Tanta verdade junta mereceu publicação – take XXVII

(Carlos Marques, in Estátua de Sal, 13/02/2023)


(Este texto resulta de uma resposta a um comentário a um artigo que publicámos de Carlos Matos Gomes ver aqui. O referido comentário, de João Andrade, era o seguinte:

“Sinto vergonha, como português e europeu!
A senhora presidente devia ter vergonha, mas sabemos há muito que não a tem, como cidadã e … como médica!”

Perante tanta verdade junta, resolvi dar-lhe o destaque que, penso, merece.

Estátua de Sal, 13/02/2023)


Estou como tu. Sinto até vergonha ao ponto de dizer que sou um cidadão do Mundo em vez de dizer que sou português, e por outro lado tenho orgulho de nunca na vida ter caído na moda de dizer que sou cidadão EUropeu.

Gostava de ganhar o Euromilhões para poder construir casas ao povo da Síria e do Donbass, cada um com uma tragédia diferente pela frente, um vítima da Al-Qaeda e ISIS (apoiados pelos EUA), outro vítima de nazis (apoiados por quase toda a NATO).

Para além de criticar, fica bem aqui falar dos bons exemplos neste caso. Vou listar os países que começaram logo a enviar ajuda humanitária para a Síria: Iraque, Irão, Egito, Argélia, Rússia, Emirados Árabes Unidos, China, Cuba.

Como disse Mandela (o herói apelidado de “terrorista” quando um “jornalista” ocidental o criticou por agradecer a Gaddafi, Arafat, e Fidel Castro pela ajuda dada aos sul africanos na luta contra o apartheid), eu não tenho de odiar quem os imperialistas me mandam odiar. Eu tenho é de admirar quem partilha os meus valores humanistas na hora da verdade, e o faz com ações concretas.

Outro exemplo.de humanismo que derrete o coração: a Arménia abriu a fronteira com a Turquia, pela primeira vez em anos, para deixar passar a ajuda. Relembro que a Turquia foi um dos principais fornecedores de armas ao Azerbaijão na guerra de 2020. Isto é não é só uma chapada de luva branca, é um enxerto inteiro de porrada de luva branca.

Ainda vivo na Europa, mas sou cada vez menos ocidental. Sou incorruptível e vacinei-me contra a propaganda. Isso dá-me um orgulho impagável.

Força, povo sírio. Força, Assad! Que os sobreviventes recebam toda a ajuda que precisam, e que o governo seja capaz de libertar as zonas ainda ocupadas pelos radicais islâmicos, e seja capaz de expulsar as forças ocupantes dos EUA, de forma a parar o roubo de recursos (petróleo) e poder voltar a ter dinheiro para desenvolver o país.

Na hora H, não interessam os defeitos políticos dos líderes, interessa estar do lado certo no cerne da questão. Hoje estou do lado de Assad, desde Março estou do lado de Putin, e se vivesse em 1945 estaria do lado de Churchill e de Estaline (de Roosevelt estaria e continuo a estar), e se vivesse na África do Sul teria estado do lado do “terrorista” Mandela.

É para evitar estas lições de decência da História, esta capacidade de tirar os olhos do umbigo e raciocinar pela própria cabeça, que o regime genocida ocidental precisa da maior máquina de propaganda de sempre de reescrita da história (que até faria inveja a Goebbels), de condicionamento e manipulação das massas, de tantas psyops e golpes contra os líderes não-alinhados com os seus interesses, além de sanções ilegais e de comentadores corruptos para justificarem tudo isso.

Como alguém escreveu há dias no Consortium News, já não se trata só de uma Janela de Overton, mas sim de uma minúscula Letterbox de Overton. A corrupta belicista e não-eleita Leyen (porta-voz da Raytheon, Lockheed, BlackRock, e companhia na colónia EUropeia) já censurou a RT, e já promete censurar mais. Em Portugal ataca-se quem defende a paz e construiu a democracia portuguesa (PCP, e independentes) e abrem-se os braços a nazis do Svoboda e do Sector Direito. As “notícias” chamam “extremista” a quem quer decência salarial, e chamam “heróis” a nazis do Azov e glorificadores do criminoso do Holocausto: Stepan Bandera. Entrámos na rampa deslizante do autoritarismo. O fundo é o limite.

E isto está tudo ligado. O ataque à Síria, a “ajuda” à Ucrânia, os refugiados escuros a morrer no Mediterrâneo, os refugiados de olhos azuis recebidos de braços abertos, a glorificação da Casa Branca e a demonização de Moscovo e Pequim, o golpe no Perú e os ataques a Lula, o balão chinês e o terrorismo no Nordstream, o chamar “anti-semita” a quem critica o apartheid e chamar “terrorista” a quem se defende dele, as sanções ao Irão e as sanções à Venezuela, o gulag em Guantanamo e a prisão de Assange, etc.

Um denominador comum: a interferência da oligarquia genocida ocidental, sempre em defesa dos seus interesses e fanatismo ideológico, custe o que custar, nem que seja preciso esmagar o resto do Mundo inteiro.

É para o rico, em Miami, veterano nos crimes de guerra no Médio Oriente, ter gasolina barata para abastecer o seu bárbaro SUV, que é preciso morrer uma criança esmagada num prédio de fraca construção numa zona de guerra e sem ajuda devido a sanções ilegais e assassinas. Está tudo ligado.

 Eu, cada vez vejo melhor a Big Picture, mesmo quando me é difícil descrevê-la em palavras. E, no final, levanto a cabeça e estou rodeado de cegos! Vem-me à cabeça o Ensaio Sobre a Cegueira de Saramago. Mas é só ficção. A realidade é ainda pior do que as piores distopias imaginadas, seja por Saramago ou por Orwell. Já não vivemos na Terra, vivemos em pleno Inferno. E o pior nem é isso. O pior é que o Diabo seduziu um exército inteiro de vassalos e admiradores!

Tendo em conta que as armas nucleares asseguram a destruição mútua – e isso é um efeito dissuasor de um conflito direto -, só há duas maneiras deste inferno acabar:

– ou um meteorito gigante limpa os EUA do mapa;

– ou a desdolarização retira ao Império genocida a sua capacidade de fazer mal e ainda por cima pôr os outros a pagar a conta.

É por isso que, a partir de hoje, olhando a Big Picture e percebendo qual é o cerne da questão, estou INCONDICIONALMENTE do lado de todos os não-ocidentais, seja um moderado democrata como Gabriel Boric, ou um lunático ditador como Kim Jong-un. Há um mal maior que exige a união com todos, mesmo com os “Estaline” da nossa era. Foi a essa conclusão que, no seu tempo, chegaram Churchill e Roosevelt, portanto não sou pior pessoa do que eles. Estamos agora em 1938. Espero que não seja preciso novamente um período como o de 1939-1945 para podermos chegar à paz e ao desmantelamento do pior regime de todos. Nessa altura, era o de Berlim e Roma. Agora é o de Washington e Bruxelas.

É como os maléficos Sith, há sempre um mestre e um seguidor… Já perceberam quem são os stormtroopers (carne para canhão do Império)? Se não perceberam, em breve vão perceber. Vi na net, num clip muito partilhado do canal de propaganda chamado SIC “Notícias”, (naqueles “debates” de fecho da Janela de Overton em que ambos os comentadores concordam com o mesmo “pensamento” único e em que o “jornalista” não passa de um pé de microfone) dizer-se o seguinte:

– É preciso começar a fazer a pedagogia ao povo para que este perceba que terá de ir para a guerra.

Pois é. É para isto mesmo que se criou a maior máquina de propaganda de sempre, e se repetem mentiras e manipulações todos os dias. Para que vocês, burros do car*lho, mandem os vossos filhos para a linha da frente para defender os int€r€$$€$ do regime.

Depois não se esqueçam de chamar “putinista” a quem, atempadamente e com 100% de razão, vos avisou!


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10 pensamentos sobre “Tanta verdade junta mereceu publicação – take XXVII

  1. Consola-me, que sempre me recusei a andar “neste mundo” desde jovem, pensei que estava sozinho.

    Este trabalho de informação e educação dos cidadãos com a adição de uma cultura histórica que permite a análise de outros modos de funcionamento e governação. Mas talvez o senso comum sobreviva a este vírus da estupidez colectiva, pois vamos descobrir quem beneficia com ele, é um início de reflexão.

    Quando se ama a música e se explora a música do mundo e em todo o lado se encontram mensagens de excelente qualidade e populares expressando amor e humanidade, não se consegue compreender a xenofobia, o racismo e todas as formas de discriminação, parece totalmente estúpido, violento, criminoso, retrógrado.
    E quando os políticos exploram esta debilidade que está muito presente numa parte da população, são eles criminosos ou estúpidos? Na minha opinião ambos, porque há sempre um momento em que sabem que estão a cometer uma acção moralmente injustificável e potencialmente criminosa ou mesmo genocida.

    “A treta tomou conta!”Super interessante sobre deliberação colectiva, democracia, e a análise da “treta” bem distribuída entre os intelectuais!

    Penso que é uma pena que estas reflexões muito interessantes se limitem ao Estátua de Sal. Vi por mim próprio a incrível resistência que a grande maioria de nós pode mostrar aos argumentos mais poderosos se forem contra a nossa forma de pensar.

    Uma palavra surpreendeu-me desta vez enquanto lia sobre o “lado certo”. Quero falar de confiança. De facto, em todos os assuntos, não importa, se não um infinitesimal, abraça o estado do conhecimento. A ciência, como tudo o resto, baseia-se em última análise numa instituição na qual repousa a confiança: escola, universidade, etc. Quando a instituição corre mal, não é a mesma que quando foi criada. Quando a instituição está errada, são infinitamente poucas as mentes capazes de lhes resistir de qualquer forma significativa, e mesmo quando as pessoas comuns sentem que algo está errado. Portanto, penso que o nosso problema é que as instituições decisivas, especialmente as escolas e universidades, ainda estão na inércia de erros fundamentais que quase todos vêem..

    Em breve seremos os últimos na Europa, mas felizes! Schwab estava mesmo antes do seu tempo, a fábrica idiota tem funcionado perfeitamente. E as nossas chamadas elites, que supostamente formam a classe política, não são excepção à regra. Eles estão no topo da lista, no topo do desfile de sucesso do cretinismo. A fraqueza torna-se crónica, a coragem e a inépcia! Coragem em todos os sentidos da palavra. Todos são afectados, todos os estratos. Dinheiro, poder, desrespeito pelas regras, desrespeito pelos outros e tantos outros abusos tornaram-se as novas regras. Cabe-nos a nós encontrar a saída, não é fácil!

    Uma classe dominante, quando se mantém no poder por demasiado tempo, acabará instintivamente por utilizar a sua inteligência não para servir o seu próprio povo, que já nem sequer compreende, mas para preservar e elevar os seus privilégios, fazendo o mínimo possível.

    O mais frio de todos os monstros frios..

    Tanto pelo último homem de quem Fukuyama falou tão mal (provavelmente porque o miserável burocrata Hegeliano Kojève tinha falado tão mal dele próprio). Depois vem o estado no fabuloso capítulo: Sobre o novo ídolo. Algumas citações refrescantes então, incluindo as mais conhecidas sobre o monstro frio:

    “O Estado é o mais frio de todos os monstros frios: ele mente friamente e esta é a mentira que rasteja da sua boca: “Eu, o Estado, sou o Povo”.

    O Estado tornou-se mais forte com as guerras, com a Europa, com os bancos centrais, e com dívidas imundas, com o sozial, como disse Céline. É o estado de Rothbard’s Warfare e Welfare State. Tudo isto está ligado a “apetites”:

    “São destruidores, aqueles que colocam armadilhas para muitos e lhe chamam estado: penduram uma espada e uma centena de apetites sobre eles. Onde quer que ainda haja pessoas, elas não compreendem o Estado e odeiam-no como o mau-olhado e um afastamento dos costumes e das leis”.

    “Uma confusão das línguas do bem e do mal – dou-vos este sinal, como o sinal do Estado. Na verdade, é a vontade da morte que este sinal indica, chama os pregadores da morte! Demasiados homens vêm ao mundo: o Estado foi inventado para aqueles que são supérfluos! Veja como as atrai, as supérfluas!

    Esta noção de homem supérfluo traz à mente os comedores inúteis (todos nós, ou quase todos nós) que os globalistas agora querem exterminar. Fizeram este rebanho enxame nas praias ou em frente à televisão e agora querem eliminá-lo. E o rebanho deixa-se liquidar sem um segundo pensamento, especialmente no Ocidente. É verdade que eles não se sentem muito úteis ou auto-confiantes.

    Nietzsche vê que o Estado Providência substituirá a providência (a este respeito leia-se o australiano Charles Pearson que rivaliza com Nietzsche ou Tocqueville neste rei dos séculos analíticos – o décimo nono):

    “Certamente, ele também vos adivinha, vitoriosos do Deus antigo! Está cansado da luta e agora o seu cansaço está ao serviço do novo ídolo!

    A vida moderna está a tornar-se um suicídio lento – sentido ao nível das nações, bem como dos indivíduos. Thoreau fala de desespero silencioso em Walden. E Nietzsche:

    “O estado está em todo o lado onde todos absorvem venenos, o bom e o mau: o estado, onde todos se perdem, o bom e o mau: o estado, onde o lento suicídio de todos é chamado – “vida”. Olhem para estas pessoas supérfluas! Roubam as obras dos inventores e os tesouros dos sábios: chamam-lhes civilização do roubo – e tudo se torna doença e contratempos para eles! Olhem para estas pessoas supérfluas! Eles estão sempre doentes, desistem da sua bílis e chamam-lhe jornalistas.

    É que estes jornais, 100% subsidiados como sabemos…

    Sou censurado pelo meu pessimismo. É que Nietzsche, Thoreau e Tocqueville não começaram ontem. E recordemos aos distraídos que Marx queria o fim do Estado.

    • «E recordemos aos distraídos que Marx queria o fim do Estado.»
      E Lenin e Trotsky também.

      «While the State exists, there can be no freedom. When there is freedom, there will be no State.»
      – Vladimir Ilyich Lenin, “State and Revolution”, 1917.

      Depois da morte do Russo Lenin e expulsão do “Ucraniano” (Kherson) Trotsky (nascido Judeu, educado Luterano, mas de convicção Ateu), foi-se o Marxismo, e ficou o Georgiano Stalin, que via o Estado como um fim em si mesmo, e apenas como um substituto do opressor Capitalista e Czarista.

      Nem tudo correu mal daí para a frente (tiveram até o êxito mais importante de todos, a 9-Maio-1945) mas estava semeado o mal que condenaria a USSR ao colapso inevitável, quando o povo exigisse a liberdade que um super Estado todo-poderoso e quase irreformável não lhe permitia.

      Foram do mal para pior, com a terapia de choque do Capitalismo Neoliberal e Imperial, e governados por um bêbado, com consequências catastróficas das quais só Putin (Capitalista não Liberal, Ultra Conservador e Religioso, não imperialista mas admirador do Império Russo e dos Czars) os conseguiu salvar e voltar a erguer a cabeça, mas isso é outra história.

  2. Obrigado mais uma vez à Estátua de Sal pelo reconhecimento.

    Às vezes a UE até parece inocente e bem intencionada, mas lá esta, tal como Mandela comentou, palavras leva-as o vento. O que interessa são ações concretas. E nas ações, a UE faz o oposto do que acabou de dizer em palavras, hoje:

    «The European Union has called for an end to the Israeli settlers’ violence against Palestinians, following the killing of a Palestinian youth by a colonial settler in the occupied West Bank»

    Depois, nas acções, mantém todas as relações diplomáticas e comerciais com o regime de Apartheid, estando assim na prática a apoiar e a financiar as acções violentas dos opressores contra os oprimidos.

    Não admira que Mandela nunca tenha agradecido à CEE, e tenha antes agradecido a Arafat…

    Quanto ao tal vídeo dos belicistas do canal de propaganda SIC “Notícias”, está aqui um link para um tweet, para quem quiser ver com os próprios olhos o que é o princípio do fim da Europa:

    https://twitter.com/JuditeBarrosda2/status/1624352598445654018

    Quando voltarem a ver qualquer uma daquelas 3 caras (comentadores e “jornalista”), já sabem que estão perante gente patrocinada pelos que lucram com a guerra. E pelo vosso bem e pela vida dos que vos são queridos, mudem de canal, e convençam outros a mudar também de canal. Essa sim é a pedagogia que importa neste momento: criar anticorpos que nos protejam da propaganda!

  3. Agradeço imenso, mais uma vez, à Estátua de Sal e aos autores dos textos que escolhe por apresentar aqui conteúdos de tão grande qualidade! É bom saber que não estamos sós nesta sociedade de marionetas, de vassalos, de ignorantes, de corruptos e assassinos que deixam destruir o nosso País e a união europeia inicial e colocam em risco até o mundo só para satisfazerem os interesses de uns quantos poderosos completamente sociopatas e amorais.Que o dolar rebente de vez e que os carrascos do outro lado do Atlântico e os cobardes daqui, sejam reduzidos à insignificancia! Que tempos de paz, bondade, progresso, justiça e fraternidade entre os povos voltem a imperar por tempos sem fim.

  4. A cegueira que tomou conta da Europa é incompreensível…acabo de ver no twitter que um qualquer austríaco escreveu um tweet em que ataca o Bruno Carvalho (o jornalista que tem estado a dar noticias do Donbass). O ataque é basicamente o costume: comunista, putinista. O que impressiona é o ódio cego dos comentadores. O mesmo ódio que votam ao General que costuma falar na SIC. Um ódio impermeável a qualquer lógica, a qualquer raciocínio. Aquele ódio que não precisa de factos de tal modo está entranhado. E os tolos nem percebem que os UFO’s que enchem as noticias, apareceram na altura certa para desviar atenções e do Ohio e do NS2…é triste e deprimente.

    • Não foi só para desviar atenções. Foi também para regar e adubar mais um bocadinho a semente psicológica (inception) do ódio contra a China, e preparar as emoções e a reação pavloviana de apoio à planeada guerra proxy em Taiwan em breve. Algo que faz parte do mesmo plano onde se planeou a guerra proxy no Donbass.
      Chama-se Manufactures Consent, e não se faz de uma dia para o outro. Faz-se ao longo de muitos anos, sempre de forma dissimulada, e só se passa à forma óbvia na hora h.

      Foi para isso que se desenvolveu ao longo de décadas a inception na propaganda soft (Hollywood) e o condicionamento pavloviano na ropaganda hard (imprensa “livre”) de maneira a ter o povinho completamente manipulado ao sabor das vontades e ódios pessoais da oligarquia genocida ocidental.
      Basta um “jornalista” dizer a palavra “regime” e quem a ouve fica logo receptivo a sanções ilegais e criminosas contra povos inocentes.

      A propaganda apela às emoções, e contra emoções não há factos nem racionalidade que resista.
      O facto de já toda a gente saber (ou desconfiar com elevada probabilidade) quem fez o acto terrorista no Nordstream, mas o “governo” da colónia Alemã ainda não ter reagido nem o seu povo ter exigido uma mudança de rumo, é prova do sucesso assustador dessa máquina de propaganda e manipulação emocional.

      Fecham fábricas de alta intensidade no consumo de electricidade, mas os novos desempregados chegam a casa e ligam a TV para ouvir Baerbock emocionada a falar das crianças e da democracia na Ucrânia, e ouvir depois N comentadores cheios de certezas e todos concordantes a dizer que todo o mal na Terra é obra de Putin.

      A seguir liga a Netflix e vê um heróico Tom Cruise em mais um filé de propaganda pró-militar dos EUA.. E lá se começa esse povo a salivar, tal como o cão de Pavlov, em frente à TV ou na rede social, de bandeirinha amarela e a pedir “tanques para a Ucrânia!”.

      É por isso que hoje em dia atacam tanto a Hungria, orgulhosa e patriótica, soberana e não vassala de ninguém. Até lhe chamam “ditadura” ou pelo menos “regime iliberal”. Querem sanções e quiçá regime change. Porquê? Porque não repetem a propaganda do pensamento único da oligarquia genocida ocidental. E como é que conseguiram resistir? Proibindo o financiamento estrangeiros dos seus órgãos de comunicação, e restringindo a influência de correntes de opinião e personalidades consideradas nefastas e causadoras da degenerescência no restante ocidente.

      É controlo é mau? É. Mas o descontrolo (e estar nas mãos das psyops de Washington) é ainda pior.
      É por isso que já deixei de criticar o governo Húngaro, e já deixei de criticar o governo Cubano (que chegou ao ponto de ter de desligar a internet para evitar confrontos violentos, tipo Maidana, promovidos por “influencers” avençados da CIA e alinhados com a corja mais fascista da Flórida).

      O resultado é que tanto Hungria como Cuba conservam intacto o seu orgulho, enquanto nós no restante ocidente vivemos numa sociedade de cães de Pavlov que ainda por cima dão a patinha ao dono abusivo, sem fazerem a mínima ideia do que se passa na realidade. E votam 100% enganados. Se isto é “Liberdade” ou “Democracia”, vou ali e já venho.

  5. Eu também não entendo o ódio que o ocidente nutre pela Rússia. Geralmente o ódio nasce do medo, o medo da ignorância, a ignorância da soberba e a soberba cega para tudo e todos que pensam diferente.

    • Eu nem aos Alemães, Ucranianos, Israelitas, Sauditas, e USAmericanos tenho ódio. Quanto mais aos Russos e Chineses. Eu não tenho que odiar nenhum povo, muito menos a mando de uma “elite” tresloucada.

      A essa “elite” e seus paus mandados, propagandistas e terroristas avençados, é que eu tenho raiva, mas não ódio. Raiva e ansiedade pelo dia em que se faça justiça, os seus regimes podres caiam, e esta gentalha vá toda presa durante muitos anos. Afinal de contas o seu crime é a morte de milhões de não-ocidentais, e a mentira para convencer os seus povos a aceitar isso com normalidade.
      É quase comparável ao Terceiro Reich…

      Eu antes ouvia algumas pessoas falarem dos Gulags dizendo “se calhar muitos dos que lá foram parar mereceram”, e ao ouvir isto ficava indignado. Não percebia. Mas hoje em dia começo a perceber. Imaginem um Portugal onde os fascistas/PIDE/MDLP tinham ido de cana para o resto da vida. Hoje se calhar não estava um terrorista a comentar na SIC “Notícias”, outro terrorista no Parlamento, e não existiria uma bancada parlamentar de Fascistas.

      Foi em 1974-1975 que se cometeu o erro que nos trouxe aqui. Afinal há um lado negativo do facto da Revolução dos Cravos ter sido tão pacífica…
      Tentou-se tolerar e integrar que nào.merece tolerância e é incompatível com a integração. Karol Popper avisou, no seu Paradox da Intolerância, mas Portugal ignorou.

      Agora o país voltou a ter na ria genre que glorifica fachos e suásticas, que ataca o direito à greve quer novamente ilegalizar o PCP, e depois o BE, e o Livre, e depois o PS, até ficar só uma “democracia” à moda do Maidan…

      Também aqui o ódio, nascido da ignorância, e ambos nascidos da propaganda e manipulação, é a base da transformação. Odeiem os comunas. Depois odeiem os bloquistas, os sindicalistas, os socialistas, etc.
      E quem nos manda odiar estes Portugueses, são os mesmos que nos mandam odiar Russos e Chineses.

      Faz tudo parte do mesmo plano. E o mal vem todo da mesma raíz. A oligarquia genocida ocidental. Agora são “só” os ucranianos nas trincheiras, a seguir será a “pedagogia” para nos enviar a todos para lá. A todos não. Aos filhos dos pobres e da chamada “classe média”. Porque os da classe de cima são demasiado importantes. Têm de viver para herdar… para ter a meritocracia de gerir as empresas e investimentos da família. Afinal de contas, o objectivo do plano é mesmo esse. Nós, os alvos da propaganda, somos apenas o meio de lá chegar.

      • Uns quantos typos seguidos e o teclado a fazer autocorrect em inglês… O botão de.mudança de idioma está mesmo ao lado da tecla espaço.

        “Tentou-se tolerar e integrar que nào.merece (= quem não merece) tolerância e é incompatível com a integração. Karol (= Karl) Popper avisou, no seu Paradox da Intolerância, mas Portugal ignorou.

        Agora o país voltou a ter na ria genre (= na rua gente) que glorifica fachos e suásticas”

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