Realmente é incomparável

(Carlos Marques, in comentários na Estátua de Sal, 23/11/2023)

(Este texto resulta de uma resposta a um comentário de JgMenos, aqui publicado, e que transcrevo: “Muito se esforça a cambada do ódio em dar lugar a terroristas na multipolaridade que ambicionam. O tema actual é equiparar os assassinatos de civis a 7 de Outubro em Israel às mortes de civis em Gaza.”

Por conter tanta verdade junta, decidi dar-lhe maior divulgação.

Estátua de Sal, 23/11/2023)


Realmente é incomparável. O Hamas entrou na Palestina ocupada (ou seja, “invadiu” o seu próprio território), e matou invasores. No total, à volta de 1200, morreram nessa contraofensiva. Quase 400 eram militares ou polícias do regime invasor. E dos 800 “civis” (colonos reservistas do IDF, invasores ilegais) mortos, vários foram mortos pelas próprias IDF, como já foi noticiado.

Do outro lado, em Gaza, um campo de concentração, o invasor Israelita invadiu ainda mais, destruiu bairros inteiros, infraestruturas, cortou água e luz, bloqueia comida e combustível, cerca hospitais, rebenta escolas. Assassinou já mais de 13300 civis, dos quais mais de 5500 crianças (41% das vítimas).

É, de facto, incomparável. De um lado um povo, sem direito a forças armadas, que usa os meios que tem para se revoltar contra os que os invadem há quase 80 anos, e fazem alguns prisioneiros com o objetivo de os trocar pelas crianças palestinianas raptadas e trancadas em prisões naZionistas.

Do outro lado, mais uma invasão ilegal, um genocídio, e uma limpeza étnica durante as pausas. E os navios do império genocida ocidental no Mediterrâneo, para garantir que o genocídio é feito sem ninguém se atrever a pará-lo.

Mas, para racistas e imperialistas genocidas, a vida de um invasor agressor naZionista, vale tanto como a de 10 ou 100 civis palestinianos, vítimas há décadas neste conflito que NÃO começou em 7 de Outubro, mas começou em 1947, quando um grupo de imperialistas genocidas ocidentais desenhou uma linha num mapa e afirmou: “Isto agora é meu e dos meus amigos sionistas”. Ou, como Biden uma vez disse, parafraseando: “Se Israel não existisse, nós íamos lá inventá-la. É a melhor garantia da defesa dos nossos interesses na região”.

Já o Putin, esse “criminoso”, em vez de inventar linhas no mapa, olha para os mapas históricos. Em vez de fazer golpes sangrentos, faz referendos. Em vez de bombardear o campo de concentração, bombardeia nazis. Em vez de assassinar mais de 5500 crianças num mês, faz uma guerra cirúrgica em que em 2 anos morreram 500 (e muitas em ataques dos nazis contra o Donbass). Em vez de limpeza étnica, reconstrói Mariupol e convida a voltar todos os ucranianos que lá quiserem continuar a viver. Em vez de cometer um genocídio, evita um que os UkraNazis queriam cometer. Em vez de ódio e extremismo religioso, lidera uma federação onde cabem todas as etnias e crenças. Em vez de cortar água e cercar hospitais, reabre o canal da Crimeia, e envia ajuda humanitária para Gaza. Em vez de financiar a Al-Qaeda para destruir a Síria, ajuda a Síria a derrotar a Al-Qaeda. E em vez de apoiar incondicionalmente os naZionistas, vota na ONU a favor do cessar-fogo imediato. Obviamente, com um currículo como este, só podia ser chamado de “criminoso” pelos “democratas” e “juízes” ocidentais. O Netanyahu, esse sim, é um exemplo a seguir…

Nota 1: Continua o agravar acelerado da DITADURA ocidental. A atriz Susan Sarandon, dos poucos seres humanos que se aproveitam naquela zona do globo e naquela indústria, acabou de ser cancelada, censurada, limitada na sua liberdade, e atacada na sua independência financeira. Se fosse uma atriz nova, correria o risco de passar fome daqui para a frente. Felizmente já amealhou o que tinha de amealhar. Já não é preciso PIDE nem Gestapo. O Capitalismo faz o trabalhinho… «Susan Sarandon fora de agência de Hollywood após apoiar Palestina», (Ver aqui).

Ela não apoiou o Hamas. Apoiou um povo vítima de genocídio. A ditadura ocidental diz que é crime. O capitalista despede. Está cancelada. Só por acaso, Hollywood deve ser das indústrias com mais penetração/iniciativa Judaica/Sionista. É só uma coincidência, pois claro…

«Fui aconselhado a não falar no genocídio. Posso vir a ser prejudicado» (Ver aqui). Esta foi em Portugal, província do império genocida ocidental. Ai do ator Jorge Corrula que abra a boca para falar de factos… Fica logo sem ganha-pão. É assim a nova PIDE/Gestapo da ditadura ocidental. Não é o agente X que tortura ou mata num edifício do Estado. É a “iniciativa privada” que faz o servicinho, de forma silenciosa, sem deixar negras. Se um ator disser o que o regime não gosta, e deixar de aparecer na TV/Cinema, ninguém dá por ela. Estão sempre a aparecer novos atores, prontos a dizer as coisas “certas”, e alguns até dão estatuetas dos Óscares a ditadores colaboradores de nazis queridos pelo regime ocidental, em nome da vi$ibilidad€ que isso lhes garante.

Por falar nisto, lembrei-me do partido político da CIA em Portugal… quer dizer, da Iniciativa Liberal. Eles querem mais meritocracia. Deve ser do tipo: se vais a uma manifestação pedir mais salário, com cartazes em português, és extremista e tens de ser combatido. Mas vais a uma manifestação com bandeiras vermelhas e pretas da UPA/OUN ao lado do militante do Svoboda, pedir mais aviões F16 com cartazes em inglês, e és logo um grande democrata liberal e mereces ser promovido até ao topo…
E é esta gente que vai governar Portugal nos próximos 4 anos. Aliás, ganhem laranjas ou rosas, são na mesma estes que vão governar. $eja feita a vontade de Biden, Leyen, Stoltenberg, e Lagarde, am€n.

Nota 2: Alguém diga ao Putin que se ele afirmar que todos os ucranianos são terroristas do Hamas, pode terraplanar aquilo tudo à bomba, e ainda recebe ajuda do Ocidente. Combater cirurgicamente nazis (que começaram guerra) é “crime” e é “injustificado”, mas assassinar mais de 13000 civis e mais de 5500 crianças num só mês (e ainda agora estamos no início…) é ser “a única democracia do Médio Oriente”, é “totalmente justificado”, é “defender direitos humanos”, é espalhar a “liberdade”.

Nota 3: Perante a crescente agressão dos albaneses do Kosovo contra os Sérvios da parte Norte do Kosovo, a NATO reforça as forças da invasão, o apoio aos separatistas, e facilita a futura anexação de mais um território (em violação do direito internacional) ao império genocida, com promessas de adesão à UE/NATO. Não é independência, é anexação. Só não percebe isso quem não tem olhos nem vergonha na cara. Mas é tudo business, as usual.

Entretanto o Presidente da República Sérvia começa a falar cada vez mais alto em exercer pacificamente o Direito Humano à autodeterminação, separar-se da Bósnia e Herzegovina, e quiçá ajudar depois a fazer uma Sérvia maior. Obviamente chovem ameaças e previsões de nova guerra, por parte dos cartilheiros do regime ocidental. Double standards, what else?

Mas isto levou-me a ler novamente artigos sobre a forma como o Montenegro se tornou “independente” (anexado à UE/NATO). E só posso dizer que recomendo. Desde os apenas 2 mil votos que tudo decidiram (menos que o total de votos nulos ou brancos), às polémicas e irregularidades, às histórias de corrupção e compra de votos e pressões inadmissíveis a trabalhadores do Estado, às bandeirinhas da UE numa das campanhas… e à divisão territorial das intenções de voto, com uma metade claramente contra a independência, valeu tudo. Uma leitura que é uma risota revoltante. Visto com os meus olhos de hoje, ficou claro para mim: foi um Maidan. Feito com cruzes num papel em vez de balas. Mas ainda assim um Maidan. Um golpe para despedaçar um país, em nome dos interesses do império genocida ocidental. Nada mais. Hoje a Sérvia não tem acesso ao mar. E o Montenegro é uma amostra de país. Mais um voto na ONU para fazer de conta que o Ocidente (15% do Mundo) tem muitos votos e “não está isolado”. Orwelliano demais!

Falei de tanta coisa que parece diferente, mas isto está tudo ligado. E a cola que liga as peças, é produzida em Langley, Virgínia – sede da CIA. Se o que produz ficasse dentro do muro, não havia mal. Mas infelizmente anda pelos lados de cá muito snifador viciado nessa cola…


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O 1984 de Orwell, ou o 1933 de Adolf?

(Carlos Marques, in comentários na Estátua de Sal, 21/11/2023)

Em que ano estamos? Vamos lá ver o que se passa, para ver se chegamos a uma conclusão.

Mais de 13 mil civis assassinados, dos quais 5500 crianças, num só mês. Um exército a cercar e a invadir hospitais, a bombardear escolas das Nações Unidas, a fazer uma limpeza étnica de dois milhões de pessoas, numa invasão a um campo de concentração. Um regime de apartheid em que se diz ser o povo escolhido, superior aos restantes.

Isto é o que se passa. É factual. Mas, se eu não chamar os bois pelos nomes, um leitor desatento poderia ficar na dúvida se estou a falar da Alemanha Nazi de Hitler… Não. Estou a falar da Israel naZionista de Netanyahu.

Hoje vi 30 segundos de MainStreamMedia portuguesa, 15 segundos em cada canal. Primeiro vi dois PRESStitutos, um pivot e um comentador, a trocar palavras, dizendo algo como “Orbán, a voz de Putin na Europa, é um problema”. E não, não foi o comentador a dizer está alarvidade.

No outro canal, estavam a dar numa reportagem sobre os coitadinhos familiares dos “civis raptados” a 7 de Outubro pelo Hamas. Nem uma palavra sobre os mapas da ONU que mostram que, sob todos os pontos de vista, aquelas cidades “Israelitas” são a Palestina ocupada; portanto quem lá está é invasor/colono ilegal, e por isso eles não são civis, nem inocentes, nem foram raptados. São invasores, são os culpados pelo início da agressão, e são prisioneiros de guerra.

E, imagino eu, nem uma palavra nesta MainStreamMerdia sobre as mais de 800 crianças palestinianas, essas sim raptadas, e todos os anos colocadas em condições de tortura psicológica nas prisões/gulags do invasor naZionista.
Nem sobre os milhares de cidadãos palestinianos presos só por serem quem são. E nem uma palavra sobre o Nakba e de como a lei internacional dá a milhões de palestinianos o direito de regressar. Ora, se pela frente têm muros, colonos/invasores ilegais armados, acompanhados de militares genocidas, como é que regressam às casas que lhes foram roubadas? Tem de ser o Hamas a abrir caminho.

É esta a situação. Um lado quer viver em paz. O outro quer invadir ainda mais, e fazer guerra até destruir tudo e matar todos os que estão no caminho dos seus planos: como prova o mapa que Netanyahu, o naZionista-mor, apresentou na ONU, só com Israel e sem Palestina nenhuma, nem Gaza nem Cisjordânia, nem Hamas nem Fatah. Uma limpeza étnica completa.

E é para atingir esse objetivo que o chefe do império genocida ocidental, os EUA, tem na região um total de mais de 70 navios de guerra e de mais de 200 aviões. Nem vou dizer o número de mísseis (armas de destruição em massa) nem de bases ilegais, invadindo vários países contra a vontade dos respetivos povos.

Da EUropa, nem uma única sanção, nem uma única arma dada a quem resiste. Pelo contrário, os países EUropeus/NATO com assento no Conselho de Segurança da ONU, votaram contra o cessar-fogo. Só aprovaram “pausas humanitárias”. Ou seja, traduzindo de língua de porco diplomata mas genocida, para língua de gente intelectualmente honesta: votaram a favor de um horário de guerra contra civis, em que, na maior parte do tempo, há genocídio, e nas pausas do genocídio há limpeza étnica: a deslocação forçada de toda a população com vista à sua substituição.

Para completar, a cereja no topo deste bolo de m*rda, avança a censura e o cancelamento de quem discordar do império genocida ocidental e do naZionismo. Na EUropa proibem-se manifestações pacíficas a favor da libertação da Palestina. Em Portugal promove-se uma Web Summit em que o Irlandês que se atreveu a dizer um facto (que Israel comete crimes de guerra) perdeu o lugar no evento que o próprio criou, e foi substituído por uma cadela com pedigree da CIA. E, nós próprios EUA, a cartilha obrigatória já foi entregue a reitores de universidades e a CEO de empresas, para que se ataque os indivíduos que se atrevem a criticar quem assassinou mais de 5500 crianças. Se o fizerem, esses jovens dos EUA, perdem as suas oportunidades de vida, ficam sem carreira, e os que já a tiverem iniciado ficam sem emprego.

Bem-vindos a 1984.

Aqui, o libertador Mandela é “terrorista”, mas o nazi Bandera e os seus seguidores neoNazis são “heróis”.

Guerra é “paz”.

Belicismo é “segurança”.

Dinheiro para salários é “extrema-esquerda”.

Assassinar russos é “investimento”.

Censura é “liberdade”.

Fake News e propaganda são “factos”.

Combater nazis é “injustificado”.

Resistir a naZionistas é “terrorismo”.

A China é uma “ameaça”.

O império genocida (EUA) é um “aliado bem-intencionado”.

A €Uro-ditadura é a “representação exemplar dos cidadãos”.

Partidos capitalistas neoliberais das privatizações, ataques ao direito laboral, e mercado desregulado, são “socialismo”.

Ter 41% de votos (que em 50% de abstenção são só 21% de eleitores) é ter “maioria absoluta”.

Uma procuradoria que, trocando um nome numa montanha de escutas que pariram um rato, deita abaixo um governo, é “estado de direito”.

Defender o próprio país (Hungria) e apelar à paz, é ser “a voz de Putin na EUropa”.

Ter uma lei, representativa da vontade da maioria, que manda tapar boa parte do cabelo da mulher com um lenço, é “fanatismo religioso de um regime perigoso”, mas bombardear campos de refugiados em nome da Torah é ser “a única democracia do Médio Oriente”.

Enviar médicos para países necessitados é ser “país terrorista”, mas construir muros e jaulas para emigrantes esfomeados é “defender os direitos humanos”.

As alterações climáticas são uma emergência, mas evitar jatos privados ou evitar uma guerra nuclear nem por isso…

Agora que cheguei ao fim, fiquei na dúvida. Será o 1984 de Orwell, ou o 1933 de Adolf? Ou será uma nova era que ficará na memória das próximas gerações como algo ainda pior que os dois exemplos referidos?


PS: Para a Argentina, o ano é 1973. O golpe Pinochetista/CIA neste momento já não precisa de botas cardadas. Bastam fake news na MainStreamMedia, bits e mentiras nas redes sociais, uma boa dose de guerra/terrorismo económico, e um bando de “mercados internacionais” a piar de acordo com os 1% donos deste Mundo, e está feita a receita.

Depois, basta só um governo incompetente, levar ao forno durante 4 anos, a oposição moderada não comparecer ao jantar, e o fascista/NeoLiberal e globalista/traidor come tudo. Eles comem sempre tudo.

Se Milei fizer tudo o que prometeu, haverá mais argentinos a passar fome daqui a 4 anos, do que houve russos nessa situação após o “Milei bêbado de Moscovo” (ala Yeltsin) ter sido o eleito para aplicar essa receita: capitalismo neoliberal de choque antidemocrático só com o fim de agradar à oligarquia do império genocida ocidental.


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SNS, o colapso!

(André Campos, in comentários na Estátua de Sal, 07/10/2023)

Quem sabe se esta destruição do SNS, não tem como objectivo, as pessoas tomarem mais vacinas da Pfizer?


Sim, a maioria dos portugueses não terão acesso ao SNS…

O colapso do sistema de saúde Português é deliberado, porque não está em conformidade com a UE e não está suficientemente privatizado. O custo global dos cuidados de saúde no país é inferior (5 vezes inferior ao dos EUA) porque passa pelos bancos e pelas companhias de seguros, que há 20 anos fazem tudo para destruir o sistema de segurança social (que não dá lucro aos fundos de pensões).

De que outra forma podemos explicar a manutenção do numerus clausus? A remuneração relativamente baixa dos médicos? A desvalorização do “médico“? Os meses que demora a conseguir uma consulta para uma ecografia ou uma radiografia básica?

Não, “não temos sorte em Portugal”. O colapso do sistema de saúde Português que previ à alguns anos, está aí…

Sinceramente, nunca pensei que os portugueses fossem tão estúpidos (e peso bem as minhas palavras),em relação ao Covid que serviu de antecâmara para destruir o SNS. Parece que todos gostaram e acima de tudo adoraram… Agora em vez de se salvarem, vão morrer todos! Temos pena!

Não são aqueles que destroem que serão julgados, mas sim aqueles que assistiram e não fizeram nada. O declínio continua a crescer, é inevitável, mas depois de cada tempestade, uma nova era é construída, o principal é manter a fasquia.

O “colapso” sugere que o sistema está a desmoronar-se por si próprio (como a 3ª torre do World Trade Center)… Mas toda a gente sabe que eles minaram tudo o que funcionava. As causas desta má gestão são inúmeras, tudo o resto vem a seguir, descuido, cretinização, irresponsabilidade … Portugal, o que fizeram convosco?

Para pagar as pensões dos seus funcionários, o Estado não hesitará em mergulhar na escuridão o SNS, com o pretexto de que, como reformaram as pensões, os lucros gerados são seus por direito. Se isso não é aumentar os impostos….

A partir do momento em que os bancos e as companhias de seguros incluíram os “cuidados de saúde complementares” nas suas ofertas, houve, sem dúvida, uma mudança no nosso sistema de saúde, que era então um dos melhores do mundo.

Mas isso foi antes! Antes da introdução das franquias. Antes da limitação do número de médicos. Antes da proliferação de clínicas privadas. Antes do abuso dos cuidados gratuitos. Antes da redução do número de camas hospitalares. Antes da comercialização dos cuidados de saúde. Isso era antes, quando estávamos de boa saúde e o riso e o humor eram os nossos remédios!

Acima de tudo, há o “os nossos serviços públicos são tão excelentes que o mundo inteiro os inveja”, sem que ninguém se pergunte: “já que são invejados pelo mundo, porque é que ninguém os copia?”

Dizer que estamos bem é não só mentir a nós próprios, mas, sobretudo, impedir-nos de melhorar as coisas.

Os problemas deste país estão a ser resolvidos (como nos fazem crer) com passes: passes de gasolina, passes de assédio (o máximo) … Estamos a assistir ao início do fim…

Mas, em Portuga, não estamos em guerra, pelo menos no sentido estrito da palavra. Como é que se pode chegar a este ponto?

Tanto mais que tenho a certeza de que há pessoas nos gabinetes a produzir ficheiros de Excel e relatórios ao estilo McKinsey, este continente é como o fim dos impérios romano ou bizantino…Estou espantado com a velocidade a que Portugal se está a desmoronar…

É assustador envelhecer, ou ter uma doença crónica, sobretudo porque serão deixados à morte – sim, eu sei, porque tenho vários exemplos à minha volta. Dir-lhe-ão que sim, mas ele era velho, não estava bem de saúde, etc. Não é uma prioridade, simplesmente porque não há mais pessoal para cuidar de si e não há mais camas – é a realidade.

Outro fenómeno emergente são as doenças nosocomiais, que proliferam nos hospitais e que são fatais para a maioria. A culpa é do estado de saúde do doente. Está tudo bloqueado!

O utente é automaticamente remetido para o número de urgência ou para o seu médico de família (que o reencaminha) ou para o mesmo hospital (com marcação de consultas com 4 ou 6 meses de espera, quando há disponibilidade). Em suma, depois de se ter avaliado a situação, passa-se para a ambulância ou para os bombeiros e depois para o hospital.

Nós temos o sistema de saúde que merecemos. A única vez que os vi mobilizarem-se excecionalmente em torno de uma questão de saúde, foi para despejar uma torrente de ódio CONTRA as teorias da conspiração anti vacinas. Se apenas um quarto dessa energia tivesse sido utilizado para proteger o nosso sistema de saúde, não há dúvida de que este ainda seria viável. Os portugueses só o compreendem quando chegam ao hospital e encontram as portas fechadas. Fizeram uma escolha e é uma escolha de estupidez, com a esperança de vida em queda livre. Infelizmente, é isto que acontece às nações que não conseguem pensar para além da ponta do seu nariz, pois a seleção natural não tem piedade.

Quantas vezes eu já ouvi dizer: “Temos o melhor sistema de saúde do mundo!”

Era esse o caso… há mais de 20 anos. Aviso todos aqueles que podem:  tomem precauções…

Gostaria de ser informado sobre as causas e o momento em que estamos a ser conduzidos. Pobreza, autoritarismo… É evidente que se trata de um plano orquestrado com muita antecedência. Receio que os orçamentos de Estado venham a beneficiar apenas um punhado de ricos, em detrimento da saúde, da educação, e da democracia nacional. Onde está o “dosh”? Qual é o seu objetivo final? Quem é que nos governa realmente? Quem é hoje o dono da Portugal (imobiliário, dirigentes… todos vendidos?). É incrível que se tenha chegado a este ponto.

Há cerca de vinte anos, o New York Times publicou um artigo que mostrava aos Estados Unidos o bom desempenho do sistema de saúde português. O essencial do artigo era que – ao contrário do que acontece nos Estados Unidos – tudo isto se tinha passado sem que ninguém lhe pedisse um seguro de saúde ou pagasse o que quer que fosse. A discussão teve lugar DEPOIS. Ele foi levado para os cuidados de saúde porque estava em perigo. Não porque tinha dinheiro. Por isso, sim, é uma pena ver onde estamos.

Dito isto, o facto é que uma caixa de antibióticos ainda custa alguns euros aqui, quando custa 200 dólares nos Estados Unidos. Esperemos que dure! E isso é cada vez menos certo quando se olha para a escassez.

Precisamos de jovens médicos, e cientistas honestos; mas não se tiverem sido formados pelos capangas da Bigpharma.

A abordagem “convencional” para uma boa saúde é totalmente não fiável; mesmo que “do outro lado” haja alguns charlatães ao lado de influenciadores sérios que estão a enriquecer.

Felizmente, há altruístas entre eles. Os serviços de urgência estão a ser encerrados uns atrás dos outros. Os serviços de urgência pediátrica também estão a ser encerrados. As futuras mães são obrigadas a percorrer entre 100 e 150 quilómetros para dar à luz.

Os idosos fazem fila à porta dos centros de saúde a partir das 3 da manhã, na esperança de conseguirem uma consulta, uma vez que o telefone não é atendido há muito tempo. Chegou mesmo a ser criada uma rede, com pessoas a fazer fila em vez dos doentes e a vender a consulta por 100 euros. Filas intermináveis de ambulâncias à espera de deixar doentes porque não há macas suficientes nos hospitais.

Se a isto juntarmos uma inesperada taxa de mortalidade excessiva de 12% no segundo trimestre, Portugal tornou-se um país do Quarto Mundo, tendo mesmo sido ultrapassado pela Roménia, em termos de riqueza. Estamos a caminhar lenta mas seguramente para um sistema do Terceiro Mundo, que não diz o seu verdadeiro nome…

Se tivermos em conta que a BlackRock quer ver a privatização total do nosso sistema médico e farmacêutico, bem como a privatização total da segurança social, o meu dedo mindinho diz-me que TODA esta má gestão é deliberada e deliberadamente manipulada, e eu só tenho metade da razão ou menos.

Podia-se ser pobre e doente e ser tratado, mas pouco a pouco chegou-se à conclusão de que era melhor ser rico e saudável do que pobre e doente…

Com este colapso, pretende-se liquidar o sistema de segurança social, que “custa uma quantidade insana de dinheiro”, e passar para o sector privado… e livrar o planeta daqueles que Hitler dizia serem demasiado caros: os idosos (já não temos de nos preocupar com as pensões), os deficientes (já não temos de pagar assistência), os doentes (já não temos de pagar hospitais caros) que não são produtivos. Assim, os fascistas ficarão na companhia dos seus amigos… resta saber se encontrarão idiotas suficientemente fortes para os alimentar.

Já nada corre bem… são todos uns vigaristas que estão a perder a cabeça e estão a tornar-se verdadeiros gangsters. O barco chama-se Portugal e não Titanic.

O objetivo não é suprimir um sistema de cuidados de saúde, de pensões ou de assistência aos deficientes. O objetivo é fazer dinheiro com ele. E o que não agrada aos banqueiros e aos financeiros é o facto de as contribuições não passarem pelas suas mãos.

Além disso, assistimos ao colapso do sistema de saúde com a Covid: os médicos foram gentilmente proibidos de prescrever, sem dizer nada, e a maioria deles ficou assustada com uma doença bastante benigna. Portanto, quando os principais actores do sistema de saúde têm medo da doença, não se vai muito longe.


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