(Alfredo Barroso, in Facebook, 16/04/2021)

Atenção! Eu quero que a doutora Peralta vá chamar ‘corrupto’ a outro, que não eu, lá porque decidiu confessar, publicamente, que também ela é ‘corrupta’ (risos)!
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Sinceramente, não compreendo a razão porque só agora, com o ‘caso’ de José Sócrates, ex-chefe de um Governo PS, é que se escrevem textos tão lancinantes sobre a corrupção, mas não na altura – não direi dos famosos ‘jipes agrícolas’ do ‘cavaquismo’ (risos) – mas na altura em que saltaram à nossa vista os ‘casos’ de corrupção (ou ‘suspeitas’ dela) bem mais graves, como os dos bancos BCP, BPN, BES, BPP, BANIF, ou os dos célebres submarinos para a Armada Portuguesa, dos sobreiros abatidos em nome do turismo, das famosas pequenas quantias depositadas tantas vezes por um tal Jacinto Leite Capelo Rego, da ‘Tecnoforma’ e outras grandes vigarices cujas suspeitas recaíam todas, mas mesmo todas, sobre malta do PPD-PSD e malta do CDS-PP, que acabou por se ‘safar’, bem ‘safada’, quando tudo parecia ser ‘a da Joana’ (risos), essa santa milagreira que terá posto a Justiça lusitana na ordem…
Mas que raio de bicho é que mordeu a doutora Peralta, a Dr.ª Ana Gomes, o Dr. Fernando Medina e outras doutoras e doutores que se puseram a gastar tinta e latim a ferrar o dente no juiz Ivo Rosa (o seu colega Carlos Alexandre é que é um ‘herói’!) e no Eng.º José Sócrates, ignorando supinamente os autênticos baldes de lixo, de porcaria e etc., cujas suspeitas recaíam todas sobre ‘gajos’ e ‘gajas’ da direita?
Na lógica desta bizarra doutora Suzana Peralta, “Portugal é corrupto”, logo: todas e todos os ‘tugas’ são corruptos, logo: todo o mundo é corrupto dado que Portugal pertence ao mundo, além de ter dado ‘novos mundos ao mundo’ (não se esqueçam!)…
Eu me espanto, me surpreendo, me engalfinho, me torço todo de riso…
Campo d’Ourique, 16 de Abril de 2021
É obvio que esta senhora e outras(os) fazem parte de um grupo social que entende que o país, incluídos eles por razões de piedosa modéstia, é gerido por incompetentes e corruptos. Tal discurso serve sobretudo para enfraquecer as instituições democráticas, expondo-as a uma maior influência dos poderes económicos, servidos por uma comunicação social que a isso se presta, cada vez a mais baixo preço. E qual o modelo que preconizam para sair desta situação? Lá vem o estafado estado de direito, a que nem sequer juntam o qualificativo democrático por razões lhes são próprias, tão apregoado e defendido no tempo da ditadura e que tão boas recordações deixou a alguns, em especial a monopólios defendidos da concorrência com leis talvez capazes até de dispensar o que hoje é entendido como corrupção e lobbying. (Para mim, não tão boas, dum tempo em que se prendia para “investigar”, julgado que fui e condenado num tribunal então dito plenário, de juízes de direito que continuaram ao serviço mesmo depois do 25 de Abril, e que chegaram a integrar a Relação.) Escorado com um sistema judicial que continua a abominar o princípio democrático e um sistema regulatório recente mas hipertrofiado. E mais capacidade de interferência por umas obscuras instâncias europeias, que vão adquirindo cada vez mais poderes para se sobreporem a decisões nacionais de Governos legitimados pelo voto. Por mim, podem emigrar. E se ficarem por cá, podem começar a utilizar cilícios e outros apetrechos adequados à sua condição de confessos corruptos, arrependidos ou em vias de o ser; como o Sr. Ventura…
Bem dito!
Que nojo!
Nota. Deve ser difícil para o Eduardo Barroso ter percebido que, há vinte ou quinze ou uma dezena de anos, deixou de ser levado a sério naquilo que é verdadeiramente importante.