(Por oxisdaquestao, in Blog oxisdaquestao, 04/01/2023)
Costa, como druida, a cozinhar a poção mágica da cee, a famosa bazuca da vonder lier. Marcelo, como Asterix a vigiar o que se passa com os fundos europeus e Mira Amaral a correr atrás dos javalis feito Obelix. A capa do i é sugestiva mas mal produzida ao nível da caricatura: foi da autoria de um desajeitado para o desenho. Na verdade só o amarelo se safa!
Para todos os que me lêem e seguem aqui ficam também os meus votos de Bom Ano Novo. Se não for pedir muito às divindades, melhor um pouco do que 2022. Pelo menos, tenhamos essa luz e essa esperança.
Deixo-vos abaixo um notável texto de Agustina Bessa Luís, sobre o Ano Novo, escrito há alguns anos mas que, hoje, com a guerra na Europa à nossa porta, tem uma redobrada acuidade.
(Estátua de Sal, 26/12/2022)
Eu desejaria que o Novo Ano trouxesse no ventre morte, peste e guerra. Morte à senilidade idealista e à retórica embalsamada; peste para um certo código cultural que age sobre os grupos e os transforma em colectividades emocionais; guerra à recuperação da personalidade duma cultura extinta que nada tem a ver com a cultura em si mesma.
Eu desejaria que o Novo Ano trouxesse nos braços a vida, a energia e a paz. Vida o suficientemente despersonalizada no caudal urbano para que os desvios individuais não sejam convite ao eterno controlo e expressão das pessoas; energia para desmascarar o sectarismo da sociedade secularizada em que o estado afectivo é mais forte do que a acção; paz para os homens de boa e de má vontade.
( Agustina Bessa-Luís, in ‘Caderno de Significados’, Guimarães Editora, 2013)
Para todos os que me lêem e seguem aqui ficam também os meus votos de Bom Ano novo. Se não for pedir muito às divindades, melhor um pouco do que 2021. Pelo menos, tenhamos essa luz e essa esperança.
Deixo-vos abaixo um notável texto de Agustina Bessa Luís, sobre o Ano Novo.
Eu desejaria que o Novo Ano trouxesse no ventre morte, peste e guerra. Morte à senilidade idealista e à retórica embalsamada; peste para um certo código cultural que age sobre os grupos e os transforma em colectividades emocionais; guerra à recuperação da personalidade duma cultura extinta que nada tem a ver com a cultura em si mesma.
Eu desejaria que o Novo Ano trouxesse nos braços a vida, a energia e a paz. Vida o suficientemente despersonalizada no caudal urbano para que os desvios individuais não sejam convite ao eterno controlo e expressão das pessoas; energia para desmascarar o sectarismo da sociedade secularizada em que o estado afectivo é mais forte do que a acção; paz para os homens de boa e de má vontade.
( Agustina Bessa-Luís, in ‘Caderno de Significados’, Guimarães Editora, 2013)