Do Niger à Ucrânia passando pelo alívio do lusitano e outros factos

(Oxisdaquestao, in blog Oxisdaquestao, 13/08/2023)

Está o Niger, país empobrecido pela França que o saqueou e impediu o seu desenvolvimento, sob a ameaça de invasão e guerra. Invadi-lo-ão outras colónias cujos dirigentes vivem bem com a metrópole e com as mordomias corruptas que recebem de Paris como finas fatias do sistema colonial que aceitam e do qual pessoalmente vivem.

Aguarda-se o que a Europa de Borrell-Macron apresentará como justificação para a previsível guerra e a entrada no território de tropas estranhas ao país. Veremos então se os argumentos colidem com os que os ocidentais usaram na sua propaganda para acusar a Rússia de uma atitude que foi contra os seus interesses militares e políticos. Creio que o caso só passará se for completamente silenciado nos noticiários e ocorrer COMO SE NÃO OCORRESSE! Isto porque na informação-propaganda do Ocidente (e o urânio e o ouro do Níger são, evidentemente, ocidentais) há factos que não existem existindo e factos que não existem existindo. Cada notícia sobre política internacional tem de ser analisada e classificada e, mais, se disser respeito à Ucrânia e à guerra que a Nato nela desenvolve contra a Rússia.

O Ocidente, Macron e Borrell puxam pela cabeça e fogem de reconhecer o óbvio: que África está farta de ser explorada e permanecer pobre e miserável!

Este professor de Relações Internacionais (que matéria será esta? import-export? contrabando? comércios ilícitos? Vá um mortal descobrir!) diz mais uma vez, a décima milésima, que a Europa está em queda livre e que pode não sobreviver à derrota da Nato/EUA na Ucrânia. Teve de ser professor para maquinar uma saloiada destas! A Europa tornou-se uma colónia, deixou de ter vida independente e está moribunda. Se a conhecermos assim, nesta triste realidade falar de sobrevivência é uma palermice. Ou talvez se relacione com uma doença terminal e então trata-se de uma mera evidência, um dito de Abranhos. Tomemos nota: Tiago Moreira de Sá, ao nosso dispor, atento-venerador-obrigado!

No rescaldo do woodstock lisboeta. A curto prazo a promoção da multinacional Vaticano & Cia Lda correu bem. Quando a juventude tiver de enfrentar o mercado de trabalho, ver-se-á como a média burguesia que andou em festa e a fazer proselitismo religioso vai reagir. Queira Deus que a economia os absorva sem grandes problemas. O Deus capital, claro está!

Os salários caem quando os preços sobem mais que os seus possíveis aumentos; e é mais fácil os preços subirem (porque até em crise eles sobem) que os salários serem aumentados (é uma realidade do capitalismo e uma exigência para que os lucros cresçam). Trata-se dum manejo na atividade das empresas: as que não agirem assim são excluídas, com o tempo, do chamado mercado. Parte do esforço que o capital desenvolve é a resolver esta contradição e a ter a mão-de-obra afastada desta sua exigência. E os governos burgueses manejam esta situação a favor do dinheiro.

Então foi assim: o país aliviou-se forte e feio, em todos os cantos e recantos, era vê-lo de carcela aberta, até que os juros do dinheiro grátis lançado para a especulação bolsista começaram a subir com a desculpa da inflação – que esse dinheiro caído do céu criou -, e as cadeias de abastecimento de matérias-primas foram desmanteladas pelas sanções dos inteligentes ao nível de Borrell e da saltarica neta de nazis. O termo aliviar é uma descoberta genial para o assunto. Ainda não se conhece o termo que descreve o não-alívio, porque falar em sofrimento é mau para o prestígio do capitalismo e os seus teorizadores.

Pois foi: o Novo Banco fez o papel de gatuno desde 2019 quando se recusou a entregar ao estado venezuelano a quantia de 1,35 MIL MILHÔES de euros cumprindo instruções de Trump transmitidas ao seu sicário feito presidente interino (ou de nada) Guaidó, um deputado apalermado que tinha recebido 60 mil votos concorrendo por um partido fascista que aspirava à invasão do seu próprio país. Resta saber como o gatuno vai reagir à sentença judicial (que não podia ser outra, embora tardia ao jeito lusitano). Nem tudo é mau no caso porque o Novo Banco esteve à altura do banco central inglês que se recusou e ainda recusa entregar 16 MIL MILHÕES em ouro que o banco central venezuelano tinha nele depositado para garantir parte do seu comércio internacional. Portanto o Novo Banco esteve à altura da City de Londres, ora, ora, que feito! Diferente fizeram os gringos que roubaram empresas: refinarias e uma rede nacional de postos de abastecimento de combustíveis. Um trio de gatunos de altíssimo coturno onde o ex-Bes, o sorvedouro Novo Banco, esteve representado, com vera HONRA!

Como o pasquim documentou o empate em Espanha entre PSOE versus PP. Chama-se a isto imaginação e jornalixo.  

Fonte aqui


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20 pensamentos sobre “Do Niger à Ucrânia passando pelo alívio do lusitano e outros factos

  1. O Niger e os tadinhos dos colonizados.
    «África está farta de ser explorada e permanecer pobre e miserável».
    Claro que essa situação nada tem a ver com as suas chefias pós independência e a consequente retirada das administrações coloniais, onde havia progresso há agora corrupção e miséria e mais uma guerrinhas tribais – tudo consequência da colonização, dizem os cretinos que fazem de conta que acreditam que sociedades que recém chegados à idade de ferro há menos de 200 anos estariam plenamente desenvolvidas não fora os malefícios da colonização.
    A cambada que cultua esses disparates é a mesma que está pronta a validar toda a golpada, toda a autarcia, toda a bandalheira, que ofenda os interesses e os valores do Ocidente; do mesmo passo vão de seguida louvar a generosa intervenção da Rússia e dos seus mercenários para a África.

    • Nota-se o seu completo desconhecimento do que foi a colonização no mundo e em África em particular. O que o JgMenos escreve é uma repetição vulgar da filosofia dos colonizadores que se refinou com a camarilha de sua majestade a rainha inglesa, amante de corsários, salteadores e outros assassinos. E para tamanhas palermices o Sr. fez vários comentários, cada qual o mais fora de época e de base intelectual confrangedora pelo bafio e embustes que encerram. Perdeu o seu tempo porque a vida é outra coisa e assume sempre a realidade e as suas circunstâncias. Vê-se que não conheceu África, lá. Ou se conheceu fê-lo já como senhor a olhar para servos e gente que não foi capaz de compreender dada a sua arrogância e tacanhez de espírito. Mas afinal, como vê “eles” agora estão-se a marimbar para a civilização das metrópoles que o que fez, depois das barbaridades que se conhecem, foi corromper políticos e elegê-los como dirigentes para que os países nunca obtivessem soberania. Compreende ? Sabe o significado de SOBERANIA ?

    • Primeiro precisava de definir independência, progresso, corrupção, e desenvolvimento. É que a nossa concepção não é a retirada do valor total para Londres, Amesterdão, e Nova Iorque enquanto quem trabalha é agredido para trabalhar para não comer; manias.

  2. Quando a Europa deixar de apoiar os que se revêem nos seus valores acresce, à erosão de decénios de propaganda de ideologias que visam destruí-los, a cobardia que os inimigos desses valores visam a todo o tempo promover no seu seio.

  3. A Igreja desde sempre se propôs acolher os aflitos e os excluídos da sociedade.
    Paga por isso o preço de ter acolhido os que hoje desfilam proclamando o orgulho em serem o que são: anormais em que um sinal ‘+’ exclui coisa nenhuma.

  4. Saídos da austeridade com um borla de juros, ei-los que retornam e encontram tudo na mesma diletante cultura do fácil e agora, que começou por trazê-la.
    E as esmolas europeias vão desaparecer…

    • Só é uma chatice que também não se fabrique sem recursos, mas hão-de vir de Marte com ajuda da IA financiada com criptoesquemas, que o capitalismo superou o jubileu como necessidade para a interdepêndencia comercial (mais conteúdo que até aparece na bíblia que os cristãos nunca leram).

  5. Claro que, a miséria de África tem a ver com a corrupção de muitos dos seus dirigentes. Porque os colonizadores deixaram lá uma elite que se identifica com os colonizadores, manda os filhos estudar nas potências colonizadoras e despreza o seu próprio povo. Quem não entra na dança é assassinado e a lista é longa e está muito calor para a estar a escrever toda.
    Na América Latina o cenário desolador e igual e quando o ímpeto libertador foi demasiado forte para, as forças do vizinho do Norte foi ditaduras das tais elites corruptas para cima deles e muita gente assassinada, torturada, exilada para lá do sol posto. E os trastes europeus e americanos que apoiavam aquela merda toda ainda a achar que faziam um grande favor em receber os exilados. Com alguns dirigentes a condenar os golpistas ao mesmo tempo que os seus empresários negociavam com eles. Porque isto a economia é livre e não cabe ao estado dizer aos empresários com quem fazer negócios. Cambada de hipócritas e vampiros, a isto se resumem os valores europeus. Se há quem fale mal desses valores? Claro que há.
    Por tudo isto, nessas terras, assoladas pela rapacidade de um continente de gente fascista e racista que nunca teve recursos, nenhuns e melhor ser corrupto vivo, vender os seus recursos a precos muito próximos do roubo de graça que eram os tempos do colonialismo a armar se em honesto e acabar morto, quem sabe se enrabado por uma baioneta.
    No meio disto tudo temos as tais esmolas dos bondosos europeus que são semelhantes a dar uma chouriça em troca dos porcos gordos que de lá trazemos e não temos como ouro, urânio e diamantes. Faz sentido para quem tiver alma de ladrão.
    É claro que quando o Níger for invadido por uma camarilha de corruptos já a invasão vai ser boa e os civis podem cair que nem tordos porque esses são mesmo pretos a seio, não simples pretos da neve e golpes de estado bons são só o que orquestramos a partir do nosso belo jardim.
    Aliás os americanos tentaram responder ao 25 de Abril pedindo a Espanha que invadisse Portugal. Se não tivemos os carabineros, bestas infames sedentas que na altura ensanguentavam Espanha a cozer gente, a baioneta nas ruas de Lisboa foi porque o velho ditador estava bem mais quebrado e se calhar teve uma centelha de humanidade não querendo destruir um povo vizinho que sempre lhe fez o frete.
    Por isso, quem teve essa energia toda durante a noite, pode bem continuar com energia na madrugada que finalmente está fresquinha para ir ver se o mar dá choco.

  6. Ja agora, os juros assassinos regressaram porque na grande Europa também há elites corruptas com fome. Mas nós ainda chamamos facilitismo a encargos que nos permitam respirar. É enquanto houver gente que gosta do chicote em vez de ir ver se o mar dá choco não há nada, a fazer.

  7. Como autor do texto agradeço a Whale project os comentários que fez e que são respostas adequadas ao que JgMenos conseguiu tirar da gaveta da philosophia colonial inglesa-salazarista em apoio da submissão dos povos coloniais – militar e de ocupação e depois económica/financeira, de mercado e de moeda controlada do exterior – depois da hipotética descolonização que só acabou com os excessos que os civilizados já não podiam ou queriam mostrar ao mundo. Não queria falar de ignorância e bacoquice evidentes. JgMenos tem espírito colonial e mostra-se um ignorante que papagueia as ideias das elites da metrópoles colonizadoras sem se aperceber das palermices que escreve. Bem que podia explicar porque a moeda do níger e países colónias francófonas não têm soberania monetária já que é a frança que emite e maneja a moeda que todos utilizam. E tivesse dito e jurado que o ouro que paris guarda não foi extraído mdas minas nigerianas e pago a dez reis de mel coado. E dissesse se alguma vez as trocas entre colónias e metrópoles foram realizadas em termos favoráveis aos povos colonizados. Se souber o que são termos de troca, claro !

    • «Se souber o que são termos de troca, claro»
      Os termos de troca definem-nos os agentes na troca: ouro por missangas são termos de toca aceites pelas partes, em termos equivalentes aos que hoje definem o comércio de estupefacientes.
      Os moralistas de hoje, que não abandonaram as famílias nem se fizeram ao mar, associam à ignorância a bacoquice de julgarem o passado tomando por base os meios e juízos de valor do presente, e dizem-se intelectuais!

      Em tudo o mais que respeita à África, critérios rácicos e falsificações históricas informam o estúpido e prevalente discurso que visa penalizar a Europa,
      Como se árabes e berberes não fossem invasores, presores, corsários de europeus.
      Como se a escravatura em África se iniciasse com os europeus.
      Como se os cuanhamas não fossem opressores e escravizadores dos povos seus vizinhos.
      Como se o Gungunhana não fosse um invasor zulu.
      Como se Salazar não tivesse promovido o crescimento económico e o bem-estar das populações em África.
      E sentem-se justiceiros no exercício de pura má língua.

      • Enquanto desconsiderar a desumanização, o genocídio, e o tratamento de humanos como mercadoria, não percebe nem quer perceber a total ausência de superioridade moral no que quer que seja, porque nunca os verá como humanos.

      • Agora se percebe que o JgMenos não passa de um aldrabão, um vigarista assumido. E não sabe o que são termos de troca no conceito capitalista actual. Não sabe porque o formol em que esteve mergulhado, além do cérebro lhe comeu os olhos. Leia 3 livros sobre o colonialismo, qualquer dele: de europeus sobre americanos, indianos, africanos, polinésios e caribenhos; de teutões sobre romanos; de católicos sobre infieis; dos ingleses, holandeses, franceses e alemães na idade moderna. Convença-nos que a partilha de África no séc XIX foi um progresso para o continente ao ser partilhado por imbecis que nem os territórios das nações/tribos souberam definir. O JgMenos pode assumir o papel de patarata quantas vezes entender e onde entender. Escolher a “estátua de sal” para o fazer mostra a sua imaturidade de vaidoso que não reconhece a sua ignorância sobre o assunto, como se vê à claridade pelo uso de chavões bafientos, por cá, do tempo da outra senhora ou do botas, se preferir. Comece a ler como quem, por fim, estuda alguma coisa. Evite dar nas vistas; o seu retrato é péssimo e ridículo !!!

      • E como não sabe o que são termos de troca no comércio internacional e como eles foram nas relações entre metrópoles e colónias, o JgMenos passa a arengar sobre situações avulsas que apresenta como definidoras do colonialismo, um qualquer, mas não as relações coloniais do capitalismo. Compre livros de história, leia o que foram as relações políticas, militares e económicas entre metrópoles e colónias. Estude e solte-se dos chavões que hoje já cheiram a azedo e a bafio. E desabafe num blogue do ppd ou do chaga, entre amigos; não faça aqui fraca figura. É que não lhe adianta nada: a História para ser torcida necessita dum fascismo com censura férrea que ainda não chegou, embora já se vislumbre e conte com mentalidades como a sua baseadas na ignorância, na vaidade, na miopia e na prepotência.

  8. Pingback: África em números ~
  9. Estes Menos já mostram os dentes e nunca se curaram dos previlegios que assentavam na escravatura ignobil dos Povos Africanos e outros ……O Chicote as correntes que esses POVOS carregavam nos seus corpos nos Barcos Negreiros e que hoje atravessam ainda o Mediterraneo sem correntes visiveis ,mas q descendentes desssa colonizaçao que hoje continua a exploraçao com “Governadores” ue a Europa apoia pq lhes permite que continuem a exploraçao dos recursos que roubam a todos essses Povos ……o Niger o Congo (ex Belga)? são o exemplo da traiçao continuada do esbulho e quando estes Povos tentam Libertar-se o Imperio Europeu exporta “Liberdade” enviando Tropas ,veja-se França para proteger os seus interesses em nome da da sua “Democracia” ……claro q não é para proteger os seus interesses Colonias ,mas os Povos que diz proteger ! de quê ? da sua miseria e doenças já erradicadas doutros Continentes ,mas q ali matam milhoes de crianças?

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