O encolhimento do Ocidente

(Boaventura Sousa Santos, In Outras Palavras, 29/06/2022)

Fracasso na guerra contra a Rússia pode acelerar um longo declínio. Mas com ele vêm arrogância e ambições irreais. E há perigo à frente – porque os impérios não se admitem nem como espaços subalternos, nem em relações igualitárias.


O que os ocidentais designam por Ocidente ou civilização ocidental é um espaço geopolítico que emergiu no século XVI e se expandiu continuamente até ao século XX. Na véspera da Primeira Guerra Mundial, cerca de 90% do globo terrestre era ocidental ou dominado pelo Ocidente: Europa, Rússia, as Américas, África, Oceânia e boa parte da Ásia (com parciais excepções do Japão e da China). A partir de então o Ocidente começou a contrair: primeiro com a revolução Russa de 1917 e a emergência do bloco soviético, depois, a partir de meados do século, com os movimentos de descolonização. O espaço terrestre (e logo depois, o extraterrestre) passou a ser um campo de intensa disputa. Entretanto, o que os ocidentais entendiam por Ocidente foi-se modificando. Começara por ser cristianismo, colonialismo, passando a capitalismo e imperialismo, para se ir metamorfoseando em democracia, direitos humanos, descolonização, auto-determinação, “relações internacionais baseadas em regras” – tornando sempre claro que as regras eram estabelecidas pelo Ocidente e apenas se cumpriam quando servissem os interesses deste – e, finalmente, em globalização.

Em meados do século passado, o Ocidente havia encolhido tanto que um conjunto de países recém-independentes tomou a decisão de não se alinhar nem com o Ocidente nem com o bloco que emergira como seu rival, o bloco soviético. Assim se criou, a partir de 1955-61, o Movimentos dos Não-Alinhados. Com o fim do bloco soviético em 1991, o Ocidente pareceu passar por um momento de entusiástica expansão. Foi o tempo de Gorbatchev e o seu desejo de a Rússia integrar a “casa comum” da Europa, com o apoio de Bush pai, um desejo reafirmado por Putin quando assumiu o poder. Foi um período histórico curto, e os acontecimentos recentes mostram que, entretanto, o “tamanho” do Ocidente sofreu uma drástica contração. No seguimento da guerra da Ucrânia, o Ocidente decidiu, por sua própria iniciativa, que só seria ocidental quem aplicasse sanções à Rússia. São neste momento cerca de 21% dos países membros da ONU, o que não chega a ser 15% da população mundial. A continuar por este caminho, o Ocidente pode mesmo desaparecer. Várias questões se levantam.

Contração é declínio? Pode pensar-se que a contração do Ocidente o favorece porque lhe permite focar-se sobre objetivos mais realistas com mais intensidade. A leitura atenta dos estrategas do país hegemônico do Ocidente, os EUA, mostra, pelo contrário, que, sem aparentemente se darem conta da flagrante contração, mostram uma ambição ilimitada. Com a mesma facilidade com que preveem poder reduzir a Rússia (a maior potência nuclear) a uma ruína ou a um Estado vassalo, preveem neutralizar a China (a caminho de ser a primeira economia mundial) e provocar em breve uma guerra em Taiwan (semelhante à da Ucrânia) com esse objetivo. Por outro lado, a história dos impérios mostra que a contração vai de par com declínio e que esse declínio é irreversível e implica muito sofrimento humano.

No estágio atual, as manifestações de fraqueza são paralelas às de força, o que torna a análise muito difícil. Dois exemplos contrastantes. Os EUA são a maior potência militar do mundo (ainda que não tenham ganho nenhuma guerra desde 1945) com bases militares em pelo menos 80 países. Um caso extremo de dominação é o da sua presença no Gana onde, por acordos estabelecidos em 2018, os EUA usam o aeroporto de Accra sem qualquer controle ou inspeção, os soldados norte-americanos não precisam sequer de passaporte para entrar no país, e gozam de imunidade extraterritorial, ou seja, se cometerem algum crime, por mais grave, não podem ser julgados pelos tribunais do Gana.

Em sentido contrário, os milhares de sanções à Rússia estão, por agora, a causar mais dano no mundo ocidental do que no espaço geopolítico que o Ocidente está a construir como não-ocidental. As moedas de quem parece estar a ganhar a guerra são as que mais se desvalorizam. A inflação e a recessão que se avizinham levam o CEO da JP Morgan, Jamie Dimon, a afirmar que se aproxima um furacão.

Contração é perda de coesão interna? A contração pode efectivamente significar mais coesão, e isso é bem visível. A liderança da União Europeia, isto é a Comissão Europeia, tem sido nos últimos vinte anos muito mais alinhada com os EUA que os países que integram a UE. Viu-se com a viragem neoliberal e o apoio entusiasta à invasão do Iraque por parte de Durão Barroso e vemos agora com Ursula von der Leyen transformada em subsecretária de defesa dos EUA. A verdade é que esta coesão, se é eficaz na produção de políticas, pode ser desastrosa na gestão das consequências delas. A Europa é um espaço geopolítico que desde o século XVI vive dos recursos de outros países que direta ou indiretamente domina e a quem impõe a troca desigual. Nada disso é possível quando o parceiro é os EUA ou os aliados deste. Além disso, a coesão é feita de incoerências: afinal a Rússia é o país com um PIB inferior ao de muitos países da Europa ou é uma potência que quer invadir a Europa, uma ameaça global que só pode ser travada com o investimento que já ronda cerca de 10 bilhões de dólares em armas e segurança por parte dos EUA, num país distante do qual pouco restará se a guerra continuar por muito tempo?

A contração ocorre por razões internas ou externas? A literatura sobre o declínio e fim dos impérios mostra que, salvo os casos excepcionais em que os impérios são destruídos por forças externas – caso dos impérios Azteca e Inca com a chegada dos conquistadores espanhóis – dominam, em geral, os fatores internos, ainda que o declínio possa ser precipitado por fatores externos. É difícil destrinchar o interno do externo, e a específica identificação é sempre mais ideológica que outra coisa. Por exemplo, em 1964 o conhecido filósofo conservador norte-americano James Burnham publicava um livro intitulado o Suicídio do Ocidente. Segundo ele, o liberalismo, então dominante nos EUA, era a ideologia desse declínio. Para os liberais da época, o liberalismo era, pelo contrário, a ideologia que permitiria uma nova hegemonia mundial ao Ocidente, mais pacífica e mais justa. Hoje, o liberalismo morreu nos EUA (domina o neoliberalismo, que é o seu oposto) e mesmo os conservadores da velha guarda foram totalmente superados pelos neoconservadores. É por isso que Henry Kissinger (para muitos, um criminoso de guerra) incomodou os prosélitos anti-Rússia ao pedir negociações de paz em Davos. Seja como for, a guerra da Ucrânia é o grande acelerador da contração do Ocidente. Uma nova geração de países não alinhados está a emergir, de fato alinhados com a potência que o Ocidente quer isolar, a China. Os BRICS, a Organização para a cooperação de Xangai, o Fórum Económico Euroasiático são, entre outras, as novas faces do não-ocidente.

O que vem depois? Não sabemos. É tão difícil imaginar o Ocidente como espaço subalterno no contexto mundial como imaginá-lo numa relação igualitária e pacífica com outros espaços geopolíticos. Apenas sabemos que, para quem manda no Ocidente, qualquer destas hipóteses é impossível ou, se possível, apocalíptica. Por isso se multiplicam as reuniões nos últimos meses, do Fórum Económico de Davos (Maio) à mais recente reunião do grupo Bilderberg (Junho). Nesta última, em que participaram 5 portugueses, dos 14 temas, 7 tinham a ver diretamente com os rivais do Ocidente. Saberemos o que discutiram e decidiram seguindo atentamente as capas de The Economist dos próximos meses.


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5 pensamentos sobre “O encolhimento do Ocidente

  1. Há muito tempo que tento explicar isto, mas os meus amigos nem sempre me ouvem, por isso vou usá-lo para lhes explicar porque é que a actual situação mundial existe. Pela minha parte, também não sei para que lado iremos “contra a parede”. Porque, independentemente da direcção, cada hipótese conduz ao caos, e todos concordam em dizê-lo, economistas, ecologistas, filósofos, sociólogos e até os nossos políticos (em meias palavras, dificilmente escondemos “somos maus mas tudo está bem que conseguimos! ) as elites , estão a travar uma guerra energética pelos últimos recursos, e sem dúvida que os restantes a utilizarão para si próprios, e que já devem contar com uma redução drástica da população mundial, e com um controlo total sobre o povo (ver na China a licença digital do cidadão . …) vigilância, racionamento, para aqueles que terão a sorte de ter um pequeno lugar no seu sistema, será necessário trabalhar por uma ração escassa e à exaustão será o fim certo, alguns raros humanos beneficiarão do progresso e dos recursos, os outros … escravos ou mortos … a menos que todos sejamos destruídos, ou que uma consciência maciça nos leve a mudar o nosso modo de vida e a tornarmo-nos tolerantes, sem culpar os nossos infortúnios aos nossos vizinhos, pois os nossos mestres sabem tão bem como inculcar-nos isso, mas que … Em suma, gostaria de ser optimista, sou pai e amo os humanos (por muito que os odeie), porque vocês e eu somos responsáveis por tudo isto, as elites, culpamo-los enquanto fazem tudo isto com o nosso consentimento, e queixamo-nos mas não fazemos nada para mudar nada, e somos intolerantes com o outro, estamos formatados .

    O crescimento que aqueles que nos governam nos impõem não será possível, é uma doce utopia, uma vez que
    os recursos não são eternos e a sua falta será sentida muito em breve. Isto
    criará tensões, conflitos …. ajudar-se-ão mutuamente ou matar-se-ão uns aos outros, o nosso futuro e a nossa sobrevivência estão a ser preparados agora.

    Declínio ou agonia? em ambos os casos é uma questão de abandono, uma depressão moral, tal como o império romano entrou em colapso no Ocidente sob a culpa do cristianismo sob os previsíveis e parábolas de invasões germânicas, enquanto o império oriental se manteve por mais dez séculos, enquanto as invasões foram muito piores, pois apropriou-se das subtilezas verbosas do cristianismo em seu próprio benefício. A europa entrará em colapso porque nos ensinaram a duvidar dos nossos direitos e da nossa razão de ser, mas a América sobreviverá porque tem algum energia suficiente para se manter.

    A nossa doença fatal não é nem financeira nem sanitária, é moral.

    O colapso do Ocidente é inevitável quando vemos todos os nossos líderes, sem excepção, a seguir a um servo dos EUA que nos está a levar directamente à ruína e à guerra. É uma história diferente no Oriente, onde os chefes de Estado guardam ciosamente os interesses dos seus concidadãos. Também deveríamos falar sobre o “despertar” que está a minar os fundamentos da nossa civilização em todo o lado. Putin disse que este movimento iria arruinar a América a partir do interior, tal como os bolcheviques tinham minado a Rússia durante um século.

    Eu próprio tenho vindo a observar este declínio há vários anos. As populações europeias e americanas estão a ver a sua saúde, educação e poder de compra deteriorar-se de dia para dia. É assustador. Penso francamente que o Ocidente comeu a sua fartura e que o futuro está com os chamados “países emergentes”. Lá, eles estão a começar de longe mas estão a ficar cada vez melhores.

    As consequências serão inevitáveis: não há forma de reformar ou modificar o sistema de modo a impedir que este despoje as pessoas da sua dignidade e autonomia.
    Se o sistema entrar em colapso, as consequências serão dramáticas. Mas quanto mais o sistema cresce, mais desastrosos são os efeitos da sua destruição.

    Mas a morte de um sistema não é o fim do mundo.
    É o fim de um sistema.

    De facto, e estou convencido disso, estamos num período de transição, entre duas formas de compreender o significado da palavra “progresso”, mais dinheiro, ou mais felicidade na vida para um número cada vez maior de Humanos. Na primeira instância, sim, mais dinheiro fez muitos Humanos mais felizes de viver; mas não na segunda instância que estamos a começar a experimentar.
    No futuro.
    – O “progresso” consistirá em procurar as melhores soluções para evitar morrer de asfixia da fome,da guerra,das doenças,etc,etc…

    E o pior é temer….!

    Com os alicerces da nossa sociedade perdidos, não vejo como é que o edifício se pode aguentar por muito mais tempo.

    Eles vẫo tirar-nos tudo: o nosso trabalho, a nossa liberdade, o nosso lazer, a nossa vida familiar e social, o nosso futuro.
    Em breve limitarão a nossa subsistência através da escassez de alimentos e, mais tarde, ficarão com as nossas poupanças.
    Destruiam a nossa indústria e em breve a nossa agricultura sob o pretexto da globalização,
    Destruiram o nosso sistema de saúde, o nosso sistema administrativo, e em breve o nosso sistema judicial.

    Não importa quantas pessoas morram, não importa quantos danos colaterais sejam feitos, a sua agenda sombria está a caminho.
    É muito semelhante a uma guerra, a única diferença é que não há armas, mas o resultado será o mesmo. “As guerras são travadas em benefício de pessoas que se conhecem muito bem umas às outras à custa dos pobres”.

    Quando finalmente se desmoronar… os habitantes da cidade serão os mais afectados, então virão os rurais. Não haverá fuga possível.
    sim conflitos , as guerras são desvios para mascarar o desastre … a aceleração das catástrofes… da exploração ( a pilhagem ) dos recursos nos países que se vêem..
    quem será afectado? Os chamados mundos “modernizados” mas também os chamados países “emergentes” … o que vai acontecer?

    O efeito será a guerra, a revolução ou a escravidão gradual das pessoas. Isto pode levar anos e irá gradualmente afectar cada vez mais pessoas que podem não se aperceber (como no caso da escravatura). De facto, há outro argumento, que é que todos os sistemas acabam por entrar em colapso mais ou menos de repente. Por isso, é claro, nós estamos nele, o colapso já começou.
    Tem sido sempre assim.

    Compreender o colapso, a crise actual e futura, que está pendurada por um fio… o da perfusão dada aos bancos e estados, através da FED (EUA) e dos bancos centrais (BCE)… Estão apenas a mascarar e a atrasar a crise já em curso (normalmente, neste sistema bancário mafioso, não passam mais de 8 a 10 anos sem uma implosão/bolha/crise bancária). O principal problema na minha opinião é a não separação entre os bancos de poupança/bancos comerciais e os bancos de investimento/especulação… Basicamente, eles foram autorizados a fazer tudo, incluindo jogar no casino com o dinheiro dos aforradores. E quem sabe quem pagará a fiança depois, … sempre os pequenos aforradores/contribuintes… a vida (dos banqueiros) não é bela?! Só que, da próxima vez, nem sequer conseguiremos socorrer as pessoas. Não é que eles não se tenham esgueirado nas leis que lhes permitirão sugar-nos, mas não será suficiente e não será mais possível!

    Não se trata apenas de um problema de guerra ou económico. Vida selvagem na terra = -50%, insectos =-50%, desflorestação, etc….
    A fome está a crescer, as guerras para sobreviver acontecerão em breve e nada será feito na economia ou através dela. Será simplesmente necessário evitar doenças, fome, banditismo para os recursos alimentares, etc.
    ..
    Na europa,receio que em caso de colapso, sem capacidade de produção ou distribuição, não será possível alimentar 150 milhões de pessoas.
    Se houver uma crise financeira, as companhias petrolíferas de xisto cessarão a sua actividade, transformando os EUA de produtor líder em importador. Não é inimaginável que isto aconteça também aos produtores de petróleo convencionais e, portanto, a produção de petróleo será grandemente reduzida. Como já estamos em competição energética, o bolo está a ficar mais pequeno e Portugal, ou melhor, toda a Europa, verá o seu fornecimento reduzido.
    Menos energia significa menos trabalho,menos tudo (a experiência da crise de 2008 diz-nos que há um desfasamento de dois anos entre a queda da oferta e o impacto na sociedade), mais desemprego e insegurança. Os preços aumentarão à medida que os custos de produção aumentarem e o transporte se tornar mais escasso.
    A falta de petróleo afectará também a produção de alimentos, deixando tractores e outras máquinas agrícolas em barracões.

    Capitalismo é: não se pode salvar crianças porque não é rentável, substituir o trabalho manual por robôs e substituir o trabalho de empurrar papel por IAs é também uma medida de redução de custos. A rentabilidade só é alcançada através do despedimento de todos. O capitalismo não pode funcionar num mundo de internet/robô. Ainda menos num mundo de recursos finitos. O modelo de crescimento neoclássico conseguiu, na sua maioria, criar pobreza; não importa onde se coloque a fasquia, é este modelo que cria a diferença.

    o capitalismo é um sistema regressivo que apenas destruiu a riqueza primária acumulada pelas famílias e pela natureza durante a sua história. Um conceito enviesado de progresso um conceito enviesado de crescimento e riqueza. Claro que os choques pontuais continuarão e tornar-se-ão cada vez mais violentos, mas temos estado numa trajectória de colapso e regressão há muito tempo e por muito tempo ainda.

    A grande questão, até que ponto irá o colapso?
    Preparando-se para viver como na Idade Média e dizendo que dentro de 5 a 15 anos o mundo terá virado de cabeça para baixo, há algo a temer para o futuro…

  2. *** … o homem que não possui outra propriedade além de sua própria força de trabalho … * deve ser escravo * … daqueles que se apropriaram das condições objetivas de trabalho.

    Você só pode… viver com sua permissão.” ***

    #Karl_Marx

  3. q§uando já hoje se paga subsidios ,para nao produzir ou trabalhar ……reduz-se o ser Humano a um “animal” que depende do seu “tratador”,logo a uma dependencia ,aonde a “Liberdade” ,é “dada” pela “ração” diária ,para que numa emergencia essa força de trabalho “disponivel” ,possa ser usada ,como um “Exercito na Reserva”e que os poucos activos ,trabalhem por baixos recursos ,quase de inanição pq “ameaçados” pela força de trabalho disponivel ,pelos donos dos meios de produçao…..

  4. A apoteose deste objectivo será alcançada com a implementação da cadeia de bloqueio controlada pelo Estado. O controlo em tempo real da actividade de todos e a consequente privação da liberdade individual por capricho do Big Brother. Isto já não é ficção científica.

    Obviamente, para nós, localmente, isto será muito restritivo e gerará um empobrecimento maciço ao mesmo tempo que continuará a alargar o fosso entre ricos e pobres (suficientemente ricos para não terem um excedente de carbono para vender)

    Depois o passo seguinte é o cartão multibanco,(dinheiro digital) que vai ser bloqueado quando a quota de carbono do mês for excedida. Comparem isto com o cartão de cidadão virtuoso, a moeda digital do BCE, e tenham uma boa visão do futuro crédito social ao estilo europeu.

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