PSD aguenta desgaste

(VÍTOR MATOS E MARIANA LIMA CUNHA, in Expresso Diário, 14/09/2018)

Nem o PSD desce nem o PS sobe. Nem Rui Rio aparece desgasta

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do na sondagem com as polémicas de verão nem António Costa descola em direção à maioria absoluta. Os resultados do estudo da Eurosondagem Expresso/SIC registam que não há variações assinaláveis nas intenções de voto em relação ao inquérito realizado há dois meses (PS com uma subida de um ponto percentual e PSD a cair 0,7%). Agora, o PSD sobe ligeiramente — 0,2%, ou seja, na prática mantém-se — e o PS perde 0,6% pontos percentuais entre os inquiridos.

No tempo que passou entre a última sondagem e esta, não faltaram temas políticos que abanassem os partidos e os seus líderes – embora, aparentemente, isto não tenha afetado as opiniões do eleitorado.

Monchique ardeu e as declarações de Costa sobre a resposta ao incêndio – o primeiro-ministro disse que esta foi a “exceção que confirma a regra do sucesso” do combate aos fogos – provocaram indignação.

Foi revelada a intenção do bloquista Ricardo Robles de vender um prédio por 5,7 milhões de euros, tendo-o comprado por apenas 347 mil euros, o que acabou por provocar a demissão do vereador em Lisboa e por se tornar um caso que se arrastou durante semanas.

Houve críticas ao Governo por causa da medida com que decidiu reentrar no ano político, a proposta de redução em 50% do IRS para emigrantes que queiram regressar a Portugal.

E houve perguntas sobre o paradeiro de Rui Rio, que tirou um mês de férias completo e durante esse tempo não fez declarações sobre nada disto.

Foto Ana Baião

FOTO ANA BAIÃO

A conclusão de um verão que não foi propriamente uma silly season é que PS e PSD praticamente não mexeram e que, mesmo em relação aos outros partidos, as oscilações não são assinaláveis, o que pressupõe que, se as eleições fossem hoje, o PS precisaria de pelo menos de um parceiro para governar.

O BE, que com o caso Robles marcou a agenda política durante vários dias, provocando reações em todos os partidos, não sai neste inquérito beliscado pela polémica.

Do outro lado do espetro, o CDS voltou de férias a todo o gás, com propostas para várias áreas e uma rentrée entusiástica, mas até ver sem retorno: a ambição de Assunção Cristas não se traduz, para já, numa subida significativa nas sondagens.

A popularidade dos líderes também continua estável, com Marcelo Rebelo de Sousa ultrapopular como sempre, António Costa bem posicionado e Rui Rio com uma quebra muito ligeira, que pode querer dizer que o eleitorado não valoriza assim tanto as polémicas internas em que tem estado envolvido nos últimos meses. Aparentemente, tudo como dantes.


FICHA TÉCNICA

Estudo de Opinião efetuado pela Eurosondagem S.A. para o Expresso e SIC, de 5 a 12 de Setembro de 2018. Entrevistas telefónicas, realizadas por entrevistadores selecionados e supervisionados. O Universo é a população com 18 anos ou mais, residente em Portugal Continental e habitando em lares com telefone da rede fixa. A amostra foi estratificada por Região (Norte – 19,8%; A.M. do Porto – 14,2%; Centro – 29,2%; A.M. de Lisboa – 26,8%; Sul – 10,0%), num total de 1.008 entrevistas validadas. Foram efetuadas 1.170 tentativas de entrevistas e, destas, 162 (13,8%) não aceitaram colaborar Estudo de Opinião. A escolha do lar foi aleatória nas listas telefónicas e o entrevistado, em cada agregado familiar, o elemento que fez anos há menos tempo, e desta forma aleatória resultou, em termos de sexo, (Feminino – 51,6%;0 Masculino – 48,4%) e, no que concerne à faixa etária, (dos 18 aos 30 anos – 16,8%; dos 31 aos 59 – 51,6%; com 60 anos ou mais – 31,6%). O erro máximo da Amostra é de 3,09%, para um grau de probabilidade de 95,0%. Um exemplar deste Estudo de Opinião está depositado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

4 pensamentos sobre “PSD aguenta desgaste

  1. (1) MANIPULAÇÃO DA IMPRENSA:

    “intenção do bloquista Ricardo Robles de vender um prédio por 5,7 milhões de euros, tendo-o comprado por apenas 347 mil euros”

    Começo com o óbvio: sim, Robles teve uma prática pessoal incoerente com o seu discurso político. Mas nada mais! Nunca se refere que comprou em leilão da Segurança Social um prédio completamente degradado, que as obras reabilitaram o edifício e portanto não seria abrangido pela tal “taxa robles”, que os inquilinos que lá moravam e que podiam ter sido despejados, pelo contrário ficaram com um contrato de 10 anos a 180 €/mês, que só havia mais uma fração em uso pelo dono de um café, que entre continuar aberto ou reformar-se, preferiu a 2ª opção rejeitando uma renda que passava apenas de 270 para 400 €/mês (muitíssimo abaixo do valor de mercado). Se todos “especulassem” assim, não haveria qualquer problema de habitação, de rendas excessivas, nem de despejos!!!
    Mas vejam o que a “imprensa” se esforçou para dar, infelizmente com sucesso, a entender o contrário…

    (2) O HISTORIAL DA EUROSONDAGEM vs REALIDADE:

    Agora dão 8,0% ao BE, mas eu relembro que nas eleições de 4-Outubro-2015 o BE teve 10,2%, no entanto a Eurosondagem feita DIAS antes (publicada a 29-Setembro-2015), dava apenas 6,7% ao BE.
    Ou seja, a Eurosondagem tem um historial em que nos garante 95% de certeza e 3% de margem de erro, no entanto com o BE tem mostrado um desacerto fora dessa certeza, e com erro superior ao anunciado.
    A isto não é alheio o facto da Eurosondagem se basear muito nos historial passado para escolher os inquiridos, e tratar os dados, e que esso método os afasta da realidade mais atual. Prova disto é que 6 dias antes (26-Setembro-2015) dava apenas 5,0% ao BE, ou seja, meros 11 dias antes errou o resultado eleitoral do BE em 104%. Eu repito, CENTO E QUATRO POR CENTO DE ERRO!!!

    (3) MANIPULAÇÃO DA SONDAGEM FEITA PELO EXPRESSO:

    Insinuar (pela referência que se faz) que a alegada descida do BE se deu devido ao caso Robles, é no mínimo desonestidade intelectual, e no máximo uma manipulação propositada da opinião de quem lê este pasquim de rumores nunca confirmados e propaganda do PPE (PSD/CDS).
    Basta ver sondagens anteriores, em que em 14-Março-2018, a Eurosondagem deu apenas 7,7% ao BE. Ora, como eu não sou vigarista como quem escreve neste pasquim, e tenho como princípio manter sempre uma postura de honestidade intelectual, concluo que o BE não desceu nem subiu, e que os seus resultados, segundo esta empresa e método de sondagem, têm oscilado em torno dos 8% ao longo de 2018, mais décimas, menos décimas, sempre bem dentro da margem de erro, logo impossível de discernir qualquer tendência, logo impossível de insinuar qualquer impacto do caso Robles.

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