Os génios europeus jogam com o cubo de Rubik

(Carlos Matos Gomes, in Medium.com, 03/04/2023)

A viagem de Macron, o presidente francês, e de Ursula Von der Leyen, a ainda presidente da comissão europeia e futura secretária-geral da NATO a Pequim é uma daquelas jogadas que devem ser geniais, mas que exigem um cérebro construído com esparguete para a deslindar. Talvez eles entendam que os europeus, tal como os chimpanzés, podem construir o cubo rubik sem eles lhes explicarem o que está por detrás da habilidade.

O anúncio da visita lembrou-me a opinião de um amigo meu, adepto do Benfica, sobre um jogador nórdico chamado Stromberg que há muitos anos jogou por cá: Ele é um grande jogador, a bola é que o atrapalha!

Penso que o atual elenco da UE é como o Stromberg: eles são grandes políticos (do Borrel ao Mitchel), a política e a realidade, a bola a rolar sobre o terreno e entre adversários é que os atrapalha.

Os dirigentes da União Europeia, sob o entusiástico incentivo de Ursula, submeteram-se de olhos fechados (mas de bolsos abertos) à estratégia dos EUA gizada nos anos 90 do século passado de enfraquecer a Rússia, ameaçando-a com a utilização da Ucrânia como base de ataque e de provocação.

A Europa, com Úrsula e Boris Johnson, o mordomo inglês, declararam guerra à Rússia, invocando exatamente os mesmos argumentos americanos: lutar bravamente por princípios morais contra a invasão de um pacífico e democrático país contra o direito internacional e o respeito pela soberania! (A História da Humanidade começou em Fevereiro de 2022!)

Os argumentos eram falaciosos a vários títulos, a ONU, a entidade internacional que deve zelar pela paz não atribuiu essa missão aos EUA, já não tinha atribuído no Iraque, nem no Afeganistão, nem na Síria. Mas a União Europeia decretou sanções contra a Rússia e colocou-se como parte no conflito. Daqui resultou que a União Europeia expulsou a Rússia da Europa e a atirou-a para os braços da China. Foi uma decisão europeia!

Resultante da inteligência estratégica dos dirigentes europeus (os americanos têm outros dados em equação) o conjunto Rússia-China passou a ser militarmente mais poderoso (ou de igual nível) que os Estados Unidos, a China já era o maior produtor industrial do mundo e a Rússia dispõe das maiores reservas de algumas das matérias primas mais raras. Agora estão associadas. Logo mais fortes, ao contrário da Europa, que ficou dependente da cara energia dos EUA (o gás liquefeito das rochas betuminosas e com mercados condicionados pelas sanções). Excelentes opções cujos resultados estão a ser visíveis nas manifestações um pouco por toda a Europa. (Reformas, saude, habitação — a Europa empobreceu.)

Para a China (como para Rússia), a União Europeia é hoje um estado vassalo dos EUA. Para a China a Rússia não pode perder o conflito com os EUA (correspondia a animar o inimigo) e a Europa é uma base de ataque à Rússia. É com estas credenciais que Macron e Ursula Von der Leyen se apresentam em Pequim! Sendo as coisas como são, o que vai o par de jarras fazer a Pequim se os chineses entendem que a União Europeia não dispõe de autonomia para tomar qualquer decisão que não seja a favor dos interesses de Washington?

A China não será mediadora do conflito: é aliada da Rússia.

A China (e também a Índia) está a ganhar muito dinheiro com a venda de matérias-primas russas e estão a conquistar zonas de influência importantes em África e na América do Sul.

O que é importante na relação da China com a União Europeia? Que os seus produtos de alta tecnologia — os sistemas de 6, 7 e mais G — possam ser comercializados na Europa. Mas isso não é admitido pelos EUA, que já sabotaram a Huawei e agora o Tik-tock.

Uma última pequena história. Quando, na I República, o governo de Afonso Costa fazia os possíveis e os impossíveis por introduzir Portugal na I Grande Guerra, perante a resistência dos ingleses, virou-se para a França, que ainda equacionou atribuir um pequeno setor aos portugueses, mas antes de tomar uma decisão o governo francês comunicou ao governo português: perguntem a Londres se eles aceitam.

Xi Jiping conhece os objetivos da Rússia e quererá saber deste par o que diz Washington sobre as propostas que eventualmente levem. É essa bola que nem o francês nem a alemã dominam, resultante da opção pela sujeição, que, tal como ao Stromberg, atrapalha os dois emissários, os quais devem ter uma qualquer ideia genial, mas que não se percebe qual.

No ponto de desconfiança que existe entre as partes, a China não tem qualquer garantia que aquilo que Macron e Ursula lhe digam corresponda a um compromisso sério. Um passado de mentiras e compromissos violados desde os anos 90 é a única carta de recomendação que o par leva para a China.

Há uma última explicação para a visita: o sistema financeiro “ocidental” está na eminência de rebentar. Os chineses têm o colete salva-vidas. Que preço pedirão por ele? E a bomba da finança pode ser a verdadeira arma nuclear de que tantos estrategas falam com ogivas e cogumelos radioativos. Mas poderá não ser de átomos a tal destruição, mas da falência generalizada do sistema de moeda virtual. Não morremos reduzidos a pós radioativos, mas ficamos tesos! Voltaremos à etapa anterior da evolução.


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4 pensamentos sobre “Os génios europeus jogam com o cubo de Rubik

  1. Estes génios do sistema neoliberal servindo apenas a casta oligárquica… Verdadeiramente notável!

    Há uma verdadeira lacuna na mentalidade abissínia nas nossas elites políticas… Onde o conhecimento é um pré-requisito para qualquer relação, outros que pensavam que sabiam estão surpreendidos com as profundas mudanças que estão a ocorrer. Por um lado, uma crise ucraniana numa Europa sufocante, e por outro, aproximações que na semana passada foram impensáveis….. Se a isto acrescentarmos a pirâmide etária mais políticas que são mais emocionais do que pragmáticas e orientadas para o bem-estar, é o distanciamento das placas tectónicas que está a ser afectado. Ao mesmo tempo, uma África forte das suas 4ª e 5ª gerações, decide reapropriar-se dos seus recursos naturais para romper com a velha visão pós-colonial que prevalece no cérebro dos decisores políticos que, para muitos, fazem das urnas uma profissão vitalícia ao ponto de analisar o trabalho que nunca fizeram ….. grande incompreensão para mutações profundas.

    O plano é para introduzir o euro digital, com vigilância intensiva, racionamento e trabalho obrigatório na RSI, para não falar da vigilância intensiva como na China?

    Penso que é preciso um nível muito elevado (estou a falar tanto de estatura intelectual como de empatia) para tomar decisões que afectam dezenas de milhões de seres humanos. Se não tiverem esse nível, fica reduzido a mentir, manipular, disseminar, intimidar, ameaçar, insultar, em suma, fazer coisas que são terrivelmente indignas da posição que ocupam.

    Sim, e em termos de nível, são mimados,porque os nossos líderes, que estão sempre a falar de pedagogia (porque são demasiado subtis, demasiado inteligentes e demasiado técnicos para serem compreendidos), fariam bem pensar no que nos dizem para não tomarem-nos por tolos.

    Com tanto talento para tornar as coisas compreensíveis para o povo em geral,
    explicando a natureza das diferentes crises, as suas origens e o facto de existirem soluções através de políticas alternativas … não estamos perto num aparelho de televisão de media meanstream.

    Finalmente o inimigo do Povo é tanto a grande imprensa como a oligarquia da UE, estes jornalistas são uma vergonha absoluta para a democracia, o seu comportamento não deve ficar impune.

    A empregada do IKEA e o presidente francês pavonearam-se na China… como de costume; é verdade que as suas lutas se perdeu de antemão!

    Sim um fracasso total especialmente quando Macron pede a Xi para pedir a Putin que venha à mesa de negociações, mas o problema é que Putin está à espera, mas ele vê que as armas vêm da NATO e da Europa. E Ursula que dá lições de moral a Xi, e eu vejo que ela não conhece os chineses os chineses não podem perder a face.

    A Europa e os EUA serão países turísticos e muito pobres dentro de 10 anos e nada mais. Os estudantes já não virão, os mais qualificados já não virão, mesmo os migrantes já não virão. Até os religiosos irão fugir. Apenas os produtores cinematográficos virão. Ao termos consumido demasiado, ao termos encorajado guerras e criado desigualdades durante anos, ao darmos lições a outros, ao deixarmos outros fazer o trabalho sujo, etc., seremos capazes de vender os nossos produtos ao mundo. Quando outros países recusarem vender as suas matérias-primas, armarem-se para as proteger melhor, recusarem consumir produtos ocidentais, criarem vistos para controlar melhor a entrada dos seus territórios… O termo “terceiro” mundo terá mudado o seu mapa..

    O monumental erro de partida é muito mais antigo, é a escolha do novo modelo económico de comércio livre na volta Reagan / Thatcher
    Este modelo resultou numa desindustrialização massiva do Ocidente para optimizar custos e cadeias de valor, especializando unidades de produção em grandes volumes para servir o mercado global, transferindo o know-how para a Ásia onde o preço do capital é ainda mais competitivo do que o da mão-de-obra.
    Todos os engenheiros que trabalham na indústria sabem há décadas que perder fábricas significa perder know-how e que a sociedade do conhecimento é um mito inventado por políticos que nada sabem sobre a indústria.
    Para compensar os 30 anos de deslocalização, teremos de regressar ao modelo económico de comércio livre, produzir em cada região, aceitar um aumento de preços, reduzir a predação dos acionistas.
    A mudança não está a acontecer, já aconteceu. A guerra na Ucrânia mostra que a indústria ocidental é incapaz de derrubar a Rússia, apesar de ser 30 vezes menor no papel. O PIB é uma medida cuja estupidez é revelada ao mundo por esta guerra.

    A classificação dos países em paridade de poder de compra dá uma classificação mundial já muito diferente e muito mais relevante: 1-China, 2-EUA, 3-Índia, 4-Japão, 5-Rússia, 6-Alemanha, 7-Brasil, 8-Indonésia, 9-Turquia, 10-UK, 11-França, 12-México, 13-Itália.
    O G7 já não é relevante, já não tem qualquer peso, inclui os países classificados em 2, 4, 6, 10, 11, 13 e o Canadá.
    Os BRICS incluem os países classificados 1, 3, 5, 7 e a África do Sul, com muitos candidatos, incluindo 9 e 12 mais o Irão e a Arábia Saudita, o que daria as 3 maiores reservas energéticas do mundo.
    A atração deslocou-se para os BRICS e aqueles que não gostam do domínio dos EUA têm agora os meios para escapar a eles.
    A riqueza é baseada na indústria. O monumental erro tem 40 anos – o Ocidente deu um tiro no próprio pé através da ganância e do egoísmo das classes dominantes.

    Por exemplo, para o fornecimento de armas chinesas aos russos, só porque foram retiradas da Swift não significa que não possamos saber, penso que a Swift ou não vai querer manter segredo e a transação será em espécie ou em moeda local .

    Também para sabermos se os chineses entregaram armas só precisamos de saber se a blindagem, mísseis, etc., visíveis no solo na linha da frente são chineses ou não, sem necessidade de monitorizar os camiões de entrega por satélite

    Quanto aos iranianos, bem, não, eles não dizem claramente que estão a entregar armas aos russos, de facto tudo o que dizem é no sentido de que não estão a entregar armas letais.

    E salto a parte em que o mundo inteiro se aliaria para contrariar o Ocidente, não há razão para o mundo se aliar, dada a sua diferença ver alguns que estão quase em estado de guerra com outros podemos pensar no maior exemplo Índia China

    Em suma, muitos tipos vão a fóruns, mas obviamente que se perguntam se eles realmente sabem alguma coisa.

    E quanto ao petróleo russo, ninguém queria que o seu petróleo desaparecesse, apenas as sanções serviam para que os russos se resignassem a vender o seu petróleo com um grande desconto tão grande penalidade para eles de qualquer forma…

    A queda dos EUA nesta área começou quando alienou a Arábia Saudita… A visita de Biden ao lançamento da invasão russa da Arábia foi colocada no seu lugar quando ele quis mostrar os seus músculos ao falar sobre Khashoggi…

    A Arábia Saudita, pôs a” bola” a rolar:
    – Acordo para pagar pelo petróleo em Yuan assinado.
    – Acordo comercial com a Rússia.
    – Acordo de normalização entre a Arábia e o Irão com a ajuda da China.

    Penso que a China irá alargar os Brics a toda a Península Arábica, integrando o Irão e até a Turquia.

    O Irão vai pacificar o Iraque e a Síria. Bashar está de regresso à vanguarda.
    O Iémen permanece e toda esta área está a ser pacificada e acordada sob a égide da China.

    A Covid-19 deu uma ideia da capacidade de produção industrial dos Estados Unidos.
    Durante o Covid-19, foi principalmente a China que continuou a fornecer ao mundo bens de consumo e equipamento. Para as suas indústrias, muitas peças sobresselentes vieram da China. Por vezes são as indústrias americanas que são deslocalizadas para a China, mas com mão-de-obra chinesa.

    A história das paletes de máscaras roubadas pelos Estados Unidos das pistas dos aeroportos, normalmente com destino a outros países, é uma perfeita ilustração do declínio industrial dos Estados Unidos.

    Os EUA vivem da especulação bolsista, dos seguros e da sua moeda o dólar impresso muito para além da capacidade compensatória da economia americana para fornecer bens correspondentes à quantidade de notas de dólar impressas.

    O dólar vai perder o seu lugar como moeda de troca mundial, a economia ocidental e todo o império norte-americano entrarão em colapso como um castelo de cartas.

    Os EUA com o seu hábito de sanções ilegais para roubar riqueza soberana aos Estados (Venezuela, Rússia hoje) e as suas leis de interterritorialidade estão por sua vez a desclassificar a economia mundial. E os países BRICS, liderados pela China, estão apenas a acelerar o movimento.

    Todos os Estados do mundo que depositaram a sua riqueza soberana em bancos americanos sabem que correm o risco de ver o seu dinheiro confiscado, ou melhor, roubado, pelos EUA e os seus vassalos ocidentais.

    Certamente que os príncipes sauditas já compreenderam que se não retirarem o petróleo do seu país do dólar, verão um dia serem roubados os fundos soberanos sauditas colocados nos bancos americanos. A prova hoje é que o petróleo também é negociado em yuans e rublos. E em breve ninguém falará de petro-dólares.

    A razão pela qual o valor do dólar ainda não caiu é que muitos países, especialmente a China, ainda têm dívida dos EUA. Nos cabazes de moedas estrangeiras dos seus bancos centrais ainda existem muitos dólares.

    Mas a partir de agora, os países emergentes, liderados pela China, que fornecem ao mundo bens de capital e bens de consumo, imporão as suas moedas nos mercados mundiais.
    moedas nos mercados mundiais. Qualquer pessoa que queira comprar chineses deve pagar em Yuan.
    O ouro recuperará o seu lugar como moeda de reserva junto dos bancos centrais.

    É a desmaterialização ou digitalização do dinheiro que será o golpe final para o dólar. Com a cadeia de bloqueio, não se pode fazer batota. Não se podem fabricar números.

    Com estes “génios” como diz Carlos Matos Gomes o ocidente
    ficará sem recursos e energia perante os países emergentes.
    Isto é inevitável. É inevitável.
    O dia em que uma gigantesca zona de comércio livre sem um dólar for formada entre os países emergentes. Deixará de ser útil para eles vender os seus recursos ao Ocidente. De que serve trocar a verdadeira riqueza energética por pedaços de papel que já não valem nada?

    Poderá ser esta a razão pela qual o tempo está a esgotar-se para o Ocidente?

    É terrível ouvir “nós não controlamos os fluxos” como se o Ocidente devesse controlar o resto do mundo. Este aspecto é o que faz com que países não ocidentais se voltem para países como eles, que são realmente controlados pelo Ocidente. O que também me choca, mesmo que a questão seja legítima, é o que eles pensam da Ucrânia. Mas esse era um bom ponto de vista. Ninguém quer saber do Iémen, mas é importante saber o que se passa na Ucrânia? Basicamente, os problemas ocidentais são problemas mundiais, mas os problemas de outras pessoas não são problemas ocidentais. É uma loucura. Em todo o caso, iste seria um debate muito interessante.

    Seja como for,o comunismo “nostálgico” de Putin funciona através de incentivos ideológicos que evitam a responsabilidade pela incompetência (em contraste com o czar que foi decapitado). O capitalismo especulativo também funciona desta forma (em contraste com o capitalismo empresarial, que é czarista). Devemos ter o cuidado de não nos entusiasmarmos demasiado com o joguinho da China, que não aprecia o joguinho da Rússia, entre outros… Tudo isto é cada vez mais um JOGO DE DUPES. Uma coisa é certa, a Rússia não pode ser levada a sério, excepto pelas suas ogivas nucleares e pela sua gasolina! O Ocidente, por outro lado, afunda-se no wokismo político esquizofrénico da irresponsabilidade ambivalente – responsabilidade à Zelensky.

    Quanto ao Ocidente, a sua queda deve-se à sua decadência geral, especialmente em termos da sua classe politica . Felizmente para ele, o resto do mundo irá em breve recuperar o seu atraso.

    Em suma,não é preciso ter grandes estudos para perceber isto!

    • Já li aqui tanta coisa, mais elogiosa ou mais crítica de Putin, mas nunca li nenhum texto a dizer isso.

      A realidade que atrapalha a Rússia (cerco da NATO via Nazis ucranianos) está a ser tirada do caminho.

      A realidade das sanções foi devidamente controlada de forma a que fosse maior o ricochete na Europa do que o dano na Rússia.

      A realidade diplomática é a da Rússia a ter de se virar para leste (Carlos Matos Gomes falou disto) em vez de poder continuar a dialogar com o Ocidente.

      A política na Rússia está totalmente a favor de Putin. A oposição e a esmagadora maioria do povo apoiam a intervenção militar, e os traidores ocidentalizados foram identificados e perderam credibilidade no país.

      Avançam as integrações da EAEU e SCO, avança a expansão dos BRICS+, avança a desdolarização, e avançam os laços diplomáticos com todos os do Sul Global que cada vez mais olham para os dois gigantes da Eurásia como líderes do Mundo Multipolar do século XXI, que vai tirar a maioria do Mundo da ditadura do império genocida ocidental (EUA + vassalos).

      A Europa poderia estar em paz. Em vez disso preferiu a NATO.

      A Europa poderia ser democrática. Em vez disso preferiu o fanatismo Europeísta.

      A Europa poderia ter crescimento alto e dívida baixa. Em vez disso preferiu a ditadura disfuncional do €uro.

      A Europa poderia ser independente e soberana. Em vez disso preferiu a vassalagem ao USAtlantismo.

      A Europa poderia ser um exemplo de valores. Em vez disso preferiu apoiar Nazis, erguer muros, e ser racista.

      A Europa poderia ter futuro sendo parte da Eurásia. Em vez disso preferiu agarrar-se ao império anglo-saxão do passado.

      A Europa poderia ter a população satisfeita e com progresso. Em vez disso escolheu a austeridade permanente da TINA NeoLiberal, e ter uma oligarquia não representativa agarrada ao poder.

      A Europa poderia ajudar a isolar o agressor EUA. Em vez disso abriu as portas à sua maldade, como as sanções ilegais e o belicismo.

      A realidade é má para todos. Mas no Kremlin preparem-se para lidar com os problemas, enquanto na Europa são causadores de problemas e lidam mal com a realidade.

      Exemplo concreto: a Rússia ganha mais dinheiro do que nunca a exportar os seus recursos, fazendo barulho na preços a amigos e cobrando mais a inimigos. A Europa, convencida por Hollywood e FakeNews a ser inimiga da Rússia, está a empobrecer, a gastar mais nos recursos que importa, e a isolar-se do resto do Mundo. Já só é recebida de braços abertos em Washington, e é só para receber o abraço de urso do qual pode não mais conseguir soltar-se.

      Eu até percebo a tua frustração. Gostavas de ler críticas a Putin e de ler elogios à Europa. Eu também. Mas não é essa a realidade. É lidar.

      PS: este texto do Carlos Matos Gomes ataca muito o ditador NeoLib Marcon, e a corrupta não eleita Leyen, mas o que mais crítica merece é quem leva a Alemanha para ao buraco e nem uma palavra tem a dizer do atentado terrorista dos EUA contra a indústria Alemã. O Nordstream foi uma perda para a Rússia, mas já foi substituído por outras rotas e compradores. Esse mesmo Nordstream, ou melhor, a sua destruição, foi a derrota total para a Alemanha: humilhada (até pela Polónia), empobrecida (tb pela Noruega que agora lhe vende gás mais caro), e totalmente vassala. A minha questão é: Scholz e Baerbock são idiotas ou cúmplices? Ou seja, deviam ser postos na rua (como os Finlandeses fizeram a Sanna Marin), ou ser condenados a prisão perpétua?

  2. Deve corresponder a uma qualquer patologia o volume de disparates que conjugadamente servem:
    – o desprezo por tudo o que possa trazer responsabilização própria ou corresponder a experiência vivida,
    – a vil servidão a tudo que seja alheio e de que pouco sabem e de que nada viveram.

    Qual ela seja, só me atrevo a alguns contributos:
    Ao irresponsável importa distanciar-se do que lhe é próximo, para que assim se imponha.
    Ao ignorante repugna a dúvida e satisfaz o dogma, para que arrogantemente nela se mantenha.
    A sujeição ao dogma aparenta ao pusilânime ser manifestação de poder

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