(Jeffrey Sachs in Braveneweurope.com, 20/12/2025, Tradução da Estátua)

(Para os ignorantes e para os propagandistas que resumem a sua análise da guerra na Ucrânia ao chavão “há um invasor e um invadido” – ignorando todos os antecentes históricos que levaram ao conflito -, este texto é uma lição magistral. Isto, se ainda conseguirem ler com dois neurónios desenferrojados, depois de tanta homilia de embotamento mental, que uns ouviram e outros oficiaram.
Estátua de Sal, 22/12/2025)
Chanceler Merz,
O senhor tem falado repetidamente sobre a responsabilidade da Alemanha pela segurança europeia. Essa responsabilidade não pode ser cumprida por meio de slogans, memória seletiva ou a normalização constante de discursos belicistas. As garantias de segurança não são instrumentos unilaterais. Elas funcionam em ambas as direções. Este não é um argumento russo, nem americano; é um princípio fundamental da segurança europeia, explicitamente incorporado na Acta Final de Helsinque, na estrutura da OSCE e em décadas de diplomacia do pós-guerra.
A Alemanha tem o dever de abordar este momento com seriedade e honestidade histórica. Nesse aspecto, a retórica e as escolhas políticas recentes deixam muito a desejar.
Desde 1990, as principais preocupações de segurança da Rússia têm sido repetidamente ignoradas, diluídas ou diretamente violadas — frequentemente com a participação ativa ou aquiescência da Alemanha. Esse histórico não pode ser apagado se quisermos que a guerra na Ucrânia termine, e não pode ser ignorado se a Europa quiser evitar um estado permanente de confronto.
No final da Guerra Fria, a Alemanha deu aos líderes soviéticos e, posteriormente, aos russos, repetidas e explícitas garantias de que a NATO não se expandiria para o leste. Essas garantias foram dadas no contexto da reunificação alemã. A Alemanha beneficiou enormemente delas. A rápida unificação do seu país — dentro da NATO — não teria ocorrido sem o consentimento soviético, fundamentado nesses compromissos. Fingir posteriormente que essas garantias nunca importaram, ou que foram meras observações casuais, não é realismo. É revisionismo histórico.
Em 1999, a Alemanha participou do bombardeamento da Sérvia pela NATO, a primeira grande guerra conduzida pela NATO sem autorização do Conselho de Segurança da ONU. Essa não foi uma ação defensiva. Foi uma intervenção sem precedentes que alterou fundamentalmente a ordem de segurança pós-Guerra Fria. Para a Rússia, a Sérvia não era uma abstração. A mensagem era inequívoca: a NATO usaria a força para lá do seu território, sem a aprovação da ONU e sem levar em consideração as objeções russas.
Em 2002, os Estados Unidos retiraram-se unilateralmente do Tratado de Mísseis Antibalísticos, um pilar da estabilidade estratégica durante três décadas. A Alemanha não apresentou objeções sérias. Contudo, a erosão da arquitetura de controlo de armamentos não ocorreu isoladamente. Os sistemas de defesa antimísseis implantados mais perto das fronteiras da Rússia foram corretamente percebidos pela Rússia como desestabilizadores. Rejeitar essas percepções como paranoia foi propaganda política, não diplomacia sensata.
Em 2008, a Alemanha reconheceu a independência do Kosovo, apesar dos alertas explícitos de que isso minaria o princípio da integridade territorial e criaria um precedente com repercussões noutros lugares. Mais uma vez, as objeções da Rússia foram descartadas como má-fé, em vez de serem consideradas como preocupações estratégicas sérias.
A pressão constante para expandir a NATO à Ucrânia e à Geórgia — declarada formalmente na Cimeira de Bucareste de 2008 — ultrapassou os limites mais óbvios, apesar das objeções veementes, claras, consistentes e repetidas levantadas por Moscovo durante anos. Quando uma grande potência identifica um interesse fundamental de segurança e o reitera por décadas, ignorá-lo não é diplomacia. É escalada deliberada.
O papel da Alemanha na Ucrânia desde 2014 é particularmente preocupante. Berlim, juntamente com Paris e Varsóvia, intermediou o acordo de 21 de fevereiro de 2014 entre o presidente Yanukovych e a oposição — um acordo que visava cessar a violência e preservar a ordem constitucional. Poucas horas depois, esse acordo ruiu. Seguiu-se um golpe violento. Um novo governo emergiu por meios extra-constitucionais. A Alemanha reconheceu e apoiou o novo regime imediatamente. O acordo que a Alemanha havia garantido foi abandonado sem consequências.
O acordo Minsk II de 2015 deveria ser a solução corretiva — uma estrutura negociada para pôr fim à guerra no leste da Ucrânia. A Alemanha, mais uma vez, atuou como garante. No entanto, durante sete anos, Minsk II não foi implementado pela Ucrânia. Kiev rejeitou abertamente as suas disposições políticas. A Alemanha não as fez cumprir. Ex-líderes alemães, e de outros países europeus, reconheceram posteriormente que Minsk foi tratado menos como um plano de paz do que como uma medida paliativa. Essa admissão, por si só, deveria forçar uma reflexão.
Nesse contexto, os apelos por mais armas, uma retórica cada vez mais agressiva e uma “determinação” cada vez maior soam vazios. Eles pedem que a Europa esqueça o passado recente para justificar um futuro de confronto permanente.
Basta de propaganda. Basta de infantilização moral do público. Os europeus são perfeitamente capazes de compreender que os dilemas de segurança são reais, que as ações da NATO têm consequências e que a paz não se conquista fingindo que as preocupações de segurança da Rússia não existem.
A segurança europeia é indivisível. Esse princípio significa que nenhum país pode fortalecer a sua segurança à custa da segurança de outro sem provocar instabilidade. Significa também que diplomacia não é apaziguamento e que honestidade histórica não é traição.
A Alemanha outrora compreendeu isso. A Ostpolitik não era sinal de fraqueza, mas sim de maturidade estratégica. Reconhecia que a estabilidade da Europa dependia do engajamento, do controle de armamentos, dos laços económicos e do respeito pelos legítimos interesses de segurança da Rússia.
Hoje, a Alemanha precisa dessa maturidade novamente. Pare de falar como se a guerra fosse inevitável ou virtuosa. Pare de terceirizar o pensamento estratégico para meros discursos de alianças. Comece a empenhar-se seriamente na diplomacia — não como um exercício de relações públicas, mas como um esforço genuíno para reconstruir uma arquitetura de segurança europeia que inclua, em vez de excluir, a Rússia.
Uma arquitetura de segurança europeia renovada deve começar com clareza e moderação. Em primeiro lugar, exige o fim inequívoco à expansão da NATO para leste — para a Ucrânia, para a Geórgia e para qualquer outro Estado ao longo das fronteiras da Rússia.
A expansão da NATO não era uma característica inevitável da ordem pós-Guerra Fria; foi uma escolha política, tomada em violação das promessas solenes feitas em 1990 e levada adiante apesar dos repetidos alertas de que desestabilizaria a Europa.
A segurança na Ucrânia não virá do envio de tropas alemãs, francesas ou de outros países europeus para a frente de batalha, o que apenas aprofundaria a divisão e prolongaria a guerra. Ela virá da neutralidade, respaldada por garantias internacionais credíveis. O registro histórico é inequívoco: nem a União Soviética nem a Federação Russa violaram a soberania de Estados neutros na ordem pós-guerra — nem a Finlândia, a Áustria, a Suécia, a Suíça ou outros. A neutralidade funcionou porque atendia às legítimas preocupações de segurança de todos os lados. Não há razão séria para fingir que ela não possa funcionar novamente.
Em segundo lugar, a estabilidade exige desmilitarização e reciprocidade. As forças russas devem ser mantidas bem afastadas das fronteiras da NATO, e as forças da NATO — incluindo os sistemas de mísseis — devem ser mantidas bem afastadas das fronteiras da Rússia. A segurança é indivisível, não unilateral. As regiões fronteiriças devem ser desmilitarizadas por meio de acordos verificáveis, e não saturadas com mais e mais armas.
As sanções devem ser suspensas como parte de um acordo negociado; elas não conseguiram trazer a paz e causaram graves danos à própria economia europeia.
A Alemanha, em particular, deve rejeitar o confisco irresponsável de ativos estatais russos — uma violação flagrante do direito internacional que mina a confiança no sistema financeiro global. Revitalizar a indústria alemã por meio de um comércio lícito e negociado com a Rússia não é capitulação. É realismo económico. A Europa não deve destruir sua própria base produtiva em nome de uma postura moral.
Por fim, a Europa deve retornar aos fundamentos institucionais de sua própria segurança. A OSCE — e não a NATO — deve voltar a servir como fórum central para a segurança europeia, a construção da confiança mútua e o controlo de armamentos. Autonomia estratégica para a Europa significa precisamente isso: uma ordem de segurança europeia moldada pelos interesses europeus, e não uma subordinação permanente ao expansionismo da NATO.
A França poderia, com razão, estender a sua dissuasão nuclear como um guarda-chuva de segurança europeu, mas apenas em uma postura estritamente defensiva, sem sistemas implantados na vanguarda que representem uma ameaça para a Rússia.
A Europa deve pressionar urgentemente pelo retorno ao Tratado INF e por negociações abrangentes sobre o controlo de armas nucleares estratégicas envolvendo os Estados Unidos e a Rússia — e, com o tempo, a China.
Acima de tudo, Chanceler Merz, aprenda com a história — e seja honesto a respeito dela. Sem honestidade, não pode haver confiança. Sem confiança, não pode haver segurança. E sem diplomacia, a Europa corre o risco de repetir as catástrofes com as quais afirma ter aprendido.
A história julgará o que a Alemanha escolherá lembrar — e o que escolherá esquecer. Desta vez, que a Alemanha escolha a diplomacia e a paz, e cumpra sua palavra.
Respeitosamente.
Jeffrey D. Sachs, Professor Universitário da Universidade de Columbia
Fonte aqui

O Merz é o Montenegro das Germânias, talvez ainda mais sabujo e atlantista pelos anos de serviço à BlackRock, mas igualmente inserido na alta-burguesia financeira e política/jurídica, nos meandros e travessas dos esquemas, negociatas e trocas de influências (para não lhe chamar tráfico). É um bom servente dos Grandes Irmãos e coloca-se acima dos demais políticos e cidadãos do seu país na capacidade de gerir esses interesses estrangeiros e supra-nacionais com reforçada legitimidade e distanciamento, um estatuto conferido por uma certa altivez e im(p)unidade. Merz é porém ainda mais frio e sórdido, não tem problemas em apoiar Israel ao mesmo tempo que reconhece que “estão a fazer o nosso trabalho sujo”, e outras tiradas infelizes como “ainda bem que já voltámos a casa” depois da COP30 no Brasil, ou algo do género, desprezando a cidade e o povo de Belém do Pará.
Digamos que é um tecnocrata ainda menos afável e empático que o já de si pouco dado a subtilezas Montenegro, o tal que fala em “percepções de insegurança” e depois em “rendas moderadas na habitação” sem mudar o tom e parecendo que está por dentro da realidade quando só repete propaganda, alguma dela de extrema-direita, outra dos sectores da especulação imobiliária e agiotagem/usura financeira, promovendo ambas as narrativas.
São políticos com visões distópicas da sociedade, com traços de sociopatia, desprovidos de bom senso e até de senso comum, com agendas próprias dentro de agendas sectoriais e classistas, sectárias e pretensamente elitistas, que governam para a minoria dos interesses do capital, e não para a maioria da população trabalhadora e não abastada, que produz bens e serviços, trabalha na indústria e no sector primário. Merz está teoricamente mais à direita, é mais conservador, mas isso é apenas no papel, porque a mesm von der Leyen que apoia Merz também fez campanha ao lado de Montenegro na sua primeira eleição, ou seja, representam bem o que é a política da Comissão Europeia actual e dos últimos anos, que está subsidiária dos interesses dos EUA, através da NATO, do FMI e não só.
E é preciso pessoas como o Sachs para os chamar à realidade, pois andam tão deslumbrados a encantar a pategada, que até se iludem a si próprios. Mas nem assim eles lá vão, parecem sonâmbulos em fila indiana, só que os grandes líderes vão de olhos abertos, fingindo que ninguém os topa.
Para derrotistas sabichões:
https://www.jn.pt/nacional/artigo/mendes-e-seguro-empatados-41-na-segunda-volta-ventura-continua-a-ser-goleado-por-todos-incluindo-cotrim/18032933
Rojeiro-a-jacto, herói da nossa nação.
https://youtu.be/BYCtUqwO9pc?feature=shared
O que alguém bem intencionado como Sachs não pode compreender e que não há carta que acorde Merz.
Porque Merz e ele próprio um nazi, um fanático nazi que quem vingar os nazis que caíram ante a União Soviética.
Durante todos estes anos a Alemanha modernizou se, conquistou poder econômico, atraiu Imigrantes. Construiu uma imagem de pais moderno e ate acolhedor, exceptuando alguns neo nazis que iam queimando vivo um turco ou outro.
Nada mais errado, o nazismo sempre lá esteve. Uma ideologia como aquela, totalitaria e com tal capacidade de “lavar cérebros nao desapareceu porque foi derrotada.
Ainda por cima quando tão poucos dias seus foram efectivamente castigados.
A ponto de um antigo oficial nazi alemão ter sido o primeiro comandante da NATO.
O nazismo sempre esteve lá. No imigrante que nos anos 60 podia ver a sua correspondência violada, chamado a interrogatório e ameaçado de que da próxima vez que pusesse a segurança do país em risco por ter escrito para Cuba seria entregue a policia política do seu país.
Em que por não pagar um seguro de carro um imigrante podia ser levado para a esquadra, brutalmente espancado com toalhas molhadas e sair de lá directamente para o hospital por ter várias costelas partidas sem ter marca nenhuma.
O nazismo sempre esteve lá na carrada de suicidados na prisão como aconteceu aos líderes do Baader-Meinhof.
O nazismo sempre esteve lá quando o antigo oficial nazi Erik Priebke, então com 82 anos pediu, denotando um medo visceral, para ser fuzilado e não mandado para a Alemanha.
Um jornalista um pouco mais lúcido perguntou o que e que estávamos a deixar acontecer na Alemanha. O que e que poderia meter medo a um homem daquela idade?
O que deixamos acontecer viu se nas filas quilométricas para dar vacinas da COVID sob pena de no outro dia já não ir trabalhar.
Em gente que apanhou mais de uma década de cadeia por alegadamente ter contagiado vacinados que morreram.
Nas restrições completamente desumanas com supermercados a serem multados por insistirem em vender comida a não vacinados.
O que nos valeu a todos foi os sequelados tornarem se demais para ser escondidos.
O nazismo nunca morreu e por isso essa gente quer voltar a tentar destruir a Rússia.
Quanto a história, vão para o raio que os parta pois que eles sabem muito bem que estão a mentir pois que a União Soviética foi tão aliada de Hitler como os aliados ocidentais quando permitiram a ocupação da então Checoslováquia e a anexação da Áustria.
Como também sabem muito bem que o nazismo nunca morreu na Ucrânia onde uns participaram em chacinas de minorias étnicas e opositores políticos, outros juntaram se as tropas invasoras matando outros soviéticos e outros ainda foram guardas de campos de concentração nazis tendo se distinguido pela extrema crueldade.
Porque também por cá as simpatias fascistas não morreram e e toda essa gente, que acredita que o Ocidente combateu o inimigo errado na Segunda Guerra Mundial, que hoje sonha em por as coisas no lugar certo.
E conseguir finalmente a destruição e o saque da Rússia. Desta vez ao lado dos inimigos de ontem. Os alemães.
Se houvesse Inferno Hitler e Goebbels estariam a rir se dos seus caldeirões.
Nos e que vamos tendo cada vez mais motivos para rir a medida que o nosso dinheiro e entregue ao fascismo ucraniano para que esta guerra continue.
E não há carta que nos valha.
O melhor mesmo era escrever lhes para lhes dizer que vão ver se o mar da tubarão branco faminto.
Mas não resolveria nada a não ser permitir nos desabafar e o mais provável era que acabassemos na cadeia por desrespeito ou até por desejar a morte de dirigentes europeus.
Por isso e esperar que não façam mesmo nada que faça a Rússia perder de vez a paciência já que nenhum desses bandalhos vai ver se o mar da Kraken.
Voltemos a Sua Excremência D. Grunho Nogeiro, o Caga-Mísseis de Cruzeiro, que mais bolçou… perdão, que mais perorou, mostrando-nos a imagem de um garboso militar de camuflado, outra cintilante pérola, magnífica de objectividade e rigor:
“O general Keller, que é um general americano que está a gerir o programa de entrega de bens militares americanos à NATO, para depois serem dados à Ucrânia.”
Estranhou o meu execrável bestunto putinista o facto de, na imagem do garboso magala, ser bem visível, junto do ombro direito do uniforme, uma bandeira da Alemanha, mas, enfim, D. Grunho Nogeiro, especialista em questões militares, ainda que, provavelmente, um inconveniente pé-chato o tenha livrado da tropa, é tu cá tu lá com as secretas mais bué da muito melhor bom do planeta e arredores! Aquilo devia ser um agente dos serviços secretos militares americanos infiltrado na tropa alemoa!
Podem conferir no meu polígrafo de aviário:
https://shape.nato.int/nsatu
https://www.reuters.com/business/aerospace-defense/no-drop-military-aid-kyiv-since-us-policy-shift-nato-official-says-2025-12-19/
Perdão, o primeiro link deu outro magala, o correcto é este:
https://shape.nato.int/NSATU/about-us/leadership/deputy-commander-2
Continuando no departamento de suinicultura, bolçou… perdão, trinou maviosamente Sua Excremência D. Grunho Merdazes, referindo-se a Maria Zakharova, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Moscóvia, a seguinte doce melodia:
“Olha, esta cachopa, (…) eu sei alguns segredos dela, que não jogam a favor dela, mas isso aí fica para depois.”
E esta, hein?! Gente fina é outra coisa!
A propósito de porcos: ontem, no Jornal da Noite da SIC, Sua Excremência D. Grunho Nogeiro, o Caga-Mísseis de Cruzeiro, mostrando uma fotografia da rendição de tropas alemãs aos soviéticos, na II Guerra Mundial, bolçou… perdão, perorou a seguinte pérola:
“Temos aqui uma imagem, esta imagem é de 17 de Julho de 1944. Tens aqui 60 mil prisioneiros de guerra alemães, feitos pelos seus antigos aliados soviéticos.”
“Aliados soviéticos” do nazismo alemão, topas? E continuou bolçando… perdão, perorando:
“É evidente que a Ucrânia combateu o nazismo, combateu o estalinismo, não quer que voltem os fantasmas que os avós e os bisavós desfizeram.”
Eu a pensar, na minha parvidez, que quem tinha combatido o nazismo tinha sido a União Soviética, onde a república da Ucrânia se integrava, juntamente com as da Rússia, da Geórgia, do Cazaquistão, etc. E a estúpida da minha parvidez a fazer-me crer, ainda, que na Ucrânia houve uma grande fatia de nazis locais que se juntaram aos nazis alemães no massacre de compatriotas soviéticos, desde ucranianos a russos, georgianos, etc., mas que a maioria dos ucranianos combateu o nazismo ao lado dos seus compatriotas russos, georgianos, cazaques e outros (sete milhões de mortos ucranianos, 14 milhões de russos, etc.). Enfim, vai-se a ver e, sem o perceber, aprendi História nalgum calhamaço da galáxia de Andrómeda que por cá desaguou a cavalo num meteorito dissidente! Porra, as coisas que a gente aprende quando chega a velho!
E eu a pensar, ainda, que os ucranianos que hoje estão no poder na Ucrânia são os orgulhosos herdeiros dos ucranianos locais que na II Guerra Mundial se juntaram aos nazis alemães no massacre de compatriotas! E também que têm suado as estopinhas em sentidas homenagens a esses seus antepassados, erigindo-lhes estátuas, baptizando ruas e praças com os seus nomes e outros carinhosos tributos! Porra, pá, o que a puta da velhice faz à cornadura da gente!
O lucidez faz um barulho ensurdecedor, mas, desgraçadamente, o porquinho alemão e os outros bacorinhos são surdos!
“A lucidez”, queria eu dizer.