(Bruno Amaral de Carvalho, in Telegram, 20/08/2022)

Este sábado, o Provedor do jornal Público tece duras críticas à cobertura da guerra feita por este diário (ver aqui). A propósito da ausência de qualquer artigo sobre o relatório da Amnistia Internacional que acusa a Ucrânia de violar direitos humanos, José Manuel Barata-Feyo denunciou que, desta forma, o jornal escamoteia informações relevantes sobre a guerra aos seus leitores e que actua como porta-voz da presidência e exército ucranianos, algo que põe em causa a credibilidade deste jornal.
Não é por falta de opções. Esta cobertura unilateral é uma escolha editorial que a direcção do Público decidiu tomar em Abril quando abdicou de ser o único jornal a ter um repórter do outro lado da guerra. Antes de eu chegar ao Donbass, em Março, havia um acordo verbal para vender três reportagens ao Público. Só uma é que chegou a ver a luz do dia. Logo que saiu a minha primeira história, surgiram pressões internas e externas para que não se publicassem mais reportagens da minha autoria. Dentro e fora da direcção do Público, incluindo jornalistas de outros meios e figuras políticas com influência, tudo fizeram para que não houvesse uma cobertura plural do conflito.
Não deixa de ser curioso que o mesmo meio que deu destaque, e bem, à herança jornalística de Carlos Santos Pereira, e tenha valorizado a pluralidade em contexto de guerra, tenha sido o primeiro a abdicar de oferecer aos seus leitores um retrato do outro lado da linha da frente. Por aqui, já me cruzei com jornalistas franceses, italianos, chilenos, suíços, catalães, venezuelanos, gregos e alemães. Quase todos escrevem para meios relevantes nos seus países. Naturalmente, este não é um problema exclusivo do Público. Com a excepção da CNN Portugal, a esmagadora maioria da comunicação social portuguesa tomou a mesma opção.
Contudo, que não haja equívocos. Pluralidade não é ter jornalistas dos dois lados a transmitir aquilo que defendem as forças beligerantes. Pluralidade não é ter jornalistas que se dedicam exclusivamente a cobrir visitas organizadas por militares ou a fazer fé no que dizem as autoridades de cada um dos lados. A pluralidade é tentar compreender o que se passa e contar a história daqueles que estão a viver a guerra.
A cobertura desta guerra será, seguramente, objecto de estudo de investigadores e estudantes de jornalismo. Mais do que nunca, a comunicação é vista como parte da própria guerra. Como um campo de batalha em que se procura impor a narrativa de cada um dos dois lados. Como é que a história vai olhar para a cobertura desta guerra é uma pergunta cuja resposta depende de nós, mas, sobretudo, das direcções dos órgãos de comunicação social.
Bruno Amaral de Carvalho
Donetsk, 20 de Agosto.
Infelizmente é verdade! todos os dias vimos isso na nossa CS.
A CNN é o que é. Toda a gente sabe que é um dos órgãos de propaganda do regime imperialista genocida de Washington. Neste caso propaganda azul para fazer concorrência à propaganda vermelha (FOX News). Entretanto a CNN veio para Portugal, e parece uma santa no meio de aldrabões ainda maiores. Isso diz tudo sobre a “imprensa livre” em Portugal.
Mas a parte mais triste não é essa. A parte mais triste é o povinho mostrar a cada dia que passa que não tem qualquer capacidade crítica, não consegue evitar ser enganado, papa a propaganda toda, e ainda por cima vira-se rosnando contra quem pensa pela própria cabeça e questiona a narrativa do “pensamento” única da maioria.
Hoje, em Portugal, há milhões (MILHÕES) de pessoas que ainda confiam na RTP, SIC, TVI, CMTV. Têm a imprensa que merecem. É exatamente a mesma análise que faço em relação aos partidos. Têm os partidos e os líderes aldrabões e incompetentes que merecem. Em ambos os casos o denominador comum é fácil de identificar: o povinho impreparado e facilmente manipulável.
Novamente, o Bruno Amaral de Carvalho, é um exemplo no meio de uma multidão ora de burros ora de putedo, lá naquela estrebaria que dá pelo nome de comunicação social portuguesa. E os portuguesinhos gostam tanto da palha… iii óóó iii óóó, ai se gostam.
Eu resolvi ,logo que vi a ” enlatado” que serviam ,fechar o “veneno” com rótulo de “remédio” …..pergunto-me como os “Jornaleiros” de serviço dormem ,sabendo que são “prostituição” barata e como podem educar seus filhos na “Pluralidade e Civilidade” de escolha de CIDADAOS /AS ,Livres construtores de uma DEMOCRACIA ……hoje vivemos numa Sociedade “açaimada” que irá criar ,monstros e “Demónios” a caminho duma Civitas Doente e mentcapta……que Politicos domesticam para uso como Farm Animals”……