Comunicação social, arma da contra-revolução

(José Goulão, in AbrilAbril, 27/04/2024)

1.º de Maio em Lisboa, 1974. Créditos Gerald Bloncourt / O Castendo/Le blog de Gerald Bloncourt

Hoje, quando a comunicação social corporativa e afim, mesmo que em mãos públicas, aborda o 25 de Abril que a libertou, normalmente fá-lo segundo uma versão da revolução infectada pelo vírus de Novembro.


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Sempre que, ao longo das últimas décadas, somos confrontados com mais uma daquelas infindáveis decisões absurdas, quase sempre desumanas, que são próprias daquilo a chamam democracia liberal – outrora ocidental –, lembro-me amiúde das palavras do saudoso e inesquecível cantor-poeta antifascista José Mário Branco, quando ele, na sua desencantada mas ainda esperançosa «Chulinha», nos recorda: «Quando o mês de Novembro se vingou… Houve aqui alguém que se enganou».

Foi a vingança, o reviralho, como se diz na tradição política portuguesa; foram os enganos, mais propriamente as despudoradas mentiras, que trucidaram os ideais nobres do 25 de Abril de 1974 ao longo dos 50 anos que agora assinalamos.

Houve enganos nossos, é certo. Ou melhor, talvez ilusões desfeitas, uma confiança desmedida – compreensível depois dos anos de chumbo salazaristas – numa dinâmica avassaladora e imparável da democracia e do progresso social para recuperar tanto tempo perdido e sofrido.

Talvez não seja necessário chegar ao ponto de afirmar que o povo, correndo solto através dos caminhos abertos por Abril, foi vítima desse excesso de confiança, de uma euforia quantas vezes imprudente perante inimigos traiçoeiros, poderosos, com mil caras e séculos de experiência, total ausência de princípios e um assanhado desprezo pelas pessoas.

O povo, de facto, primeiro iludiu-se, enganou-se, não cuidou de se defender, ao mesmo tempo que avançava, expôs-se àquela espécie de inocência traiçoeira que lhe garantia um futuro melhor apenas por ter a razão, a justiça e a História ao seu lado.

O inimigo atacou forte por aí. A par da conspiração permanente nacional e internacional montou uma poderosíssima estratégia de engano, falsificação e mentira. Senhor de um poder sem fronteiras e suficientemente consolidado para o efeito, foi transformando a incompleta derrota de Abril em sucessivas vitórias, a primeira das quais em Novembro de 1975, o primeiro e decisivo passo da vingança contra a democracia.

Vingança contra uma democracia real que, para o ser, tem de ser antifascista. Ora, a democracia que temos não é antifascista, e não só por haver terroristas bombistas de 1975 reciclados em dignos deputados da República; mas, e sobretudo, porque o sistema a que chamam democracia liberal já nem se incomoda a disfarçar os instintos fascistas em gestos cada vez mais frequentes praticados por uma classe política concebida em Novembro desse ano para usurpar o poder do povo.

Houve realmente alguém que se enganou. Mas houve, principalmente, um povo deliberada e metodicamente enganado. A grande mentira que pesa sobre nós invoca o 25 de Abril contra o 25 de Abril, corrompe a democracia em nome da democracia e pode ufanar-se do seu maior feito: virar grande parte do povo contra o 25 de Abril original, aquele sistema social e político definido e posto em prática pelos militares revolucionários e logo então agarrado pelo povo como coisa sua. O 25 de Abril autêntico, que as gerações de hoje desconhecem.

O que resta de um país…

Avaliar a envergadura da mistificação nada tem de abstracto. Um olhar sobre o Portugal de hoje revela o pouco que resta de um país sonhado naqueles dias entre 25 de Abril de 1974 e 25 de Novembro de 1975. Um período vibrante, criativo, patriótico, solidário, difamado por narrativas obscenas transformadas em história oficial por uma classe política venal, estrangeirada – apátrida, mesmo – e sempre tendencialmente corrupta; e uma comunicação social assente na mentira, na manipulação dos factos, no controlo da opinião pública e mestre na arte de anestesiar os cidadãos. Convergindo ambas num regime de democracia adulterada que não admite alternativa, cada vez mais diaboliza o contraditório e que, com o afã de explicar às novas gerações um 25 de Abril que nega e calunia a realidade do 25 de Abril, encoraja a ascensão gradual e metódica do velho e novo fascismo; enquanto persegue sem pudor, e sem limites, as forças consequentemente antifascistas com uma sanha que o próprio Salazar não desdenharia.

Do longo combate ao espírito real do 25 de Abril e às transformações sociais alcançadas nos quase 600 dias de revolução resta hoje uma entidade nominalmente designada Portugal, um protectorado da União Europeia impedido de utilizar ferramentas de governação indispensáveis a um Estado independente; um apêndice da aterradora máquina de guerra expansionista do império; um minúsculo território a que a partilha de interesses da oligarquia transnacional que exerce o poder no chamado mundo ocidental atribuiu o papel de reserva turística – depois de destruído e vendido praticamente todo o património produtivo do país.

Houve aqui alguém que nos enganou, a mesma casta que hoje nos governa e que, nos idos de Novembro de 1975, logo se apressou a exigir o regresso dos militares aos quartéis uma vez consumado o golpe, tratando o MFA e o Conselho da Revolução como excrescências incompatíveis com o modelo de regime, dito democrático, que pretendia instaurar – e instaurou.

Uma casta que se autodenominou classe política, que usa e abusa do espaço de liberdade de actuação que lhe foi aberto pela coragem antifascista dos militares revolucionários – e que nunca teria ousado dar o corpo ao manifesto para derrubar o salazarismo. Pelo contrário, na sua concepção, na actuação conspirativa e golpista foi mais um instrumento da CIA, com os indispensáveis colaboracionistas e agentes internos, naquela que terá sido uma das primeiras e mais bem conseguidas revoluções coloridas do império.

O êxito alcançado como que entranhou o espírito golpista no tecido da hoje chamada «democracia liberal» e do qual tivemos recentemente dois exemplos, apenas com dois anos de intervalo, através de uma mistela envenenada amalgamando o aparelho judicial e órgãos de poder, com destaque para o chefe de Estado. Manobras que culminaram na realização de duas eleições gerais, inquinadas desde a origem, que instalaram a direita ultramontana no governo e catapultaram mais de 60 fascistas retintos para o Parlamento – contando com os que ainda permanecem acoitados no PSD e no CDS. Não, não é possível detectar qualquer vislumbre de inocência nos autores destes procedimentos.

Um produto tóxico

Neste contexto de golpismo e viciação dos mecanismos democráticos ao longo de quase 49 anos podemos e devemos escalpelizar a comunicação social actual, a herdeira directa dos meios que conspiraram activamente contra a revolução, deram asas à propaganda perversa e às trapaças políticas que consolidaram o golpe de Novembro. Meios sempre e sempre mais eficazes e que hoje cultivam o ambiente de subserviência à NATO e à União Europeia, o militarismo, o branqueamento dos fascismos, como o nazismo ucraniano e o sionismo, o totalitarismo económico e financeiro neoliberal, a restrição dos espaços de opinião, de liberdade cultural e de escolha política.

Muitos competentes, corajosos e generosos jornalistas da imprensa, rádio e televisão lutaram heroicamente contra a censura salazarista, enfrentaram o regime e alguns passaram pelas câmaras de tortura e pelas celas da ditadura. Ora o que observamos no jornalismo dominante actualmente é a cumplicidade com novos métodos censórios, cada vez mais sofisticados; a promiscuidade com a classe política e os centros de poder; a subserviência provinciana perante a doutrinação da NATO e da União Europeia; a incapacidade – ou ausência total de vontade – para desmontar a hipocrisia comportamental da chamada civilização ocidental, sobretudo quando esta procede de maneira absolutamente contraditória em relação aos valores humanistas de que se apropriou unicamente para efeitos de propaganda.

O jornalismo dominante e os meios de comunicação frequentados pela esmagadora maioria da população portuguesa e do espaço ocidental trocaram a informação pela propaganda, a paz pela guerra e o militarismo, a democracia pelo totalitarismo neoliberal, o primado da lei pelas regras avulsas e arbitrárias emitidas de Washington, o pluralismo pela opinião única, o diálogo pela arrogância, o esclarecimento pelos comentários unanimistas, viciados e multiplicados por gente impreparada, culturalmente indigente, avençada por organizações conspirativas, serviços secretos e sistemas transnacionais de poder.

A resultante deste processo é um produto tóxico multifacetado que dilui as capacidades críticas dos cidadãos, mina o seu processo de reflexão sobre a sociedade em que se inserem, anestesia a sua vontade de contestar, induzindo-os a viver numa espécie de realidade paralela como seres hipnotizados e amorfos – em suma, um rebanho.

Ernest Bevin foi um chefe trabalhista britânico, ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro nos primeiros anos do pós-guerra.

Bevin, como trabalhista, era um feroz anticomunista, segundo os seus biógrafos; e ficou na História como um dos mais entusiastas e empenhados fundadores da NATO. Foi um dos 12 subscritores do Pacto do Atlântico em 1949.

Recordo a figura de Ernest Bevin porque, sendo um atlantista da mais rija cepa, tinha um pensamento político abrangente muito interessante e significativo que, explanado há mais de 75 anos, hoje é tão actual como então. Dizia este progenitor da NATO que «o preço da liberdade é a eterna vigilância». Note-se que ele fala da nossa «liberdade» actual e não podemos deixar de admirar a sua franqueza e, sobretudo, a sua premonição. Ou então, nesta espécie de democracia há coisas que nunca mudam.

«Divertir, entreter, enganar»

Bevin também conhecia a fundo o potencial e os objectivos reservados à comunicação nos ambientes e regimes políticos tutelados pela NATO e outras instâncias de concentração imperialista. Segundo ele, «um jornal tem três tarefas: “uma é divertir, outra é entreter, o resto é enganar”».

É justo que consideremos admirável a perspicácia deste dirigente britânico ao conseguir antever, a uma distância de três quartos de século, a realidade em que hoje vivemos.

Ao jornal podemos acrescentar a rádio, a televisão e a multiplicidade de canais da comunicação dominante, incluindo a internet; e depois submeter esta amálgama às mais apuradas doutrinas de propaganda (Goebbels parece hoje um prosaico amador) e às mais sofisticadas capacidades tecnológicas. Teremos então a visão de Ernest Bevin exponencialmente projectada para patamares estratosféricos de indigência, estupidificação e aldrabice através dos veículos da comunicação social corporativa globalista.

Se todos recordarmos aqui – e basta fazê-lo superficialmente – o comportamento dos canais privados de televisão, ficaremos mais impressionados ainda com o talento visionário de um dos pais fundadores da NATO. «Divertir» é estupidificar, alienar, esvaziar qualquer conteúdo de referências culturais formativas e esclarecedoras; «entreter», da maneira como esses meios o fazem, é o método para formatar cidadãos alheados, passivos, agarrados ao acessório de vidas que não são as suas enquanto se conformam com as próprias existências, mergulhados numa inércia que os impede de combater por melhores condições e pela afirmação de direitos; «enganar», enfim, é o objectivo primeiro e último: os espaços ditos de informação são os cenários privilegiados de mentira, convenientes omissões, comentários à la carte e mistificações para aperfeiçoar uma opinião única, apurá-la o mais possível de acordo com a cartilha do fascismo económico neoliberal, antecâmara de uma qualquer das mil e uma caras do fascismo político – snobe, trauliteiro ou sonso e de falinhas mansas.

A existência de televisões privadas e a adaptação da televisão pública ao espírito «privado», ou seja, a sua transformação num instrumento de poder do bloco que teóricos fascistas da nossa praça designam como «arco da governação», foi, desde sempre, uma arma de guerra da dinastia novembrista lusitana.

O processo desenvolveu-se paralelamente ao assalto aos meios de comunicação públicos pelas clientelas dos partidos governantes, seguido da privatização, em saldos de feira da ladra, à maneira cavaquista, de todos os jornais então em mãos estatais. Esta metodologia assente em benevolentes e viciadas quermesses paroquiais funcionou como forno crematório da quase totalidade dos títulos históricos da imprensa portuguesa, incluindo vários que se tinham mantido privados: O Século, República, A Capital, Diário Popular, Diário de Lisboa. Diário de Notícias e Jornal de Notícias sobreviveram, se bem que, no caso do matutino lisboeta, seja difícil chamar sobrevivência àquele estado vegetativo.

O Diário: um acto brutal e um exemplo

Não posso deixar de abordar aqui o assassínio premeditado do jornal o diário, o único órgão dissonante da doutrina do regime, a voz isolada que refletia os interesses e direitos das camadas mais desfavorecidas da população. Tal como no caso do jornal República, gerido com um alarido que chegou até à agenda de uma cimeira da NATO, o diário foi vítima de uma conspiração com ramificações internas associadas ao soarismo, um takeover não consumado mas que teve como consequência a inviabilização e extinção do jornal. Um acto brutal de censura, um atentado sem quaisquer escrúpulos contra as liberdades por parte de um poder que, decididamente, se dá mal com a diversidade, o pluralismo de opinião e as práticas antifascistas. Sem me alongar nos pormenores de uma história escabrosa que ainda está por contar, recordo apenas que duas das personagens mais envolvidas no processo, uma como colaborador influente e outra como administrador principal da empresa proprietária de o diário, foram pouco depois promovidas a ministros com pastas muito relevantes, respectivamente, nos governos socialistas de António Guterres e José Sócrates: Joaquim Pina Moura, ministro das Finanças e da Economia; Mário Lino, ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações.

No panorama da imprensa nasceram entretanto, e sobrevivem, ainda que com dinâmicas opostas, o tablóide Correio da Manhã e o presunçoso diário snobe da classe média Público, variantes da mesma propaganda doutrinária neoliberal e que assentam naquela ficção oriunda do reino do fantástico segundo a qual os jornais que são propriedade de oligarquias podem ser independentes e refletir interesses contrários aos dos proprietários.

Quanto aos grupos proprietários de canais privados de televisão é relevante notar que são controlados por interesses associados a mecanismos de poder imperiais, entre eles a mais conhecida seita do poder conspirativo globalista, o Grupo de Bilderberg.

A perda de influência dos jornalistas

Nestes ambientes, a influência e as qualidades profissionais dos jornalistas tornaram-se quase irrelevantes, ainda que com incidências muitas vezes perversas ao nível das hierarquias e das chefias, que aceitam executar tarefas censórias contra as quais tantos colegas de há meio século lutaram e se sacrificaram.

Ao mesmo tempo, os profissionais da informação permitiram que as suas associações de classe perdessem poder e que os mecanismos constitucionais de intervenção postos ao seu dispor pela Revolução de 25 de Abril, nomeadamente as Comissões de Trabalhadores e os Conselhos de Redacção, quase morressem de inanição.

Hoje, quando a comunicação social corporativa e afim, mesmo que em mãos públicas, aborda o 25 de Abril que a libertou, normalmente fá-lo segundo uma versão da revolução infectada pelo vírus de Novembro, o mesmo que contribuiu para a transformar num instrumento degenerado ao serviço de um sistema de poder autoritário absolutamente incompatibilizado com o antifascismo e as liberdades de informação e de opinião.

As gerações dos portugueses que não eram nascidos em 1974 só perceberão verdadeiramente o que é a liberdade de opinião, de informar e ser informado quando puderem conhecer – e viver – o que na realidade foi a Revolução de 25 de Abril desse ano glorioso.

Intervenção proferida na conferência «50 anos do 25 de Abril – democracia, paz e liberdade – fascismo nunca mais», promovida pela URAP – União de Resistentes Antifascistas Portugueses em 26 de Abril de 2024.

Fonte aqui.


3 pensamentos sobre “Comunicação social, arma da contra-revolução

  1. Penso que estamos a caminho do fascismo.

    Posso concluir que esta deriva para a criminalização excessiva da vida política é um sinal flagrante do colapso do neoliberalismo …

    Portugal está a caminho de uma guerra civil. Há aqueles que a esquerda qualifica de fascistas e aqueles que a direita qualifica de wokistas. Há os que querem mais Europa e os que já não querem. Portugal não tem petróleo, não tem gás, não tem terras raras. Não há nada em termos de recursos energéticos. Temos uma escolha entre salvar os Estados Unidos ou juntarmo-nos aos BRICS. Curiosamente, ninguém está a falar disso. Preferem dizer que os Portugueses são racistas, anti-semitas, homofóbicos e outras mentiras. Portugal não tem recursos energéticos, e isso é o pior, mas não digam ao povo. Deixem-nos matarem-se uns aos outros por causa da religião, da cor ou do azeite.

    Vejo todos os meios de comunicação social, tanto da direita como da esquerda. O tribalismo de ambos os lados, os exageros, a falta de dúvida e de autocrítica, onde todos se indignam com as posições contrárias, qualificando-as de fantasias e planos mortíferos, e felicitando-se por estarem necessariamente do lado certo, é aterrador.

    Esta injustiça que consiste em violar as liberdades de expressão e de opinião é muito grave. Sugere que os promotores destas restrições são fracos. Têm medo de que o poder das massas se sobreponha a eles. Têm motivos para se censurarem e querem a todo o custo evitar que as suas injustiças se tornem do conhecimento público. O facto de amordaçar ou censurar alguém não elimina uma ideia.

    Estamos perante classes dominantes radicalizadas que testam constantemente os limites do possível, e o contexto atual dá-lhes asas,neste período negro, em que todos os valores fundamentais do nosso país foram alegremente espezinhados, destruindo a economia.

    O fascismo existia muito antes disso. Vinha da ala esquerda. Hoje, vem do extremo centro. A história repete-se, os actores mudam, não há ninguém suficientemente inteligente para deixar os adversários exprimirem-se… Há sempre um idiota que diz “temos de amordaçar quem não pensa como nós”.

    A confusão entre liberalismo económico e liberalismo filosófico. foi o que manteve a chamada esquerda e a direita governamental no poder durante anos.

    Penso que Portugal está confrontado com uma dupla crise: a crise do capitalismo na sua forma actual, que eleva o nível de desigualdade para o do século XIX, com os riscos de revolta que daí advêm, MAS TAMBÉM uma perda definitiva de influência no seu antigo império.
    Estas duas crises reforçam-se mutuamente, criando dificuldades às classes dominantes, que se apoiam na violência do Estado para manter o SEU VELHO MUNDO, que, de qualquer modo, não sobreviverá ao problema climático.

    É precisamente o declínio do capitalismo que está na origem destas injustiças. Os oligarcas estão a resistir querendo usar a força para manter o seu sistema.

    Este é o problema principal,a crise global do capitalismo, em que os vários blocos – EUA, UE, Rússia, China, etc. – se combatem mutuamente através de guerras, da destruição dos sistemas sociais, da sobre-exploração e do desemprego em massa. O resto é diversão ideológica. Os oligarcas não querem saber das variações do capitalismo de Estado! Enquanto o lucro for a medida de toda a atividade, o deslizamento para o abismo continuará.

    Hannah Arendt “Os seres humanos nunca devem parar de pensar. É o único baluarte contra a barbárie”.

    Nelson Mandela, que na altura foi classificado como terrorista, tal como os resistentes contra os nazis, disse ele próprio: “É sempre o opressor, e não o oprimido, que determina a forma da luta. Se o opressor usa a violência, o oprimido não tem outra hipótese senão responder com violência. No nosso caso, foi apenas uma forma de auto-defesa”. Nelson Mandela – 1918-2013 – Um longo caminho para a liberdade, 1996
    “Quando a injustiça se torna lei, a resistência torna-se um dever” -Thomas Jefferson Citação de protesto.

    O fascismo já está no ar, assim como o politicamente correto, por isso não vale a pena falar de coisas que irritam as pessoas, como a imigração descontrolada, ou acabamos por parecer nazis. Os Portugueses não são racistas, só que o modelo que se lhes abre é um reino de insegurança. Os que estão à direita da esquerda, garanto-vos que são apoiados pelo governo e por todos os movimentos pró-europeus que juram um outro modelo de sociedade, sem pedir a opinião dos concidadãos! E apresentam-se como os bons da fita, que sabem o que é melhor para todos os nossos concidadãos! Os argumentos e os pontos de vista podem ser vistos em direções opostas. Não são os únicos a ter o monopólio do coração…

    Não existe soberania nacional coexistindo com soberania europeia.
    A soberania é como a liberdade, não se pode dividir. Não existe meia soberania, três quartos ou 99,9% de soberania ou de liberdade. Ou se é livre ou não se é, tal como ou se é soberanista ou não se é.

    Em 2027, o fim de um ciclo monetário que começou há 53 anos,
    A história, o futuro e o fim das moedas de papel.

    A história, o futuro e o fim do papel-moeda… Este ciclo permitiu à oligarquia sugar as riquezas do mundo, assumir um poder cada vez mais totalitário e escravizar os povos e as nações através do dinheiro endividado.
    O sobre-endividamento das nações levará ao seu colapso, em benefício de organizações centralizadas como a União Europeia, a ONU, a OMS, etc., cujos líderes não eleitos fazem o que lhes apetece, com líderes nacionais , apenas para servir a sopa a nível local e a fazer-se odiar.
    Todos os grandes bancos centrais anunciaram a introdução de criptomoedas centralizadas, o instrumento de sonho da oligarquia, porque lhes permitirá controlar todas as transações e, portanto, todos os indivíduos, especialmente aqueles que são um pouco conspiratórios, anti-vacinas, realistas em relação ao clima ou simplesmente críticos da oligarquia.
    Em 2027, o BCE planeia lançar o seu CBDC (Central Bank Digital Currency), prometendo continuar a usar dinheiro vivo… Para melhor vender a sua diabólica moeda digital.
    Uma vez que a CBDC esteja a funcionar, o dinheiro é proibido.

    Mas mesmo com toda a vaselina que nos vão pôr em cima, não pensem que esta transição vai ser suave… As nossas mentes querem acreditar numa transição suave, porque a outra alternativa é violenta e traumática… Mas se olharmos a realidade de frente:
    O atual sistema de papel-moeda/dívida está matematicamente condenado ao colapso, e isso vai acontecer em breve,mesmo muito em breve!

    1. somos governados por psicopatas que querem reduzir a população mundial para a poderem controlar melhor, por isso querem roubar toda a gente, fazer guerras, criar fome e prender pessoas sob o pretexto do aquecimento global ou de vírus nojentos criados por eles próprios!

    2. A oligarquia está a anunciar abertamente o GRAND RESET, a passagem para as moedas digitais e a sua vontade de reduzir a população para “salvar o planeta”. Reduzir o CO2 significa reduzir o número de pessoas a respirar… E, para controlar a humanidade, o Fórum Económico Mundial anunciou “Não possuirás nada e serás feliz”, planeando assim a ruína da maioria e, portanto, a espoliação total…
    No entanto, esta oligarquia representa uma fração ínfima da população, e conduzir 8 mil milhões de pessoas ao matadouro exige uma certa destreza, uma grande capacidade de propaganda como no Covid, e o apoio das forças militares e policiais.

    3. O advento de robôs e drones,como a IA permitirá controlar as populações de forma cada vez mais eficaz e com menos pessoal, e as guerras actuais são uma excelente oportunidade para testar o equipamento.

    4. No entanto, o tempo está a esgotar-se para que a oligarquia concretize o seu projeto de controlo total,e para isso temos de compreender as bases do sistema em que vivemos, perceber contra quem estamos a jogar e quais são as regras do jogo.

    Portugal já não tem lugar nesta “Europa”, porque os seus interesses estão noutro lugar e fora desta prisão continental; as oportunidades a aproveitar amanhã estão em todo o lado menos no continente europeu…
    Se ainda estamos na “chamada democracia”, então o que a geração anterior fez desde Maastricht, uma nova geração pode desfazer. E quando conhecemos a verdadeira natureza da UE e a agenda obscura da oligarquia globalista que a dirige, a destruição desta instituição mortífera é evidente… Tudo o que resta é convencer as elites Portuguesas ou, caso contrário, substituí-las…

    DOIS MUNDOS QUE SE CHOCAM.
    A nossa civilização está a atravessar uma grave crise. Até agora, não havia oposição real entre o povo e a ideologia capitalista. De facto, nunca vimos um agricultor protestar contra os tractores. Correspondia a uma necessidade, por isso não havia disputa. O mesmo vale para o automóvel que trouxe um verdadeiro conforto ao utilizador e o torna autónomo para os seus movimentos.
    No entanto, inevitavelmente chega um momento em que a evolução do progresso já não corresponde às necessidades das pessoas. Existe um fosso entre, por um lado, o que as pessoas desejam e, por outro, aqueles que perseguem a lógica de uma teoria. O carro é um meio de viajar e um modelo hiper-sofisticado não traz nada para o motorista. O caixa que é substituído por um caixa automático perde o emprego.

    Então, chega um momento em que a ideologia capitalista não é mais aceita pelo povo. Simplesmente porque já não corresponde ao interesse do povo, mas contra ele. O objectivo do progresso científico já não é considerado como um meio que traz conforto ao homem, mas como uma espécie de religião à qual ele deve submeter-se. Assim, o homem torna-se escravo do progresso.
    Enquanto o povo estiver disposto, o regime democrático não coloca problemas. Os líderes não precisam de mentir, pois têm o apoio do povo. Por outro lado, se ele não aceita mais a teoria porque ela não segue seu caminho, o governo é forçado a usar mentiras, condicionamento, manipulação e opressão para se impor.
    Como resultado, estamos a lidar com governantes que se dão a aparência de uma democracia, mas que de facto não o São.

    Há duas opções de política: ou, consideramos que o objectivo é garantir que todos possam viver felizes, na medida do possível. Estamos numa democracia. Ou partimos de uma teoria considerada como um ideal e impomos-a ao povo contra a sua vontade.
    As pessoas começam finalmente a compreender que querem impor-lhes uma ideologia contra os seus interesses. É óbvio que isso só pode conduzir a um confronto cada vez mais violento. Por um lado, os seguidores da ideologia convenceram-se de que a sua teoria é a solução da felicidade e, por outro, as pessoas que têm os pés no chão, não aderem e desejam viver a sua vida em paz.
    Infelizmente, isso só pode acabar mal, porque querem impor-lhes à força uma teoria absurda e antinatural que não corresponde às suas necessidades e vontade.

  2. A arma foi tão bem sucedida que nas eleições para a Assembleia Constituinte e Legislativas os portugueses deram o ouro ao bandido.
    O PS de Mário Soares, criado em 1973, sob os auspicios da CIA foi o partido mais votado, seguindo se o PPD e o CDS.
    Mário Soares logo proclamou a necessidade de meter o socialismo na gaveta e o Sá Carneiro tratou de nos alertar para os perigos do comunismo.
    Mário Soares teve direito aos, seus momentos de ridículo e perdeu inúmeras oportunidades de ficar calado. Um deles foi quando gritou “o meu amigo Carlucci não é da CIA”. Para tempos depois o então embaixador americano ser agraciado pelos seus bons serviços como agente da CIA.
    Entre a performance do PPD e do CDS contou se o voto contra a criação do Serviço Nacional de Saúde, que mais tarde se revelou o grande “responsável” por passarmos ter uma esperança de vida e ums taxa de mortalidade infantil mais próxima dos níveis europeus.
    Mas tudo isso foi esquecido justamente porque a tal arma nunca deixou de matraquear.
    E assim esses partidos se foram consolidando como o “arco da governação”.
    E nas eleicoes de seguintes foi mesmo a direita herdeira de outros tempos, por muito que se dissesse democrática, a ganhar as eleições, a malfadada AD. Que tratou de destruir muito do que se conquistara em Abril.
    E assim se continuou ate hoje com a máquina a destruir cada vez mais isso de esquerda nas mentes de cada um. É com a destruição da esquerda veio a destruição de cada vez mais conquistas de Abril, com ataques cada vez mais cerrados a, saúde e escolas públicas, ao direito a habitação, aos direitos laborais.
    Mais tarde tambem as redes sociais foram convenientemente amestradas.
    E como é fascismo que se quer o fascismo, o racismo e a xenófobia de Ventura foram levados ao colo, o resultado foi aquele que se viu nas últimas eleições.
    Um resultado que levou certamente no 25 de Abril o povo a sair a rua como nunca tinha saído.
    Significa isso que mais gente tratou de adquirir capacetes e coletes a prova de balas?
    As europeias estão a porta. Esperemos que sim.

  3. Absolutamente de acordo.
    Quando leio, fico com pena de não conseguir escrever assim.
    Mas o meu sentir, ficou, transcrito.
    Bem haja.

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