo a Gama passando por Passos, qual deles o pior

(In Blog O Jumento, 26/03/2017)

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Marcelo Rebelo de Sousa descobriu que qualquer governo consegue um défice de 2,1%, pelos que se deduz que as políticas governamentais pouco importam. Marcelo não ouviu falar do famoso desvio colossal, dos cortes de vencimentos e de pensões, da recessão, dos sucessivos orçamentos rectificativos, do reembolso da sobretaxa e de outras situações. Para ele tanto faz que o défice seja controlado com medidas inconstitucionais ou por rigor orçamental. Também não explicou muito bem qual foi o outro governo que conseguiu fazer baixar o défice até 2,1%.
Quem andou a precisar de um frasquinho de Alka-Seltzer foi Passos Coelho; depois de ter prometido votar no PS se este respeitasse as metas do défice, de ter apelado à direita europeia que boicotasse o governo, de ter esperado a rejeição do OE pelo Eurogrupo, de ter exigido um plano B, de ter anunciado a vinda do diabo, não consegue aceitar os resultados. Agora parece um presidente de um clube desportivo mau perdedor, a dizer que houve um penalti por assinalar.
Jaime Gama que Ricardo Salgado promoveu a presidente do BES Açores quando deixou o parlamento, reapareceu agora na política para dar a sua primeira entrevista, agora já na qualidade de presidente da fundação do merceeiro holandês, que tem desempenhado o papel de Tea Party tuga.
Veio falar da dívida e fê-lo de tal forma que até Assunção Cristas sugeriu ao governo que o ouvisse.
Antes de Jaime Gama ter refletido sobre a dívida já tinha vindo o ministro das Finanças holandês explicar a sua origem, ao que parece a culpa dos nossos males é da famosa dupla das putas e do vinho verde. Nada de novo, sem especificar os consumos há muito que Passos Coelho defende a mesma tese, só não se entende o porquê de tanta indignação por parte dos admiradores portugueses do presidente do Eurogrupo.