(Carlos Matos Gomes, in Medium.com, 24/09/2023)

Lusa 29 Jan 2020: O número de pessoas em situação sem-abrigo aumentou nos últimos anos em mais de um terço dos 35 países da Organização Para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), incluindo Portugal. De acordo com o relatório, a taxa de sem-abrigo (medida como uma parcela da população total) aumentou na Austrália, no Chile, em Inglaterra, França, Islândia, Irlanda, Letónia, Luxemburgo, Países Baixos, Nova Zelândia, Portugal, Escócia, Estados Unidos e País de Gales.
O problema da Habitação em Portugal é exatamente igual ao problema da Habitação dos outros países europeus. E tem a mesma raiz que o problema da Saúde, o problema da Educação, o problema da Segurança Social, o problema da precariedade do trabalho e da desigualdade salarial. E vai resolver-se com a mesma solução dos Estados Unidos, a potência líder da nossa civilização e modelo político: milhões de sem abrigo, sem domicílio fixo, a viver na rua ou em autocaravanas!
O problema é o capitalismo — um problema que Adam Smith, o seu pai fundador, logo levantara ao alertar para as formas de desumanização que a competição entre os mais fortes e os mais fracos produziria e que apenas seriam resolvidas pela moral. Adam Smith era profundamente religioso e a moral é um valor de ocasião!
O atual problema da Habitação é um revelador da instabilidade estratégica resultante da emergência de novos poderes que obrigam os Estados Unidos a impor o seu modelo civilizacional aos estados vassalos. O Estado Social Europeu é muito caro e os recursos são necessários para os aparelhos militares. Entre os canhões e manteiga a escolha são os canhões e a inflação para os pagar.
O final da II Guerra Mundial gerou a partilha do mundo pelas superpotências vencedoras e uma das medidas tomadas pelos Estados Unidos para manterem as grandes massas em oposição ao socialismo e ao comunismo foi a utilização de partidos sociais, os partidos sociais-democratas e democratas cristãos que receberam parte dos fundos destinados aos sistemas repressivos para serem utilizados em políticas sociais de educação, habitação, de saúde, de segurança social. Os partidos sociais-democratas e democratas cristãos são um produto do capitalismo e da estratégia dos EUA para a Europa Ocidental. Não foi por existir uma política pública de apoio social que os bens sociais deixaram de ser um produto no mercado e no arsenal da guerra fria. O estado de bem-estar é uma mercadoria eleitoral que vale enquanto rende submissão voluntária e ilusão de liberdade.
Entre os bens sociais, a habitação esteve sempre entregue na totalidade ao sistema financeiro, ao coração do capitalismo, à banca, ao longo do seu ciclo de produção — do terreno, ao empréstimo para a empresa construtora, ao empréstimo ao promitente comprador. O europeu médio, satisfeito pelas benesses de uma reforma, de um tratamento da doença tendencialmente gratuito, com férias, com escola grátis, esqueceu-se que para habitar ficava endividado até ao resto dos seus dias, democraticamente dominado pelos banqueiros, votasse em quem votasse, lesse o que lesse, dissesse o que dissesse!
O fim da ameaça do comunismo tornou desnecessário continuar a pagar aos europeus para eles não aderirem ao comunismo — ao socialismo sob qualquer graduação. As crises que afetam agora todos os serviços públicos — julgados até agora direitos europeus — são frutos do fim da URSS.
A União Europeia, a partir da implosão da URSS, tem sido o veículo de transição da Europa para a economia liberal pura e dura . O BCE é um dos instrumentos principais para conduzir esse processo restauracionista e fazer o enterro da ilusão de liberdade e bem-estar. Para a imposição do regime neoliberal em vigor desde sempre nos EUA.
A recuperação da Rússia como superpotência militar e cada vez mais como superpotência económica, com grande superfície, baixa densidade populacional, grande riqueza de matérias-primas, a emergência da China, da Índia ameaçaram a supremacia americana e obrigaram a um cerrar de fileiras a todo o custo, a começar pelo desmantelamento do estado social europeu. A guerra quente na Ucrânia, a guerra fria com a China, as disputas regionais pela conquista da fidelidade da Índia (ou da não hostilidade) e as guerras regionais em África são nós da mesma rede.
Os problemas da Habitação têm causas conhecidas e estudadas. Alguns números portugueses:
– 22,7% das famílias vive em casa arrendada.
– Das 77,3% famílias que habitam casa própria, 31,2% tem encargos bancários. — 46,8% das 77,3% famílias proprietárias não paga encargos. As razões são várias — ou são mais velhas e já pagaram, ou são as proprietárias maioritárias de habitações tipo vivenda e não de apartamento em propriedade horizontal, ou são empresários que as colocam como imóvel da empresa, ou estão registadas numa praça offshore.
– Um outro vetor do problema da Habitação é o seu custo, que subiu 9,9 % no ano 2020 relativamente ao ano anterior, muito acima da inflação: basicamente custo do terreno, custo dos materiais e custo do dinheiro. Além da especulação.
O governo, qualquer governo europeu, poderia atacar o problema da Habitação por várias frentes, entre outras:
– Impondo limites aos lucros dos bancos. Limites de juros, de comissões. Esses limites teriam reflexos nas prestações mensais e também no preço das habitações, pois diminuiriam os encargos dos construtores! Mas seria atacar o coração do sistema: os bancos. A começar pelo neoliberal BCE da senhora Lagarde que é uma senhora por conta dos grandes poderes, que esteve no FMI, onde se senta agora uma senhora búlgara! Todas por conta do domínio do dólar como moeda de troca mundial e de um sistema social de baixo custo, conseguido pelo individualismo e pelo desprezo dos direitos dos seres mais fracos, de uma percentagem oficialmente admissível para as sociedades ditas desenvolvidas de 30 a 40% de elementos abaixo dos limites da pobreza! Não há governo europeu que se atreva a ir contra o patrão americano! Os sem-abrigo não votam!
– Impondo limites às Câmaras Municipais para urbanizar em terrenos de reserva e, principalmente, abandonar a transferência orçamental automática de acordo com as licenças de construção emitidas. Impedir ou limitar a construção não habitacional! Mas isso seria alienar a cumplicidade das autarquias e perder os cabos eleitorais que os autarcas também são. Não se ganham eleições com essa gente contra! Essa gente, como afirma o Isaltino — quer obra!
– Impedindo a compra de casas de habitação a não residentes permanentes (uma proposta sensata do BE! Logo deturpada pela comunicação social), mas isso seria afrontar os grandes fundos de investimento cotados nas grandes Bolsas. Quem se atreve?
Resta então, fazer de conta que se ataca o problema indo ao escalpe dos proprietários nacionais — a classe média com algum património — que detém as habitações onde vivem 22,7% dos arrendatários, que, numa percentagem significativa pagam rendas irrisórias que não dão para manter as casas. Aos inquilinos dá-se-lhe o placebo de uma moratória nos juros, mas terão de pagar os empréstimos aos bancos até ao último centavo!
De fora da resolução ficam os detentores dos grandes meios do capitalismo:
– o sistema financeiro, que controla os preços através do estabelecimento das taxas de juro que afetam o preço dos terrenos, da construção e das rendas;
– o poder dos grandes fundos internacionais, para quem os prédios são um investimento cego e sem fins sociais;
– o poder dos autarcas, que vivem dos Planos Diretores Municipais e das licenças de construção;
– os compradores estrangeiros com fundos em offshore e que nem aqui pagam impostos;
É este o sistema e são estes os bloqueios na habitação. Com a mesma raiz dos problemas na saúde pública, o SNS, sob fogo das estruturas sindicais como tropa de choque das empresas de saúde privadas, associadas às companhias de seguros; dos problemas da educação, atacado pelos interesses do ensino privado do pré-escolar ao universitário através dos mais de 10 sindicatos que por ali se movem.
Para efeitos de propaganda o problema da Habitação vai receber tratamento paliativo à custa dos tais proprietários de médios rendimentos que fornecem o serviço privado a 22,7% dos portugueses.
No restante não se toca, porque ameaça o coração do sistema.
Há que promover os sem abrigo para resolver o problema da Habitação em Portugal e na Europa! Esse é o verdadeiro programa, o que resolve em termos capitalísticos o problema! Há que deixar 30 a 40% de população sem SNS e sem seguro privado para resolver o problema da saúde.
Ninguém se lembrou (não se quis lembrar!) que a alimentação também é um problema e que se morre mais depressa de fome do que de falta de um teto e nenhum governo se atreveu a decretar uma lei travão às grandes cadeias de distribuição. Isso seria ofender os grandes capitalistas! A SONAE, a Jerónimo Martins (que paga impostos na Holanda), a Auchan, entre outros. Gigantes que nenhum governo afronta, até porque dominam a comunicação social! Há que multiplicar o estado assistencial: Bancos alimentares, sopas do sidónio.
E os preços da Saúde, também terão lei travão? Nem pensar. Os Amorins, os chineses do conglomerado Luz, a Cuf, não podem ser incomodados!
É este o sistema global que o programa da Habitação revela. Se algum político disser que o vai resolver está a mentir ou quer-se suicidar!
Afinal, segundo a Sagrada Bíblia, Deus colocou Adão e Eva na situação de sem abrigo. Adão e Eva foram os primeiros sem abrigo. Cresceram e multiplicaram-se. O problema da habitação começou aí! Justiça Divina.
Declaração de interesses: sou proprietário de 50% do apartamento em propriedade horizontal em que habito e que está integralmente pago.
O plural de “sem-abrigo” é “sem-abrigos”. A palavra “sem-abrigo” é um composto formado pela preposição “sem” e pelo substantivo “abrigo”. No plural, a preposição “sem” não se altera, pois é uma preposição invariável. O substantivo “abrigo”, por sua vez, recebe o plural regular, acrescido do sufixo “-os”.
Portanto, a forma correta é “sem-abrigos”
O plural de “sem-abrigo” é exactamente igual ao singular: o sem-abrigo/os sem-abrigo.
O assunto é demasiado sério para perdermos tempo a discutir semântica. Mas quem pensou que a vida iria melhorar morto o papão comunista que nos obrigava a gastar dinheiro para nos, amarmos até aos dentes porque um dia podiam vir ai os russos claro que, estava enganado. Foi aí que a nossa vida começou a correr pior. Mas aí de quem abrisse a boca. Agora é aguentar.
O Estado organizou uma crise histórica da habitação com todos os “Patos Bravos”.
Crise do arrendamento
0 artificialização = nova crise imobiliária
Aumento das taxas de juro = crise na compra de casa
Explosão dos impostos sobre o património = crise no mercado imobiliário (e na compra também), e acho que ainda não acabaram os impostos sobre os proprietários…
O resultado é uma explosão das rendas, uma queda livre dos arrendamentos, uma descida dos preços de venda para os proprietários vendedores, mas um aumento dos constrangimentos para os potenciais compradores, e a asfixia dos proprietários não vendedores.
Resultado: as pessoas deixarão de poder encontrar habitação e o governo arranjará a sua própria solução, ou ficará sob a sua tutela, depois de ter causado o problema. Continua a ser incompetência?
Estão a aplicar as directivas de Davos. O Grande Reset está a avançar a galope. O princípio é reunir o maior número possível de pessoas no mesmo local, o que facilita o controlo da população. É uma nova forma de sovietização.
O liberalismo segundo Hayek: 1) a não ingerência do Estado na esfera privada; 2) o respeito de todos pelo Estado de direito (no sentido de uma constituição elaborada entre cidadãos e não de uma torrente de leis aprovadas à pressa ou em função de um contexto particular ou efémero). Neste sentido, sinto-me liberal sem ter de me definir como libertário ou neo-liberal. Além disso, pessoalmente, penso que o neoliberalismo é uma fachada para o capitalismo desenfreado reservado a algumas empresas monopolistas. É, portanto, exatamente o oposto do liberalismo.
É preciso compreender que muitas pessoas enriqueceram à custa dos mais pobres ou tirando partido do sistema.Em suma, estão a capitalizar, sem deixarem de ter direito à sua própria casa ao preço mais baixo possível. Isto tornou-se um tema recorrente, com as pessoas a tirarem sempre partido do sistema. É aí que reside a injustiça.
Por causa deles, as rendas não param de aumentar nos últimos anos. O mesmo se passa com os acionistas das grandes empresas, que querem sempre obter mais lucros à custa dos trabalhadores, que recebem cada vez menos para os compensar. O mesmo se passa com as isenções fiscais maciças: ninguém quer pagar impostos, ou o menos possível, mas os mais pobres são tributados porque os serviços públicos têm de ser mantidos. Todos têm de fazer a sua parte e contribuir para o bem geral. Mas, sobretudo em Portugal, as pessoas tornaram-se cada vez mais egoístas e pessoais. Não importa que os pobres sejam os que mais contribuem para o bem comum. Até é considerado normal!
É sempre decepcionante não ver qualquer referência ao papel da alta finança na crise imobiliária. Desde o fim 2010 , a alta finança adquiriu milhares de edifícios para aumentar e consolidar os seus activos, muitas vezes no centro das cidades, criando um aumento recorde dos preços dos imóveis (x 10 ) e milhares de casas vazias.
A habitação e a propriedade nunca deveriam ter-se tornado um investimento financeiro para se devorar os inquilinos… isto criou uma enorme bolha imobiliária com especulação e preços que estão vergonhosamente desfasados dos rendimentos das famílias. Ninguém quer ouvir que esta é a principal fonte do problema, porque aqueles que beneficiam do sistema estão a encher os bolsos. Vamos ter cada vez mais falta de habitação, e sabemos quem são os responsáveis: os proprietários feios que juram rentabilidade e os seus cúmplices, os agentes e promotores imobiliários que também se empanturram.
Não há dúvida de que, para a habitação social vai ser complicado: estabelecer uma certa mistura social, defendida com leis e restrições cada vez mais inaplicáveis pelos mesmos que criaram e incentivaram os guetos. Afinal, é preciso amendoins, muitos amendoins, nem que seja para atrair a classe média que garante uma certa estabilidade social. No entanto, com o empobrecimento desta classe e a falta de rendimentos para manter mesmo o stock existente (o stock da habitação social está a ficar muito velho e degradado), as cãmaras têm muito com que se preocupar. Tanto mais que o agrupamento de empresas não dá, em geral, bons resultados, pois os gestores, outrora arrogantes, passaram para o sector privado. Toda a sociedade morrerá devido às complexidades criadas em benefício de alguns, em detrimento de todos.
As bolsas aclamam a política de subida das taxas de juro do BCE, enquanto outras choram, a economia real afunda-se e outras estão nas nuvens!
É este o paradoxo da nossa sociedade: a rentabilidade das grandes empresas está a aumentar, mas escolheram o cavalo errado!
A economia é sempre simples, no fim de contas, e implica sempre encontrar o equilíbrio certo.
Equilibrado, com margens de venda de 200, 300, 500 .+… %?
Implante-se a gestão racional que respeite a Constituição. A habitação não é um meio de procura de rentabilidade, é uma necessidade vital para todos. O Estado tem os meios para controlar as rendas e fazê-las baixar no sector privado, o que é mais do que necessário nos dias que correm. Mas será que temos a dignidade suficiente para aceitar este diagnóstico?
Claro que é ideologia, e o mesmo se passa noutros domínios. Decidem radicalmente mudar as regras ao longo do caminho de uma forma completamente arbitrária e obrigam sempre as mesmas pessoas a pagar, invocando uma mudança no modelo de sociedade que deve ser distribuída por várias décadas, fornecendo o dinheiro e os recursos necessários. Portugal está a tornar-se um Estado soviético, é certo, e é gerida por ideólogos desprovidos de qualquer senso comum prático.
Esta situação não é nova para os estudantes. De facto, 90% dos estudantes vivem com os pais. Os mais afortunados têm um quarto digno de um estúdio.
Para mim, esse é o Grande Reset, vão saquear os proprietários obrigando as autarquias a tributá-los (não é fácil, estamos a cortar-lhes as receitas impedindo as vendas e os impostos sobre os honorários notariais, e estamos a cortar-lhes os impostos sobre os inquilinos, por isso é evidente que as autarquias não vão aprender a gerir, mas sim atacar os proprietários para recuperar).
E, por trás disso, vão a purgar o mercado, impedindo bolhas e construções à vontade e obrigando a renovações.
Isto forçará o rebentamento de todas as bolhas de timeshare e de propriedades e obrigará os proprietários de segundas habitações, timeshares e propriedades vazias a voltarem ao mercado.
É um pouco como obrigar os jogadores do monopólio a voltarem a colocar as suas cartas no baralho em vez de continuarem quando o jogo acaba e alguns têm tudo e outros nada.
Penso que já não temos meios para o fazer as razões :
Aumento do número de casais separados, que duplicou nos últimos anos. Um fenómeno excessivo entre estes jovens frágeis, que se indignam por tudo e por nada.
Pessoas de fora de Portugal, imigrantes.
Devido aos numerosos casos de desleixo e de rendas não pagas, cada vez mais senhorios recusam o aluguer.
O que é compreensível.
Como noutros assuntos, só há duas hipóteses admissíveis para um cérebro normalmente constituído:
1 – Eles são mesmo muitos no governo!
2 – Trabalham para os grandes grupos económicos que vão tomar conta do mercado imobiliário, “eu sei que é uma conspiração”.
Até há uma 3ª hipótese:
3 – O governo agarra no imobiliário para continuar a viver luxuosamente e o grande capital constrói, “não vais ter nada e vais ser feliz!”
Mas também há candidatos a alojamento ,que por outro lado têm dinheiro para uber , o último iphone, aulas de fitness, cinema, restaurantes, férias na praia, comprar um terceiro carro…
Portanto, a crise para muitos está onde deve estar, nos gastos frívolos e na falta de responsabilidade daqueles que procuram alojamento gratuito (sim, e se pudéssemos pagar-lhes a eletricidade e a água, seria divertido!).
Não há crise de habitação, há crise na gestão dos lugares vagos para arrendamento, há crise nas dificuldades de acesso à habitação no sector privado, e em particular nas rendas EXORBITANTES , e há crise na nossa visão da habitação não como “moeda” de troca mas como meio de vida digno. Façamos alguma ciência, por favor, e deixemos de surfar nos mesmos velhos clichés como: não há habitação suficiente…. Em última análise, é a nossa psicologia que precisa de mudar. Vamos ao cerne da questão.
Estado soviético? Pois, deixar os donos das casas sugar o sangue aos inquilinos e sem dúvida soviético. Não ter nada a dizer sobre o aumento dos juros que fazem uns ter de escolher entre comer ou pagar a casa ou entregar a casa ao banco e viver em rendas ou na tua e garantidamente uma política do mais comuna que há. O Pinochet foi o maior comunista que já viveu. Estamos bem se não nos roubarem.
Os preços aumentam,se não há oferta.Tudo o que é aqui elaborado,não a melhora.Quem constrói e por que razão?Esse o problema
Da multiplicidade de palermices da cambada esquerdalha, cuja enumeração excederia os limites de um qualquer comentário, o caso da habitação é das mais expressivas.
A compra de imóveis para arrendamento, deixou de ser o mais comum dos destinos da poupança familiar para ser o investimento a evitar.
Cambada de idiotas que têm leis e tribunais que promovem todo o abuso dos inquilinos, todo incómodo e despesa para o senhorio, e esperam que estes promovam o parque habitacional!
E dos múltiplos impostos sobre o imobiliário e seus rendimentos, alguém se questiona qual a percentagem que o Estado e as autarquias destinam à criação de habitação para os mais desfavorecidos?
Estado e autarquias, cobardes e incompetentes que, pelas mesma razões dos particulares, fogem a ser senhorios, que vêm construindo tanto quanto o que procuram vender, empurrando desgraçados a entregarem-se aos bancos e às incertezas dos juros!!
Farsantes, sempre culpam os bancos e o ‘grande capital’…
Como sempre, no servilismo putinesco do momento, sempre tudo ocorre por instruções de Washington aos escravos europeus. Cambada!!!
Isso é uma admissão que os juros são uma “solução” à base da criação da pobreza e redistribuição para cima? Bem como da necessidade de intervenção do estado na mercado para preencher uma enorme lacuna do mercado e baixar os custos de venda? Muito admites, é um começo.
Taditos dos parasitas, não podem simplesmente meter ao bolso sem mexer uma palha para resolver defeitos no produto que alugam; uns pobres coitados. Nem ainda atingiram o conceito de seguros para a raridade de problemas graves, de tão pobres de espírito de que são. Há que proteger o lucro de quem quer ficado sentado no sofá, caramba!
Até que enfim: alguém chama os bois pelos nomes e atribui as causas dos males que nos afligem – neste caso, a crise da habitação – ao sistema capitalista que nos governa e que contamina tudo, até porque é a base, a raiz, das outras estruturas, nomeadamente das políticas, que consegue colocar ao seu serviço de modo a que estas aceitem a responsabilidade por as coisas correrem mal – uma autêntica operação mãos limpas!
Congratulo-me, portanto, por alguém ter tido a coragem de pronunciar a palavra mágica que não parece fazer parte do vocabulário dos políticos de quase todos os espetros, incluindo-se, veja-se só, os socialistas que decididamente há muito puseram o socialismo na gaveta, deitaram fora a chave, e esqueceram-se de se rebatizar!
Seria bom que de uma vez por todas se percebesse que não é a política que manda na economia, é exatamente o contrário. Atribuir a crise da habitação à ganância dos senhorios, ao alojamento local, ou outra circunstância esdrúxula é uma manobra tão populista como atribuir os problemas dos trabalhadores aos emigrantes que vem roubar postos de trabalho e colher os benefícios dos serviços públicos.
Parafraseando a memorável frase, “é a economia, estúpido!”, proferida numa campanha eleitoral em tempos já remotos (1992) é caso para dizer, sem papas na língua: “é o capitalismo, estúpido!”
Bom comentário. 🙂
Finalmente alguém fala no truque de como foi adquirido o consenso da classe média; só faltou dizer que esta, numa porção cada vez mais pequena ao longo das últimas gerações, também foi cooptada para não perceber que as condições a que tiveram acesso pioraram a passos largos para os “preguiçosos” que vieram a seguir. Também estou nessa parte de sortudos, do qual poderia tirar ainda maior partido se o tentasse, mas basta olhar para o lado e ter um mínimo de empatia para perceber que é a terceira geração com piores oportunidades por ideologia económica de cada um por si.
Claro que é o capitalismo, mas a verdade é que a ganância também faz com que muitos prefiram aproveitar as benesses que lhes dá o capitalismo sem regras em detrimento de quem quer uma casa para viver. Na terra mais perdida toda a gente pensa que vai ficar rica fazendo um alojamento local. Quem quer uma casa para lá viver esqueça.
A subida das rendas sem regras permitiu uma barbaridade como, por exemplo, uma mulher idosa que toda a vida viveu em Lisboa acabasse despachada para um lar de idosos num concelho desertificado do interior do país. Rapidamente afundou no alcoolismo e o covid deu o golpe de misericórdia numa vida devastada. Cumpre acrescentar que a praga do alojamento local impede que nesse concelho alguém arranje casa para viver.
Claro que no meio disto tudo tinha de aparecer um a dizer que a culpa é dos inquilinos e quem diz o contrário é putinista. Coitado do homem, vê putinistas em tudo o lado. Será de chamar o 112?
Ele que esteja descansado que os senhorios promovem o alojamento so que a precos de turista endinheirado. De preferência sem contrato algum para não pagarem impostos. No meu prédio há duas casas fechadas que, só abrem no Verão quando chegam os turistas. São dois T3 grandes onde cabiam duas famílias.
E ainda há artistas que alugam avisando logo que no Verão teem de ir viver numa tenda. É os inquilinos que tanto abusam e tantos direitos teem lá teem de se ir enfiar numa tenda ou num quarto em casa dos pais ou outros com os filhos a reboque.
Mas para certa gente está tudo bem e a culpa é dos a quem chama esquerdalhos ou putinistas. Decida se, porra, que o Putin não é de esquerda. É, já agora, vá ver se o mar dá choco.
O ideal cidadão para a cambada: chapa ganha/ chapa batida.
Os farsantes lá se vão conformando com a aquisição de casa própria que, sendo a semente para que os herdeiros sejam senhorios, importa assegurar que lá chegados sejam tratados pelo que são: desprezíveis rentistas!
Cambada de idiotas!
Sr. Carlos Matos Gomes. Há uma precisão factual a fazer ao seu interessante artigo sobre o problema da habitação. É quando diz que no ensino e na educação “se movem mais de 10 sindicatos”. Existem em Portugal 29 sindicatos de professores. Não é um caso único, embora seja, talvez, o caso mais extremado de pulverização sindical. Analisei esse e outros casos de pulverização sindical num artigo que escrevi em 25 de Fevereiro de 2021 («Alice, a Rainha Branca e os sindicatos “impossíveis”». Tertúlia Orwelliana. https://tertuliaorwelliana.blogspot. com/2021/02/3-alicea-rainha-branca-eos-sindicatos.html). José Catarino Soares.
Gostaria muito de ler o que está no tal blogue mas não se consegue aceder…
A urbanidade do Menos no seu melhor. A inteligência chegou ali caiu à água. Homem de Deus, os filhos de quem agora paga casa, o mais que poderão esperar é ter aquela casinha para morar pedindo que os, pais tomem muitas vacinas para a covid para ver se morrem cedo. Vai ver se o mar dá choco.
Cada sindicato assegura baldas pagas a uma caterva de delegados e dirigentes sindicais – menos trabalhoso que as baixas por doença.
E o inquilino, coitadinho, que depois de anos e anos de renda congelada, se vai acolher a um lar ou a casa de um familiar?
Continua a pagar a renda, e para lá vai um filho ou outro qualquer, até que a pensão, de onde paga a renda, seja cancelada pela segurança social.
Pois claro! o facto de ir morrer longe não desobriga o senhorio de lhe garantir os meios para pagar o abrigo.
É o senhorio social!
O senhorio não tem de ser social. O que não pode é haver rendas que ultrapassem dois salários mínimos dos nossos mas sejam fáceis de pagar para estrangeiros que também não teem a culpa de os nossos, salários e pensoes serem uma miséria. Portugal sempre foi assim, as pessoas trabalhavam só para pagar a renda dos casebres e depois era roubar nas fábricas e as mulheres venderem o corpo para salvar o resto.
As rendas congeladas acabaram há muitos anos mas gente que devia ir ver se o mar dá choco ainda fala no Vasco Gonçalves. É foram necessárias justamente por isso. Não era justo nem creio que em 1969 um guarda fiscal com três filhos pagasse 850 euros de casa e ganhasse 875 euros. Depois disso queriam que o homem fosse honesto. Foi por isso, por essa ganância permitida pelo capitalismo selvagem que acabou por haver rendas congeladas. Mas isso acabou, criatura. A Lei Cristas da mui crista Cristas devolveu tudo aos seus lugares, ao tempo em que as pessoas trabalhavam só para pagar as casas. Agora, com a concorrência dos estrangeiros a coisa piorou ainda mais.
E o velho despejado da casa onde viveu décadas, que o senhorio deixou degradar porque a renda, é baixa vai mesmo abrigar se em casa de familiares tendo se calhar todos, os filhos emigrados atrás do sol posto ou a viver num T1 minúsculo sem saber bem onde enfiar o filho que vai nascer. Já alguém viu o tamanho miserável dos quartos das casa que se fazer hoje? Para lá caber a cama sabe Deus quanto mais uma velha mãe corrida pela Lei Cristas para dar lugar a galinha dos ovos de ouro do alojamento local. Claro que quem é suficientemente velho para já ter a casa paga não quer saber de desgraças nem de gente que quer viver de papo para o ar com o aluguer de uma única casa e o resto que se lixe. Vai ver se o mar dá choco.
Hoje estou numa de te dar troco.
O que faz a renda começa por ser o valor do imóvel, ou queres limitar os juros dos depósitos nos bancos a dois salários mínimos?
As rendas congeladas não acabaram, ignorante!
Um quarto é por definição um lugar onde se vai para dormir. Só que agora, se transformou no universo de quem tem ócios bastantes.
Sabes nada de alojamento local. Sabes que muitos deles estão em prédios de serviços, sem licença de habitação? São antigos escritórios e consultórios, uns inúteis por substituídos por telefones móveis e computadores, outros inúteis por regulamentos que implicariam demolir os prédios. Sabes ainda que tendo resolvido o problema de proprietários, empregado gente, sustentado o crescimento do turismo, vão agora ser espoliados fiscalmente enquanto crescem os hotéis com seu planeamento fiscal?
E sabes quantos deles, só activos em época alta de turismo, suportam o escasso orçamento ou as férias de famílias?
És um treteiro raivoso e choco.