Perderam a vergonha

(Miguel Sousa Tavares, in Expresso, 19/05/2023)

Miguel Sousa Tavares

Contas feitas, percebe-se que os ganhos resultantes do notável desempenho do PIB não foram parar às mãos dos pensionistas, nem dos trabalhadores do sector privado, nem dos funcionários públicos, todos com aumentos em 2022 aquém da inflação: foram parar às mãos do Estado e da banca. Os banqueiros nacionais cavalgam a onda de euforia com taxas de juro nos empréstimos que são um garrote para famílias e empresas e remuneram a poupança dos clien­tes com taxas a rondar o zero. E com isso festejam o “sucesso” da sua gestão, anunciando lucros extravagantes aos accionistas e atribuindo-se os correspondentes prémios pornográficos de gestão. “É o mercado a funcionar”, diz o presidente da Associação de Bancos, Vítor Bento. Não, não é: é exactamente o contrário, é um pequeno mercado, funcionando em concertação, a deturpar as regras do jogo. E, por isso, quando o banco público anuncia um comportamento mais decente, logo aparece um banqueiro (António Esteves, no último Expresso) a defender que não faz sentido haver um banco público e que a CGD deveria ser privatizada. Parece que já não se lembra que isso foi feito no passado e que, após várias peripécias pouco edificantes, os banqueiros nacionais que não correram a vender os bancos a estrangeiros acabaram a ser resgatados pelo Estado depois de indecorosas falências. Custou-nos para cima de 20 mil milhões de euros, que poderiam ter sido gastos em tantas coisas mais de que o país precisa e cuja gratidão a classe demonstra agora e assim uma vez mais.

ILUSTRAÇÃO HUGO PINTO

Mas, no lugar deles, eu usaria de cautela. Este tom de arrogância com que hoje se nos dirigem é certamente ainda herdeiro da crença em tempos anuncia­da por Fernando Ulrich sobre a paciên­cia dos portugueses: “Ai, aguentam, aguentam!” Pois eu não estaria tão certo. A história por vezes dá cambalhotas imprevistas e nada lhes garante que da próxima vez em que estiverem por baixo e em pânico alguém tenha pena deles.

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2 Há dias, a TVI passou uma notável reportagem acerca de um tema sobre o qual também já aqui escrevi: a revolução ferroviária em Espanha, comparada com o que se passa em Portugal. Para tudo resumir rapidamente, a Espanha agarrou na oportunidade dos dinheiros europeus, que nós destinámos não se consegue perceber bem a quê, para levar a cabo uma verdadeira revolução do transporte ferroviário. Enquanto nós ainda insistíamos na pré-histórica “bitola ibérica”, convencidos de termos a companhia deles, eles investiam tudo na bitola europeia e na alta velocidade, deixando-nos a ruminar sozinhos com a “bitola lusa” e a lamentar que eles se tenham desinteressado de reactivar o Lusitânia Expresso. Enquanto eles compravam comboios ultramodernos e confortáveis, Pedro Nuno Santos (P.N.S.) gabava-se de ter comprado barato a sucata da Renfe para a mandar restaurar em Gaia. Enquanto eles, no espaço de três anos, encheram o mapa de Espanha de linhas de alta velocidade, e continuam, nós apostámos em melhorar linhas caducas, sempre ultrapassando os prazos e preços das empreitadas e nunca garantindo com isso comboios mais rápidos. Enquanto eles abriam a exploração das linhas a operadores estrangeiros, atraindo franceses e italianos em concorrência com a estatal Renfe, o sempre visionário P.N.S. declarava que “a ferrovia é importante de mais para não ser exclusivo português” e o TGV, se um dia chegasse, seria um negócio tão bom para a CP que estava fora de questão abri-lo à iniciativa privada. Conclusão: enquanto nós continuamos basicamente com um serviço ferroviá­rio igual ao que havia em meados do século passado, em Espanha a linha de alta velocidade abrange já milhares de quilómetros ligando o país todo e os seus comboios são três vezes mais rápidos do que os nossos e cinco vezes mais baratos — o que teve como consequência imediata multiplicar por quatro o número de passageiros, serem todos rentáveis e fazer mais pela redução da poluição atmosférica do que dezenas de vácuos discursos. É a diferença entre fazer política para as juventudes partidárias e os congressos do partido ou fazer política de serviço público.

Ao contrário do que P.N.S. defendia, qualquer tentativa para dar finalmente aos portugueses um verdadeiro serviço ferroviário tem de começar obrigatoriamente pelo encerramento desse cancro chamado CP, que já demonstrou bastas vezes não ser regenerável. E é óbvio que não será também com João Galamba, o discípulo ideológico e metodológico de P.N.S., que isso se fará. Enquanto todos os comentadores e os ditos “opositores” andam salivando de entusiasmo com os episódios, menos que menores, de Galamba, o seu adjunto, o computador, o SIS e outras coisas que não têm que ver com nenhuma política ou ausência dela, aquilo que interessa passa-lhes ao lado. Por exemplo, a forma como Galamba, o fura-greves de serviço ao Governo, pôs fim às intermináveis greves dos maquinistas da CP na semana passada. Confrontado com um caderno reivindicativo que, entre outras exigências impossíveis de satisfazer numa empresa eternamente deficitária, contemplava a extraordinária reivindicação de “horários compatíveis com a vida familiar” (imagine-se o mesmo exigido para aviação, aeroportos, serviços de saúde, forças de segurança, etc.), o que fez Galamba? Suprimiu o revisor nos comboios onde a afluência o não justificava, e o dinheiro que a CP pagava aos revisores passará a pagar, em acréscimo, aos maquinistas — pois que, como se compreende, é mais difícil conduzir um comboio que não tem um revisor lá atrás, nas carruagens. Resultado: acabou a greve dos maquinistas e vão começar greves dos outros trabalhadores da CP, que se dizem discriminados. Melhor ainda: como isto foi negociado directamente pelo ministro, passando por cima da administração da empresa, e estes não se demitiram depois de terem sido assim desautorizados e humilhados, imagine-se o regabofe que será agora a gestão daquilo. E a isto — atirar dinheiro para cima das greves, sem uma ideia de futuro, e assistir tranquilamente à degradação contínua de um serviço essencial para o país — chamam pomposamente “a ferrovia”!

3 Num momento em que o SNS atravessa uma crise que faz duvidar da sua própria sobrevivência, a promoção da saúde pública — titulada por uma Secretaria de Estado com o mesmo nome — não teria mãos a medir, se não com as drásticas medidas de fundo necessárias, ao menos com uma infinidade de outras, que, não sendo drásticas, poderiam, com imaginação, facilitar a vida de quem espera em vão pela ajuda pública em matéria de saúde. Mas, não alcançando tais altos voos e à míngua de fazer prova de vida, a senhora que tutela a tal Secretaria de Estado lançou mão do mais habitual dos expedientes: novo pacote de sanções contra a Rússia, perdão, contra os fumadores. A sua proposta de lei, caninamente aprovada em Conselho de Ministros, não contém uma só medida que promova ou defenda a saúde pública ou proteja os direitos dos não fumadores: é apenas um (mais um) castigo infligido gratuitamente aos fumadores, e porque sim. Proibir, como ela diz, impante, os fumadores de practicamente fumar em todos os lugares ao ar livre seria eficaz se ao mesmo tempo proibisse todos os veículos de circular na via pública ou os paquetes de Lisboa, a maior fonte de poluição atmosférica da cidade, de se manterem com as caldeiras a funcionar enquanto estão atracados. Restringir a venda de tabaco apenas às tabacarias vai obrigar os fumadores a gastar mais tempo e gasolina à procura de postos de venda e vai reduzir o negócio a muitas pequenas lojas, mas não vai impedir um único fumador de deixar de o ser. Convidar os concessionários das praias a proibir os fumadores de fumar nos seus espaços é atribuir-lhes um direito, inconstitucional, de estabelecerem a lei num espaço do domínio público marítimo e convidá-los à parceria fascisto-higiénica da sua mentora. Quanto à nobre intenção, que resta, de proteger a saúde dos fumadores de si mesmos, é coisa que não cabe nas funções governativas da senhora — da minha saúde ocupo-me eu, estalinismos dispenso. A sua propostazinha é apenas o conhecido e ancestral reflexo irresistível da tentação ditatorial do pequeno funcionário: gozar os seus 15 minutos de fama e de poder absoluto, remédio efémero para as suas frustrações ou vaidades pessoais.

Mas a democracia, minha cara secretária de Estado, distingue-se dos demais regimes não apenas por ser o governo legítimo de uma maioria sobre uma minoria mas, sobretudo, por ser aquele em que uma maioria respeita os direitos de uma minoria. Espero bem que a Assembleia da República, que, por iniciativa do PAN, já concedeu aos animais muito mais direitos do que hoje os fumadores têm, lhe explique isto quando for votar a sua vergonhosa proposta de lei.

Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia

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16 pensamentos sobre “Perderam a vergonha

  1. No que toca ao fumo deixe lá o Estaline descansado que isto tem a ver com americanismo e não com Estalinismo.Ha muitos anos que por lá se tentam meter os fumadores num guetto e há uns 30 anos uma conhecida minha quase que vai presa em NY por estar a fumar numa plataforma de uma estação de comboio, ao ar livre. Foi ameaçada de apreensão de passaporte, ainda pagou uma qualquer multa e não ganhou para o susto.
    Foi lá que foi produzida a célebre frase mais tarde plagiado por certo secretário de estado “beijar uma mulher que fuma e como lamber um cinzeiro”. Li nas seleções do readers digest testemunhos que hoje não sei se são verdade ou mentira de alegados familiares de gente que tinha morrido de morte macaca por cancro em virtude do tabaco. Campanhas de terror em toda a linha. A propósito, eu não fumo, nunca fumei, mas não gosto de restrições à liberdade, especialmente se cozinhadas em terras que se dizem faróis da liberdade e democracia. É a paternidade de coisinhas destas deve ser bem atribuída. Mas nós adoramos copiar o que de pior se faz do outro lado do mar.

  2. 1 – O mercado começa por ser europeu.
    O Estado vende certificados de aforro aos nacionais, como nunca, o que é mercado a funcionar.
    O passado não é tão simples de explicar. E sempre o Estado pode mamar menos nos lucros se beneficiar a constituição de reservas.
    2 – Finalmente alguém me diz do ‘grande serviço’ que foi acabar com a greve dos maquinistas!
    3 – Como sempre quando algo se está a afundar levantam uma bandeira em outro lugar. Chamam-lhe talento político, e é pura manhosice que aposta na idiotice.

    • Pois vende, e à banca ou vai atrás e compra, capitalizando e ficando ilíquida, ou vê os depósitos a fugir, decapitalizando e desinvestindo da economia. De mercado livre é que não há nada, porque não há nada de natural nos juros da dívida, e a tal de contas certas é dinheiro que sai da economia e que terá que acertar com a banca.

  3. Os ódiozinhos de MST acabam sempre numa cómica farsa. Como se o que é permitido a uma das maiores economias europeias fosse permitido à periferia obediente, mas, como assim não é, há que inventar umas oficinas em Gaia e fazer de conta que as carruagens que nunca viu e nunca andou não suprimem uma necessidade muito bem muito abaixo do custo.
    A estas mentes brilhantes, que nunca trabalharam, nem nunca falaram com quem trabalha, não lhes vai passar pela cabeça a vantagem de ter estancado a hemorragia de conhecimento e experiência que será necessária quando as regras e regrinhas forem cumpridas e o investimento mais forte ser concretizado – não, não é a greve que deve temer, é mais degradação – ou as vantagens de ter algo a dizer sobre equipamentos e sistemas, que não se trata de carros. Pelo contrário, para estas mentes, o transporte de passageiro para lugares, à escala europeia, remotos e despovoados só não é lucrativo porque é do estado, e não uma realidade para qualquer rede – ninguém olhe para a concentração do sucesso privado na região super-densa Paris-Bruxelas, ou no colapso da ferrovia britânica. Mas ninguém o impede, nem pode impedir, até vão ter uma renovada linha do norte para provar que são capazes de serviço mais amplo e universal.
    Mas também já disse tudo, “horários compatíveis com a vida familiar” não são para os untermensch que mantêm o sistema a funcionar. Nisso, apesar da perda, está com sorte, não parará de aumentar os que não a têm, para que os seus amigos e outros idiotas venham falar de uma grande substituição organizada, como se não fosse orgânica.
    Enfim. É por isto que ninguém governa, mais vale deixar andar que nunca erra e é menos criticado, e ainda pode fazer carreira abrindo a carteira a rendas a quem os financia. Jornalismo era suposto ser outra coisa.

  4. Concordo com a maior parte do primeiro tópico, mas é elementar, meu caro Tavares.

    No segundo, se bem entendi, o Miguelito não quer que se reabilite um sector industrial e diz que ainda não temos TGV porque não quisemos deixar tudo nas mãos da iniciativa privada ?!
    Fónix, este homem é um génio! Nem boicotes ou guerras políticas, nem declarações tipo: ” Só querem o TGV para os espanhóis se pôrem aqui mais depressa” (Ferreira Leite dixit)…Ooookay.

    Quanto ao 3º ponto, até podiam deixar de vender completamente. Não faz falta e não me interessa.

  5. Eu cá, desfilosoficamente falando, ainda não consegui entender como alguém é capaz de perder a vergonha, tão cara que ela deve ser, sobretudo nos dias que correm, com toda a inflação registada! Resta a esperança de que, ao menos, alguém a encontre e a faça sua, não deixando que se desperdice! Depois, entre bitolas ferroviárias, prefiro o carrinho de mão para transporte de passageiros e mercadorias, de uma só roda, que, para além de passar por tudo quanto é sítio, exercita quem o empurra, permite apanhar ar puro a quem nele é transportado e não polui! Desfilosoficamente e democraticamente, disse!

    • Chateiam-me estes tipos a transformarem em grandes heróis os cúmplices do Hitler durante os primeiros dois anos da IIGG, que eventualmente nem teria começado sem essa aliança!

      Tadinhos dos soviéticos; os aliados deixaram-nos a serem massacrados sem outro auxílio que fornecendo-lhes, para não irem a pé para a guerra, camiões e outro material, .
      Os soviéticos estavam tão confiados no aliado, que lhes tinha dado metade da Polónia e lhes prometia muito mais, que nem estavam armados nem preparados para que o aliado, vendo-os com mais ambição que ele próprio, os invadisse.
      Perderam 26 milhões porque iam para a guerra mesmo desarmados – a arma era a que capturassem a inimigo ou amigo morto – devidamente enquadrados por comissários políticos à retaguarda (quem recua, morre – princípio já anteriormente estabelecido pelo heróico chefe militar Trótski).

      • Deixe-me adivinhar, a professora de história fazia muitas greves? Já lhe foi dito que nem os dois anos estão correctos, boa parte em a civilização estava toda tranquila atrás da muralha francesa, e nem isso aproveita para a cassete. Que, de resto, continua em contrassenso, já esses eslavos eram maus e deviam ter concedido tudo o que o império do menos mal queria, presume-se, quiçá aos celebrados Banderas que iam pôr tudo na ordem.

          • É pá, não tava a corrigir para 22 meses, não. Em acordos, até foi mais, e pior. E também foram outros, que, olha, ajudaram os soviéticos e também têm culpa dos crimes destes pela lógica do simplismo, como este tem pelo que deixou a américa fazer.
            Bons e maus é muito bom na mitologia; a história é outra coisa, e não é à toa que o considerado “vencedor” de hoje não é o mesmo do pós-guerra.

      • Pá e que tal falares dos Acordos de Munique em Setembro de 1938 (um ano antes do teu famigerado Molotov-Ribentropp), entre a Alemanha Nazi, o Império Britânico e a França, onde foi permitido que a Alemanha anexasse a Checoslováquia inteira de forma a “apaziguar” os interesses bélicos de Hitler ?

        Aproveita e menciona o facto do governador do Banco de Inglaterra, Montagu Norman, ter roubado 27 toneladas de ouro à Checoslováquia, que foram usadas para financiar os exércitos nazis, e ainda o facto de Georges Bonnet, ministro dos negócios estrangeiros francês, ter sugerido a Hitler enviar judeus para Madagáscar (colónia Francesa na época).

        Ah e diz que ainda que Stalin abordou a França e a Inglaterra, sugerindo-lhes invadir a Alemanha em conjunto no caso de Hitler entrar com as suas tropas pela Sudetenland adentro para travar a ameaça nazi sem necessidade de uma guerra mundial.

        E qual foi a resposta

        A França e a Inglaterra nem piaram.

        Permitiram que Hitler entrasse pela Checoslováquia e até assinaram os Acordos de Munique tornando efetiva não só a anexação da Sudetenland, mas da Checoslováquia inteira!

        Vem falar de alianças…

        Em que mundo é que um pacto de não agressão é uma aliança ?

  6. Primeiro queria falar da banca,depois do SNS!

    O simples facto de toda a população portuguesa estar estruturalmente empobrecida pelo diferencial entre a inflação e os salários, ou seja, mais 2 milhões de pessoas mais pobres este ano do que no ano passado, e o mesmo no próximo ano, e o mesmo no seguinte…
    deve levar-nos a destruir esta estrutura que se diz democrática.

    Sou OBRIGADO a ter uma conta bancária.
    Tenho de pagar para deixar lá o meu dinheiro (embora este seja utilizado pelo banco para fazer o seu trabalho).
    Pago sempre que faço uma transacção (% sobre a transacção do CM, que pago no preço do produto comprado).
    Os bancos correm riscos para ganhar mais dinheiro, fazendo de “banco comercial”.
    Se o banco falir, eles ficam com o dinheiro que eu depositei nele, é claro…
    Sinto-me um pouco… como o peru da farsa…

    Pelo menos 95% não sabem que os 200 mil milhões de depósitos estão repartidos por 2 bancos gigantes e que os fundos de garantia são de apenas alguns milhares .

    Um número ainda maior de Portugueses desconhece o balanço dos bancos com uma alavancagem de quase 50 (o Lehmann Brothers caiu para muito menos do que isso) e que têm dívidas podres no depósito.

    Pessoalmente, não empresto dinheiro ao meu banco: sou OBRIGADO a passar por ele para lá colocar o meu dinheiro e aceder a ele!
    Como tal, o banco é o guardião do meu dinheiro. É essa a sua função.
    É extremamente desonesto misturar estes fundos com a conta de ganhos e perdas em caso de falência.

    O capitalismo deu lugar ao canibalismo no dia em que o homem se apercebeu de que era mais rentável explorar o seu semelhante do que comê-lo.

    O que se passa agora nos Estados Unidos pode muito bem ser amanhã em Portugal, porque quando os Estados Unidos tossem, Portugal constipa-se! Os meses que se seguem parecem-me muito sombrios, apesar de nos dizerem que está tudo sob controlo; é isso que me dá um medo redobrado!
    Quanto mais os anos passam, mais os nossos dirigentes aumentam a dívida dos países que dizem governar e, mais cedo ou mais tarde, tudo acabará mal. Em Portugal, a pressão dos impostos faz-se sentir cada vez mais para os serviços públicos em constante declínio. Constatamos também que não há mais investimentos, pelo que não há soluções de saída para as crises, a não ser a extorsão dos pobres e a destruição da classe média, enquanto os ultra-ricos se safam e protegem, por enquanto, os seus privilégios.
    O mais preocupante é que somos governados por financeiros para quem só a finança conta, que sonham com a finança, que comem a finança, que estão obcecados com o fiduciário e sobretudo com o fiduciário, o que os torna desfasados, desorientados e sobretudo dogmáticos. A realidade há-de voltar e muitos desta escumalha terão feito o que era necessário para não sofrer os danos. Pobres de nós!
    A diferença em relação a 2008 é o efeito de concentração dos bancos, que estão a desaparecer em favor de uma única entidade que dita as regras: A moeda digital dos bancos centrais, inspirada no modelo de controlo chinês. É a quintessência da ordem num mundo em caos.
    A confusão do Grand Reset !
    A maioria dos iniciantes pensa que investir em criptografia e ações é segurar até que suba, com as recentes atividades de mercado e recessão. Devem saber que as previsões de preços de longo e médio prazo são muito difíceis de fazer.
    Os Estados Unidos estão a comer o seu êgo e o seu sentimento de superioridade e, ao mesmo tempo, joga-se um jogo entre aqueles que querem que as moedas digitais assumam o controlo, sem perder muito de uma só vez, pelo que os pequenos bancos estão a pagar o preço! Quando os grandes forem resgatados, as moedas digitais verão a luz do dia. Hesito entre as boas e as más notícias, porque eles são muito bons a transformar uma coisa boa numa coisa má, porque estas moedas nacionais serão controladas ao contrário dos valores do cypherpunk! Veremos onde é que tudo isto nos leva, entretanto, estejamos atentos! Estamos na era da intoxicação, do fumo e dos espelhos!
    A bancarrota já está aqui desde 2008, mas enquanto houver a prensa de impressão de dinheiro e o dólar for a moeda de reserva, o sistema vai-se sustentar até que os BRICS se desdolarizem completamente…será que o Ocidente está pronto para vender tudo sob o risco de se tornar uma influência de segunda categoria? Não me parece, mas é inevitável, bater-mos no muro, tudo vai depender do comportamento dos abutres…
    A única coisa que posso dizer é que apenas alguns economistas, que nunca se vêem na televisão, explicaram o que realmente se está a passar.
    Os grandes bancos estão em conluio com o Fed para criar falências de bancos federais regionais para que os grandes bancos como o JPMorgan possam adquiri-los a um custo mais baixo e assim reforçar ainda mais o seu monopólio.
    Todos eles dizem que o sistema bancário mundial precisa de ser completamente reformulado.
    O que é que se segue? Eu diria que vão atacar um banco privado… Através dos seus produtos financeiros, forçando as vendas a descoberto.. Os americanos gostam de exportar os seus problemas para a Europa.
    Uma vez que as avaliações são todas relativas, um colapso simultâneo de todas as variações monetárias equivale a um não colapso. É um jogo de soma zero. As únicas coisas que podem realmente desaparecer são a energia, os produtos e os serviços, que são realidades físicas. A economia é apenas uma construção social arbitrária que existe apenas por consenso e condicionamento. Se quisermos evitar uma crise económica, mudamos as regras e as escrituras…
    A guerra na Ucrânia produziu o efeito completamente oposto ao seu objectivo que era enfraquecer a Rússia e a China…. infelizmente a China está mais poderosa do que nunca e também a aceleração do declínio americano e o seu dólar…… é inútil falar da Europa pois ela não pesa nada no mundo.
    O mundo está a dividir-se. A Europa e a América vão ser obrigadas a explorar-se mutuamente! Em todo o caso, os BRICS e os países que se lhes juntam têm tudo: terra, agricultura, indústria, tecnologia, recursos, etc. Não precisam de ninguém!

    Na minha opinião, é provável que alguns bancos venham a cair, mas a solução adoptada será, em vez de um roubo directo das contas, uma activação monstruosa da máquina de imprimir dinheiro. Assim, em vez de vermos os nossos depósitos e poupanças serem roubados directamente, veremos o seu valor reduzido pela inflação. Isto é muito mais aceitável psicologicamente do que o arresto das contas, mas o resultado é o mesmo, acabamos arruinados.
    O conselho básico é proteger-se!
    Por outro lado, a destruição do sistema bancário tradicional pelas taxas cobradas pelos bancos centrais é evidente e constitui, portanto, o verdadeiro objectivo perseguido pelo “sistema” com, no fim de contas, e isso nem sequer é escondido, a criação de moedas digitais pelos bancos centrais que permitirão dominar toda uma zona e a sua população, fornecendo a quem a gere os meios para financiar qualquer guerra. Já não há necessidade de contrapartidas, cria-se o que se precisa, e estar limitado pela quantidade de meios disponíveis para financiar as suas guerras é simplesmente inaceitável. Mais uma vez, neste contexto, o ouro não tem futuro e os bancos tradicionais também não.
    A lógica é, portanto, bélica e não financeira e económica. O valor do Tesla justifica-se, portanto, pelas suas próprias extensões, os sistemas starlink e neuralink, cuja dimensão militar não pode escapar a ninguém. A aparente anomalia do valor é, neste contexto, totalmente coerente.
    Quando a inflação é galopante e a moeda está em queda livre? E se por acaso o meu banco for à falência.? A Argentina vive actualmente numa economia de troca directa. É provável que a Turquia lhe siga. Por isso, se as coisas piorarem nos Estados Unidos, não vejo o que podemos fazer para sair da situação. A não ser que entremos em guerra em vez de fazermos amor e investirmos em armas. Esse é um padrão tão antigo como o tempo.
    Gostaria apenas de lembrar que o Estado são os contribuintes. Portanto, somos nós que estamos a salvar os bancos.
    O que também não é explicado melos mídia é que os dois problemas que surgem são a impressão de dinheiro à vontade, que cria inflação. É a impressão de dinheiro que destrói o valor do dinheiro. E também o facto de a economia se basear na dívida.
    A inflação não é a subida dos preços, mas a perda de valor do dinheiro.
    O dólar não vai sobreviver mais de 5 anos, pois é uma moeda que se tornou um instrumento político para os Estados Unidos. Este fenómeno da moeda é uma portagem para todos os outros países, os americanos aproveitaram este dólar para fazer o seu poderio militar e as suas bases militares em todo o mundo. A história nunca se engana, todas as moedas que dominaram o mundo inteiro não sobreviveram mais de 80 anos, por exemplo a Inglaterra, a Holanda, etc., o dólar não será uma excepção.

    • Não está tudo bem, nem se recomenda, nem funciona bem; mas não há alternativa à totalidade dos depósitos estarem todos cobertos, independentemente da lei, porque a alternativa é a corrida à banca quando houver espirros e, por muito que sejam interesseiros e incompetentes, não querem voltar a 1929 porque era tudo posto em causa.

  7. SNS

    Tudo é orquestrado!!!

    A destruição voluntária do SNS?

    O SNS vai desaparecer,sobre a ideologia europeia e norte americana.

    Sim, estamos em guerra!
    “Eles” estão em guerra connosco

    Tenho assistido à lenta degradação do SNS, nos últimos 15 anos, a uma aceleração brutal da degradação.

    Em resumo:
    – durante décadas, o SNS foi organizado numa base de “just-in-time”, de modo a que todas as camas estivessem ocupadas e, por conseguinte, só podemos fazer face a uma epidemia racionando os cuidados
    – por conseguinte, os hospitais ficam saturados todos os Invernos
    – há anos que os profissionais de saúde se manifestam contra a falta de pessoal e os salários baixos em relação à carga de trabalho
    – após a epidemia, foi organizado um barnum para melhorar a situação, mas acabaram por receber apenas medalhas de “chocolate”

    – os políticos vão à televisão acusar toda a gente de ser culpada da catástrofe criada por eles próprios e pelos seus antecessores.

    E a população deixa de ter o reflexo mais sensato.

    A própria população já não tem legitimidade para se queixar!

    Com um ministro da Saúde desta envergadura, não é preciso contratar uma empresa de demolições!

    Depois dos “lares de idosos”, os hospitais tornar-se-ão locais de morte?

    São assim tão descerebrados ou consomem muita cocaína?

    Será que ouvem o que dizem, ou melhor, será que eles próprios compreendem o que dizem e as consequências das suas decisões ????

    O SNS está a desmoronar-se por falta de camas e por falta de pessoal .
    Nem posso acreditar.

    E o massacre ainda não acabou

    Sim, os seus cérebros formatados são o reflexo da sua logorreia incompreensível e indigesta
    Que vergonha.
    Que nos toma definitivamente por idiotas

    Os poderes políticos estão a regozijar-se porque encerrar serviços hospitalares é basicamente encerrar camas de hospital, que é o que eles querem fazer por todos os meios, especialmente com a chegada da covid 19 em Março de 2020. De facto, é fácil falar de hospitais sobrelotados quando, ao mesmo tempo, estão a fechar camas de hospital aos poucos.
    Estão a sangrar o SNS para fazer poupanças, enquanto vendem as nossas jóias no estrangeiro… Além disso, os politicos custam-nos uma “massa louca”.

    Mentiras, promessas não cumpridas, a marginalização de pessoas que falam contra a verdade, eis o registo dos governos em relação ao SNS.

    Para além de serem destruidores da saúde pública, não esqueçamos que todos os governos estão à mercê das grandes multinacionais que ditam as suas leis. Não lhes interessam os governos, os países e até as pessoas, interessa-lhes o lucro, por isso tudo faz sentido. Mas porque é que os governos permitem que um tipo ganhe tudo em todos os sectores? Os governos deviam nacionalizar alguns sectores-chave. Porque é que não o fazem? É evidente que o sector privado está a matar tudo e cada vez mais rápido.

    1. No nosso país, como em qualquer outra parte do mundo, os membros do governo, da “oposição”, os jornalistas e os doutores da televisão (que nos têm nas cordas), torpedearam todas as regras. Para além de ignorarem tudo o que não lhes convém, estas aves de arribação não garantem nem provam nada do que afirmam ser correcto.

    2. No nosso país, como em qualquer outra parte do mundo, desde há quase 15 anos que todos os truques são permitidos, sobretudo os truques sujos, e se os membros do governo, a “oposição”, os jornalistas e os médicos em cena não se abstiverem de os fazer, parece que nada os deterá.

    3. Pró ou contra, na realidade estamos todos num canto do ringue. No topo, os grandes corvos que controlam os pequenos que nos controlam, não têm em mente os interesses de ninguém. Aos seus olhos, não somos mais do que tolos felizes, idiotas úteis, descartáveis, destinados a permanecer estúpidos e a tornarmo-nos inúteis…
    O que é que podemos fazer antes de tocar a última campainha? Aumentar o tom? Pão e manteiga para os fanáticos que estão à espera disso…

    Neste momento, já estamos a perder o “jogo”.

    Porque é que os profissionais de saúde e outros não formam um “Reward Challenge Collective” e o proclamam alto e bom som?

    Qual é o futuro de uma sociedade que negligencia a saúde e a educação? Todos nós vemos o resultado, mas não se propõe nenhuma solução para um futuro melhor .
    Por vezes, gosto de voltar a colocar a igreja no meio da aldeia:
    Se não houvesse pobres, não haveria ricos :-).
    Os pobres são apenas uma variável ajustável!
    Estes dois extremos são os pilares da nossa sociedade, mas todos nós vemos os seus limites intelectuais.

    O que está em causa é a colaboração dos meios de comunicação social com a ditadura que está a ser montada em Bruxelas.
    Esta colaboração dos media com o poder de desinformar foi sancionada durante o julgamento de Nuremberga com a pena de morte !!!!!
    É tempo de chamar as coisas pelos nomes!
    Os media são cúmplices de alta traição !!!! Digamo-lo

    Num capitalismo de conivência ou de corrupção.

    O problema não é a inflação, não é o Covid 19 ou a guerra na Ucrânia, para citar apenas alguns.
    Para os nossos dirigentes de Davos, o problema somos nós, a população de todas as cores e feitios que os impede de fazer o que lhes apetece.
    Nós, que temos um pouco de experiência a mais e que, portanto, sabemos quem eles são e do que são capazes, estamos no seu caminho porque somos a memória viva do passado. Por conseguinte, é imperativo que eles eliminem o problema. CQFD!
    A geração mais jovem, ignorante e cheia de aplicações para smartphones, é muito mais fácil de manobrar.
    Vêem as luzes vermelhas a acenderem-se por todo o lado?

    o SNS deteriorou-se quando as decisões e o poder foram deixados a tecnocratas e consultores. A segurança social é o mealheiro de muitas organizações, mesmo para o Estado, o sector da saúde não é deficitário…

    Colapso do SNS , de que nós somos a causa a nível colectivo.
    A nível individual, continuamos a encontrar pessoas competentes e com vastos conhecimentos, uma oportunidade!
    São elas que mantêm o sistema de pé. Uma luz aqui e ali num oceano de trevas!

    Quanta incompetência nos rodeia a nível colectivo?

    Os médicos, que são um elo de uma cadeia comercial cuja principal função é “acalmar” os clientes “pacientes” que já não suportam uma simples dor de cabeça ou uma borbulha no nariz …….
    Pacientes a quem será dada uma receita “substancial” para manter o comércio e a indústria dos medicamentos em actividade……..

    Mesmo que se reconheça que 75% dos medicamentos são inúteis ou perigosos ……..

    A origem do problema não será tratada e muito menos curada, a medicina trata mas só muito raramente cura!

    Na maioria dos casos, é o corpo do doente que se “repara” a si próprio.
    Os erros de diagnóstico são inúmeros, é provável que todos venham a sofrer um……

    Uma pergunta que me coloco: não teremos ultrapassado colectivamente o nosso nível de incompetência e de possibilidades financeiras com a mania do “sempre mais” ……..?
    No final, construímos um castelo de cartas instável, devido à falta de competências para o manter.
    Esta situação é agravada pela baixa qualidade produzida actualmente em todos os domínios.

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