(Carlos Matos Gomes, in Medium.com, 30/12/2022)

(Mais um texto excelente do Coronel Matos Gomes. Um grande bem-haja a uma das poucas vozes lúcidas que ainda consegue pensar no meio da alucinação coletiva destes tempos negros, uma espécie de Matrix de largo espectro.
Estátua de Sal, 30/12/2022
O chinfrim (é disso que se trata) a propósito da saída de uma administradora da TAP, que recebeu uma boa indemnização e foi para outra empresa de onde transitou para o governo é uma algazarra como a que há anos, a propósito da lei do aborto, as beatas rurais mobilizadas pelos curas fizeram gritando à porta dos governos civis: “Não ao aborto, sim aos desmanchos!”
Há, é evidente, uma questão ética (falta de) na transumância da administradora da TAP, a engenheira Alexandra Reis. Ou ela quer ser quadro de topo de empresas privadas, ou ela quer uma carreira na administração pública. A lógica das empresas privadas é a do lucro, a das empresas públicas é (devia ser) a do serviço à sociedade. Mas ela pertence à geração do saque neoliberal, que foi educada a considerar os valores éticos questões para idiotas e perdedores. Ela foi educada a ver médicos a garantir uma base financeira segura como funcionários públicos nos hospitais do SNS e a aproveitarem todas os interstícios da lei para fazerem o seu chorudo pé-de-meia na medicina privada. Ela entende as empresas públicas como o chefe da ordem dos médicos e o chefe do sindicato entendem o Serviço Nacional de Saúde: um local de poiso de curta duração antes do voo para outras atividades mais lucrativas, ou dos jornalistas e comentadores avençados que passam das estações públicas para as privadas e regressam ao público para a administração de uma entidade reguladora, ou um gabinete do governo.
É este o caldo de cultura onde germinam engenheiros e engenheiras, jornalistas e pregadores de moral. O chinfrim a propósito deste caso, que até ressuscitou o Santana Lopes, tem o nome de descaramento e não de seriedade!
O objetivo intermédio desta campanha era o ministro das obras públicas, Pedro Nuno Santos (o final é o derrube deste governo). Nuno Santos morreu atropelado por um comboio de 12,5 mil milhões que pretende recolher matéria-prima de três minas:
– O novo aeroporto de Lisboa — as mais poderosas empresas de construção necessitam de um ministro por conta. Segundo estimativas publicadas são 5 mil milhões para um aeroporto novo (Alcochete), ou 1,15 mil milhões para a solução Montijo+Lisboa;
– A TAP. Ao contrário do que as empresas de lobbying têm feito crer a TAP possui ativos de grande valor: as rotas para África e para a América do Sul (Brasil e Venezuela) e desperta o interesse de vários grupos de aviação. Quanto mais desvalorizada estiver a TAP mais barata será para a Iberia/Air France/ Lufthansa/ British Airways./KLM. O Estado já lá injetou 3,2 mil milhões e os potenciais compradores querem uma pechincha!
– O TGV — quem irá construir as infraestruturas do TGV, quem irá fornecer o material circulante? O custo do projeto TGV tem sido apresentado como sendo da ordem dos 4,5 mil milhões.
Estes três negócios valem cerca de 12,5 mil milhões. Convém ter ministros amigos e um governo permeável. O clamor de base moral e ética de gente que até rouba o colete dos outros, mesmo dos que têm o casaco vestido, apresenta este fundo escondido, silenciado. Está a decorrer com grande êxito uma campanha dos predadores para convencer os pagantes de que 500 mil é maior que do que 12,5 mil milhões!
Lembram-me a velha anedota do crocodilo: Saiu uma nota na floresta a decretar que os animais com a maior boca iriam ser eliminados, a bem da sustentabilidade da natureza. Diz o jacaré: coitadinho do hipopótamo! Ambos têm a boca grande, mas uma das bocas come 500 mil e a outra de superior a 12, 5 mil milhões, no entanto, segundo vemos e ouvimos essa é que prejudica o meio ambiente!
Pensando no dinheiro que está em jogo percebe-se que a notícia (nada inocente, nem a bem do contribuinte) da indemnização à engenheira Alexandra Reis caiu como sopa no mel (era essa a intenção). Os jogadores voltaram a sentar-se à mesa do casino.
O falecido Arnaldo de Matos concluiu genialmente: Isto é tudo um putedo! O “educador do proletariado” conhecia o milieu, os bas fonds e, apesar dos muitos defeitos, ao contrário dos dois jovens políticos ensarilhados nesta rede possuía a sabedoria do Diabo, que é diabo por ser velho e viver entre manhosos e criminosos e não por ser intrinsecamente mau.
Uma cortina de fumo que abafa o “fogo”que foi consumindo o Ministro PNS, e o seu “Chefe” sacrificou o “cordeiro” antes da Páscoa ,pq os “Algozes” de que fala o CMGomes lho exigiram e entre os “Algozes” e o seu Compagon de Route ,sacrificou este e o outro “Cordeiro” das Finanças tb será sacrificado se os “Algozes” o exigirem senão abrir a seu tempo os cordões` à bolsa ,como vão exigir os Donos disto tudo ,se não agir em conformidade ,será o Chefe do Governo que terá ordem de saída´,pelo Inquilino de Belém …….pq os “Homens do Presidente” não dormem ……
Censura? Não encaixa o comentário que fiz……pq perco tempo com taldefunto:…..?
Ainda estou para ver quando a esquerda requerer, a quem entre na função pública ou nas empresas públicas, uma declaração de dedicação ao serviço público com exclusão de quaisquer actividades remuneradas ou ambições que não as definidas nas carreiras aí existentes.
No caso da TAP o Estado tomou (temporariamente) todo o capital de uma empresa do sector privado ou nacionalizou-a?
Tudo o mais é resultado da irresponsabilidade que o Estado configura nas leis, tanto para o sector económico público como para o privado – assim, diz o INE que cerca de 25% de todas as sociedades comerciais têm capitais próprios negativos… e tudo segue na maior normalidade!!!
Ainda estou para ver a direita, extrema ou outra, requerer o que já propôs várias vezes, e mal, o BE.
Mas o populismo barato hipócrita sempre foi arma dos fasços, não é, Cruz?
O texto é bom e de facto há algo mais em jogo. Isso percebeu-se quando, após a demissão da senhora, deixaram de exigir que devolvesse os 500 mil euros e viraram-se para a jugular de outros ministros. O texto do CMG analisa bem essa parte.
Parece-me é que fica mal falar deste caso e fazer de conta que os 500 mil euros são tiro no pé dado pelo próprio governo e em particular pelo próprio PNS que, ou não sabia o que se passava e é negligente, ou sabia e é imoral.
Sim, é capaz de haver por aí muita lágrima de crocodilo neste caso, mas a verdade é que o hipopótamo também come, e muito.
Ou, dito de outra maneira, como é que a Extrema-Direita cresce e a Democracia morre pouco a pouco? É com casos destes e com eleitores teimosos que sabem disto, mas o desvalorizam e arranjam sempre desculpas para justificar o seu voto nos rosas da negociata e do NeoLiberalismo “fofinho”.
Não há gente mais tola do que quem se engana a si próprio.
Quanto aos casos em particular e que somam os 12.5 mil milhões, sei outras duas coisas que minam a teoria do CMG:
1- a discussão do novo aeroporto dura há décadas e só recentemente é que PNS chegou a ela para precipitar uma decisão que até é a mais favorável ao privado estrangeiro que ficaria encarregue da coisa: a francesa Vinci.
2- a tal opção Portela+1, será mais barata agora para a Vinci, logo é a mais lucrativa, mas para o país é insustentável, é em zona protegida com risco acrescido de acidente entre aves e aviões, é em zona que pode ficar debaixo de água devido às suas subida generalizada, e pode levar na mesma à necessidade de construir novo aeroporto de raíz, o que significa, feitas as contas, que a opção de PNS é a que corre o risco de ser mais cara.
Mas lá está, para a “esquerda” dos CMG e afins, nunca há más intenções nem más decisões no seu lado. São sempre os da Direita que são “o Diabo” e os da Esquerda que são “irresponsáveis”.
Já agora, se o CMG é assim tão anti-Neoliberalismo, onde está o comentário sobre como PNS é o responsável máximo por uma situação em que a empresa que despede 3 mil trabalhadores e corta salários a todos os outros, obedece a ordens de Bruxelas que lhe vão provocar uma diminuição de tamanho e de valor (gravíssimo quando se sabe que a aviação é um negócio que beneficia com o aumento da escala), e é o mesmo que aplica uma “lógica” totalmente privada à administração da empresa, e que se preparava para a Privatizar ao desbarato depois de nós ter convencido a todos que a Nacionalização era por motivos estratégicos e o dinheiro da capitalização tinha de ser Público por esse motivo?
Meus caros, onde há fumo há fogo, e PNS tresanda a negociata e Neoliberalismo, a permissibilidade e amiguismo, a negligência e desonestidade, por todos os lados!
Se já ficava mal criticar este caso acrescentando um “mas”: “mas o PSD também faria assim”, “mas o contrato até era legal”, “mas certa oposição quer é quedas de Ministros e governo, não quer saber dos 500 mil €” – na minha opinião fica ainda pior na fotografia quem comenta o caso só com os “mas” e ignora o que está directamente em causa.
Tem ainda maior gravidade devido àquilo que venho dizendo desde Janeiro: Portugal não é uma Democracia representativa, pois um partido com 41% dos votos não é uma “maioria absoluta”. A esmagadora maioria dos Portugueses votou CONTRA isto, e muitos dos que fizeram voto “útil” já estão mais que arrependidos.
O que leva ao ponto final: se Portugal tivesse um Presidente decente em vez de uma velha raposa, era agora que dissolvia o Parlamento e convocava eleições, não era quando havia ainda hipótese de pressionar o governo a negociar uma segunda versão do orçamento e quando o Parlamento representava uma vontade de quase todos os Portugueses: sem maioria absoluta, e com obrigação de negociar.
Por fim, por falar, e bem, na famosa frase “isto é tudo um putedo” do Arnaldo Matos, lembro que há por aí um senhor advogado também do MRPP que, após a demissão desta senhora, mostra o que fazem os decentes: para ele a demissão dela não resolve o caso, nem a demissão do Ministro PNS tira de cena o último dos responsáveis, falta agora uma sociedade civil activa que peça ao Ministério Público a anulação daquele contrato e a devolução dos 500 mil €, e ainda a análise pelos tribunais sobre a gestão danosa de dinheiros públicos feita por esta administração da TAP que, relembro os mais distraídos, ainda lá está, com toda a falta de vergonha, a evitar demitir-se.
Segue-se uma greve do pessoal de bordo. Apoio-os a 100% e, por antecipação, chamo já de FASCISTA a quem quer que a análise com o paleio anti-trabalhista do costume: “ah e tal a empresa está em dificuldades”, “ah e tal a greve vais custar a quantia X”.
Não pá, o que custa muito a todos os portugueses é pagar mal a quem trabalha e salva as empresas (públicas e privadas) da má gestão da “elite” política do centrão da negociata, e da “elite” oligarca que financia o centrão da negociata e também os “novos” partidos e iniciativas NeoLiberais.
O que custa milhões aos portugueses é a “lógica” de mercado desregulado, e a “lógica” de pagar bem a administradores que despeçam e cortem salários, e que impedem o crescimento justo dos salários nos anos em que as empresas são lucro.
Isso é que custa milhões! E no médio/longo prazo, vai custar a Democracia Portuguesa, ou melhor, o que resta dela.
PS: enquanto o Lisbogal se distrai mais uma vez a discutir mais um aeroporto de Lisboa, mais uma ponte sobre o Tejo, etc, tudo em Lisboa e arredores, informo que em Soure, distrito de Coimbra, vais chegar 2023 e a rede de SANEAMENTO BÁSICO continua por concluir. E não é caso único!
As pessoas que trabalham por salários miseráveis e pagam impostos para a TAP sem nunca na vida lá viajarem, só têm direito a viver como no Terceiro Mundo, com depósitos/fossas cheios de merda, que com esta chuva toda vão despejar o excesso na valeta. E no Verão não cheira melhor…
Os 500 mil € deste caso davam para isto e ainda sobrava. E o dinheiro da frota automóvel da administração da TAP dava para completar a rede do país todo.
Pronto, era só para terem noção do país em que vivem.
Eu tenho. E foi por isso que emigrei. Vocês não têm emenda!
Com 10 milhões de habitantes, Portugal já não consegue encontrar as competências necessárias para gerir o país adequadamente …….. É para desesperar!
Inteiramente de acordo. Quando vejo o estado dos jovens de hoje ,digo a mim próprio que é catastrófico e um grande gerador de preocupações para o modelo actual.
Nas empresas privadas, não dizem isto “publicamente”, mas enfrentam um declínio terrível no nível de vida.
Uma terrível deterioração das competências publicas e capacidades que está a ser paga no terreno, e que também implica grandes mudanças de estratégia por parte dos governos.
Sim o nível deteriorou-se consideravelmente, tal como tem o verdadeiro respeito, estamos a nadar numa hipocrisia bem intencionada que mascara um egoísmo monstruoso das nossas elites que são desrespeitosas, egocêntricas e de uma incrível arrogância assim que estão “nas finanças” …. No entanto (e eu não sou agricultor) são aqueles que estão no “cu das vacas” que as fazem viver, que este estúpido sistema colapsa e vamos vê-las perder o seu ridículo soberbo (que as faria cair como moscas se o ridículo morresse).
Na investigação, gostaríamos de ter mais ! Em alguns institutos é antes um posto em cada quatro que é substituído, o que não deixa de preocupar a médio prazo.
Como é que alguns campeões da função pública conseguem contratar mais do que o número do que precisam? E na política não é aplicada? E a coerência global está morta e enterrada?
O declínio dos padrões de humildade e o declínio contínuo dos padrões gerais é uma coisa, mas não devemos esquecer um factor importante: O aumento das restrições administrativas.
Horas extraordinárias não remuneradas, férias não remuneradas, ….
A tudo isto acrescenta-se cortes orçamentais em todas as direcções, reduções de pessoal, com equipas a trabalhar com um número reduzido de funcionários…
E tudo isto somado de um serviço público que está a esgotar-se.
No fim de contas, custe o que custar, eles sabem muito bem que os 5% de crescimento e o baixo desemprego são apenas fumo e espelhos…
A desculpa é a guerra com os russos….
Isto é ainda menos engraçado.
Pessoalmente, penso que a história da dívida do Estado é bastante diferente da história da dívida das famílias.
A dívida dos Estado é utilizada como espantalho para fazer passar reformas estruturais que empobrecem a maioria e enchem os bolsos de uma minoria.
É também essencial para o mundo financeiro, uma vez que serve como garantia. É um instrumento essencial.
Esta crise terá tido a vantagem de mostrar o “povo pobre” que somos, a inutilidade de toda a mil-feuille construída pelos nossos zelotes políticos:
Depois: ” meu deus”, a dívida aumentou, a economia está a correr mal, desemprego aumentou. Não temos outra solução senão fechar ou vender serviços públicos ao sector privado, eh?
É insolúvel, excepto para uma profunda reforma do funcionamento do Estado: todos os governos votaram um orçamento em défice durante quase 30 anos! Nenhuma empresa, desde modesta à multinacional, poderia sobreviver mais de um ano nesta situação.. O Estado é obeso, pouco eficiente, pouco reactivo, trata (não digo “gere”) problemas que são do domínio privado e, por outro lado, negligencia o régio, que é a sua função primária.
A vida humana só pode ser governada com base na generalização para o maior número, sem ignorar a minoria… Caso contrário, de facto, a “generalização” torna-se ditatorial.
Se é para o maior número, então é para todos sem excepção e, portanto, não pode haver uma minoria.
Esta é a lei pela qual uma civilização é julgada: que os seus actos são para o maior número.
Não é certo que um director de empresa que pensa que vai ganhar o máximo de dinheiro seja capaz de garantir que todos terão o máximo de dinheiro porque só um pode ganhar o máximo, um certo número pode fazer um óptimo mas nunca será o maior número.
Vemos que a ideia passada através deste filtro, o capitalismo é um erro da sociedade.
Em qualquer caso, na vida é cada um por si, porque estamos todos podres sob as nossas belas máscaras civilizadas.
Contudo, não devemos generalizar, porque os tolos doutrinados e os gogols são todos pessoas simpáticas em quem devemos depositar a nossa confiança.
Mas para não generalizar, eu diria que é possível que os “governantes híbridos” já não tenham legitimidade, mas que os peões generalistas que lhes dão autoridade..
Há duas formas de excitar a multidão no teatro: “pelo grande e pelo verdadeiro. O grande leva as massas, o verdadeiro apreende o indivíduo”.
Parece-me que esta citação também pode ser aplicada a um bom número de situações que são tornadas “gerais”.
Seria algo como: “Há duas maneiras de impressionar* a multidão na vida: pelo grande e pelo verdadeiro. O grande leva as massas, o verdadeiro agarra o indivíduo”.
Será que a lei de Pareto também se aplica? Ou seja, 80% impressionado com “o grande” e 20% com “o verdadeiro”?
Ou, indo mais longe: 80% absorvem as grandes frases (mais ou menos verdadeiras…) e apenas 20% não são absorvidos por elas e precisam da verdade?
Sim,
Um mundo dos líderes maltrapilhos que se apoderam do seu poder.
O mundo dos lojistas que se não se contentam em fazer as suas contas diárias.
A raiva do povo é amplamente justificada, mas a incompetência dos nossos políticos não explica por si só o actual colapso.
Pessoas muito inteligentes estão a trabalhar consciente e metodicamente no colapso do nosso país e da nossa civilização.
A TAP e qualquer outra empresa que se encontre em mau estado, a nacionalização é, na minha opinião, apenas o primeiro passo para o capitalismo de camaradagem europeu ou mesmo americano.
Assim que o Estado mete o nariz numa empresa, torna-se uma fábrica (que infelizmente não produz nada, lol!).
Então o que será da concorrência ? Esta é a habitual ilusão dos nossos estrategas!
Surpreende-me que se chame a este esquema uma nacionalização.
Não é este o caso e provavelmente nunca será, pela simples e má razão de que alguns meses após a pseudo-nacionalização, este governo vendido dirá: Um Estado não tem de gerir a miríade de empresas que compõem a empresa . Isto será seguido de um desmantelamento adequado. Outro esquema e outro desperdício de dinheiro para este governo distorcido e, acima de tudo, outra perda para os cidadãos.
Muito bom!
Quem fala assim não mé gago.
Assino por baixo.
Não posso compartilhar, mesmo que o fundo da questão me seja caro, opiniões de pessoas que se assumem extremistas de esquerda, voluntariosos anti-corrupção, anti-liberais, anti-tudo o que seja economia e política, chamemos-lhe assim, “ocidental”, e depois são advogados do Alberto João Jardim… (sim, estou a falar do Garcia Pereira)! Não bate a bota com a perdigota… sente-se que é gente que cavalga o politicamente correcto, mas se puder meter a mão no incorrecto corre logo a mamar!
O coronel Matos Gomes… há muito que morreu a sua saudosa União Soviética, que levou com ela a utopia marxista, o leninismo e o criminoso estalinismo, que com eles trouxeram ditaduras ferozes, assassinas e demolidoras do indivíduo. Porque o que o comunismo ou o totalitarismo, como o de Putin, acima de tudo destroem é o indivíduo, o ser humano pensante e a sua possibilidade de agir e criar, ter iniciativa própria. O filhadaputismo do KGB Andropov não o impediu de, mesmo assim, após o relatório Novosibirsk, compreender que o planeamento central estava obsoleto e impedia a inovação e o fomento da produção. Foi, curiosamente, com Andropov – e com a realidade de milhões de esfomeados – que surgiu a Perestroyka, que se atrasou devido à sua morte e só voltou com Gorbachev.
Tudo isto para dizer o quê? Que Matos Gomes é uma espécie de bolor ruidoso que critica tudo e todos, mas que ou não traz solução ou então apresenta-a sob a forma de um novo “brejnievismo”, tal qual os extremistas militares de Abril; está absurdamente ultrapassado; Deus nos livre de homens como ele de regresso ao poder! A venezuelização de Portugal, que se vai sentindo a espaços, ganharia motores de Formula 1 e pessoas como eu seriam chibatadas até a língua perder os músculos. Deus nos livre, novamente! E eu sou ateu!
Matos Gomes é o velho “eu é que sei”! Matos Gomes, deixassem-no, ressuscitaria a dinamização cultural, gerida à força de uma escala de piparotes, começando na cana nas orelhas, passando pela “siberização” e terminando na perpétua, a bem do colectivo… Nanja eu!
Já agora, factualmente: este problema da TAP dói-nos no bolso porque ela foi nacionalizada. Seja a senhora francesa seja um qualquer outro apaniguado do “bloquista” Pedro Nuno Santos, como o ex da CP, o pecado original está lá, esta gente gere dinheiro às pazadas, fácil de pedir, e que os investidores (nós), por serem muitos e estarem ocupados a sobreviver, não fiscalizamos. Os 500.000 da Alexandra são uma “Datcha”.