A paciência do Resto do Mundo está a chegar ao fim

(Miguel Silva Estudante, in Facebook, 02/08/2022)

O mundo da propaganda ocidental rejubila: um grande terrorista foi morto por um drone em Cabul pelas forças do bem, enquanto a Nancy Pelosi passeia provocante em Taiwan.

Há muitas formas de espalhar o terror e os terroristas mudam de trincheira conforme a perspetiva. Os talibãs, por exemplo, passaram de combatentes pela liberdade a terroristas proscritos e depois a parceiros confiáveis na repressão do povo afegão. O batalhão Azov ainda está a percorrer o trajeto dos interesses dos USA, faltam cumprir algumas traições para que todas as armas despejadas na Ucrânia se voltem contra o grande império do bem e os Azov voltem a ser terroristas como eram antes.

Aquele império do bem que se fragmentou na Europa, dividiu em quintas coloniais o planeta, conquistou continentes à força do genocídio de milhares de povos, milhões de indígenas em todas as Américas, da Austrália a África, até na Lua espetaram bandeiras. Em todo o planeta não há recanto onde uma fronteira atrevida não represente uma ameaça às forças do bem, não há oceano que não seja seu, até da moral eles são os católicos guardiões e arautos dos privilégios ancestrais.

Portugal foi um infantil vanguardista, não menos brutal e genocida, agora é um cúmplice irrelevante e cego na corrida para o conflito mundial instigado com labor e paciência pelo líder atual desta confederação de usurpadores.

Escuso de enumerar a lista das guerras fabricadas e crimes contra a Humanidade que os USA cometeram em nome do bem, mesmo se aceitarmos as razões para exterminar os índios. Bastam as duas bombas atómicas sobre o Japão destinadas a exterminar civis em Hiroshima e Nagasaki, ou os testes nucleares nas ilhas Marshall, experiências que usaram os povos indígenas como cobaias, padrão criminoso seguido também pela França, Inglaterra e outros presunçosos hipócritas da bondade.

Eu temo que a paciência do resto do mundo para aturar tanta arrogância comece a chegar ao fim. Na Europa, a NATO já não se contenta com o cerco de bases militares à fronteira russa; a provocação assume a forma de enclave ucraniano dentro da sua zona de segurança, e em Taiwan a provocação de Pelosi, apesar dos avisos de Pequim, obriga a China a uma resposta perigosa.

Putin é bruto mas previsível. Com Xi a música será outra. A ver se há limites para a ambição do maior estado terrorista neste planeta. Talvez a sabedoria ancestral dos chineses seja a derradeira defesa, última esperança para a Humanidade evitar a extinção às mãos dos cowboys. Socorro!


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Um pensamento sobre “A paciência do Resto do Mundo está a chegar ao fim

  1. Muito bem. E sucinto (algo que que sou incapaz). Espero que ele escreva mais e que a Estátua o publique, pois eu no Fakebook/NSA não entro, nem sequer para seguir gente boa como este Miguel Silva Estudante parece ser.

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