Ao juntar dois novos Estados-membros africanos à sua lista, a cimeira da semana passada em Joanesburgo anunciando a expansão do BRICS 11 mostrou mais uma vez que a integração euroasiática está inextricavelmente ligada à integração da Afro-Eurásia…
Marine Le Pen anunciou “triunfalmente” que a França atingiu os 10 milhões de pobres. O que é verdade. E poderia ter acrescentado que a tendência é para subir…
A futura candidata às eleições presidenciais francesas posiciona-se assim na linha de partida…
Se ela ganhasse, um terramoto politico e social assolaria a França, e não só! E seria um sinal extremamente perigoso enviado ao mundo.
Os politólogos chamam a atenção sobre as “chances” cada vez mais sérias duma vitória lepenista.
Com a ajuda duma inflação a 25%, prevista, porque não? É que existem outros parâmetros favoráveis à candidata. Um governo de Le Pen conduzirá a um novo retrocesso dos direitos económicos e sociais, como fizeram os governos anteriores, e a um novo retrocesso dos direitos civis. Provavelmente encorajará um aumento na taxa de repressão nas ruas e encorajará, sem dúvida, o revisionismo histórico, bem como a inclinação da consciência, numa direção cada vez mais reacionária. Mas, apesar disso, não estabelecerá um despotismo fascista: não proibirá os sindicatos, não abolirá o sistema multipartidário, não proibirá os jornais antifascistas e não forçará todos os professores universitários a prestarem juramento ao fascismo. sob pena de serem demitidos. E não o fará simplesmente porque não há necessidade desta inflexão despótica do Estado desgastar os grupos subalternos, uma vez que já estão desgastados e já é possível continuar a utilizá-los democraticamente, às vezes até com o seu consentimento.
Quem pensava que 80 anos após a Segunda Guerra Mundial, veríamos estas forças reacionárias voltar ao poder?
Na Polónia, na Hungria, na Ucrânia, é claro e publico! Mas nas outras democracias ocidentais, quando vemos os seus lideres, em fila indiana, entre os quais mesmo socialistas, a irem dar o nosso dinheiro e o abraço fraterno a Zelensky, o que são eles, senão apologistas do fascismo e do nazismo? Sim, porque esquecem que Zelensky pôs fora-da-lei todos os partidos da oposição, incluindo o comunista e o socialista! E expulsou monges ortodoxos.
Claro que o exemplo ou antes, a palavra de ordem, vem do mestre de Washington.
Se temos, por um lado, o belo exemplo da República Popular da China, que liderou a maior luta contra a pobreza na história da humanidade, muitos outros países da Ásia, África e América Latina ainda estão a preparar-se para se expandirem económica e politicamente.
É contra este desenvolvimento económico e político dos povos e sobretudo dos países do Terceiro Mundo que a violência fascista tende a ser desencadeada hoje.
Assim, com a única arma do embargo, os Estados Unidos causaram, desde o início da década de 1990, mais mortes entre a população civil (incluindo idosos, mulheres e crianças) do que todas as armas de destruição massiva da história juntas]. E quando o embargo já não é suficiente, as invasões militares e as bombas, sejam elas de fósforo branco ou de urânio empobrecido, assumem o controlo.
É assim que a democracia liberal, como certos sociais-democratas, e o conservadorismo liberal podem muitas vezes convergir e unir-se, até ao ponto da conivência com a eclosão de guerras e a perpetração de verdadeiros massacres (Iraque, Jugoslávia, Afeganistão, Líbia, Palestina).
E também até à criação de campos de concentração como Abu Ghraib, Bagram e Guantánamo, à prisão de jornalistas como Julian Assange, à localização de personalidades como Edward Snowden, ao assassinato de fotojornalistas como Andrea Rocchelli, ao assassinato de ativistas dos direitos humanos como Rachel Corrie, ao recrutamento e armamento de grupos abertamente neonazis como o Pravy Sektor e o Regimento Azov, ao financiamento do fundamentalismo e do terrorismo islâmico na Síria, ao bombardeamento de embaixadas de outros países – como a da China em Belgrado -, à criação de “campos de terror” para migrantes como na Líbia, ao risco de um holocausto nuclear global.
Não posso esquecer que se Jacques Chirac recusou submeter-se a George Bush, e à invasão do Iraque, Macron, ele, está a matar russos e ucranianos com os seus canhões …