(Por Joseph Praetorius, in Facebook, 02/10/2017)
Uma ronda pela imprensa conservadora e espanholista sedeada em Madrid, dá bem conta da crise de convicções gerada pela impossibilidade de apoiar a acção criminosa de Rajoy.
Até os conservadores se perguntam: – se o referendum não existia, para quê intervir assim?
Porque o que estava em causa não era e não podia ser o direito ou o legalismo. Isso oporia, como sempre e apenas, os juristas das liberdades aos juristas das proibições, ante o papaguear teatral dos idiotas das minutas na Procuradoria (ou fiscalia) de idiotas.
O que estava em causa, o que está em causa, é a mentalidade.
Essa coisa realmente imunda que fez um polícia castelhano atirar uma mulher uma mulher catalã pela escada abaixo e, caída esta no chão, saltar-lhe em cima, com equipamento anti-motim, a pés juntos e com balanço – sem que consigamos ver se a pobre mulher foi atingida no abdómen, ou no tórax – conduta que não pode deixar de valer como homicídio na forma tentada. O que estava em causa era esta provocação soez, que feriu mais de novecentas pessoas absolutamente pacíficas e que nenhum gesto fizeram de reacção violenta, nem em auto-defesa, como certamente se pretendia, talvez para haver pretexto para as matar.
O que está em causa é – como lhe chamou e bem o homem do Podemos – o critério de um doente mental, corrupto e incendiário. E mais um reizinho de opereta, incapaz de reagir como Comandante em Chefe diante dos abusos de uma força com competências, estatuto, equipamento e treino militar como a Guardia Civil.
O que está em causa também é – como ignorá-lo ? – a contenção e coragem generalizadas numa população politizada em altíssimo (e nobilíssimo) grau, que deixou às bestas as suas jaulas de bestas, aos criminosos o seu papel de criminosos, à vileza o destino ex terminus que lhe cabe.
Nem os conservadores espanhóis e espanholistas – independentemente da oposição à independência catalã – sabem o que dizer diante disto. Uma cronista no ABC fala mesmo em cegueira, recorrendo a citações desse escritor que os portugueses conservadores renegam – insultantemente – e os espanhóis tomam, honram e citam como seu: Saramago.
O óbvio da estupidez, rancor, cegueira e fascismo não precisa de comentários.
Enfim, é o capitalismo no seu melhor, como sempre o fez e vem fazendo desde há mais de 400 ano, e sempre que lhe seja util o continuará a fazer!…
Então onde está a admiração?!?!..
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo fervor?…
É que um fraco rei faz fraca a forte gente!…
Ó CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS!…
Ó DIREITOS (ainda que os mais elementares) HUMANOS (que sempre tão propalados são quando convém)!…
Não se ponha fim ao hediondo sistema capitalista e verão os que cá estarão quando chegar a hora até onde vai chegar o SER HUMANO!…
Entretanto, e até lá: os cães ladram e a caravana passa!…