Para aqueles que ainda não compreenderam

(Sergey Glazyev, in glazev.ru, Trad. Google e Estátua de Sal, 01/05/2022)

Vou tentar explicar e justificar brevemente as medidas necessárias para alcançar a Vitória

Uma operação militar especial (SVO) revelou um plano preparado antecipadamente pelo poder e elite financeira dos EUA para tomar o poder na Rússia. Inclui os seguintes componentes e fases:

  1. Desgastar as forças armadas russas numa guerra com umas bem treinadas Forças Armadas da Ucrânia, diretamente controladas pelo Pentágono, e “costuradas” pelos nazis na dependência de oficiais nomeados pelos serviços especiais americanos e britânicos. Transformar a população da Ucrânia em zombies infetados com russofobia. Ao mesmo tempo, incitar a comunidade internacional contra a Rússia, fazendo acusações de crimes de guerra e genocídio à sua liderança. Nesta base, confiscar os bens em moeda estrangeira da Rússia impondo-lhe sanções totais, causando o máximo possível de danos. Esta fase está, de facto, concluída.
  2. Aterrorizar a população russa com bombardeamentos de colonatos fronteiriços e infraestruturas militares, sabotagem de transportes e ataques de hackers. Atingir a consciência pública com uma inundação de notícias falsas negativas e propaganda antigovernamental através das redes sociais. Impor, através dos seus agentes de influência nas autoridades financeiras e económicas, uma política económica que bloqueie a mobilização de recursos, incluindo: inflacionar as taxas de juro, continuar a exportação de capital, encorajar a especulação monetária e financeira, manipular a taxa de câmbio do rublo, e inflacionar os preços. Assim, as sanções podem ser repetidamente agravadas e provocar um colapso na produção e um declínio no nível de vida. Esta fase está em pleno andamento.
  3. Provocar protestos e ações sociopolíticas destrutivas destinadas a derrubar as autoridades legítimas num contexto de declínio do nível de vida e de perdas no decurso das suas atividades. A utilização de todo o arsenal de métodos para organizar “revoluções coloridas” financiadas pela oligarquia compradora com a promessa de descongelamento  dos bens apreendidos na jurisdição EUA-Europa. Ao mesmo tempo, preparar os fundamentos organizacionais e ideológicos para as ações separatistas nas regiões. Esta fase está a ser ativamente desenvolvida.

Este plano prevê também as seguintes tarefas:

  • consolidação do controlo dos EUA sobre a União Europeia e os países da NATO;
  • utilização das forças armadas da Polónia, Roménia e Estados Bálticos, bem como dos mercenários do Ocidente, Médio Oriente e Médio Oriente em operações de combate contra a Rússia;
  • a destruição da população masculina e a verdadeira escravização de mulheres e crianças da Ucrânia para o subsequente desenvolvimento deste território, no interesse da elite do poder e financeira dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha e de Israel.

A implementação deste plano, de facto, visa destruir o mundo russo. Depois disso, o “estado profundo” americano planeia também a destruição do Irão e o bloqueio da China.

Devido às leis objetivas do desenvolvimento económico global, este plano está condenado ao fracasso. Os Estados Unidos não poderão vencer a guerra híbrida global que desencadearam para manter a sua hegemonia global. Estão a perdê-la irrevogavelmente para a China, que se está a reforçar rapidamente em resultado das sanções anti Rússia.

Washington, Londres e Bruxelas jogaram os seus principais trunfos num esforço para infligir o máximo dano possível à Rússia: o monopólio sobre a questão das moedas mundiais, a imagem de um Estado democrático legal exemplar, e a crença no direito “sagrado” da propriedade privada. Assim, colocaram todos os países independentes perante a necessidade de encontrar novos instrumentos monetários globais, mecanismos de segurança de riscos, restaurar as normas do direito internacional e criar os seus próprios sistemas de segurança económica.

As sanções anti Rússia não reforçaram, mas, pelo contrário, minaram o domínio global dos Estados Unidos e da UE, que o resto do mundo começou a tratar com desconfiança e apreensão. Aceleraram dramaticamente a transição para uma nova ordem económica mundial e a mudança do centro da economia mundial para o Sudeste Asiático.

A Rússia precisa de fazer frente aos Estados Unidos e à NATO no seu confronto, levando a nova ordem mundial à sua conclusão lógica, de modo a não ficar dividida entre eles e a China, que está a tornar-se irrevogavelmente.

Original aqui


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18 pensamentos sobre “Para aqueles que ainda não compreenderam

  1. OK, não tem muito a ver com o post, mas entretanto hoje no Guardian:

    https://www.theguardian.com/world/2022/may/04/brazil-lula-zelenskiy-blame-war

    Para os formatadinhos que acham que só os teóricos da conspiração é que andam a levantar o sobrolho com tanta informação inconsistente.
    Dizem no artigo “The remarks will probably raise eyebrows in the US and Europe”. Pois amigo Lula, junta-te ao clube. A água está morna e ainda vamos andar por aqui uns tempos…
    Em lado algum Lula, ou quem quer que seja, se coloca de lado algum. Aliás, a mensagem principal do Lula é a mesma tese que vem sendo defendida até aqui: é a falta de diálogo que está a fazer caminhar isto para o ponto irreversível (guerra nuclear?) e ambos os lados são culpados pela escalada das hostilidades. Ninguém vai sair a ganhar nesta guerra!
    Fico então a aguardar o habitual chorrilho de comentários idiotas.

  2. Para já, a última frase está incompleta, devia terminar “and China, which is irreversibly becoming the leader of the world economy”.
    Independentemente da falta de cuidado na publicação, leio o original em Inglês e não acredito !!! Então, foram os USA e a UE, por meio da NATO, mais a Ucrânia ( com os seus militants of the Armed Forces of Ukraine ) que resolveram
    empurrar o Kremlin para uma “Operação Militar Especial”, que está a desgastar as pobres forças russas ? Pelas alminhas, Senhor Sergey Glazyev e Senhor que assina como Estátua de Sal, não passem um atestado de imbecilidade nem ao Senhor Putin nem aos vossos leitores !!!!!!!!!!!!!!!!

    • Pois é, Sr. Amaral de Almeida. A pessoa que está por trás deste blogue e mais 2 o 3 fidelíssimos acólitos não têm feito outra coisa senão tentar passar um atestado de imbecilidade a quem ainda perde o seu tempo a vir aqui.
      Ainda há pouco, reli uma entrevista da Oriana Fallaci a Cunhal e este no fim rematava assim: “nunca vamos ter liberdades democráticas ou um Portugal social-democrata”. Isto foi em 1975. E tanto era o convencimento de que ia liderar infalivelmente o processo para nos impor uma nova canga que recomenda com todas as letras à jornalista para ela “ser bem clara nesse ponto”.
      Ontem como hoje, esta gente não abandona o seu posicionamento empedernido sobre o regime da sua afeição, ou, mais precisamente, da sua idolatria. É caso para, em retrospectiva, sentirmos dificuldade em conter a indignação.
      Tudo isto autoriza-me a concluir que o comunismo, tal como o fascismo, deixa de ser ideologia política porque se transforma em dogma como a religião e nem se dá conta da sua caducidade.
      Se pouco ou nada surpreende o que vem do PCP, já é intrigante o que se passa a nível pessoal com alguns intelectuais que se dizem ou se presumem da esquerda. Deixo de saber o que significa esta palavra no léxico político.
      Será que a pessoa que está por trás deste blogue julga que os portugueses são tapados?

      • Não acha não, minha senhora. Mas acha, sem sombra de dúvida, que a senhora é uma amante da ditadura, do pensamento único e do linchamento dos seus adversários políticos, a começar pelo PCP que não a deve deixar dormir porque o Dr. Cunhal lhe aparece nos pesadelos disfarçado de mafarrico. Nós somos tão democratas que até a si lhe aturamos a verborreia de pastorinha temerosa do “perigo vermelho”… 🙂 Termino com uma citação dos Evangelhos: “Pai, perdoai-lhe porque não sabe o que diz…”. Está perdoada, D. Odete.

    • a narrativa de glazyev, que até poderá ter algum fundo de verdade, é a cartilha que segue o ‘parapolulismo’, movimento que com o seu discurso especioso de “paz, paz…” fica cego e insensível às atrocidades que, “lá e agora”, se vão cometendo em nome de desnazificações e outros quejandos. o que interessa é abater “natos e companhia”, e depois logo se vê…

    • É claro que não. Os russos, encabeçados pelo anticristo Putin, querem dominar o mundo porque são saudosistas da URSS. Têm prazer em destruir hospitais e escolas para tentar matar o máximo de mulheres e crianças possível. São estúpidos que nem pneus de camião porque dão todas as razões e mais algumas para a “comunidade internacional” se unir em torno da destruição total da Rússia, seja militarmente ou através do cancelamento da sua cultura e representação mundial, até no desporto.

      Vejam só que o seu ímpeto expancionista é tão exacerbado que têm cerca de 800 bases militares espalhadas por todo o planeta, têm atacado e ocupado países soberanos (sob uma capa de operações humanitárias), dominando os seus recursos, principalmente hidrocarbonetos…

      Ah, desculpem, enganei-me, isso são os do lado dos bons, de onde vem toda a informação fidedigna:
      The good old US of A

      Nunca esperei ver subserviência tão reles e (intencionalmente) tão ignorante.

    • Para ser propaganda teria de ser inteligente, e é de uma extrema imbecilidade. O escriba parte do princípio que os leitores ou são burros ou fanáticos. O escriba demonstra ser, ele próprio, burro que nem uma porta !

      • Tomaras tu teres este currículo académico e político. Toma lá, é de borla: 🙂

        Sergey Glazyev nasceu em 1961 em Zaporozhye na República Socialista Soviética da Ucrânia. É um político e economista membro do Conselho Nacional Financeiro do Banco da Rússia (de que é bastante crítico quanto às suas orientações liberais), é membro da Academia das Ciências da Rússia, foi conselheiro do presidente Putin de 2012 a 2019 e, desde 2021, faz parte do corpo executivo da Comissão Económica Euroasiática como comissário para a integração macroeconómica.

        • Glazyev tapes
          In 2016 Ukraine’s Prosecutor General published wiretaps of telephone calls between Glazyev and a number of people in Ukraine directly involved in organizing pro-Russian mass riots in Odessa, Kharkiv and other cities in 2014. In the call Glazyev gives instructions on how to increase the impact of these riots and turn them into occupation of administration buildings as well as gives instructions on receiving funding. He also instructs Sergey Aksyonov on how the Crimean referendum should be formulated.[17][18]

          Specially trained people should knock out “Banderovtsy” (Neo-Nazis) from the building council, and then they should arrange the meeting of the regional state administration, gather executive authorities. (…) It is very important for us the Regional State Administration to gather now. And for this it must be provided, as it was done in Kharkiv – in Kharkiv people came into [the regional administration] threw all “Banderovtsy” out, found the ammunition depot, now engage its disposal and will gather Regional State Administration and will also appeal to our President.

          In the intercepts Glazyev makes it clear that the riots and protests must look as if they were grassroots and inspired by local residents in spite of the fact that large part of funding for the pro-Russian militants came from Russia. Further investigation also demonstrated significant involvement of Glazyev into the events that led to the tragedy in Odessa on 2 May 2014.[19]

          Konstantin Zatulin: That’s the main story. I want to say about other regions – we have financed Kharkiv, financed Odesa. (…)

          Sergey Glazyev: So, you paid.

          Konstantin Zatulin: Well, there are small sums of 2 thousands, 3 thousands, like these. I have 4 requests signed by Chalyi for 50 thousand.

          Sergey Glazyev: Then you have to make a cost estimate, I will give it to those, let them work on the estimate.

          In a 2016 Konstantin Zatulin gave an interview for Russian Radio Business FM in which he confirmed that the calls indeed took place, only noting that the recordings were “taken out of context”.[20]

          • Só me confirmas que o homem tem um grande currículo, ainda que, em montagem de “golpes” não chegue ainda aos predicados da Victoria Nuland. Logo, o teu comentário foi um enorme tiro no pé. Não tinhas ideia de quem era o tipo… 🙂

  3. adoro como os sicofantas da NATO continuam a insistir que personagens como o lulaou o papa francisco são agentes do kremlin e que só eles, os sicofantas, é que percebem de politica internacional e geoestratégia sendo todos os outros burros!
    nem em casa deles mandam quanto mais. hilariante

  4. Começa a perceber-se que a conversa de Trump sobre o que se estava a passar na Ucrânia no tempo em que ele foi presidente, não eram fake.news…

  5. Sem comentário porque o que acabo de ler não tem ponta por onde se lhe pegue. Até há bem pouco a Estátua de Sal era um espaço à esquerda. Ultimamente reproduz artigos onde só falta dizer que Rússia é o sol da terra…..

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