O 1984 de Orwell, ou o 1933 de Adolf?

(Carlos Marques, in comentários na Estátua de Sal, 21/11/2023)

Em que ano estamos? Vamos lá ver o que se passa, para ver se chegamos a uma conclusão.

Mais de 13 mil civis assassinados, dos quais 5500 crianças, num só mês. Um exército a cercar e a invadir hospitais, a bombardear escolas das Nações Unidas, a fazer uma limpeza étnica de dois milhões de pessoas, numa invasão a um campo de concentração. Um regime de apartheid em que se diz ser o povo escolhido, superior aos restantes.

Isto é o que se passa. É factual. Mas, se eu não chamar os bois pelos nomes, um leitor desatento poderia ficar na dúvida se estou a falar da Alemanha Nazi de Hitler… Não. Estou a falar da Israel naZionista de Netanyahu.

Hoje vi 30 segundos de MainStreamMedia portuguesa, 15 segundos em cada canal. Primeiro vi dois PRESStitutos, um pivot e um comentador, a trocar palavras, dizendo algo como “Orbán, a voz de Putin na Europa, é um problema”. E não, não foi o comentador a dizer está alarvidade.

No outro canal, estavam a dar numa reportagem sobre os coitadinhos familiares dos “civis raptados” a 7 de Outubro pelo Hamas. Nem uma palavra sobre os mapas da ONU que mostram que, sob todos os pontos de vista, aquelas cidades “Israelitas” são a Palestina ocupada; portanto quem lá está é invasor/colono ilegal, e por isso eles não são civis, nem inocentes, nem foram raptados. São invasores, são os culpados pelo início da agressão, e são prisioneiros de guerra.

E, imagino eu, nem uma palavra nesta MainStreamMerdia sobre as mais de 800 crianças palestinianas, essas sim raptadas, e todos os anos colocadas em condições de tortura psicológica nas prisões/gulags do invasor naZionista.
Nem sobre os milhares de cidadãos palestinianos presos só por serem quem são. E nem uma palavra sobre o Nakba e de como a lei internacional dá a milhões de palestinianos o direito de regressar. Ora, se pela frente têm muros, colonos/invasores ilegais armados, acompanhados de militares genocidas, como é que regressam às casas que lhes foram roubadas? Tem de ser o Hamas a abrir caminho.

É esta a situação. Um lado quer viver em paz. O outro quer invadir ainda mais, e fazer guerra até destruir tudo e matar todos os que estão no caminho dos seus planos: como prova o mapa que Netanyahu, o naZionista-mor, apresentou na ONU, só com Israel e sem Palestina nenhuma, nem Gaza nem Cisjordânia, nem Hamas nem Fatah. Uma limpeza étnica completa.

E é para atingir esse objetivo que o chefe do império genocida ocidental, os EUA, tem na região um total de mais de 70 navios de guerra e de mais de 200 aviões. Nem vou dizer o número de mísseis (armas de destruição em massa) nem de bases ilegais, invadindo vários países contra a vontade dos respetivos povos.

Da EUropa, nem uma única sanção, nem uma única arma dada a quem resiste. Pelo contrário, os países EUropeus/NATO com assento no Conselho de Segurança da ONU, votaram contra o cessar-fogo. Só aprovaram “pausas humanitárias”. Ou seja, traduzindo de língua de porco diplomata mas genocida, para língua de gente intelectualmente honesta: votaram a favor de um horário de guerra contra civis, em que, na maior parte do tempo, há genocídio, e nas pausas do genocídio há limpeza étnica: a deslocação forçada de toda a população com vista à sua substituição.

Para completar, a cereja no topo deste bolo de m*rda, avança a censura e o cancelamento de quem discordar do império genocida ocidental e do naZionismo. Na EUropa proibem-se manifestações pacíficas a favor da libertação da Palestina. Em Portugal promove-se uma Web Summit em que o Irlandês que se atreveu a dizer um facto (que Israel comete crimes de guerra) perdeu o lugar no evento que o próprio criou, e foi substituído por uma cadela com pedigree da CIA. E, nós próprios EUA, a cartilha obrigatória já foi entregue a reitores de universidades e a CEO de empresas, para que se ataque os indivíduos que se atrevem a criticar quem assassinou mais de 5500 crianças. Se o fizerem, esses jovens dos EUA, perdem as suas oportunidades de vida, ficam sem carreira, e os que já a tiverem iniciado ficam sem emprego.

Bem-vindos a 1984.

Aqui, o libertador Mandela é “terrorista”, mas o nazi Bandera e os seus seguidores neoNazis são “heróis”.

Guerra é “paz”.

Belicismo é “segurança”.

Dinheiro para salários é “extrema-esquerda”.

Assassinar russos é “investimento”.

Censura é “liberdade”.

Fake News e propaganda são “factos”.

Combater nazis é “injustificado”.

Resistir a naZionistas é “terrorismo”.

A China é uma “ameaça”.

O império genocida (EUA) é um “aliado bem-intencionado”.

A €Uro-ditadura é a “representação exemplar dos cidadãos”.

Partidos capitalistas neoliberais das privatizações, ataques ao direito laboral, e mercado desregulado, são “socialismo”.

Ter 41% de votos (que em 50% de abstenção são só 21% de eleitores) é ter “maioria absoluta”.

Uma procuradoria que, trocando um nome numa montanha de escutas que pariram um rato, deita abaixo um governo, é “estado de direito”.

Defender o próprio país (Hungria) e apelar à paz, é ser “a voz de Putin na EUropa”.

Ter uma lei, representativa da vontade da maioria, que manda tapar boa parte do cabelo da mulher com um lenço, é “fanatismo religioso de um regime perigoso”, mas bombardear campos de refugiados em nome da Torah é ser “a única democracia do Médio Oriente”.

Enviar médicos para países necessitados é ser “país terrorista”, mas construir muros e jaulas para emigrantes esfomeados é “defender os direitos humanos”.

As alterações climáticas são uma emergência, mas evitar jatos privados ou evitar uma guerra nuclear nem por isso…

Agora que cheguei ao fim, fiquei na dúvida. Será o 1984 de Orwell, ou o 1933 de Adolf? Ou será uma nova era que ficará na memória das próximas gerações como algo ainda pior que os dois exemplos referidos?


PS: Para a Argentina, o ano é 1973. O golpe Pinochetista/CIA neste momento já não precisa de botas cardadas. Bastam fake news na MainStreamMedia, bits e mentiras nas redes sociais, uma boa dose de guerra/terrorismo económico, e um bando de “mercados internacionais” a piar de acordo com os 1% donos deste Mundo, e está feita a receita.

Depois, basta só um governo incompetente, levar ao forno durante 4 anos, a oposição moderada não comparecer ao jantar, e o fascista/NeoLiberal e globalista/traidor come tudo. Eles comem sempre tudo.

Se Milei fizer tudo o que prometeu, haverá mais argentinos a passar fome daqui a 4 anos, do que houve russos nessa situação após o “Milei bêbado de Moscovo” (ala Yeltsin) ter sido o eleito para aplicar essa receita: capitalismo neoliberal de choque antidemocrático só com o fim de agradar à oligarquia do império genocida ocidental.


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17 pensamentos sobre “O 1984 de Orwell, ou o 1933 de Adolf?

  1. Muito boa panorâmica da precária situação regional no Médio Oriente.

    A sua análise é precisa, concisa e perfeitamente objetiva. Resume perfeitamente o que penso deste conflito desde o início: uma enorme hipocrisia global.
    Não tenho a certeza de que alguma vez possa surgir uma paz duradoura nesta região, é realmente triste. A única solução seria a mediação dos BRICS, uma vez que o Ocidente já não tem qualquer hipótese de desempenhar esse papel na região.

    Em diplomacia dizemos muitas vezes que os Estados não têm amigos, só têm interesses.
    Eis outra ilustração.
    Quando se trata de revoluções, “panem et circences” ainda parece aplicar-se.
    Quando o povo pode alimentar-se e distrair-se da política do governo, é contra um inimigo comum.
    É necessária uma organização poderosa para os mobilizar.
    Todos os Estados estão conscientes do poder das redes sociais e, na Europa, assistimos mesmo ao controlo ou mesmo à censura das redes.

    “A mídia são as entidades mais poderosas do mundo; têm o poder de tornar o inocente culpado e de transformar o culpado em inocente. ”

    Em Portugal, é assustador o que se passa com a Ucrânia.

    Gostaria também de salientar que que os extremistas ultra-religiosos das três religiões monoteístas estão deliberadamente a deitar achas para a fogueira,
    com uma perigosa manobra messiânica que está a exacerbar os debates na cena internacional, causando assim
    confusão e fervor paroxístico entre alguns dos sectores mais doutrinados e fanáticos da população.
    Populações doutrinadas e fanáticas de todo o mundo!

    Qual é a nova taxa de câmbio de 1 israelita para 1 palestiniano? Da última vez, um israelita morto valia 77 palestinianos, estamos à espera de ver qual é a nova taxa de câmbio!

    A palavra hipocrisia resume tudo.
    A hipocrisia dos líderes ocidentais e árabes perante o massacre de civis palestinianos é doentia. Pela primeira vez na história, estamos a assistir a um genocídio na televisão.
    Condeno todos os actos de violência, qualquer que seja a sua origem ou destino, e desejo paz a todas as famílias devastadas por esta tragédia.

    Não é que os países não queiram ajudar a Palestina. É que, se o fizerem, sabem que serão punidos pelos EUA (diplomaticamente, economicamente e até militarmente).
    A Turquia é o país que mais se esforça por ajudar a Palestina.

    Ficamos com a impressão de que o Governo israelita está a jogar com o tempo e que gostaria de voltar a ter estes dois territórios palestinianos dentro das suas fronteiras o mais rapidamente possível.
    Podem fazê-lo militarmente, mas que soluções têm para a população palestiniana?
    Existe alguma esperança realista de um plano após a invasão total de Gaza e o terror na Cisjordânia?
    Ou acham que Netanyahu. está a ir para a guerra sem ter preparado o próximo passo/solução?

    Israel a atacar o Irão?

    Já se falou das origens do conflito, a nakba, a guerra do Yom Kippur, a criação da Fatah, a infiltração do Hamas, a descoberta das bolsas de gás no território marítimo de Gaza, os acordos petrolíferos com os Estados do Golfo, a ligação com a guerra na Ucrânia e, finalmente, o plano de evacuação de Gaza antes dos ataques de 7 de outubro, a venda de armas pela europa e pelos Estados Unidos a Israel, enquanto a ONU acusa Israel de genocídio, etc…
    Em suma, tudo isto não foi evitado, o que é lamentável.

    Nem tudo é preto e branco neste triste mundo: a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, a Jordânia, o Egipto, o Bahrein, o Sudão, Marrocos, a Mauritânia e o Djibuti recusaram-se a cortar todos os laços com Israel na Cimeira das Nações Islâmicas, a 11 de novembro.

    A questão palestiniana é, antes de mais, uma questão humana, não está relacionada com o facto de se ser árabe ou muçulmano. Todos os seres humanos deveriam ser contra o assassínio de outros seres humanos.

  2. Muito se esforça a cambada do ódio em dar lugar a terroristas na multipolaridade que ambicionam.

    O tema actual é equiparar os assassinatos de civis a 7 de Outubro em Israel às mortes de civis em Gaza.

    • Realmente é incomparável. O Hamas entrou na Palestina ocupada (ou seja, “invadiu” o seu próprio território), e matou invasores. Um total a rondar 1200 morreram nessa contra-ofensiva. Quase 400 eram militares ou polícias do regime invasor. E dos 800 “civis” (colonos reservistas do IDF, invasores ilegais) mortos, vários foram mortos pelas próprias IDF, como já foi noticiado.

      Do outro lado, em Gaza, um campo de concentração, o invasor Israelita invadiu ainda mais, destruiu bairros inteiros, infraestruturas, cortou água e luz, bloqueia comida e combustível, cerca hospitais, rebenta escolas. Assassinou já +13.3 mil civis, dos quais +5.5 mil crianças (41% das vítimas).

      É de facto incomparável. De um lado um povo sem direito a forças armadas, usa os meios que tem para se revoltar contra os que os invadem há quase 80 anos, e fazem alguns prisioneiros com o objectivo de os trocar pelas crianças Palestinianas raptadas e trancadas em prisões naZionistas.

      Do outro lado, mais invasão ilegal, um genocídio, e uma limpeza étnica durante as pausas. E os navios do império genocida ocidental no Mediterrâneo, para garantir que o genocídio é feito sem ninguém se atrever a pará-lo.

      Mas para racistas e imperialistas genocidas, a vida de um 1 invasor agressor naZionista, vale tanto como a de 10 ou 100 civis Palestinianos, vítimas há décadas neste conflito que NÃO começou a 7-Outubro, começou em 1947, quando um grupo de imperialistas genocidas ocidentais desenharam uma linha num mapa e afirmaram: “isto agora é meu e dos meus amigos Sionistas”. Ou, como Biden uma vez disse, parafraseando: “Se Israel não existisse, nós íamos lá inventá-la. É a melhor garantia da defesa dos nossos interesses na região”.

      Já o Putin, esse “criminoso”, em vez de inventar linhas no mapa, olha para os mapas históricos. Em vez de fazer golpes sangrentos, faz referendos. Em vez de bombardear o campo de concentração, bombardeia nazis. Em vez de assassinar +5500 crianças num mês, faz uma guerra cirúrgica em que em 2 anos morreram 500 (e muitas em ataques dos nazis contra o Donbass). Em vez de limpeza étnica, re-constrói Mariupol e convida a voltar todos os Ucranianos que lá quiserem continuar a viver. Em vez de cometer um genocídio, evita um que os UkraNazis queriam cometer. Em vez de ódio e extremismo religioso, lidera uma federação onde cabem todas as etnias e crenças. Em vez de cortar água e cercar hospitais, re-abre canal da Crimeia, e envia ajuda humanitária para Gaza. Em vez de financiar Al-Qaeda para destruir a Síria, ajuda a Síria a derrotar a Al-Qaeda. E em vez de apoiar incondicionalmente os naZionistas, vota na ONU a favor do cessar fogo imediato. Obviamente, com um currículo como este, só podia ser chamado de “criminoso” pelos “democratas” e “juízes” ocidentais. O Netanyahu, esse sim, é um exemplo…

      Nota 1: no meu texto que a Estátua de Sal publicou (obrigado pelo reconhecimento, mais uma vez), o auto-corrector da Google no meu Android trocou Nakba por “Bamba”. Que ridículo. Estou certo que esta “inteligência artificial da Google não teria tentado “corrigir” desta maneira se eu tivesse tentado escrever Holocausto… Agora Nakba? Que é isso? É melhor “corrigir” para ninguém saber… Um mero azar, ou teoria da conspiração com alguma verdade? Cada uma decida por si. O que sei é que agora escrevo no PC, com Linux, e tal coisa já não acontece.

      Nota 2: continua o agravar acelerado da DITADURA ocidental. A actriz Susan Sarandon, dos poucos seres humanos que se aproveitam naquela zona do globo e naquela indústria, acabou de ser cancelada, censurada, limitada na sua liberdade, e atacada na sua independência financeira. Se fosse uma actriz nova, correria o risco de passar fome daqui para a frente. Felizmente já amealhou o que tinha de amealhar. Já não é preciso PIDE nem Gestapo. O Capitalismo faz o trabalhinho…

      https://lifestyle.sapo.pt/fama/noticias-fama/artigos/susan-sarandon-fora-de-agencia-de-hollywood-apos-apoiar-palestina

      «Susan Sarandon fora de agência de Hollywood após apoiar Palestina»

      Ela não apoiou o Hamas. Apoiou um povo vítima de genocídio. A ditadura ocidental diz que é crime. O capitalista despede. Está cancelada. Só por acaso, Hollywoowd deve ser das indústrias com mais penetração/iniciativa Judaica/Sionista. É só uma coincidência, pois claro…

      https://lifestyle.sapo.pt/fama/noticias-fama/artigos/fui-aconselhado-a-nao-falar-no-genocidio-posso-vir-a-ser-prejudicado

      «Fui aconselhado a não falar no genocídio. Posso vir a ser prejudicado»

      Esta foi em Portugal, província do império genocida ocidental. Ai do actor Jorge Corrula que abra a boca para falar de factos… Fica logo sem ganha-pão. É assim a nova PIDE/Gestapo da ditadura ocidental. Não é o agente X que tortura ou mata num edifício do Estado. É a “iniciativa privada” que faz o servicinho, de forma silenciosa, sem deixar negras. Se um actor disser o que o regime não gosta, e deixar de aparecer na TV/Cinema, ninguém dá por ela. Estão sempre a aparecer novos actores, prontos a dizer as coisas “certas”, e alguns até dão estatuetas dos Óscares a ditadores colaboradores de Nazis queridos pelo regime ocidental, em nome da vi$ibilidad€ que isso lhes garante.

      Por falar nisto, lembrei-me do partido político da CIA em Portugal… quer dizer, da Iniciativa Liberal. Eles querem mais meritocracia. Deve ser do tipo: se vais a uma manif pedir +salários com cartazes em Português, és extremista e tens de ser combatido. Mas vais a uma manif com bandeiras vermelhas e pretas da UPA/OUN ao lado do militante do Svoboda, pedir mais aviões F16 em cartazes em inglês, e és logo um grande democrata liberal e mereces ser promovido até ao topo…
      E é esta gente que vai governar Portugal nos próximos 4 anos. Aliás, ganhem laranjas ou rosa, são na mesma estes que vão governar. $eja feita a vontade de Biden, Leyen, Stoltenberg, e Lagarde, am€n.

      PS: alguém diga ao Putin que se ele disser que todos os Ucranianos são terroristas do Hamas, pode terraplanar aquilo tudo à bomba, e ainda recebe ajuda do ocidente. Combater cirurgicamente Nazis (que começaram guerra) é “crime” e é “injustificado”, mas assassinar +13 mil civis (+5500 crianças) num só mês (e ainda agora isto vai no início…) é ser “a única democracia do médio oriente” e “totalmente justificado” e “defender direitos humanos” e espalhar a “liberdade”.

      PS2: perante crescente agressão dos Albaneses do Kosovo contra os Sérvios da parte Norte do Kosovo, a NATO reforça as forças da invasão, o apoio a separatistas, e facilita a futura anexação de mais um território (em violação do direito internacional) ao império genocida, com promessas de adesão à UE/NATO. Não é independência, é anexação. Só não percebe isso quem não tem olhos nem vergonha na cara. Mas é tudo business as usual.
      Entretanto o Presidente da República Srpska começa a falar cada vez mais alto em exercer pacificamente o Direito Humano à Auto-Determinação, separar-se da Bósnia e Herzegovina, e quiçá ajudar depois a fazer uma Sérvia maior. Obviamente chovem ameaças e previsões de nova guerra, por parte dos cartilheiros do regime ocidental.
      Double standards, what else?

      Mas isto levou-me a ler novamente artigos sobre a forma como o Montenegro se tornou “independente” (anexado à UE/NATO). E só posso dizer que recomendo. Desde os apenas 2 mil votos que tudo decidiram (menos que o total de votos nulos ou brancos), às polémicas e irregularidades, às histórias de corrupção e compra de votos e pressões inadmissíveis a trabalhadores do Estado, às bandeirinhas da UE numa das campanhas… e à divisão territorial das intenções de voto, com uma metade claramente contra a independência. Uma leitura que é uma risota revoltante. Visto com os meus olhos de hoje, ficou claro para mim: foi um Maidan. Feito com cruzes num papel em vez de balas. Mas ainda assim um Maidan. Um golpe para despedaçar um país, em nome dos interesses do império genocida ocidental. Nada mais.
      Hoje a Sérvia não tem acesso ao mar. E o Montenegro é uma amostra de país. Mais um voto na ONU para fazer de conta que o ocidente (15% do Mundo) tem muitos votos e “não está isolado”.
      Orwelliano demais!

      Falei de tanta coisa que parece diferente, mas isto está tudo ligado. E a cola que liga as peças, é produzida em Langley, Virgínia. Se o que produz ficasse dentro do muro, não havia mal. Mas infelizmente anda pelos lados de cá muito snifador viciado dessa cola…

      • Passei agora pelo SAPO só por curiosidade em relação às manchetes.
        E, claro, faço-o só depois de já estar mais do que bem informado em canais de facto de notícias não-ocidentais via Telegram, a rede social mais democrática de todas, pois não tem censura, nem “algoritmo” made in Silicon Valley a decidir o que vemos…
        Eis:

        «Qatar confirma acordo entre Israel e Hamas para trégua e libertação de 50 reféns»

        https://executivedigest.sapo.pt/noticias/israel-qatar-confirma-acordo-para-tregua-e-libertacao-de-50-refens-do-hamas/

        1) sabem que muitos só lêem a manchete, não lêem o texto, por isso a manchete só diz o que se quer que a maioria saiba, e da forma como se quer que a maioria pense: Hamas mau, Israel com sucesso, e só “reféns” é que interessam, mais nada;

        2) no texto finalmente está lá «em troca da libertação de um número de mulheres e crianças palestinianas detidas em prisões israelitas», mas aqui usa-se o neutral “detidas” e não o acusatório, e neste caso factual: raptadas pelos invasores naZionistas;

        3) quem lê os primeiros parágrafos não sabe que se fala de 150 Palestinianos. Só quem lê muito mais texto é que chega a essa informação. Os manipuladores também sabem disto, que muitos só lêem a manchete e vários não lêem tudo;

        4) quem só leu a manchete nem sequer disto sabe, e ninguém explica porquê a relação de 1 para 3 (porque um lado rapta muito mais que o outro, mas shiiiu, não é para se dizer…);

        5) em parte alguma se fala do facto de que anualmente Israel prende +800 crianças, fora os civis adultos. Nem das condições desumanas em que ficam presas;

        6) Israel prende-as por “crimes” como atirarem pedras contra tanques invasores, por usarem a bandeira do seu país, ou por insultarem as tropas invasoras que lhes apontam as metralhadoras quando estas vão a caminho da escola ou de casa (as “sortudas” que ainda não foram expulsas da sua própria terra nem expropriadas);

        7) sempre têm mais sorte do que as crianças filhas de quem vive em Gaza, algumas assassinadas à bomba nas próprias casas. Um membro do governo naZionista chegou a publicar o bombardeamento a uma casa onde estavam mulher e filhos dum POLÍTICO do partido Hamas (NÃO do braço militar/jihadista) há anos preso num gulag Israelita. Dizia esse post provocatório que Israel “tem uma ideia do que deve bombardear”;

        8) é 22-Novembro, mas o foco continua a ser os “coitadinhos” dos “raptados” a 7-Outubro;

        9) em ponto algum do texto se actualiza o número de civis assassinados que já chegou a 13.3 mil (dos quais 5-5 mil crianças) em Gaza, nem do número de milhões de refugiados, vítimas de limpeza étnica;

        10) mas ai do texto que acabasse sem voltar a referir os 1200 mortos nos confrontos de 7-Outubro… e todos os 1200 são “pessoas”… nem pensar em dizer quantos (quase 400) eram militares/polícias invasores, nem quantos foram mortos pelo próprio IDF (já confirmado no próprio jornal Israelita Haaretz: mortos por tiros disparados dos helicópteros do IDF que para acertar nuns suspeitos de serem do Hamas, mataram quem estava à volta…)

        E pronto, são estes os 10 mandamentos da propaganda desta notícia. E isto é assim, em todas as notícias das FakeNews da MainStreamMerdia feitas pelas PRESStitutas ocidentais, em relação a todos os assuntos que geopoliticamente sejam do interesse do império genocida ocidental, e economicamente sejam do interesse da oligarquia fascista ocidental.
        Mesmo com meias verdades (que é para, tecnicamente, não estarem a mentir), é manipular percepções até não poder mais, 24h/dia, 365 dias/ano.
        A Operação Mockingbird é real e continua mais agressiva do que nunca.

        https://en.wikipedia.org/wiki/Operation_Mockingbird

        E quem recusar colaborar, ou fica pelo menos com a carreira em risco, ou perde o emprego, é silenciado como o Julien Assange, ou acaba como a Shireen Abu Akleh: com uma bala do IDF a rebentar-lhe a cabeça. Só neste último mês, os Israelitas naZionistas já assassinaram pelo menos mais 29 jornalistas em Gaza, 4 no Líbano, e outros 4 em Israel.
        É a chamada “liberdade”, estilo ocidental…

  3. Dos argentinos não tenho pena nenhuma. Uma coisa foi 1973 em que os militares se venderam as oligarquias e massacraram o povo que não queria viver na miséria. Ninguém votou nesses militares, a não ser a elite que os lançou para a rua.
    Mas agora foi o povo que escolheu. E não se pode dizer que foram enganados. Muitas vezes as pessoas não votam por bem, votam por mal. Porque querem o mal. Quem votou Milei votou porque não quer pagar impostos, por não querer ser solidário, por querer ter um empregado sem lhe dar direitos alguns. Por querer tiranizar a família sem ninguém lhe pedir contas.
    Não pensa que pode precisar de tratamento médico e não o poder pagar, que pode não poder pagar mais tarde a escola dos seus filhos, que a polícia o pode matar impunemente se protestar.
    Com efeito, vao passar muita fome, até porque aqueles com quem o doido quer fazer negócios so tiram, não dao nada a ninguém. Mas só teem aquilo que merecem.
    Os russos eram inexperientes nisso de votar, acabaram a eleger um bêbado que ia dando cabo do país. Agora os argentinos, que viveram ditaduras brutais, que souberam o que foi viver em democracia, o que ela custou, os trastes que são os vizinhos do Norte, vulgo Estados Unidos, tinham obrigação de saber mais. Se passarem fome, morrerem ao abandono, voltarem a ser presos, torturados e mortos vão se queixar ao papa que até é argentino.
    Como se por cá a maioria decidir votar Chega simplesmente porque quer que quem recebe apoios sociais deixe de os receber, votar Iniciativa Liberal porque não quer pagar impostos, votar PSD porque sempre votou, fazendo com que aquela tripla de cabo da vida a muita gente, só vamos ter aquilo que merecemos. É frustrante para, todos aqueles que não votaram em trastes mas ninguém disse que este mundo é perfeito.
    Cada povo é responsável pelas escolhas que faz e quando se, escolhe o mal por motivos que muitas vezes são torpes há um preço a pagar. Decididamente, não vou chorar pela Argentina.
    Quanto ao resto do artigo, assino em baixo. O ano e 1984 é também 1933, há que chamar os bois pelos nomes, há um estado supremacista e um povo que se julga superior a todos os outros e se arroga o direito de matar quantos quiser. Esta em curso uma das maiores atrocidades deste século e estes bandalhos apoiam e justificam o que nada pode justificar. Nada, mas mesmo nada.
    E como a etnia que sustenta esse estado messiânico e genocida tem o poder económico que sabemos consegue cancelar todos os que o criticam. Temos todos um bom bico de obra a aviar. Tenha uma boa noite, se conseguir.

  4. Bestialidade e o discurso dos dirigentes israelitas a começar pelo assassino mor. Bestialidade são as atrocidades que Israel comete há décadas em nome de uma pretensa superioridade da raça ariana, perdão, judaica não só sobre os árabes mas sobre todos nós.
    Bestialidade e ainda haver gente a defender esses trastes em vez de agradecer estar longe.

  5. Excelente comentário, Carlos Marques. O «Ocidente alargado» é cada vez mais uma abominação, um monumento mundial à hipocrisia e à psicopatia, portanto a precisar de um tratamento monumental, e é garantido que ele vai ser aplicado, se é que não está já a acontecer…

  6. O aplauso do restolho ideológico é o mais claro sinal da degradação da cultura ocidental.
    A grunharia que tudo mistura em incursões desordenadas desde a religião à economia, sem ordem nem definição discernível, pode apresentar-se como aparentando ter ideias!!!!

    A igualdade ‘porque sim’ vai corroendo a democracia, não porque a todos dê voz, mas porque vai assumindo o sentido de que ter voz pode reduzir-se a rumor, a juntar palavras, a ruído.

    «Ter uma lei representativa da vontade da maioria que manda tapar boa parte do cabelo da mulher com um lenço, é “fanatismo religioso de um regime perigoso”, mas bombardear campos de refugiados em nome da Torah é ser “a única democracia do Médio Oriente”. »

    Eis a minha escolha como símbolo da bestialidade posta em palavras!

  7. Claro, isto de igualdade é uma chatice. O Salazar é que a levava direita. Uns safanoes dados a tempo, uns tempos em Peniche, uns mortos sob tortura, uns assassinados a porta de casa, camponesas mortas a tiro de metralhadora por pedir pão para os filhos e tínhamos um país lindo e bucólico.

  8. Israel também quer um país lindo, sem gente impura no seu meio, que pode expandir se para onde quiser até ter espaco para lá meter os judeus racistas de todo o mundo, incapazes de suportar a proximidade dos gentios que habitam as terras onde vivem. Se isto não é bestialidade humana, não sei o que seja.

  9. Israel é aquele pais fantástico onde até depois da morte há apartheid. Há cemitério para judeus, para muçulmanos e para cristãos. É quem não tiver religião nenhuma, nem direito a enterro tem.
    O problema disto é que a pertença tem de ser certificada por entidades religiosas ou não há enterro para ninguém. Não basta que amigos ou família arrastem que o homem é crente.
    Por isso um certo Oskar Schindler esteve mais de um mês a espera de ser enterrado porque a igreja luterana recusavasse a passar o certificado, alegando que o homem tinha sido bêbado e putanheiro. Que tal era verdade mas não seria o único, o problema é que o antissemitismo a sério continuava vivo na Alemanha e para os grunhos a ideia de um salvador de Judeus no frigorífico até à eternidade por não ter direito a sepultura dava lhes certamente gozo.
    O impasse terminou quando um responsável religioso judaico disse que ia declarar que o homem se tinha convertido e seria o
    velho cachalote enterrado como judeu sem mais espinhas. Isso lá resolveu os responsáveis religiosos a passar o bendito certificado sem deixar de ressalvar que era aquele o que mais tinha violado os princípios da religião. Claro, na Alemanha não há bêbados e putanheiro. Aquele era mesmo o pior deles todos.
    Presumo que tendo em conta a sucessão de grunhos que teem liderado Israel de então para cá nada disto tenha mudado. Quando acharmos que Israel tem assim tanto em comum com as sociedades ocidentais vale a pena pensar também em pormenores destes.
    Quantos de nós conseguiríamos um certificado de pertença religiosa se tivessemos a ma sorte de morrer em Israel e querer ser enterrados segundo a máxima “as pernas te levarao onde a cova te farão?”.
    Eu sei que o Menos conseguiria certamente o certificado de bom católico que lhe garantiria enterro no cemitério cristão. Já outra malta que por aqui escreve, a começar por mim, era capaz de passar muito tempo no frigorífico.

    • ,,, e sempre muitas palavras, assunções, presunções e retalhos de jornal; um tanto de vitimização um tanto mais de demonização; três cambalhotas e um pino!

  10. I actually wrote my opinion on this very matter […the opening of the war] long ago under the Nightvision name but long story short, I believe it was multi-dimensional, as any responsible planning would have. In that there was a main objective that was the optimal goal, but alternative and secondary objectives were still diligently launched not only as backups but also as potential hedges.

    There were so many important initial objectives like for instance racing to the bio-labs and significant nuclear facilities (like ZNPP) in order to prevent Ukraine from either torching or fortifying them. So a lot of these were still done in accordance with doctrine just in case the main Kiev thrust/hail mary failed. So Russian general staff definitely hedged their bets in accordance with very well thought out and responsible doctrine.

    So the whole Kiev land bridge fixing operation thing I believe was also part of that secondary consideration as you say. True planning takes on multi-dimensional aspects of this sort, where you try to kill as many ‘birds with one stone’ as possible. So yes, while they had *hoped* the Kiev stunt would potentially work, they still knew and planned for the secondary fallback of using it as a fixing operation to secure the landbridge and many other aforementioned secondaries (like time-sensitive biolabs, nuke plants, etc.).

    Otherwise, if that wasn’t the case, then why would they even open on other fronts? They could’ve just sent the entire army to Kiev as a huge “all in one” operation.

    https://simplicius76.substack.com/p/two-interesting-reads-afu-commander/comment/44085434

  11. De vitimizacao percebem há muito os trastes do estado de Israel. De demonizacao dos outros também, basta ver as fake news com que nos teem bombardeado e as declarações grotescas dos seus dirigentes.
    O pior disto tudo é o tal estado genocida e as suas quintas colunas em todo o mundo estarem a destruir as nossas democracias.
    Ministros são demitidos, artistas são cancelados, empregos são perdidos, tudo porque alguns se atrevem a criticar aquela cambada de patifes.
    Com a guerra da Ucrânia só os russos que não diziam mal do Governo do seu pais e que acabaram cancelados.Também não estava certo até porque nenhum americano foi cancelado por não criticar as muitas invasões protagonizadas pelo seu país. E é assim que deve ser. Porque não é o cidadão comum, que muitas vezes está emigrado, que deve pagar o pato das decisões dos dirigentes do seu país. Mas o traste do Zelensky disse que os russos não tinham direito a ter uma vida normal e aí começaram os grunhos do mundo a tentar fazer a vida negra a quantos russos vissem.
    Agora toca a todos, o que dá bem ideia do poder que esta mafia tem. E representantes dessa mafia dão se ao luxo de assediar muçulmanos em plena rua, como ontem fez um tal de Stuart Sedovitz que teve a pouca vergonha de dizer a um desgracado vendedor ambulante de comida que se tinham morrido quatro mil crianças palestinianas ainda tinham sido poucas. Esteja o patife descansado que a conta já vai em quase seis mil.
    O que é arrepiante é que com isto ninguém se indigna. Deve ser mesmo porque as crianças palestinianas são mais escuras que as ucranianas. O que é que aconteceria a um russo se dissesse a um ucraniano que 500 crianças mortas em quase dois anos ainda eram poucas? Se não fosse linchado no local de deportação para a Rússia não se livrava.
    Já este bandalho, éx consultor de segurança de Obama ainda se filmou a dizer um monte de barbaridades que mereciam que o homem lhe tivesse enfiado um tacho pelos cornos abaixo. Mas o que é certo é que o homem coitado sabia bem o que o esperava se desse ao quinta coluna o que ele merecia.
    E assim vai este mundo cão. Temos todos um bom bico de obra a aviar.

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