Tanta verdade junta mereceu publicação – take XIII

(Por José Neto, 22/08/2022)


(Este texto resulta de um comentário a um artigo que publicámos de Foicebook ver aqui. Perante tanta verdade junta, resolvi dar-lhe o destaque que, penso, merece.

Estátua de Sal, 22/08/2022)


No final da II Guerra Mundial, os militares alemães que defendiam Berlim também esperaram até ao fim a chegada de reforços para uma contra-ofensiva destinada a expulsar os aliados do território alemão, como lhes tinha sido prometido pelos seus líderes. Esperaram em vão, claro. Por essa altura já grande parte das tropas nazis era constituída por crianças.

Há coisas que nunca mudam. As tropas que foram na sua maior parte aniquiladas no Donbass eram a elite do exército ucraniano, cerca de 200 000 homens que a NATO treinou intensivamente nos últimos 8 anos, e que estavam entrincheirados em fortificações laboriosamente construídas especialmente para esta guerra. Foi tudo destruído.

O site americano de Hal Turner divulgou dias atrás um relatório das Forças Armadas da Ucrânia onde se relata a perda confirmada de 191 000 soldados, entre mortos e feridos com gravidade. Mas esse relatório está apenas a menos de 50% completo. E a maior parte das perdas na frente de batalha não são contabilizáveis neste momento. (1)

O próprio relatório refere que ninguém sabe quantos militares estão desaparecidos e ninguém quer saber. Então o número real de baixas será muito superior, talvez duas vezes o número apresentado. Recorde-se que a Ucrânia tinha um exército de cerca de 600 000 homens no começo da guerra, dos quais 200 000 eram tropas especiais dos batalhões neonazis especialmente treinados pela NATO, que já estão praticamente todos mortos,

Recorde-se que a Rússia iniciou esta Operação Especial com 200 000 soldados, dos quais 40 000 permaneceram de reserva em território da Bielorrússia. Provavelmente já estarão em igualdade com os efetivos inimigos ou até mesmo em maioria. É sintomático o frenezim de recrutamento que o Governo ucraniano está a levar a cabo entre a população civil indiscriminada. Se a pessoa tem duas pernas e dois braços completos, serve perfeitamente.

Neste momento, as forças russas em ofensiva são quase só a Guarda Nacional e as milícias das RPD. O grosso das tropas nesta fase está estacionado nos territórios conquistados, consolidando posições e concentrando armamento pesado para eliminar uma contra-ofensiva. Mas ela não faz sentido, simplesmente.

A Ucrânia pode juntar, como eles dizem, um milhão de “soldados”, recrutados à força, mas esses não terão o treino militar nem as capacidades físicas e cognitivas dos que morreram. Se avançarem contra as linhas russas fortificadas, serão como gado a caminhar para a matança. E como a Rússia domina completamente o espaço aéreo, como é que eles vão evitar serem chacinados no percurso pela aviação? Um milhão de idiotas a marchar numa planície aberta não passam despercebidos. O que faz a diferença numa guerra atual é o poder de fogo, não é o número de candidatos a cadáveres que um exército pode juntar.

Além disso, como muito bem referiu o analista militar Andrei “The Saker” num dos seus artigos recentes, para avançarem sobre Kherson as tropas ucranianas qualificadas, que iriam liderar a anunciada ofensiva, teriam de sair dos locais onde se encontram agora, o que significaria a Ucrânia perder definitivamente essas posições, que por acaso são as últimas que lhe restam nos territórios do Donbass.

E Zelensky vem para a Imprensa dizer que vai ordenar uma ofensiva em força?! Mas realmente, não faz sentido. Se essa ofensiva estivesse eminente, ela estaria a ser preparada em segredo para surpreender o inimigo, não seria anunciada na TV. Por outro lado, já todos percebemos que aquela gente é louca, pelo que não é obrigada a agir com racionalidade.

Acredito perfeitamente que a escumalha nazi dirigente e os seus patrocinadores ocidentais não se importassem nada de enviar um milhão de rapazes, velhos, mulheres e aleijados para a morte. Depois Hollywood podia até fazer um filme giro sobre isso. Mas já tenho muitas dúvidas de que os comandantes militares no terreno vão na conversa.

A Rússia venceu claramente a guerra nas primeiras duas semanas da operação militar, limitando-se desde então a trabalho de limpeza dos assentamentos ucranianos ativos dispersos no vasto território. Basicamente, os militares russos estão entretidos a praticar tiro ao alvo com armas pesadas contra tudo o que tem duas pernas e uma farda, esteja onde estiver. Pacientemente, vão também destruindo todo o armamento que os países ocidentais para lá mandam, a maior parte do qual não chega nem perto da linha da frente.

No entanto, os novos desenvolvimentos desencadeados pelos líderes ucranianos e seus mentores ocidentais, com recurso a métodos puramente terroristas praticados em território russo, parecem ter deixado os russos um bocadinho aborrecidos. O site Geopolítica Atual divulgou imagens de um bombardeamento realizado em 10 do corrente na região de Peski, entretanto libertada, no qual foram usados, creio que pela primeira vez nesta operação, vários mísseis TOS-1A “scorching sun” termobáricos, sobre um assentamento de militares ucranianos que provavelmente estavam a chatear demais, os quais obviamente “viraram” pernil assado num instante. (2)

Se a Rússia começar a sentir alguma pressa de terminar o assunto, o nível de dor poderá aumentar exponencialmente. De facto, esses ridículos imbecis como a figurinha Luís Delgado, que vêm para as TVs torcer pela Ucrânia neonazi como se aquilo fosse um jogo de futebol, deviam ser enviados para a frente de combate para verem como as coisas ali realmente são.

Claro que Luís Delgado, face à inqualificável situação atual da nossa “Imprensa”, poderá até sentir-se injustiçado por estas minhas palavras e dizer indignado, como fazia o outro primata, no velho programa do impagável Jô Soares: “Mas sou só eu?! “Cadê” os outros???”

Realmente, eu nem quero pensar no que seria a minha vida se não existissem outras fontes de informação para além das que nos querem impingir, ou se os bloqueios estatais a sites “inconvenientes” fossem minimamente eficazes, exceto para os totós. Uma noite destas sonhei com isso e acordei com suores frios…

(1) https://geopoliticaatual.wordpress.com/2022/08/15/relatorios-do-exercito-ucraniao-vazados-191-000-tropas-mortas-ou-feridos/

(2) https://geopoliticaatual.wordpress.com/2022/08/21/imagens-surreais-tos-1a-da-russia-tambem-conhecido-como-foguetes-termobaricos-scorching-sun-dizimando-posicoes-militares-ucranianas-em-peski-em-10-de-agostovideo/


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4 pensamentos sobre “Tanta verdade junta mereceu publicação – take XIII

    • Meu caro “Senhor” Jack, como é evidente, o seu “pensamento” não contesta a veracidade de absolutamente nada do que eu afirmei e muito menos a respetiva argumentação, limita-se a fazer uma provocação pessoal e portanto não merece resposta. Mas vou responder-lhe na mesma porque me apetece, e porque me acabou de dar de uma oportunidade demasiado boa para se perder.

      A questão que coloca diz-me apenas que você não percebeu absolutamente nada do que eu disse em primeiro lugar, e essa sua limitação pessoal dificilmente será ultrapassável.

      Apesar disso, vou esclarecer desde já que o que é verdadeiramente grave no comportamento desse tal Luís Delgado não advém das suas convicções pessoais mas do facto de ele se aproveitar de uma plataforma supostamente informativa e hipoteticamente credível, para disseminar aldrabices e aleivosias. São coisas diferentes. O Jornalismo não nasceu para enganar as pessoas mas para as informar corretamente. Foi criado em tempos melhores.

      A questão sobre por quem eu “torço” não é aplicável porque, como eu disse, e dizem todos os analistas militares independentes, a Rússia já ganhou a guerra, e ganhou-a nos primeiros quinze dias. O que se está ali a passar é o massacre de um povo, dirigido cruelmente pelos seus líderes golpistas em proveito de interesses externos aos quais eles se venderam. A conta bancária de Zelensky no exterior prova isso mesmo se mais não houvesse. A Ucrânia não tem em si mesmo uma verdadeira questão com a Rússia, ela é um instrumento da política de confrontação dos EUA e vai pagar bem caro por isso.

      A Ucrânia está nesta situação porque o seu povo não foi capaz de gerir a própria independência como deveria e acabou por se lançar nas garras do imperialismo. Por acaso, Portugal também, e é por querer abordar essa parte que eu decidi responder-lhe.

      Como Português, e por me considerar um verdadeiro patriota, daqueles que valorizam essencialmente a independência nacional e o bem-estar dos seus concidadãos, e não um conjunto de símbolos vazios de sentido em si mesmos, eu quero, obviamente, que a União Europeia seja desmantelada, para que o meu país possa recuperar a sua independência política e económica.

      E quero também que a NATO, que é um mecanismo de dominação imperialista, seja derrotada, vexada e dissolvida, para que os povos dos países que ela domina possam recuperar a sua autonomia. Para que os portugueses, por exemplo, possam se assim o quiserem fazer um novo 25 de Abril sem terem que levar com outro 25 de Novembro arquitetado a partir da embaixada americana. (1)

      Durante a sua longa História de mais de 800 anos, Portugal só ficou por duas vezes submetido a um poder estrangeiro. A primeira foi entre 1580 e 1640. A segunda é atual, e nenhuma das duas nos trouxe nada de bom.

      Lembrar que não foram os russos que atacaram mais de 40 países indefesos desde o fim da II Guerra Mundial.

      Lembrar ainda, porque alguns por aqui têm memória de peixinho vermelho, que a última interação importante que tivemos com russos em Portugal, foi quando em 2018 eles se disponibilizaram prontamente para vir com os seus equipamentos realmente impressionantes, ajudar a combater os fogos que ameaçavam incinerar todo o país. Mais ninguém o fez, pelo menos de forma minimamente relevante, muito menos os nossos “amigos” da UE, penso que por terem mais que fazer. Agora, por acaso, tinha-nos dado muito jeito manter essa relação de amizade institucional. A ingratidão tem um efeito bumerangue tramado.

      Sendo um patriota, o que é que hei de fazer?, tenho alguma tendência a pensar que aqueles que renegam os valores que acabei de expor, e que em vez disso se assumem como adoradores do Império Americano e da sua política sangrenta, não passam de nojentos traidores do seu próprio povo.

      Então, devolvo-lhe a pergunta, caro Jack. Faço questão de a colocar de modo muito simples, do tipo questionário sim/não, porque me parece que você tem alguma dificuldade com as ideias e as palavras.

      Você é um nojento traidor?

      Escolha uma opção.

      (1) Fonte: “Abril nos Quartéis de Novembro” de Avelino Rodrigues, Cesário Borga e Mário Cardoso
      Edição de 1979 – Livraria Bertrand

  1. Tudo o que os Delgados, Milhazes, Rogeiros e outros visionários dizem faz sentido, na cabeça deles claro… Há poucos dias, num artigo de opinião na RT, um professor norueguês designava isto de «russofrenia» – por um lado a Rússia está num estado lastimoso, enfraquecida e prestes a render-se, e simultaneamente é um perigo para os membros da NATO, pois quer restaurar o seu império e dominar toda a Europa! Portanto isto está entregue aos «russofrénicos» que infelizmente não são só os opinadores, a classe política dirigente também sofre quase toda do mesmo mal.

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