(Carlos Marques, in Estátua de Sal, 04/09/2023)

(Este texto resulta da resposta a um comentário a um artigo que publicámos de Maria Afonso Peixoto, ver aqui. Quanto ao referido comentário de JgMenos: ver aqui. Perante tanta verdade junta, resolvi dar-lhe o destaque que, penso, merece.
Estátua de Sal, 04/09/2023)
Estamos de acordo uma vez na vida.
Rubiales nem é criminoso nem é idiota. É um verdadeiro feminista cujo trabalho é dedicado ao desporto feminino. Tal foi a sua alegria com o sucesso das suas compatriotas, que ficou eufórico e deu um xodó. Nada de errado.
Se a jogadora se sente incomodada, ele deve-lhe um pedido de desculpas, e já o fez por duas vezes. Quanto a mim foi uma vez a mais do que o necessário.
Numa sociedade normal, caso encerrado.
Mas não estamos numa época normal no Ocidente. Estamos na anormalidade em que, para distrair os eleitores comuns, esses sim idiotas, há uma campanha woke (feminismo radical, LGBT+ radical, antirracismo radical, ambientalismo radical) que visa colocar a discussão pública numa guerra de trincheiras, que discute casos e casinhos e até não-casos, de forma a distrair o povo do mais importante, e até de forma a estupidificar a sociedade.
No final, uma mulher pode mostrar a vagina na rua e isso é “corajoso”, mas o homem que se despir é um “tarado”.
O Obama na Casa Branca (capital do império genocida) é “progressismo”, e enquanto a TV da lavagem cerebral celebra isso, não mostra o soldado ocidental branco a matar um civil árabe. Um Transexual faz um strip perante crianças e isso é “inclusivo”, mas se um pai recusa dar hormonas para a filha se tornar filho, esse pai é um “agressor”.
E nem vou falar daqueles que vão nos seus aviões a jato privados discursar em conferências sobre o ambiente, nem vou falar sobre a “transição verde” em que se dão fundos €Uropeus para os empresários comprarem um carrito topo de gama novo e elétrico, enquanto os seus trabalhadores explorados com salários miseráveis não têm sequer apoio para arranjar as casas e deixar de passar frio no Inverno.
É para isto mesmo que serve este movimento woke. Distrair e manipular. Uma herdeira bilionária é foto de revista, pois o velho quinou e deixou-a na posição de CEO da ‘famiglia’, e isso é vendido como “feminismo”. Mas a mulher que trabalha na caixa do seu supermercado em troca do salário mínimo miserável, que se f*da.
Este não-caso do Rubiales ainda evidenciou mais isto. A muita gente caiu a máscara. Ao mesmo tempo que lhe chamam “criminoso”, “assediador”, “agressor”, “violador”, chamam depois “heróis da democracia e liberdade” aos nazis ucranianos que bombardeiam mulheres civis no Donbass, ou aos soldados dos EUA/NATO ainda hoje a invadir o Iraque, Síria, etc, onde se sabe que chegaram ao ponto de matar mulheres em casamentos e batizados, e até quando levavam os filhos e filhas para a escola.
E depois há as difusoras de ódio. As feministas extremistas. Essas aproveitam o wokismo para levar avante a sua agenda, que não é a da igualdade, mas sim a do ódio contra TODOS os homens.
O que mais me espanta é o número de homens, esses sim idiotas, que se juntam a esta turba de forquilha na mão para atacar outros homens, por mais inocentes que eles sejam.
O que o Mundo ocidental mudou em tão poucas décadas. Para pior. Se fosse hoje, estas malucas que odeiam homens, e estes homens com falta de testosterona, atacariam em matilha até estraçalhar por completo aquele marinheiro que, chegado vencedor da Segunda Guerra Mundial, espetou um beijo a uma enfermeira no meio da rua (para aceder à história completa da paz, ver aqui).
Quando o Ocidente era uma sociedade normal, esta foto ficou imortalizada como um símbolo de alegria eufórica, de amor e amizade, de um gesto inocente e bem-intencionado.
Não sei se essa histórica foto está exposta nalgum lado, mas se estiver, não deve faltar muito para ir lá uma feminista extremista (conhecidas online pela forma jocosa de feminazis) destruir aquela obra de arte “em nome da igualdade e do respeito”.
É também contra esta estupidez que lutam e se defendem os cidadãos anti-imperialistas (anti globalistas, anti wokismo ocidental) e os soldados russos, chineses, iranianos, venezuelanos, nigerinos, etc.
Estão a defender um modo de vida decente e natural, com bom senso e tradição, em vez de aceitarem ser derrotados e “exterminados” por um movimento que visa destruir todas as comunidades, todas as nações, todas as culturas, e deixar ficar apenas o individualismo estúpido e o progressismo radical que mais não é do que uma forma de os NeoLib e NeoCon dividirem para reinar.
As marchas gay com trabalhadores da Lockeed Martin (apenas um exemplo do complexo militar industrial do império genocida ocidental) a usarem uma faixa arco-íris paga pela empresa, é o cúmulo desta estupidez toda.
A seguir segue-se o quê? Nazis ucranianos com F16 pintados com a o hashtag #BLM (Black Lives Matter)? O batalhão Azov com um novo símbolo verde em nome do ambiente? As fotos do Stepan Bandera, colaborador de Hitler no Holocausto, e herói desta ditadura pós-golpe Maidan, acompanhadas de um arco-íris? O Zelensky a deixar o verde tropa e a passar a vestir cor-de-rosa?
Já acredito que possa acontecer tudo. Qualquer dia até o Bernie Sanders e a AOC, ou uma Ana Gomes ou um Cotrim Figueiredo, dizem que os submarinos nucleares a caminho do Mar Negro e do estreito de Taiwan serão em nome do “progressismo” e que celebrar o Dia da Vitória a 9 de Maio é “racismo”, “negacionismo”, “populismo”, “fascismo”, e “machismo tóxico”.
O Ocidente tornou-se um circo, e o problema é que a maioria gosta de fazer de palhaço. E o resto do Mundo está a ver. Que vergonha!
Carlos Marques,é mesmo que vergonha!
Parabêns pelo texto!
Este texto até merecia ser publicado num jornal publico…
Embora ache que o Paulo Portas lê o Estátua de Sal,tem aprendido alguma coisa,não tudo!
O que me magoa é querer capitalizar sobre injustiças, dor, sofrimentos, mas sem querer educar. Fiz uma dissertação sobre este assunto, precisamente porque tudo isso se tornou mais político e marketing do que real. O meu problema com a cultura woke é, quando na maioria das vezes fingem defender minorias. E no final, são pessoas que não fazem parte das “minorias” que pretendem defender, que nos dirão como devemos pensar e sentir face à sociedade, neste caso “vítimas”. E quando discordam deles, são “problemáticos”, … E o pior é que a maioria está tão convencida de que encontrou o caminho certo que nem sequer pode discutir com elas. Em suma, tenho a sensação de que este movimento nos faz voltar atrás, quando eles reivindicam o contrário.
O Mundo woke cancela concertos cultura ,e estão na origem de numerosos debates ultra-complexos e que, portanto, irritam muito, sobretudo na Internet onde o maniqueísmo reina , onde os extremos são privilegiados e onde as opiniões matizadas não têm lugar.
Sou inteiramente a favor da luta contra as desigualdades, mas algumas pessoas fizeram delas desvios que, pessoalmente, me repugnam…
As questões como racismo, sexismo, comuna, lgbtq+, deficiência, etc., mas muitas vezes noto que as pessoas que mais se orgulham de ser woke são curiosamente as mais autocentradas, fechadas de mente e intolerantes que conheço… Como se estivessem à procura de algum tipo de reconhecimento ou pertença… Mas quando se pergunta sobre problemas sociais e avanços sociais, eu não vejo muito interesse em gritar alto e bom som de ser “woke”.
E depois, embora eu próprio esteja cada vez mais cansado desta injunção à pedagogia face às pessoas ignorantes certas injustiças sistémicas, não esqueçamos que também o fomos e que não somos todos iguais em termos de acesso à cultura, aos encontros, etc…
Todos nós fomos essa criança pequena, adolescente e até mesmo ignorante adulta, talvez, ingênua em qualquer caso muito crédula às vezes. Todos nós seguimos essa linha. Todos nós temos privilégios, não importa de onde viemos. É muito fácil cuspir nos erros , porque continuamos fazendo e aprendendo todos os dias.
Pessoalmente, preocupo-me quando vejo que algumas pessoas só existem através do seu sofrimento e acabam por se deleitar no seu mal-estar.
Sofrer de desigualdades dá-lhes esta sensação de poder e de legitimidade a todo o custo, e a sua palavra de repente tem muito mais peso do que a de alguém «privilegiado».
Esta minoria entre a minoria prejudica completamente o movimento, e nada poderá levá-los à razão enquanto a «quantidade» de sofrimento definir o peso dos argumentos.
Evidentemente que é preciso dar prioridade ao diálogo e à comunicação, há algumas coisas que têm de mudar.
Infelizmente, isso me parece complicado, porque uma grande parte desse movimento é jogado nas redes sociais e muitas pessoas se encontram muito cedo (muito jovens) expostas a esse modo de agir e pensar, e o adotam.
É sempre mais fácil deleitar-se no seu sofrimento, todos nós o experimentamos, mas o fato de que agora é posto em destaque e as pessoas se encorajam a fazê-lo é preocupante.
PS: Tento ter opiniões e opiniões diferenciadas e aceitar debates com pessoas que discordam de mim, mas não sou perfeito e, portanto, tenho algumas opiniões que algumas pessoas podem considerar “extremas” (exceto que eu não assedio pessoas que não concordam, eu só tento explicar o raciocínio por trás)
Mais do que um circo, o Ocidente tornou-se uma anedota. Mas uma anedota perigosa, de um humor tão negro, mas tão negro, que só é concebível num buraco homónimo. Uma anedota contada, recontada e diariamente reinventada ao sabor dos humores de uma coligação de quadrilhas mafiosas donas de uma república das bananas atafulhada de esteróides e armada até aos dentes, com um corrupto senil alegadamente ao leme, numa ponte de comando que a História baptizará como Sala Oral, decretando suicídios voluntários para um rebanho descabeçado de vassalos obedientes e agradecidos. “Bwana, quer que engula ou que deite fora?”
ESTÁTUA DE SALazar, um blog cada vez mais querido da extrema direita reacionária!
Enver Hoxha, sou do norte e conheço pessoalmente muitas empregadas que trabalham na industria textil a ganhar 760 euros,onde tem uma máquina apitar todos os minutos por falta de produção,que são controladas minuto por minuto quando vão à casa de banho…Algumas tem cancer, e o estado as mandou trabalhar,chegando a casa muito cansadas que à noite nem podem jantar devido ao cansaço que a doença causa…Muitas coisas teria de contar,mas mais tarde!
Porém todos os meses chegam muitos carros da BW electricos para patrões e engenheiros que nada produzem..
Se isto é extrema direita reacionária,então Portugal está cheio de parasitas woke…
Não sei o que vai ser desta gente (classe que està habituada que os pobres trabalham para elas), quando os Brics+ decidirem nos cortar a energia,é que isso vai acontecer…
É raro, mas discordo de si, Carlos. Acho que confunde a capacidade do capital se aproveitar de qualquer coisa para pôr uma bandeirinha e nada fazer, uma franja radical que nunca teve poder nenhum mas é alvo útil e fácil, e quem afirma que é uma agressão como qualquer outra tipificada na lei, mais reveladora de um problema estrutural do que uma insuperável falha pessoal digna de banimento da sociedade.
E é natural que haja confusão, não é só deliberadamente projecto do capital para se tentar apresentar – sem enganar ninguém que já não estivesse enganado – como sendo parte da solução enquanto lucra descaradamente dessa mesma exploração, mas também o poder político, tendo sido escolhido cirurgicamente para implementar a visão única dos primeiros sem direito a dúvida, dirige a divisão para questões mais periféricas. Mas não haja dúvidas que são espectros de problemas reais, os partidos comunistas (incluindo o PCP) e sindicatos dos bons tempos (da indústria metalúrgica americana, por exemplo), com as suas imperfeições, sabiam bem que a luta ou era conjunta ou era derrotada em detalhe, e não caia em armadilhas confiar na existência de meia dúzia de atletas famosos para estar resolvida a união e igualdade. E se nem assim, quando não havia técnicas modernas de propaganda em massa, resistiram às promessas da prosperidade temporária individual, então agora é trivial atomatizar-nos em realidades individuais com factos à la carte – não nos podendo especializar em tudo, há sempre apelativas e simplistas explicações de oportunistas que nos derrotam as defesas eventualmente.
Mas a realidade é o que é, e uma mulher nunca se sente confortável sozinha com um superior não é por wokice ou que lhe quiser chamar – é medo de quem passou pelo que não merece. Se pode ser exagerado e aproveitado, a percentagem de mulheres que me confessaram passar por algo que homens não passam é absurdo e merece empatia.
Pelo menos há 10 anos quando estive em Berlim, estava lá sim,.. e muito visitada. Mas as pessoas não tem mais raciocíonio próprio (nem lógico) pra detectar o antagonismo da foto com seu movimento woke…
Mais um artigo fantástico e realista mas que pena que estes pseudo comentadores televisivos que temos não tenham um reboque de consciência e digam ao “rebanho”a verdade que se vive neste Ocidente!
O problema disto é que ninguém defende direitos de minorias coisa nenhuma. Essa história só começou porque dava jeito para falar mal das sociedades islâmicas que se nos opunham como o Irão, ou de países tradicionalistas como a Rússia. Porque a verdade é que alguém pode ser condenado por um juiz grunho apenas porque a criatura pensou que o arguido, por ter chegado a meia idade sem ter casado e parido meninos so pode ser bicha. E então sua bicha horrenda, toma lá com uma condenação por homicídio negligente quando a vítima até era perita em sofrer acidentes sempre no mesmo sítio, a família se gabava das indemnizações já conseguidas, apresentou faturas falsas do hospital, andou dois anos a perseguir o arguido da taberna ao supermercado, mas a suposta bicha teve de ouvir calado, sob a ameaça de prisão, que o bando de grunhos e que tinha ali estado com verdade e sinceridade. O pior de tudo é que, se pelo menos o arguido fosse bicha sempre teria tido algum proveito. Aqui trata se não é de ódio aos homens nem de porra nenhuma. Tratou se sempre de mostrar perante gente como o Irão e a Rússia uma superioridade moral, uma identidade libertária que não temos. Se há um ou outro que odeia mesmo os homens que aproveita a boleia, claro que há. Mas o cerne disto tudo é mostrar a tal superioridade moral que não temos, sendo que as tais minorias continuam a passar todas as discriminações e mais algumas. E quem for confundido com minoria, se tiver um azar, vai também no bico dos grunhos. Trata de de supostamente defender minorias sem que vá realidade nada mude. O que é que mudou no acesso das mulheres na maior parte do mundo ocidental a empregos decentes, a não ser vítimas de violência doméstica, a ser protegida se quiser abandonar um grunho sem correr o risco de ser esfaqueada na rua? Nada. Dezenas de mulheres são mortas todos os anos em Portugal e em Espanha é pior ainda. Por isso deixem lá ladrar o wokismo porque na realidade todos sabemos para que é que ele serve. Para libertar as mulheres, os homossexuais e transsexuals dos outros. Que por cá um juiz pode dizer que nos tempos bíblicos a mulher seria apedrejada até à morte por isso a vítima de violência não tinha nada que se queixar e não vai preso. E também os grunhos cheios de testosterona que dizem barbaridades nas redes sociais e defendem que os homossexuais sejam capados, os que defendem que só há violência doméstica porque as mulheres querem direitos continuam todos de boa saúde. Por isso vamos lá focar no que interessa. Andarmos a tentar vilipenfiar umas terras onde queremos ir roubar. O resto é conversa para boi dormir. E no caso concreto de Rubiales, ali também há o ódio ao andaluz, a gente mais discriminada de Espanha, a quem chamam ciganos, a exemplo dos ucranianos que chamam pretos da neve aos russos. Fosse o homem castelhano, ou até basco, galego ou catalão e não havia metade do circo. Mas que um suposto cigano tivesse chegado ao mais alto escalão do futebol espanhol e que muita gente não engole. Por mim todos os racistas podiam ir ver se o mar dá choco.
Concordo em muitos aspetos com a maneira como coloca este problema só me parece que a sua insistência nas ‘feministas que odeiam homens’ é nitidamente excessiva. O facto é que, como muito bem sabe, continuamos a viver em sociedades machistas, o desequilíbrio de poder é enorme, e o feminismo continua, e de que maneira, a ter razão de ser. Resta saber que tipo de feminismo e não com certeza a corrente feminista neoliberal, que também a há, que tem uma agenda reacionária e equivocada, a serviço claro do neoliberalismo que não dorme no posto e não descura a guerra cultural. Não esqueça que a famigerada Thatcher já dizia, em relaçao ao tema, que a economia era o método, mas o objetivo era a conquista da alma das pessoas. Não se pode pois colocar tudo no mesmo saco.
Queria também esclarecer que o apodo de feminazistas foi inventado pela extrema direita norte americana que visava e visa, desonesta e despudoradamente, desqualificar o movimento feminista, sem qualquer especificação, ao qual, nunca é demais reconhecer, ficamos a dever progressos assinaláveis.
Quanto a este caso em concreto, desde a primeira hora, e eu sou feminista, qualifiquei-o como um fait divers para distrair a malta de outro tipo de preocupações; lamentavelmente algumas mulheres e homens morderam o isco. E o que é mais grave, lamentavelmente pode ter arruinado uma pessoa que não o merecia.
Não há estupidez que não desperte concorrência, num mundo sem decoro argumentativo.
É disso exemplo, o wokismo da luta contra o «império genocida» e o «ocidente imperialista e opressor» em benefício da pior escroqueria política e social do nosso tempo.