(Hugo Dionísio, 31/10/2023)

Porque é que alguém, por se sentir tão zangado com a política, admite que se justifica tornar-se fascista, racista e reaccionário; mas esse mesmo alguém, que adere à cultura do ódio e da demagogia, não percebe que, alguém que tudo perde, até a sua dignidade e a esperança, por se encontrar do outro lado do mundo, tem direito e enveredar pela resposta violenta! Como se justifica tão desproporcional e contraditória consideração?
500 anos de imperialismo, pilhagem, exploração desenfreada e escravatura deixam marcas indeléveis no carácter das populações, nas suas crenças, moral e costumes. Não era possível, de qualquer modo, sucessivas gerações estarem sujeitas a toda uma ideologia justificadora do expansionismo, mercantilismo e imperialismo e, no final, permanecerem com as suas almas intocadas pelos valores – ou falta deles – que motivaram tal ideologia apropriadora.
Daí que, a exposição à ideologia expansionista do capitalismo ocidental na sua fase imperialista, resulte num misto de crenças – quando não crendices – próprias de uma sociedade em transição para uma identidade mais conforme com os valores que diz promover.
Uma das características que mais define o actual estado de espírito de uma parte importante – quiçá maioritária – das populações ocidentais, dominadas pela ideologia anglo-saxónica, a que se convencionou apelidar “liberal”, consiste na incapacidade total para compreender o lugar do outro, nomeadamente daquele que se encontra do outro lado de uma barricada ideológica, comunicacionalmente uma semiótica criada pelos poderes de facto para dividir.
Não admira que tal suceda. Afinal, já em tenra idade, os poderes capitalistas emergentes foram tão rápidos a apropriar para si o ideário religioso que justificava a evangelização. Quem nunca leu, nos livros de História, as justificações dadas pelos Estados que, saídos do feudalismo, já se encontravam numa fase de expansionismo das suas respectivas burguesias. Era por demais evidente o espírito de cruzada que justificava, em grande parte, a decisão de conquistar de Ceuta. É claro que, dizem-nos historiadores como António Sérgio e o próprio materialismo histórico, que a razão fundamental foi a económica. Contudo, não podendo, simplesmente, dizer-se ao povo que “vamos a Ceuta para tomarmos o que é do outro”, até porque roubar era feio e pecado, havia que desumanizar o inimigo e, à data, qual o melhor pretexto que o religioso? “Inimigos da verdadeira fé”, “infiéis”, “hereges”, tudo serviu para justificar o processo de expansão.
Quando já não se tratavam dos sarracenos, mas de povos pagãos, como sucedeu em África ou nas Américas, nada que fosse mais simples: “evangelizar” ou “salvar as almas” constituíram os mais comuns pretextos em matéria de propaganda. À medida que avançava o Renascimento, o iluminismo e se aproximava a era mercantil e, com ela, o surgimento de uma certa sofisticação ocidental, cultural e tecnológica, resultante do imenso capital apropriado à força, o pretexto religioso foi sendo abandonado em prol de motivações mais consentâneas com os novos tempos.
Neste quadro assistimos ao surgimento dos pretextos civilizatórios, chamando “selvagens” a todos os que se visava explorar. Já em África, os alemães diziam para si próprios que estavam ali para “civilizar” os negros. O mesmo disseram os portugueses, holandeses, belgas e outros. Todos queram as imensas riquezas africanas ou americanas, mas o objectivo mesmo era o de “civilizar”. Tratava-se de um imenso ímpeto “altruísta”, mas que resultou sempre em tráfico negreiro, genocídio, subdesenvolvimento e guerra com fartura. Neste quadro, nenhum Império foi tão longe como o britânico.
Este imenso altruísmo vivia muito do racismo. O racismo e o supremacismo branco, que foi sendo utilizado para desumanizar os inimigos e tornar aceitáveis as violências contra eles praticadas. Não nos admiremos, pois, que, após quase 8 séculos de tentativas frustradas de conquistar a Rússia, por parte dos impérios ocidentais – que acontecem ao ritmo de 1 a 2 vezes por século -, o que não falte para aí seja russofobia e racismo anti eslavo. Os próprios nazis ucranianos, hoje tão brindados no Ocidente, são os primeiros a dizer que têm estudos que “confirmam que os ucranianos têm sangue europeu e os russos não”. Sintomático.
A esta crescente russofobia não serão alheias as declarações de Pistorius, o Ministro Alemão da Defesa. Alemão que é como quem diz, que sabemos bem a quem ele responde de facto. E o que diz Pistorius? Disse: «temos de nos habituar novamente à ideia de que o perigo de guerra pode estar a pairar na Europa. E isso significa: temos de nos tornar aptos para a guerra. Temos de estar aptos para a defesa. E posicionar a Bundeswehr e a sociedade para isso», disse esta corajosa salsicha ao programa da pública ZDF «Berlin direkt». Que morram os filhos dos outros!
Este tipo de tiradas já vem, como cereja no topo do bolo, de uma preparação ideológica mais típica do imperialismo estado-unidense do que de qualquer outro. Afinal, todo o desmoronamento para o precipício a que hoje assistimos, acontece no quadro de uma substituição do ímpeto justificador “civilizatório” dos séculos XVIII, XIX e inícios do XX, pelo ímpeto “democrático” ou “humanista”, ao abrigo do qual se justificam guerras, sanções, embargos e todo o tipo de agressões, porque “eles são uma autocracia”, “uma ditadura” ou “violam direitos humanos”. Como se, alguma vez, fosse aceitável fazer o mal, em nome do bem.
No caso do Médio Oriente, assistimos a uma escalada no mesmo tipo de ideologia: o “eles são terroristas”, ou seja, já no quadro de uma lógica securitária. Seja o religioso, o civilizatório, o humanista ou o securitário, todos estes pretextos visam o mesmo tipo de objectivo: desumanizar quem se ataca, para que se torne aceitável fazê-lo. E o facto é que funciona.
E funciona tão bem que o cidadão europeu e americano, em geral, surge tão moralmente condicionado e tão cognitivamente desarmado, por séculos de propaganda desumanizadora (95% dos filmes de Hollywood representam os árabes como terroristas, bandidos, ignorantes ou desorganizados) e estigmatizadora dos povos que se querem dominar, que deixa de possuir qualquer defesa contra estes processos, sendo facilmente presa de justificações falaciosas e sem fundamento material, moral, democrático, civilizacional ou religioso.
Este bloqueio emocional que horas a fio de TV produzem no carácter de um indivíduo que não o impeça, produz uma total incapacidade destas pessoas se colocarem no lugar das vítimas. Veja-se só esta contradição: uma parte crescente da população ocidental acha justificável votar na extrema-direita reaccionária, fascista, racista, apenas porque se sentem zangados com o estado das coisas. Incapazes de perceber – em função da muralha cognitiva que construíram – de onde vem o ta “estado das coisas”, justificam a adesão a ideologias extremistas, ao ódio, à ignorância e também à violência porque “nada muda”, “os políticos são todos corruptos”, “cada vez isto está pior”.
Mas são estes mesmos, que justificam o seu comportamento incivilizado com as “dificuldades”, os que mais atacam a adesão do povo de Gaza a organizações mais ou menos apologistas da acção violenta. Quer dizer, um tipo chega sem dinheiro ao final do mês, mas não passa fome nem vive na rua, acha que tem direito a estar tão zangado que pode tornar-se fascista, racista e reaccionário; mas um árabe que perde a sua casa, a sua família, a sua liberdade, a sua pátria e a sua dignidade, todos os dias, várias vezes ao longo de mais de 75 anos, já não tem direito de optar por soluções mais extremas e violentas!
É preciso ter uma incapacidade para a fraternidade, para a compaixão, para a compreensão e para a solidariedade, capaz de destruir todos os laços sociais. Eis porque razão também as sociedades ocidentais se estão a desagregar, vítimas deste individualismo narcisista atroz. Fechados nas suas bolhas, acham tudo aceitável, se não os afectar; quando são afectados, tudo passa a ser aceitável. Eis também, porque razão consideram que um qualquer direito de defesa justifica tão elevado nível de atrocidade e tão desproporcionada resposta.
Não admira que andem atrás de políticos que dizem que acabam com os subsídios, que muitos deles recebem, com os serviços públicos que usufruem, ou com os direitos laborais que lhes permitem gozar férias e feriados. Para tudo olham como sendo distante e apenas afectando os outros.
Mas não, e a prova é, uma vez mais, o que se passa aqui. A mesma “democracia” que diz que um país é democrata, mas que pode, mesmo assim, descarregar o equivalente a duas bombas de Hiroxima em cima de um campo de concentração com 40 km de cumprimento por 10 de largura, é a mesma “democracia” que assiste a uma administração – Biden – deslocar a maior mobilização militar para o Médio Oriente desde 2003, o ano da infame – e, porém, “aceitável – invasão do Iraque. E tal mobilização que indicia intenções que vão muito para além da simples “defesa” do Estado sionista, para que “se defenda” até tudo matar, denunciando perspectivas belicistas que podem resultar na terceira guerra mundial e, tudo isto, sem qualquer respaldo parlamentar. Tal como nos vassalos europeus quando, por ordem de uma burocracia europeia não eleita, os respectivos governos aceitaram intrometer-se numa cruzada contra a Rússia sem qualquer discussão ou escrutínio na casa da democracia, que é o Parlamento.
O mesmo “estado de direito” que dizem ser Israel – que convive com dezenas de anos de ocupações violentas, extorsão e prisões arbitrárias de todos os que se opõem permitindo o mais evidente abuso de direito, e que transforma a legitima defesa (defesa de quê?) num direito a exterminar -, é o mesmo “estado de direito” que, já no Ocidente, permite que a burocracia de Bruxelas censure a informação em Portugal e que empresas americanas de comunicação (redes sociais) nos persigam a liberdade de opinião com as suas “regras da comunidade”.
É que, se pensam que o que se faz aos outros não tem influência em nós… vejam bem a História, porque o que permitimos aos outros, é o que permitimos a nós próprios, quando a justificação aparecer. E por isso é que, cada vez mais, se comprova a verdade universal a que Che Guevara aludia: enquanto não formos todos livres, ninguém é livre!
Porque podemos sempre ser alvos da mesma opressão que hoje justificamos contra os outros!
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Descubra as diferenças:
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Se não descobriu nenhuma, sinceros parabéns. É sinal de que mantém a lucidez e o sentido de decência que falta ao patrão do lado de lá do mar e à criadagem indígena do lado de cá.
Muito bem Hugo Dionísio, é bom aprofundar estes assuntos sensíveis para os “puristas” de notícias reais… é assim que estamos… em 2023…
No fim da estrada….
E nem uma réstia de esperança…
O pior é que me querem obrigar a escolher…
A “Peste… ou a Cólera”…?!
A Treta Triunfou.
A hegemonia ocidental está a chegar ao fim e a festa vai acabar em breve na Europa Ocidental.
A casa ardeu, e o Ocidente está condenado, mais cedo ou mais tarde, a levar na cara o seu belicismo desenfreado… por isso temos de nos preparar nesse sentido e não fazer crer que possa haver melhor… não há razão!
A maior fragilidade do ocidente, é a energia ,onde tudo se baseia na energia.
A queda será vertiginosa para as populações ditas civilizadas!
Estamos a viver o Caos global: o sistema está a partir-se todo em cacos!
Vivemos dias interessantes e perigosos!
Como previsto os nossos “amigos” americanos estão a desiludir os seus amigos e a deixar os pobres palhaços europeus no atoleiro.
Acreditam mesmo que alguém desta classe política podre pode sequer esperar ter um futuro político? Se for esse o caso, isso significa que essas pessoas estão fora de contacto com o mundo, e eu tenho a certeza que não estão.
A parte mais vómitosa da história é que os nossos políticos estão a tentar adaptar-se à queda do ocidente .
Enquanto as muralhas de Constantinopla caíam, a inteligência discutia o sexo dos anjos: a decadência.
Quanto à situação económica, há anos que venho alertando.
Mas é como a pessoa que se atira de um prédio, em cada “andar” diz para si própria “até agora tudo bem”.
Pessoalmente, já avisei todo o meu círculo de amigos em várias ocasiões. Eles confia nos seus banco.
Um colega que tem uma confiança absoluta no euro diz-me: “Lagarde, ela está a fazer o seu trabalho”. Não se deve mesmo seguir as notícias.
Aqueles que acreditam realmente que pusemos a Rússia de joelhos.
O que é que querem fazer?
Pessoalmente, continuo à espera do relatório do inquérito sobre o famoso massacre de Boutcha, que se arrasta há um ano e meio, apesar de todos terem apontado o autor desde o início.
Saberemos daqui a alguns anos, no meio do tema quente das férias e dos brinquedos encomendados pelas crianças para o Natal.
E quando vemos a sabotagem do gasoduto Norstream, as pessoas nem sequer reagiram. Trata-se de um acto que tem um impacto direto nos nossos custos diários de energia (para além do acto de guerra).
Na verdade, penso no “dumbing down”.
A falta de curiosidade e o desinteresse pela história e pela ciência são o terreno ideal para estas manipulações “para o nosso próprio bem”.
Ainda que concorde que a vida é feita de perguntas (boas ou más).
Desde há alguns anos que sinto o “empurrãozinho”, sobretudo o que ouço nos telejornais nacionais, e divirto-me a perceber a forma como a informação é abordada, depois construída, com base em argumentos ou testemunhos pouco orientados, por vezes enormes, mas há uma constante, é sempre de interesse geral e por uma boa causa, ou pelo menos apresentada como tal.
Muitas vezes criticam-nos, a nós que vos seguimos… Como alguém que precisa de conhecimento e compreensão…. blogs como o vosso são verdadeiras enciclopédias de informação. O que peço é apenas mais um pouco de compaixão, porque infelizmente muitas pessoas como eu optam por não lutar e por se isolarem ainda mais.
Pessoas com instrução , (eu não tenho instrução) que leram alguns livros são piores que analfabetos, e seu exemplo da falta de compreensão do liberalismo/neoliberalismo é excelente. No fundo, a teoria do nudge está infelizmente ligada à democracia…….. nas primeiras eleições para delegados de turma na escola primária percebi que o voto popular era uma manipulação dos eleitores e dos eleitos porque são sempre escolhidos por algo acima deles e “os eleitores são vítimas de justificação porque as massas são idiotas que querem ser como os outros.
Hoje em dia, toda a gente usa o termo “neoliberalismo” ou “ultraliberalismo” de forma indiferente, como se fossem a mesma coisa, e sobretudo para demonizar o liberalismo.
Com efeito, a partir do momento em que se acrescenta “neo” ou “ultra” a um termo, desvaloriza-se imediatamente o objeto a que se referem.
A grande maioria dos Portugueses é estatolátrica e treme de medo perante a ideia de viver sem a “proteção” do seu deus e da sua deusa, a maravilhosa “república” perante a qual e os “valores” dos quais é obrigatório prostrar-se sob pena de excomunhão.
O libertarianismo está mesmo associado ao “anarco-capitalismo” – que é o mesmo ramo, em filosofia política. .. Um dos problemas do liberalismo económico, para além de ter a infeliz tendência de transformar o ser humano em mercadoria, é que conduz a uma concentração obscena da riqueza, e a monopólios (“peixe graúdo” a devorar constantemente o peixe miúdo), que em última análise só podem ser mantidos subvertendo o Estado e coagindo (direta/indiretamente) os cidadãos.
O Ocidente conquistou o mundo não pela superioridade das suas ideias ou da sua religião (às quais poucos membros de outras civilizações se converteram), mas sim pela sua superioridade na aplicação da violência organizada. Os ocidentais esquecem muitas vezes estes factos que os não ocidentais nunca esquecem.” “Samuel P Huntington” (O Choque das Civilizações)
Um pretexto que se revelou verdadeiro quando, durante e após a guerra EUA-Iraque, os amigos de Bush se foram empanturrar com o petróleo iraquiano (petróleo por alimentos).
Israel e a Palestina fazem parte da vergonha da Europa, que não assumiu a responsabilidade pela sua incapacidade de combater o racismo, um racismo que é sempre explorado pelos políticos em tempos de crise ou de desigualdade insuportável.
O apoio incondicional das potências americanas e ocidentais em termos de finanças (dólares, alta finança) detidas por esses mesmos judeus a nível internacional, mas também de tecnologia militar financiada e por vezes ainda detida por eles.
Por outro lado, o sionismo judaico retirou a sua existência dos livros messiânicos para “legitimar” e consolidar a sua localização actual.
Assim, permitam-me que diga o seguinte: Israel não cederá qualquer porção de terra à Palestina enquanto os Estados Unidos e o Ocidente não estiverem em declínio total.
Vejo isto como uma continuação da Guerra Fria, com um bloco a seguir a Rússia e outro os EUA. Acontece que uma grande parte dos países árabes muçulmanos seguiu a Rússia.
As guerras no Iraque, na Síria, no Iémen, no Afeganistão, em Israel, na Palestina e na Ucrânia são apenas sintomas deste confronto.
Em breve, o testemunho será passado entre a Rússia e a China, e o confronto será ainda mais violento porque estará em jogo a posição de número 1 do mundo.
É sempre um prazer e um privilégio aceder aos textos de análise dos excelentes Hugo Dionísio e Daniel Vaz de Carvalho. Não tenho grande coisa a dizer sobre as ideias expressas, exceto aplaudir a coerência, a sensatez, e a dignidade humana nelas contidas. E também o suporte cultural que as sustenta.
Vou só aproveitar uma dica que o Rui deixou, a propósito do “sangue europeu dos ucranianos”, segundo os próprios, e da sua lamentável ausência nos russos. Bem, eu acho que os russos dispensam bem essa dádiva. Mas a grande questão é que, na verdade, todos os humanos deste desgraçado planeta têm exatamente o mesmo “sangue”, o mesmo ADN.
A espécie humana começou em África, como é reconhecido por toda a comunidade científica internacional. Os grupos humanos migraram primeiro para a Europa a partir da Península Ibérica, atravessando o Estreito de Gibraltar, e espalharam-se por todo o planeta a partir daí. Chegaram ao continente americano a partir dos territórios asiáticos, transpondo o Estreito de Bering para alcançar ao Alasca.
Ao longo de centenas de milhares de anos sofreram diversas modificações superficiais, meramente estéticas, resultantes nomeadamente das variações do clima estabelecido nas novas regiões que foram ocupando e dos cruzamentos entre as comunidades.
A melanina, cuja maior ou menor concentração condiciona a tonalidade da pele, é apenas uma proteção natural contra o Sol característica dos povos que vivem em climas quentes, próximos do Equador, e que não desaparece no decurso de algumas gerações porque está no ADN, mas tende a ser eliminada pela seleção natural ao longo de milénios se deixar de ser necessária.
Então, o que todos nós temos de certeza é “sangue negro africano”, e isto é verdade até mesmo para os branquinhos suecos.
O que nos leva à preocupante conclusão de que o André Ventura tem na sua árvore genealógica antepassados “pretos”. Eu realmente não sei como ele consegue viver com isso. Acho que o suicídio poderia muito bem ser uma hipótese a considerar.
É só uma ideia, claro!
Bem visto, Neto.
Estou de acordo que:
«Muito bem Hugo Dionísio, é bom aprofundar estes assuntos sensíveis para os “puristas” de notícias reais… é assim que estamos… em 2023…»
Torna claro ser a Rússia o exemplo vivo do que descreve, enquanto o Ocidente, e não porque tenha visto falir o seu sistema político e económico, de há vem evoluindo em busca de uma ordem internacional universalmente reconhecida.
A ‘doutrina dos coitadinhos’, bandeira da esquerdalhada, tem no domínio internacional a correspondente ‘doutrina dos inermes’, sempre promovendo a ascensão das autarcias que são o seu meio natural e único de ascensão ao poder.
Gostei em particular da pérola: ‘a que Che Guevara aludia: enquanto não formos todos livres, ninguém é livre!’
Cuba é ainda hoje a prova viva dessa ‘liberdade’ reservada ao caciquismo a que tantos aspiram, no entusiasmo de saberem a ele poderem ascender pela palavra e a sujeição e, aí chegados, estar construído todo um sistema que lho preservará!
Cuba tem conseguido apesar de tudo quanto é bloqueio estar melhor que outros países a volta que teem o mesmo tipo de recursos. Ou seja quase nada. É ver a esperanca de vida em Cuba ou na República Dominicana e Haiti.
E se Cuba não levou até hoje com uma intervenção militar humanitária que a fizesse voltar a ser o Casino e casa de putas dos americanos e justamente porque em termos de recursos que nos interessam não tem a ponta de um corno. O melhor que pode acontecer a um pais, tendo em conta a nossa rapacidade é não ter mesmo nada.
Quanto a liberdade, nenhum dos países daquela zona é propriamente um modelo de virtudes. E se alguma vez for descoberto petróleo em Cuba o melhor que o Governo tem a fazer é ficar calado.
Quanto ao sangue europeu ou a falta dele gostaria de saber o que é que esses ucranianos pensam da população portuguesa cujo Governo, sem nos prestar contas, lhes deu parte dos poucos tanques que tinha e 250 milhões de euros que ficaram a fazer falta por cá.
Porque por cá quem é do Norte pode contar com ums dose maior ou menor de sangue judeu. Quem for do Sul conta com a mesma dose de sangue árabe. É quem for fruto de casamento misto pode contar com qualquer coisinha dos dois. Palpita me que para essa malta não somos muito brancos pelo que é outra malta que eu dou graças ao santo protector dos cachalotes por não ter por vizinhos. Menos sorte teem os russos, a quem certamente não faz falta nenhuma o tal sangue europeu. Pois que a Europa rotineiramente tratou de os invadir e nunca nos correu bem.