Bonita, ingénua, bem-intencionada: a Europa

(Miguel Sousa Tavares, in Expresso, 16/12/2022)

Miguel Sousa Tavares

Eva Kaili não é apenas uma mulher bonita, é linda. Linda, nova, prestigiada, com um emprego de luxo e uma vida magnífica a fazer aquilo que gosta: a participar directamente na definição das políticas europeias como deputada e vice-presidente do Parlamento Europeu durante os últimos oito anos. É difícil de perceber e, menos ainda, de aceitar o que mais poderia ainda esta grega desejar para si ao ponto de agora estar fechada numa cela de uma prisão belga acusada do mais indigno dos crimes que podem recair sobre alguém que faz política em representação dos cidadãos: ter-se deixado subornar para sustentar no Parlamento Europeu opiniões contrárias a todo o seu historial político e, a troco de um montão de dinheiro a perder de vista, acabar a defender a política de direitos humanos e laborais do Catar. Vem-me à memória uma reportagem que fiz na Grécia, quando Portugal entrou na então CEE, com um dono de uma exploração agrícola, que me explicava que era costume estenderem grandes superfícies de redes verdes nos campos para que os satélites de observação pensassem que eram plantações e Bruxelas lhes pagasse os subsídios acordados, ou as 140 profissões de “desgaste rápido” que permitiam aos gregos reformarem-se com a pensão por inteiro ao fim de 25 anos de trabalho, ou o recurso aos especialistas do Goldman Sachs para os ensinarem a martelar as contas públicas antes de entrarem em inevitável default, ou algumas outras experiências desagradáveis de simples honestidade de tratamento lá vividas, e pergunto-me se haverá alguma coisa de errado com os gregos e o dinheiro. Mas sei que é injusto e perigoso generalizar e que o mais justo e mais seguro é tomar o caso de Eva Kaili e dos seus asso­ciados (incluindo o namorado italiano) por aquilo que é à vista: mais um caso da aparentemente insaciável cobiça de alguns humanos por cada vez mais dinheiro. O síndroma Tio Patinhas, que aprendemos na infância sob a forma de brincadeira e não de coisa séria.

<span class="creditofoto">ILUSTRAÇÃO HUGO PINTO</span>
ILUSTRAÇÃO HUGO PINTO

Como quer que seja, este é um caso-limite que, pelos seus contornos e natureza, atinge profundamente um país, uma instituição fundamental da UE e toda a classe política que os inimigos da democracia tanto prazer têm em destruir. Muitos colegas de Eva Kaili, sobretudo do seu grupo parlamentar socialista, declararam-se a posteriori espantados com a veemência da defesa do Catar que ela levou ao PE, de forma espontânea e inesperada. De facto, mesmo paga para tal, é surpreendente que um deputado europeu se tenha permitido argumentar contra factos públicos e notórios e, para alguém cuja área de trabalho são os direitos humanos, fazer tábua rasa de tudo aquilo que se sabe sobre os infelizes que puseram de pé, ao preço das suas vidas, o Mundial do Catar. Pelo que a dúvida tem toda a razão de ser: como é que ela se atreveu a tal?

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Atreveu-se por duas razões: a primeira porque, com o Mundial a decorrer e milhões no mundo inteiro concentrados nos destinos dos jogos, a hora era de esquecer o resto, como disse o nosso Presidente. E a segunda porque, como o próprio PE estabeleceu há duas semanas, de momento, para a Europa, só há um Estado no mundo à margem da lei e da decência: a Rússia, o primeiro e único país até hoje declarado “patrocinador do terrorismo”. Pelo que Eva Kaili concluiu que tudo o resto podia ser branqueado porque também aqui as atenções estavam todas concentradas noutro lado. Ainda esta semana o nosso eurodeputado Paulo Rangel assinou, a meias com um colega lituano, um artigo a justificar aquela resolução do PE, tomando como justificação primeira os 8400 mortos civis já causados pela guerra na Ucrânia (como se fossem todos causados pelo lado russo e não por ambos os lados…), num texto que, aliás, é uma grosseira manipulação de números, de conceitos e de conclusões. Mas todos os dias há textos semelhantes na imprensa europeia escritos por eurodeputados ou por uma imensa legião de alinhados acríticos com as posições da NATO, de tal forma que é de perguntar se tamanho Blitz opinativo não esconde o medo de que as pessoas comecem a pensar pela própria cabeça. Entre nós, várias vozes chegaram mesmo ao delírio de tentar passar a ideia de que Putin é igual a Estaline e que os bombardeamentos russos às centrais eléctricas ucranianas são o novo Holodomor — a Grande Fome, de 1932/33, quando Estaline, em represália pela resistência dos camponeses ucrania­nos à colectivização das terras, lhes confiscou todos os cereais, condenando 7 a 10 milhões a morrerem de fome. Deliberadamente, confunde-se o que é uma guerra em si mesma ilegítima com os actos inevitáveis decorrentes dessa ou de qualquer outra guerra, como os ataques a instalações civis, que neste caso passam a ser todos “crimes de guerra” e “terrorismo”.

E como todos os olhares, todas as atenções e todos os esforços estão concentrados em fazer frente ao único patrocinador do “terrorismo”, que é a Rússia, presume-se, ao menos por um interregno, que o resto do mundo é um oásis de paz e de respeito pelos direitos humanos. Para o qual a Europa olha com o seu olhar complacente, ingénuo e bem-intencionado. Porém, lá longe, o louco da Coreia voltou aos seus ensaios de mísseis de longo alcance, mas agora nem há um louco americano que o ache suficientemente simpático para falar com ele e Biden está demasiado preocupado com Putin e Xi para prestar atenção a Kim. No Irão, o acordo que estava iminente para travar a bomba nuclear congelou e o enriquecimento do urânio prossegue a bom ritmo. Aliás, tanto com a Coreia como com o Irão a participação da Rússia nas negociações de desarmamento era crucial, mas, embora isso suceda por vezes nas séries de espionagem, neste caso pedir a um “terrorista” que ajude a negociar com outros terroristas está fora de questão. E, contudo, tanto no Irão como no Afeganistão, devolvido aos talibãs por falta de interesse estratégico, o Ocidente assiste, mudo e quieto, ao maior retrocesso civilizacional em matéria de direitos humanos desde que Genghis Khan invadiu a Europa. O nosso aliado saudita prossegue no Iémen uma guerra escondida dos olhares televisivos onde diariamente morrem 10 vezes mais civis do que na Ucrânia, mas o príncipe regente que mandou cortar o americano às postas na Embaixada de Ancara viu Biden ir visitá-lo para lhe beijar a mão e pedir petróleo que não fosse “terrorista”, e agora, que mediou a libertação da basquetebolista americana das garras dos “terroristas” russos, está definitivamente limpo. O aliado israelita está transformado num Estado racista declarado, onde o apartheid é doutrina oficial do Governo e jurisprudência dos tribunais e todos os dias invade e expropria mais um pedaço de um país alheio: a Palestina. Mas os Estados Unidos consentem e a Europa cala. E, enfim, temos o caso verdadeiramente bicudo do aliado turco, membro da NATO, e que não é parceiro europeu porque a Europa lhe bateu com a porta na cara há uns anos. Até ver, a Turquia é, juntamente com os Estados Unidos, um dos únicos ganhadores desta guerra. Havia uma grande oportunidade a passar em frente da porta e Erdogan não a desperdiçou. E para a história (para quem a sabe) ficará o feito notável do Ocidente, e sobretudo da Europa, de conseguir empurrar a Rússia para os braços da Turquia, e vice-versa.

Para já, o que preocupa Bruxelas é que Erdogan está a dar a Putin a possibilidade de furar o isolamento comercial a que as sanções pretendiam condenar a Rússia. Mas, para além de uma via alternativa para o escoamento da energia e dos cereais russos, a Turquia, aliada da Rússia, dar-lhe-á o controlo do mar Negro e da saída através do Bósforo para o Mediterrâneo Oriental, no flanco sul da NATO e numa zona estratégica da Europa. Porém, a desforra de Erdogan vai mais longe: para não vetar a adesão da Suécia e da Finlândia à NATO, ele exige a humilhação destes dois países (apoiada por Stoltenberg) e carta branca para, invadindo países vizinhos, dizimar os curdos — que foram os aliados decisivos do Ocidente para derrotar no terreno os verdadeiros terroristas do Daesh. E, cego pela sua nova ambição imperial, cresce agora sobre a Grécia, ameaçando tomar as ilhas do Egeu e atingir Atenas com os seus novos brinquedos de morte. Explicitamente.

Eis onde estamos. Eis onde chegou a Europa. A obsessão de ver tudo a preto e branco fez esquecer a geopolítica, fechou a porta à diplomacia, confundiu infiltrados com aliados e facilitou nos valores apregoados em benefício da narrativa que se quis impor às opiniões públicas. No fim, a Europa irá descobrir que ficou sozinha num continente em desagregação e num mundo sem eixos de referência nem pontes entre realidades diversas e interesses diferentes, onde triunfará a lei dos mais fortes. E não será a nossa.

2 Não sei se foi impressão minha ou se foi mesmo assim que as coisas aconteceram. Mas assisti, primeiro no Algarve e depois em Lisboa, à forma como o IPMA e a protecção civil (um deles ou ambos) falharam absolutamente em avisar as populações para os dilúvios que se iam abater sobre elas. No Algarve, a justificação foi de que o radar estava fora de uso por falta de uma peça; em Lisboa foi qualquer coisa relacionada com uma “tempestade perfeita” e imprevisível. E vi como, nos dias seguintes em Lisboa, a protecção civil compensou recorrendo a constantes avisos laranjas e vermelhos de cada vez que ia chover, criando um constante clima de histeria, a culminar com uma cidade sitiada na manhã de terça-feira. É o seu padrão habitual: alarmar sem motivo e estar a dormir quando devia dar o alerta. Já tínhamos visto semelhante nos incêndios de Pedrógão Grande, em 2017, onde morreram 66 pessoas e todos os responsáveis foram absolvidos em tribunal porque a culpa era do “sistema” e da “trovoada seca” e de ninguém em particular. Nunca teremos emenda enquanto não exigirmos responsabilidades a sério a quem as tem. Porque, mesmo nas raras ocasiões em que rolam cabeças, elas limitam-se a mudar de sítio, levando a sua intocável impunidade para outro lado.

Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia

7 pensamentos sobre “Bonita, ingénua, bem-intencionada: a Europa

    • Também o vinha elogiar, mas a palavra “tudo” do seu comentário fez-me comichão.
      Repare que os inimigos que o Miguel elenca a certo ponto (Coreia do Norte e Irão) só estão na agenda mediática devido às cartilha golpista da CIA infiltrada na “imprensa livre” ocidental.

      A Coreia do Norte não pode testar um míssil e o Irão não pode ter nuclear porque carga de água? Os outros, que o fazem e têm, nasceram com algum direito divino?

      E o Peru, onde novo golpe da fachada com apoio dos EUA (e imprensa ocidental) e silêncio da UE, levou mais um Presidente eleito à prisão, golpistas ao poder, e manifestantes para dentro do caixão.
      Como a CIA não gosta desta parte, como a factualidade não agrada à oligarquia da NATO, toca a insistir na narrativa: a Rússia é terrorista e o Irão precisa de revolução, toca a fazer guerra comercial com a China, e mísseis só para Nazis ucranianos, para Coreanos nem pensar.

      O Miguel pela segunda vez seguida fala muito bem. Mas até o atento Miguel é vítima deste condicionamento que existe logo à partida.

      E depois há a falta de rigor como Holodomor. Longe de mim apoiar Stalin, mas dizer que Holodomor foi um momento de vingança de Stalin é nem saber a história nem ajudar a que se saiba.

      E a seca extrema, e a destruição de alimentos por parte dos ricos fazendeiros, e os números inflacionados (onde se faz contas como “mortos” aos milhões que não nasceram ao comparar a natalidade antes e depois, e em que se chama “genocídio” ao facto dos Russos, também em dificuldades nessa época, não partilharem a sua comida.

      E porque não referir que após a reforma agrária soviética, nunca mais houve fome?
      E porque não referir as fontes que mataram milhões nos regimes ocidentais e feudais/capitalistas, como na Irlanda e EUA?
      Lá está, mesmo que sabe tudo isto, está logo à partida condicionado, pelos propagandistas e pela cartilha da CIA.
      E há ainda a reescrita da interpretação da história.
      Veja só que na UE até se deixou de celebrar a vitória contra os Nazis (como bem ainda se faz na Rússia e Israel) e passou a celebrar-se o “dia da Europa” em que se confunde Europa com “união europeia”.

      E já então se cheirava a podridão que aí vinha, quando se equiparou vítimas dos nazis e libertadores da Europa (os soviéticos) aos próprios nazis, num Vito vergonhoso no Parlamento Europeu.
      Para não falar de toda a propaganda Hollywoodesca onde até parece que a URSS não era aliada, não foi a principal razão para a derrota do Nazismo, e que tudo se resolveu com meia dúzia de ianques nas praias franceses.

      É condicionamento e manipulação de percepções em todo o lado.
      E repito, não crítico o Miguel, ele é mais atento do que a média, mas é vítima disto também. Pois mesmo que saiba, acaba por ter de falar do que os outros falam em cada momento.
      E acabo com algo que me aconteceu esta semana, um que passa pouco mais de ano e meio desde o fim da invasão de 20 anos do Afeganistão, pelos EUA e seus vassalos da NATO (Ucrânia incluída!):. Em dois filmes seguidos que por acaso só vi agora, ambos produzidos DURANTE a invasão ocidental do Afeganistão, os realizadores e argumentistas USAmericanos falaram da invasão do Afeganistão sim senhor… Mas foi daquela feita pela URSS. E um detalhe delicioso de como funciona a propaganda: em momento algum falaram de soviéticos, apenas falaram de Russos.

      Para o cidadão ignorante, imprepradado, ou distraído, água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Ou para falar de outro filme, isto é uma “Inception” DIÁRIA que sofremos diariamente na máquina de propaganda do regime genocida ocidental.

      Como alguém disse noutro lado, este esforço titânico para nós aldrabar, só pode querer dizer que os do regime têm medo que a população venha a pensar pela própria cabeça e a saber a verdade.
      O regime ruiria no dia seguinte.

      É por isso que a China será a grande potência Mundial deste século, bem rodeada por toda a Eurásia e Rússia em particular, pois falam a verdade, neste sentido: lá (China) não se reescreve a história, fala-se do bom e do mau, para que se aprenda com os erros. Todos os Chineses sabem que muita gente morreu devido à reforma agrária de Mão. E todos sabem que foi graças à correção dos erros que hoje em dia ninguém passa fome na China, ao contrário do que acontece no Ocidente.
      No caso da Rússia, e só de falar disto fico emocionado, ninguém esquece o que custou derrotar os nazis, e todos saem à rua no 9 de Maio, com fotos dos heróis soviéticos que deram a vida na Grande Guerra patriótica (a “nossa” Segunda Guerra Mundial).

      E o que se faz por cá? Nos países bálticos faz-se a vontade aos nazis e demolem monumentos desta memória, em Bruxelas e Estrasburgo comparam o libertador da Europa com os Nazis e ainda tentam criminalizar, por arrasto, um dos partidos mais democráticos e decentes que por aí andam: o PCP – em total insulto à história recente de Portugal.
      Nas telas de cinema e de TV, passa um certo filme com o Tom Cruise, e os que glorificam Stepan Bandeira são tratados como “defensores da democracia e liberdade”.

      Um dia destes, já só falta dizerem que o homem principal que fez o 25 de Abril – Otello – era um terrorista… Ah, espera lá, já o fizeram. E até já têm propagandistas e partidos “novos” a assegurar que antes não havia fascismo, que em 1974 éramos uma ditadura comunista, e que só há democracia graças à adesão à CEE e à permanência na NATO.
      Qualquer dia até dizem que o €uro é bom, que o offshore da Madeira faz falta, e que os vistos gold resultam.

      E é isto o regime genocida ocidental em geral e em particular em Portugal. Dizem que a democracia é representativa porque é o povo a escolher. Mas como pode fazer uma escolha livre e bem informada quem sofre total lavagem cerebral?
      É por isso que cada vez mais tenho a certeza que a tal de “democracia liberal”, não só é uma farsa, como é dos regimes mais preversos alguma vez criados. Na realidade é uma ditadura da oligarquia, de lavagem cerebral em massa, e imperialismo genocida. E quem falar a verdade, ou tem de fugir (ex: Edward Snowden), ou vai preso (ex: Julien Assange, ou todos os desgraçados no GULAG de Guantánamo, na ainda invadida Cuba) ou é assassinado (ex: Shireen Abu Akleh). Na melhor das hipóteses é insultado, sofre cyber bullying, e perde o ganha pão no seu próprio país, como Bruno Amaral de Carvalho, ou Alina Lipo.

  1. É um pouco coincidência que este caso de corrupção com o Qatar esteja a despontar agora. Mesmo que Eva Kaila não seja branca como a neve, tenho a impressão de que ela e os outros devem ter incomodado algumas pessoas. Assim, livraram-se dela desta forma com o habitual circo da indignação.

    A União Europeia é um ninho de toda a felicidade para os ímpios, e quando vierem as investigações sobre vacinas para fins lucrativos, a humanidade deve saber a verdade sobre esta salubridade sanitária, a guerra na Ucrânia terminará um dia e tudo dependerá da sabedoria dos actores, mas esta salubridade sanitária estará sempre presente, senhora sacerdotisa ou deusa Ursula Von der Le yen

    É engraçado, mas parece que a führerin Ursula Von Der Leyen perdeu o seu inglês. Estou enganado ou por uma vez ela não está a infligir-nos o seu discurso (sobre o oportuno caso Qatargate) na língua dos seus patrocinadores anglo-saxónicos??

    Assim, o Qatar teria regado a União Europeia, ou melhor, algumas personalidades de segunda categoria, ao ponto de Ursula von Truc Machin ter recuperado a capacidade de falar alemão.
    Mas porque é que o Qatar não me inundou a mim com a sua generosidade?
    Oh sim, eu não tenho peso no mundo internacional… um pouco como os lideres europeus e o outro ucraniano!

    Os símbolos perfeitamente representados da arrogância bajuladora, inchados de orgulho, cheios de corrupção e seguros de invulnerabilidade..
    Caso demonstra diariamente que as únicas pessoas capazes de um mínimo de integridade estão todas mortas.

    Em contradição com os princípios ou valores europeus. Alguém me pode lembrar deles, por favor? Paz? Liberdade de expressão? Prosperidade das pessoas? Integridade?
    A propósito, quando é que vai haver uma conferência para a Síria?

    Dos 800 milhões de euros reclamados por zinzi (dos nossos impostos), que percentagem será desviada e que percentagem irá directamente para as suas contas pessoais nos paraísos fiscais?

    Eles têm um apartamento em Londres..
    A esposa do zinzin de kiev gastou 40 000 euros numa loja no campo Eliseu , fonte: “uma vendedora da loja”, com este dinheiro ela poderia ter encomendado geradores para a ucrânia.

    Não há dinheiro para ajudar as nossas empresas devido às inundações em Lisboa , Alentejo e crise energética, mas há dinheiro para a Ucrânia. Felizmente, chamam-se a si próprios humanistas!

    Em Portugal, os doentes não são uma prioridade, mas na Ucrânia são.

    De facto, a saúde não é, infelizmente, a prioridade do governo… e não é “maioral” que vai resolver as coisas, pois ele está tão ocupado com a Ucrânia e com o Campeonato do Mundo de Futebol!

    Os Qatars teriam feito melhor em distribuir estes milhões de euros às famílias das vítimas que trabalharam ou morreram nos estádios de construção. Isto teria certamente melhorado a imagem deste país, em vez de a dar aos políticos que já ganham mais do que o suficiente para viver.

    As nossas sociedades atingiram um tal grau de corrupção em quase todas as áreas que, a dada altura, irão implodir. O cinismo dos nossos líderes que são capazes de nos colocar sob pressão para fazermos mais trabalho e menos trabalho enquanto fazem o seu próprio dinheiro para as suas famílias e amigos.

    Os europeus sabem melhor do que ontem como e por quem são geridos.
    A soberania com estas pessoas tem um preço como qualquer outra mercadoria.

    Não são tanto a corrupção, mas os dispositivos que lhes permitem exercer estes poderes. Tal centralização/concentração de poder com tecnocratas de tamanho exagerado só pode conduzir ao reinado desta tecnocracia. Um tal nível de abstracção e controlo de cima só pode desligar as esferas de poder do destino das pequenas pessoas.(Estamos num mundo de clãs). E quando olhamos para a história de 360° da humanidade em geral, isto tem vindo a acontecer há séculos ou mais. Devemos ser fatalistas? Não sei……. De tempos a tempos, há limpezas que reajustam um pouco as coisas.

    Por vezes…….. Mas o mais irritante é que as massas engolem tudo com demasiada frequência, e por isso podem pôr a sua porcaria, como por exemplo as alterações climáticas. As pessoas precisam de deixar de aceitar o que estas pessoas poderosas estão a fazer, não aceitando a sua palavra, ou a chamada ciência estatal. Os cientistas dizem, os políticos dizem, os economistas dizem, e assim por diante. Se as pessoas derem um passo atrás em relação à informação, e verificarem melhor o que os media fazem com ela, para lamber o rabo dos seus financiadores, então certamente conseguiremos mudar as coisas. A UE trabalha para as grandes empresas.

    Toda a forma como o país está configurado é propensa à corrupção e beneficia o grande capital.
    Olhem para Portugal. Construiu centros comerciais em território de Reserva Naturais; construiu estádios modernos para equipas com apenas 1000 apoiantes; erradicou a agricultura e ainda subsidia agricultores para não crescerem até hoje; quebrou a indústria com legislação ambiental; fez com que a geração mais instruída alguma vez conhecida pela humanidade trabalhasse em juntas de fast-food e call-centers; fez com que os cidadãos mais instruídos escolhessem entre ganhar salários de sobrevivência ou deixar a família para trás, saindo do país para encontrar rendimentos adequados para o seu ofício; utilizou impostos predatórios para matar pequenos/médios negócios ao ponto de tudo o que resta serem pequenos cafés; salões de cabeleireiro e agências bancárias; os restaurantes são fortemente controlados e tributados, tornando bastante difícil pagar salários decentes e acabam por ser contratados para fazer face às exigências fiscais; etc. … etc….
    Torna-se exaustivamente deprimente continuar.

    Obnóxicamente corrupto. Nem sequer são subtis em relação a isso.A União Europeia força as nações soberanas a obedecerem às suas leis que trabalham no interesse dos Estados Unidos. Por exemplo, Ursula ameaça a Itália se eles não seguirem o caminho que ela quer que eles sigam, ela usará “ferramentas” para lidar com eles.No que diz respeito às qualificações dos funcionários públicos a nível europeu, trata-se de uma coisa muito relativa. Para chegar a uma destas posições, só funciona por compadrio. À primeira vista, a união parece democrática mas na realidade é mais como uma república das bananas dirigida por lobbies liderados por multinacionais e outras que têm o verdadeiro poder mas nunca são vistas.Um deputado europeu fez um pequeno mal-entendido, provavelmente involuntário. Quando questionada sobre os 25.000 euros por mês que incluem subsídio+despesas+presença, ela fala sobre despesas de secretariado. No entanto, no relatório, estes custos de secretariado de 22.000 euros por mês não estão incluídos nos 25.000 euros de que é questionado.

    Ouvimos também no relatório que não há controlo das despesas de 8.000 euros, apenas as despesas de secretariado são controladas.
    O que me impressiona não são as quantidades. São as justificações especulativas que eles dão para tentar afogar os peixes. Isto prova que o consideram injustificável, caso contrário não tentariam confundir a questão, respondendo à simples pergunta “Não é muito? E a segunda pergunta que se seguiria: “Tendo em conta estes montantes, não seria desejável proibir todas as outras actividades remuneradas para os deputados europeus?

    Estou muito curioso para ver qual será o resultado deste caso… A presunção de inocência obriga-nos a expressar algumas reservas, mas também sabemos que o poder do lobby no funcionamento do parlamento, o Qatar e o seu dinheiro têm um lugar de escolha neste interesse próprio organizado…

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