(Por Hugo Dionísio, in Facebook, 08/11/2022)

O acordar da ilusão é sempre doloroso para os que mergulham a fundo nas mais fabulosas fantasias. Quanto maior o sono, mais difícil o acordar. Não obstante, a realidade, essa fenomenologia material que tem connosco uma relação dialética, é inexorável: tarde ou cedo acaba por se revelar. As dores do acordar, para a Europa, começam a ser difíceis de suportar.
Primeiro foram os franceses, cujo ministro das finanças veio dizer que “a diferença nos preços da energia entre a Europa e os EUA, bem como os subsídios pagos pelo governo federal para atrair investimento externo, coloca os produtores europeus em desvantagem em relação aos americanos, nos mercados globais”. É razão para dizermos: “a sério?”; “eu nem tinha pensado nisso!”; “ná… não acredito!”.
Eu terei sido o último de uma longa lista de opinadores que escreveu sobre isto: toda a marosca ucraniana e a operação anti russa visou impedir a Europa de continuar a contar com energia e matérias-primas baratas, com qualidade e em quantidade. O milagre industrial alemão e da Europa central não existiria sem o gás soviético e, mais tarde, o russo. Os EUA, com a indústria de aviação na corda bamba, ultrapassada pela Airbus, a indústria automóvel, ou comprada pelos europeus, ou na falência, ultrapassada pelas marcas europeias; a industria de armamento em cheque por causa dos preços exorbitantes por produtos ultrapassados, com os europeus a comprarem, cada vez mais, noutras paragens (Coreia do Sul, p.e.); a indústria de gás liquefeito de fracking a sobreviver com subsídios de biliões do governo, por ser uma indústria deficitária; estava bom de ver que, caso os EUA deixassem a Europa continuar a crescer, ao ritmo que estava, beneficiando da interminável fonte de matérias-primas russas e da cooperação, cada vez mais intrincada com a China (e Ásia), rapidamente ficariam para trás, ficando como um mercado secundário em relação à construção euroasiática, suportada na geografia real que une os dois continentes, e ainda o africano. Não, não podia acontecer.
Quebrar o acesso às matérias-primas, primeiro, e ao mercado explosivo do Oriente, em segundo, constituem os grandes objetivos da política hegemónica americana, visando tratar a UE como uma colónia, apropriando-se do que tem de valor e gerindo, como recursos próprios, a relação entre esta colónia e a Eurásia.
Pode haver Eurásia, mas nos termos ditados por Washington. Eis a razão de mais uma guerra fria, da provocação ucraniana, da contenção chinesa e da provocação a preparar-se em Taiwan. A NATO cumpriu assim o papel para o qual havia sido criada: keep Germany down (manter a Alemanha em baixo); Keep UE in (manter a Europa dentro); Keep Rússia out (manter a Rússia fora).
E tanto que se falou e tem falado disto e dos efeitos nefastos que tal teria na economia europeia, até 2014/15 a ultrapassar o PIB dos EUA e, agora, muito abaixo. Desde 2014 que pudemos ter a certeza de que a estratégia era esta, mas desde 2008 que se falava do problema. Muito antes dos Zelensky e da “tirania” de Putin. A maioria – uns por desconhecimento da História, outros por conluio e traição, outros por ingenuidade e cobardia, outros por qualquer razão doentia -, não conseguiram perceber o que estava em causa. Hoje, uma UE à deriva e à beira de um colapso económico anunciado, é suficiente demonstrativa da razão que assistia a quem tanto tem tentado alertar de que nem tudo é o que parece.
Depois de Van Der Lata falar da necessidade de “desacoplar” da China, o grande investidor atual na UE, constatamos que Washington entra apressadamente na segunda fase. Cortado o acesso à energia e a matérias-primas baratas, segue-se o corte no acesso ao mercado. O mercado chinês é para os EUA, visando criar uma situação de tal dependência da China em relação à economia americana que permita conter o crescimento acelerado do gigante asiático e, com essa contenção, conseguir instabilizar o país e conseguir uma “democrática” revolução colorida. As sanções, já na calha e as que já estão em vigor, serão um dos primeiros passos do processo. É sempre igual, nunca muda. Em 49 a China era o país mais pobre do mundo, a India estava um pouco acima. Passados 70 anos, a China tem a maior economia, o maior número de licenciados, erradicou a miséria extrema e tem um PIB 6 ou 7 vezes superior ao da Índia, que tem quase a mesma população. Um é “tirano”, o outro é “democrático”, num, a vida do povo melhora todos os dias, no outro a vida do povo está como sempre esteve, na miséria extrema. Os EUA não se podem permitir “tiranias” que resolvem os problemas do seu povo.
Mas se a França já desconfia de algo, os industriais alemães já têm a certeza. Eis que Scholz, encostado à parede por quem tem, de facto, o poder político no país, lá teve de pedir uma cimeira ao Sr. Xi, para resolver, no longo prazo, os problemas com que se debate a indústria alemã em desagregação acelerada.
Claro que, no meio da polémica com Annalena Baerbock, qual cavalo de Troia, e Van Der Lata, Scholz teve de incluir na agenda a treta trumpista do Xinjiang (já desacreditada pela ONU) e aquele que é o maior objetivo dos EUA nas relações com a China – como com qualquer país industrializado, suportado num estado forte e cioso da sua soberania -, “exigir que se privatize o sector público industrial, seja aberto o mercado de capitais e parem os subsídios à economia por parte do governo de Xi”. A tríade neoliberal do FMI: privatizar; abrir; desinvestir. Tudo para que venha alguém que compre, invista e controle, aos poucos, mas inexoravelmente, o país que o fizer.
Mas os industriais alemães têm outras ideias: consagrar a entrada do porto de Hamburgo na BRI (já está) e garantir o acesso das empresas alemãs a componentes baratas e ao maior mercado da atualidade e com maior taxa de crescimento (o asiático). Ao mesmo tempo, a China pode reenviar para a Alemanha a matéria-prima e energia baratas vindas da… isso mesmo! Da Rússia!
Mas, perguntam-se, e como aceitou Scholz fazer este flip-flap nas suas intenções de destruição da economia alemã? Terá ele acordado da ilusão? Não. Ele nunca foi dos iludidos. Pepe Escobar explica isto com um toque de investigador privado: parece que o rapaz, quando foi presidente da câmara de Hamburgo, não terá feito tudo bem (parece que é moda entre os governantes europeus preferidos dos EUA); os casos amontoam-se nas prateleiras ameaçando sair para os jornais; os industriais alemães decidiram não esperar mais, sob pena de vermos as Mercedes deste mundo passarem-se para o outro lado do Atlântico. Scholz não teve hipótese senão aceitar a proposta e negociar com Xi. Van Der Lata e Baerbock devem estar com toneladas de ansiolíticos, sob pena de se afogarem na própria espuma raivosa.
Mas não se pense que foram apenas os alemães ricos a acordarem para a vida. Os holandeses já tinham dito que, ou a coisa muda, ou só existem dois sítios para onde ir: a China ou os EUA. A Eslováquia está em processo de renegar o apoio ao gangue neonazi de Zelensky e a Bulgária para lá caminha. A Áustria já manifestou por diversas vezes a sua “neutralidade” e a Hungria já se sabe. Ou seja, parece que os amigos europeus, afinal, não estão todos abraçados.
O serviço privado de comunicação de massas ao serviço da oligarquia, mesmo privado de jornalistas sérios, já começou a fazer algum eco de movimentações que demonstram este nervosismo. O nosso Correio da Manhã, qual marca registada da propaganda atual, a fonte de propaganda em massa que é o New York Times e mesmo o Wall Street Journal, todos, no mesmo dia, vieram falar em perspetivas de se negociar a paz. Como diz o NYT, Washington já terá informado Z. que é para “integrar a abertura a negociar, aos poucos, no seu discurso”.
Agora, não tenhamos ilusões. A razão para estas notícias chama-se “midterms”. Perante a rejeição massiva, pelo povo americano, do apoio a esta guerra (é um apoio à guerra e não à paz, perceba-se), o corrupto partido democrata faz o que qualquer partido oportunista faz nesta altura: promete o que não pretende fazer. Afinal, uma das características do atrasado e ultrapassado modelo de partido liberal, ou burguês, se quisermos (cuja estrutura e doutrina é inspirada na era liberal de há 200 anos), é que o poder lhe importa por si só. Não importa a estes partidos “o que fazer com o poder para melhorar a vida do povo”. O poder, para eles, é apenas o objetivo em si. Hoje, o estado de coisas em que vivemos, demonstra a visão curtinha, míope, do sistema liberal, burguês, herdado da revolução francesa. Teve o seu tempo, como tudo, mas já não serve. Já não são capazes de sustentar uma estratégia de longo prazo que trilhe um caminho sólido de desenvolvimento humano.
Passadas as eleições e ganhando o partido democrata, business as usual, volta o “deep state” à carga e os Sullivans, Nullands e Pelosis à carga. A política externa americana é um amontoado de operações secretas, financiamentos encapotados e processos subversivos dos interesses dos outros povos.
Mais ainda do que na guerra fria, a CIA é uma agência de desestabilização de países soberanos. São peritos em abrir buracos negros sociais que fazem implodir as organizações sociais que tentam resistir. Depois, é o povo quem decide. Se o “regime” (são todos catalogados desta forma) for suportado, de forma real, na vontade popular, com dificuldade, lá se vai aguentando. No caso de o apoio ser contextual, após a primeira saraivada de sanções, lá entra o FMI e acaba o “regime” para se dar início a uma democracia florescente.
Mas isto sai muito caro, caríssimo. Manter um império, implica manter uma máquina militar desproporcionada e um complexo militar industrial, que, sendo privado (como é o caso do americano), consome quase todos os recursos disponíveis, sendo um buraco negro que suga todas as forças vitais de um país, instrumentalizando-o em função as suas necessidades. Foi o próprio Eisenhower, no final do mandato, quem avisou para isto. De nada serviu.
Eis que, passados 21 anos após a cartada da “guerra ao terror” que ainda provocou mais terrorismo, e do plano de invadir 7 países em 5 anos, a desagregação a que assistimos, em andamento, vem forçar (e aconselhar) uma aterragem apressada. A opção de “prá frente é que é caminho” e “venha o caos”, tem os seus dias contados. Afinal, todo o Sul Global já percebeu o que significa continuar a insistir na mesma tecla em que tocam há 500 anos.
Os primeiros sinais de travagem podem vir de dentro, sendo que, esta travagem não implicará uma paragem. Pode significar, apenas, uma inversão de sentido, mas sempre com o mesmo objetivo: o domínio hegemónico; o “governo” mundial; a “nova ordem”; não faltando classificações sobre o assunto. O primeiro sinal veio de uma candidata republicana, ao referir que “com a nossa vitória, nem mais um tostão para o país de Z.”, e “utilizaremos todo o nosso dinheiro para acorrer aos problemas do povo americano”. Ontem, foi o próprio Trump a assumir que, com ele: “Não haveria guerra na Ucrânia”. Agora, veio Musk dizer que, “para equilibrar as coisas, sugiro o voto no partido republicano”. O que isto provocou!
Hoje, o folhetim de serviço ao Partido Democrata americano em que se transformou o jornal Público, já veio dizer que “os famosos estão a fugir do Twitter”, tentando assim ferir Elon Musk, apenas porque ele teve a veleidade de exercer a sua liberdade de opinião, num órgão que comprou, mas que o Partido Democrata usava para censurar as opiniões antiguerra e outras que não lhe convinham.
O nervoso miudinho do mainstream (centrão) partidário ocidental continuou a fazer-se sentir. Atualmente, os partidos mais militarizados já não são os da extrema-direita, mas os liberais e sociais-democratas, nomeadamente os que se colocam na orla do partido democrata dos EUA e da franja neoconservadora do partido republicano, também dos EUA. Por cá, equiparável aos partidos apelidados de “moderados”. São estes, apoiados pelas claques dos partidos identitários, animalistas, “transgenistas” ou pseudo ambientalistas (a que a esquerda de classe americana chama de “shitlibs”), que constituem a grande base de apoio ao Império estado unidense e à sua matriz militarista, cada vez mais agressiva e ingerente.
O comentador de serviço na SIC (não me recordo o nome porque já não os distingo, visto que dizem todos o mesmo) lá veio exprimir a sua preocupação, dizendo de forma inflamada – quiçá inspirado no ódio xenófobo de Milhazes -, que “o que eles não dizem é que tudo começou porque a Rússia não aceitou que a Ucrânia exprimisse o seu direito de entrar nas organizações internacionais que quisesse”. É verdade, “eles” não disseram isso.
Mas, pergunto eu, valerá a pena começar pelo que “eles não dizem”? Teremos, outra vez, de dizer tudo o que “eles não dizem” sobre o assunto? É que, o que “eles”, os comentadores de serviço, de TODA a comunicação social empresarial ocidental, quais homens duplicados, “não dizem”, é infinitamente mais grave, mais manipulador e deturpador da realidade, do que o não dizer que Rússia “desconsiderou a independência da Ucrânia“.
Se alguém o fez primeiro, todos sabemos quem foi. Em 2012, o mapa eleitoral da Ucrânia era bem elucidativo da divisão de forças reinante. Ao contrário do que se repete, hoje, vezes sem conta, como se de verdade se tratasse, a população pró Rússia não era uma minoria, uma mera minoria. Como se o facto de o ser justificasse as agressões que viria, a partir de 2014, a sofrer. Nunca justificaria.
Em 2012 o Partido das Regiões ganhou, uma eleição limpinha, ao Fatherland. Se o Partido das Regiões tinha a sua implantação a leste e em Kiev, o Fatherland tinha a sua implantação a oeste. Com exceção de Odessa, cuja região havia sido ganha pelo Partido Comunista, mais tarde ilegalizado pelos democratas P. e Z., todo o restante país estava dividido, com vantagem para o leste.
A História, aquela disciplina chata, que insiste em revelar-se, mesmo contra a versão do vitorioso, diz-nos quais as razões que justificavam esta divisão:
- O facto de a Ucrânia não ser propriamente um país, mas uma região onde se encontravam dois impérios, um que influenciava a fronteira ocidental e outro a oriental; o significado do nome do país é “fronteira” e constituía uma espécie de zona desmilitarizada entre dois potentados militares;
- Em 1917, com a entrada da Ucrânia para a república soviética, foi decidido, a régua e esquadro, juntar à parte ocidental e central, a parte oriental, tal sucedendo porque a ocidente a atividade económica predominante era a agricultura; para dar uma oportunidade aquela república recém-formada de se desenvolver, foi decidido juntar-lhe 4 regiões muito ricas e industrializadas (as tais 4), com um senão: estas regiões eram habitadas por gente da Rússia.
Alguma luzinha? Pois. Esta construção artificial criou um país composto por duas etnias, não apenas com língua distinta, mas com religião e cultura distintas. Uns a puxar mais para a Europa central, outros a puxarem mais para a Rússia. As eleições sempre refletiram esta divisão. De Lviv a Odessa é um país, de Odessa a Lugansk é outro. Kiev é uma ilha oriental, do lado ocidental.
Mas o que não dizem “eles” também, é qual a natureza ideológica dos partidos em confronto. Neste quadro, as forças do Fatherland constituem, por natureza, um partido reacionário, composto por outros movimentos de direita conservadora e extrema-direita, todos pró-ocidentais (é isso que os une), sendo o Partido das Regiões um partido composto por outros mais social-democratas, liberais e até esquerdistas (o PC concorreu sozinho). O Fatherland do centro para a direita, o Partido das Regiões, do centro para a esquerda. É por isso que, hoje, na UE, quem for do PS ou do PSD não teria partido em quem votar, pois foram “democraticamente” extintos.
O que “eles” também não dizem é que, para conseguir ganhar o poder, havia que eliminar alguns partidos que apoiavam o Partido das Regiões, ou que ajudavam a desequilibrar o poder para o seu lado (o caso do PC). E como foi que o fizeram?
O segredo mais mal-escondido da história é o euromaidan. Aproveitando uma legítima manifestação anticorrupção, as forças reacionárias ocidentais – que bom foi ver Ana Gomes que se diz de “esquerda” a dar bolinho aos neonazis de serviço, com Victoria Nuland à cabeça -, organizaram uma ofensiva antidemocrática e subversiva, comandado pelo Sector Direito e pelo C14 (juventude neonazi do Svoboda), para transformar os protestos de Maidan, num golpe de estado contra o Partido das Regiões. A partir daí foi fácil.
Disse o secretário-geral do C14 que, “se não pegássemos na coisa e começássemos a disparar sobre os manifestantes, em vez de um golpe, teríamos uma parada gay”. Está na net para quem quiser ver.
Presos, perseguidos e ilegalizados, os opositores (com o célebre e genocida incêndio da casa sindical de Odessa à cabeça), impedidos de votar muitos dos cidadãos orientais, foi assim desequilibrado, a favor da direita reacionária, o poder no país. Hoje, é um regalo ver tanto europeu que se diz de “esquerda” a apoiar nazis, neonazis, neoconservadores, ultraliberais e corruptos oligarcas, apenas porque lhes dizem que são coloridos como o arco-íris e porque, do outro lado, está um urso que não gostará de homofilos.
É toda uma estratégia programada no tempo e bem documentada no célebre PNAC (Plan for The New American Century), mas não só, que apenas é identificada por quem olhar para o nosso tempo como parte de um tempo histórico.
Uma das estratégias mais usadas pelo capitalismo neoliberal para alienar o povo da sua história consiste em concentrar a sua atenção em períodos muito curtos, tão curtos e tão povoados de informação efémera que o impeçam de olhar numa perspetiva histórica mais longa.
Depois diz-se: “ah! Os chineses têm um tempo diferente”. Não, não têm nada. Apenas sabem História e olham para a História quando opinam. Aqui, qualquer um opina sem olhar para a História. E quem não olha para a História, não sabe para onde vai. É hora de deixar de olhar para o chão e olhar para o céu e sonhar em começar algo de diferente!
Muito bom. Maravilha de texto pela lucidez!
Sem dúvida. Excelente, como sempre.
«Depois diz-se: “ah! Os chineses têm um tempo diferente”. Não, não têm nada. Apenas sabem História e olham para a História quando opinam. Aqui, qualquer um opina sem olhar para a História. E quem não olha para a História, não sabe para onde vai. É hora de deixar de olhar para o chão e olhar para o céu e sonhar em começar algo de diferente!»
Esta parte lembrou-me um comentário de um cidadão Chinês, num programa para turista ocidental ver, em que todos os chineses num certo restaurante estavam muito alegres a ver uma pequena peça de teatro/musical sobre o tempo da revolução de Mao. Sim, num restaurante, humilde, como qualquer um daqueles que existem em Portugal à beira da Estrada Nacional.
À saída, a britânica que apresentava o programa perguntou: “então mas não se sentem mal por ter morrido gente naquele período?” – ao que o Chinês, cidadão comum, de chinelo no pé, respondeu com mais sapiência que qualquer “sô doutor” da TV ocidental, parafraseando:
“sim, houve coisas negativas, mas houve também muitas coisas positivas, que nos permitiram chegar onde estamos hoje, e o importante, quando se fala de história, é saber tudo, o bom e o mau”.
Que lição!
Com o que tenho visto nestes meses, estou cada vez mais convencido que a falta de contexto e falta de entendimento da história, a interpretação emocional do presente, e superficial (até infantil) do passado, não é um mero acaso no regime ocidental. Se o povinho fosse capaz de usar o que tem na cabeça, o cérebro, ainda corria o risco de se revoltar contra o regime imperialista neocolonial genocida ocidental, e exigir uma DEMOcracia (do povo, pelo povo, e para o povo) realmente representativa.
Em vez disso, com um povinho tão manso e facilmente manipulável, estamos condenados à podridão cada vez mais corrupta da “democracia liberal”, onde os NÃO-eleitos e “os mercados” impõem o diktat da austeridade e destruição de Estado Social, desigualdade pornográfica e destruição de direitos, cada vez mais “integração” em violação das soberanias, invasões “boas”, Apartheids, sanções ilegais, golpes, provocação de fomes, e até cooperação com terroristas islâmicos, e agora com genocidas Nazis.
Só um povinho extremamente ignorante, que “não olha para a História, não sabe para onde vai”, é que podia chegar a 2022, na mesma Europa que só se livrou do Nazismo graças aos Russos, e teve uma década de ondas de refugiados devido às, essas sim agressões brutais não provocadas e injustificadas dos EUA, e bastar-lhe uma hora de TV mainstream por dia com uma narrativa de “pensamento” único, para acreditar que os Russos (inclusive os Ucranianos russófonos ou pró-Russos residentes na região da Novorrússia) são os maus, os EUA/NATO estão-se só a defender e são bem intencionados, e os Nazis são os bons e merecem todas as nossas armas e dinheiro…
O Hugo Dionísio recuperou muito bem as declarações dos C14 do Svoboda, e a patética, mas reveladora, estória da Ana Gomes na “revolução colorida” do Maidan, na realidade um golpe sangrento da Extrema-Direita apoiada pela interferência dos NeoCon dos EUA, já na altura com os olhos postos na possibilidade de provocar esta guerra. Perante isto, e perante os resultados muito bem referidos das eleições legislativas de 2012 e presidenciais de 2010 na Ucrânia, eu pergunto: então os milhões de pessoas contra quem o golpe foi feito não têm o direito de poder escolher, livre e democraticamente, num referendo de Autodeterminação, se querem ou não continuar a viver no mesmo país de quem os quer calar e matar?
E aqui, meus caros, é preto ou branco: quem diz SIM, TÊM DIREITO é decente e democrata. Quem diz NÃO, NÃO TÊM DIREITO, está a repetir o que dizem os Nazis glorificadores de Stepan Bandera. Não há meio termo, não há “centro” nesta questão. Só há o lado que quis fazer limpeza étnica na Novorrússia (desde o tal incêndio em Odessa até à guerra no Donbass, passando pelas ameaças de invasão da Crimeia), ou o lado de quem (Russos e Ucranianos pró-Russos) se defende disso.
Portanto, força povos russos e russófonos, força Rússia, força Novorrússia, força Donbass, força Crimeia, força Taurida, força partido do Putin, força partidos da oposição patriotas e não-liberais que apoiam a intervenção militar, força militares profissionais, força mercenários Wagner, força novos mobilizados, força voluntários. Que a sorte esteja convosco, e a vitória seja vossa. Rumo à desmilitarização da ditadura Ucraniana, e desnazificação dos seus extremistas, ou seja, rumo à derrota da NATO.
Se o Kremlin promoveu os acordos de PAZ de Minsk, avisou e esperou, e mesmo depois dos seus homens terem morrido na frente em Fevereiro, mostrou-se logo disponível para novos acordos de paz, mas do outro lado está quem fez o golpe, quem começou a matança, quem deu início à guerra em 2014, quem violou acordos de paz e re-iniciou a guerra a 16-Fevereiro-2022, quem prolonga a guerra, e de tal forma recusa a paz que até o colocou na lei, e tem como principal patrocinador quem passa a vida a falar em guerra contra Rússia e China e até em guerra nuclear, então eu sei muitíssimo bem de que lado estou.
Só tenho pena de nunca ter tido treino militar e já não ter idade para começar agora, senão era no Donbass que eu estaria, a lutar do lado das verdadeiras vítimas, e pelo lado certo da história. Z
Peçam a paz à vontade, mas não repitam a hipocrisia/mentira/desonestidade, que já tantas vezes ouvi, de que para obter a paz bastaria a Rússia parar a sua “agressão injustificada”. Não, está mais que provado que se a Rússia parar, o povo da Novorrúsia, desde o Donbass à Crimeia, será “limpo” pelos NAZIS. A guerra só pára no dia em que quem a começou, a ditadura da Ucrânia, for totalmente derrotado, ou as perdas (económicas ou eleitorais) para os genocidas da NATO os fizerem deixar de patrocinar NAZIS. Nesse dia, o Putin lá estará em Moscovo, à espera para assinar dois acordos de paz, um com o povo da Ucrânia já liberto da ditadura NAZI, o outro com o regime genocida ocidental/NATO, tal e qual como a Rússia propôs até esgotar a paciência de um santo, ANTES de Biden e Zelensky tornarem a guerra inevitável.
Há portanto agora duas alternativas:
1- PAZ. Fim das sanções ilegais e portanto princípio do fim da inflação e da crise na Europa. Crimeia, Donbass, e Taurida em definitivo na Rússia. Fim do imperialismo agressivo da NATO. Plano de desnazificação como o que URSS aplicou à Finlândia, e Aliados aplicaram à Alemanha.
2- MAIS GUERRA. Sanções ilegais levam ao colapso da Europa (como sempre f*dem-se os pobres, enquanto os privilegiados nem são beliscados, tipo assessores de 21 anos sem experiência a ganhar 4 mil € após ser nomeado por uma Ministra, filha de um Ministro, que também não sabe o que é ter de fazer pela vida). Rússia avançará para tomar a totalidade da costa da Ucrânia: oblasts de Nikolaev e Odessa – e garantir segurança da central nuclear de Zaporojie com um buffer superior ao alcance dos HIMARS (80 Km), ou seja, terá de tomar também boa parte do oblast de Dnipropetrovsk. E se maluquinhos continuarem a tentar invadir a República de Lugansk, lá terá a Rússia de voltar a ocupar Kharkov.
Dentro desta segunda alternativa, há vários cenários:
2.1- Rússia chega à vitória total (toda a Novorrússia libertada, e a ver vamos a parte Norte que fica a Este do rio Dnieper);
2.2- Rússia chega à vitória por exaustão do UkraNazistão, sem conseguir fazer tantos avanços como no cenário 2.1;
2.3- Rússia é impedida de ganhar, porque lunáticos dos EUA destruíram o Mundo numa guerra nuclear…
Não há mais cenário nem alternativa nenhuma. E quem disser o contrário, só pode estar a delirar, ou a ser avençado para debitar propaganda de Washington, Bruxelas, e Kiev. Portanto, convinha que escolhessem a mesma opção que eu escolho: 1. PAZ. Algo que, repito, não depende da Rússia e só é possível se os NeoCon do império genocida dos EUA derem a ordem para a ditadura de Kiev se render e assinar uma espécie de Minsk 3. E aqui atenção: fool me once, shame on you; fool me twice shame on me. Ou seja, a Rússia, haja Putin ou não haja Putin, agora e nas próximas décadas, não voltará a permitir a situação de Minsk 2: acordos feitos por vigaristas ocidentais e lunáticos ucranianos, sem qualquer intenção de os cumprir, mas apenas vontade de usar o tempo de pausa para se prepararem para a fase seguinte da guerra, como já foi admitido N vezes por N responsáveis do golpe e da junta militar de Kiev.
Desta vez, terá de haver regime change na Ucrânia, um autêntico anti-Maidan (i.e. um anti-Victoria Nuland e Cia), e um plano de paz e de desnazificação supervisionado por autoridades Russas no terreno. Estão a ver a Chechénia? É isso mesmo. Daqui a 20 anos haverá um “Khadirov” vindo de Lviv, com nojo por Stepan Bandera, e disposto a dar a vida por Moscovo. Ou se preferirem um exemplo mais ocidental: estão a ver a Alemanha Nazi de 1945 ocupada desde então por tropas dos EUA, e hoje em dia caladinha a acatar as ordens do invasor como se fosse o seu melhor aliado? Pois… Não é para menos que isto que a Rússia já sacrificou mais de 6 mil tropas. É para pelo menos isto!
Excelente Carlos Marques..
Excelente análise!
Exxelente texto
Obrigado pela partilha!
Excelente também Carlos Marques!
Excelente!… está aqui tudo. Uma chapelada para o autor.
Excelente como sempre.
Gostaria que esta guerra terminasse o mais depressa possível !!!!
Mas duvido!
São sempre os pobres cidadãos inocentes de qualquer país que pagam o preço mais alto pela guerra e pela sua destruição e que são enviados para o matadouro, e tudo isto, claro, em benefício de um punhado de ideólogos ou dos chamados visionários!
Precisamos de esperança e não de desespero.
Coragem, não cobardia.
Transcendência, não imanência.
De individualismo familiar, não destrutivo.
Grandes poetas, não cantores pobres.
De grandes escritores e não de paródias literárias.
A luta é de destruição onde deveria ser de construção…
Nesta fase, a Rússia já ganhou em termos geopoliticos. A curto, médio e longo prazo, nada irá alterar a situação. A Ucrânia permanecerá sob controlo russo. Uma vez que a Europa está a desintegrar-se e os Estados Unidos estão a ser espremidos pelas potências asiáticas em ascensão, a Ucrânia só irá piorar a situação do Ocidente. O Ocidente não tem mais recursos para as suas ambições geopolíticas. A Rússia tem recursos inexplorados para subjugar a Europa e assumir o controlo da Ucrânia.
A guerra dos Estados Unidos contra a Rússia no teatro ucraniano está em vias de ser perdida pela América porque, fora de vista, esta guerra está fora de si, uma vez que a nível social interno, as reformas prometidas por Biden vêem o seu orçamento amputado pelas despesas militares que são muito mais importantes do que o esperado. A parte das despesas militares europeias continuará a ser, apesar do seu custo espantoso para a europa, ainda insuficiente em comparação com os desejos da indústria de armamento americana. A América, como em todas as guerras que tem fomentado, desengatar-se-á, portanto, sem o menor remorso.
Por outro lado, se a primeira parte da guerra se perder, os Estados Unidos ganharam a guerra contra a Europa, que está assim a entrar num período de declínio. Após um ano de guerra, a imagem economicamente degradada e dividida da Europa já não lhe permite ser uma voz forte à mesa de negociações num mundo reorganizado em multipolaridade e diante de blocos que tomaram a medida do seu declínio. A Europa, que tem sido apenas o alvo da guerra dos Estados Unidos, está de joelhos..
Porque é que os políticos são demasiado orgulhosos?
Desde o início desta história, Putin apelou ao diálogo. Sempre soubemos que esta crise só pode ter um resultado pacífico através do diálogo.
Sem diálogo e concessões de ambas as partes, estamos a caminhar para uma escalada que poderá conduzir ao caos, pela qual a NATO, a ONU, a UE, os EUA e a RÚSSIA seriam os principais responsáveis. Ao capturar o orgulho exacerbado demonstrado pelos actuais líderes mundiais, a condição dos cidadãos dos seus países seria melhorada.
Estão a ocorrer mudanças profundas, o conceito do Estado como uma minoria que mantém todo um povo refém está agora ultrapassado.
O que é angustiante é que o ser humano é completamente excluído destas análises… estas deslocações de recursos e alimentos que geram guerra, pobreza e fome… mas apenas os números, apenas os custos, as classificações e os lucros contam… eles falam sobre a duração da produção, técnica, política. … quanto tempo poderemos aguentar… mas ninguém faz a pergunta: a que custo humano nos países explorados e/ou em guerra? Um tabuleiro de xadrez onde cada jogada de uma peça mata centenas de milhares aqueles que não têm nada, como se não contassem.
Para esclarecer o assunto, seria justo comparar o número de seres humanos negativamente afectados por estas escolhas de guerra e económicas estratégicas… quanto pobreza, quantas mortes em países explorados têm e irão desencadear tal e tal decisão por tal e tal potência económica, que colocaria alguma humanidade e humildade de volta aos debates, e salientaria a crueldade que as nossas necessidades de “luxo” implicam.
A tragédia é que uma grande parte dos nossos compatriotas e em particular os nossos jornalistas continuam a “informar-se” nos nossos canais nacionais. Nunca devemos esquecer o que os “jornalistas” fizeram, porque a este nível, torna-se difícil acreditar apenas na sua incompetência, a menos que o critério de recrutamento seja o de ter o QI de uma dourada….
No entanto, se as sanções ocidentais tiveram um impacto na Rússia, só o foram até certo ponto, enquanto que os contra-efeitos destas sanções ocidentais são muito mais prejudiciais para os ocidentais, especialmente os europeus. A economia russa é certamente afectada em alguns aspectos pelas sanções ocidentais, o que nos leva a crer que está ferida mas não ao ponto de ruir, longe disso, especialmente e sobretudo a nível financeiro, onde a Rússia já tinha começado a antecipar as sanções ocidentais muito antes de 24/02. Não esqueçamos que as sanções ocidentais de 2014/2015 também prejudicaram a Rússia, mas a curto e médio prazo. A longo prazo, conseguiu utilizar as sanções ocidentais como um trampolim para dar um salto qualitativo na sua economia. Como resultado, tornou-se um dos maiores produtores e exportadores mundiais de trigo, fertilizantes azotados e outras matérias-primas minerais.
Assim, na pior das hipóteses, a Rússia será afectada durante os próximos dois anos e depois alguns (mas a sociedade russa é extremamente resistente) mas a longo prazo a Rússia está no bom caminho para produzir um salto qualitativo na sua economia, utilizando as sanções ocidentais como trampolim. Na altura, estava no domínio agrícola, amanhã estará no domínio industrial, um domínio em que a Rússia já começou o seu trabalho, nem que fosse apenas na produção de semicondutores ou no sector aeronáutico. No que diz respeito aos semicondutores, a Rússia certamente ainda não está ao nível de países como a China ou Taiwan, mas está muito mais avançada sobre o assunto do que os europeus. E para isso, tem o apoio de um bom número de países que até agora só emitiram condenações formais das acções russas, mas que estão longe de estar alinhados com o Ocidente na sua cruzada ideológica com sanções. Estes países estão sobretudo preocupados em garantir os seus próprios interesses nacionais e estratégicos: é o caso da China, Índia, Japão, Coreia do Sul e Malásia, que também assinou um acordo de cooperação com a Rússia no domínio dos semicondutores, o que permitirá à Rússia fazer mais progressos nesta área.
O problema na Europa parece-me totalmente insolúvel, mesmo a médio e longo prazo, de tal modo que aqueles que detêm o poder de decisão REAL não só são cegos pela ideologia ultraliberal global (que tentam em vão esconder através de bluster, COM, e apressadamente) mas, e isto é o pior, são totalmente indiferentes, para não dizer hostis, a qualquer ideia de interesse nacional, e portanto de soberania, independência e visão. Por outras palavras, estão prontos a sacrificar o país e o Povo para salvar os seus interesses e os das forças ocultas que os colocaram lá. A outra fonte de ansiedade e preocupação é ainda mais profunda e mais perniciosa. Estou disposto a admitir a cegueira, a incompetência, a precipitação, o cinismo e a perversão, mas isto parece-me insuficiente para evitar a decadência e o colapso das nações europeias: temos de nos interrogar, sem ver isto como uma conspiração, se não será uma estratégia elaborada pelas forças dentro e em torno do Tio SAM para nos livrarmos de um possível concorrente, mesmo que este chamado concorrente fosse apenas um vassalo zeloso e dócil. Sem tempo para correr o menor risco, optou por explodir em voo. Queria matar dois pássaros com uma cajadada só: afundou a UE mas rejuvenesceu a Rússia. Se existem quaisquer “espécies nocivas” ao senso comum e à humanidade, são os financiadores, os políticos, os tecnocratas e os seus bocais;
os cães de guarda. Os excertos de conjecturas para acusar a Rússia de ter sido aniquilada são saborosos, tanta estupidez, submissão e ignomínia os caracterizam. Perguntamo-nos quem (quando e como) foi interrogado por dezenas de papagaios vigilantes para recitarem o mesmo catecismo à palavra.
Os nossos governos têm à sua volta pessoas que analisam… todas as estratégias possíveis…
Estas pessoas são pagas com muito dinheiro para pensar em tudo.
Mas eles não conseguem ver mais longe do que o fim do nariz.
Uma vez que todas estas acções hostis contra o povo…os nossos países devem fazer o seu melhor para proteger as nossas nações…
E mais uma vez…falharam nos seus trabalhos.
Os nossos países deveriam ter pensado não duas, não três vezes, mas sete vezes antes de se oporem à Rússia com sanções que aparentemente não lhes fazem muito bem.
As nossas ilusões da Europa estão bem e verdadeiramente mortas.
Temos de encarar os factos, vai ser difícil
Vamos ter de trabalhar muito e há muitos que nem sequer sabem o que significa a palavra trabalho
Vamos ter de ter ideias, coragem e homens e mulheres prontos para reconstruir a nação.
Supõe-se que não será provavelmente a Europa ou a Alemanha, que terão uma década de invernos complicados nas suas cabeças, uma inflação de gás/electricidade incontrolável, mais uma perda monumental do poder de compra.
Ao contrário do que se diz, parte da inflação deve-se, evidentemente, à vertiginosa quantidade de dinheiro que os EUA, Reino Unido e UE têm “impresso” desde 2008!!! Qualquer criação de dinheiro que não corresponda a um aumento da actividade económica produz inflação, quaisquer que sejam os truques utilizados para a esconder, e qualquer criação fenomenal de dinheiro produz inevitavelmente uma inflação fenomenal, ou seja, um colapso no valor do dinheiro. Daí a necessidade da guerra, por um lado para restaurar a imagem do dólar pelo menos numa parte do mundo, e por outro lado para desviar a atenção das massas das políticas destrutivas dos seus governantes.
3 frases sobre a situação:
Imperialismo
Dinheiro é dinheiro
O povo paga sempre as contas no final, por vezes com sangue, porque são os verdadeiros criadores da riqueza dos países e não os líderes ..
Excelente texto. Obrigado.
A tese até poderia ser de considerar se não se perdesse logo à partida com as invectivas e “nomes feios” atirados sobre uma das parte. João Freire.