Cavaco Silva – um homem coerente no ódio e na militância

(Carlos Esperança, 20/12/2021)

Conheci boas pessoas salazaristas. Pensavam mal, mas tinham bom coração. Julgavam que o frio assassino de Santa Comba desconhecia os assassínios da Pide, os massacres, as torturas, os presídios, a violência policial e a miséria do povo. Puderam, assim, ser salazaristas.

Não é o caso de Cavaco Silva, homem a quem a democracia deu o que negou a pessoas inteligentes, honestas e generosas. Nunca um homem tão inculto e limitado chegou tão longe e durante tanto tempo.

Rude nas maneiras, medroso e intriguista, foi arrogante e pérfido para os adversários, a quem considera inimigos. O folhetim da posse do Governo de António Costa, depois de ter tentado contrariar a AR e prejudicado o país com o medo que incutiu e a denúncia às instituições estrangeiras, do perigo do governo apoiado pelo PCP e BE, só encontrou paralelo nas palavras boçais aos membros do Governo que lhe desejaram Boas-Festas de Natal, “uma boa tradição que se deve manter, mesmo com este governo” (A. Costa).

Sobre as prevaricações ortográficas, o ódio a Saramago e à democracia, os negócios do BPN, a invenção das escutas do PM, as múltiplas reformas que recebe, o seu carácter e o ódio que o consome, paira um manto de silêncio.

Basta-lhe ver um cravo vermelho ou ouvir a data do 25 de Abril para não conter o ódio à democracia. Ignora que o 5 de Outubro, o 1 de Dezembro e o 25 de Abril são datas da identidade do povo que somos, e só o 28 de maio o satisfaz a sua incultura democrática.

O mundo é feito de mudança, mas o empedernido salazarista não muda. Não conseguiu fazer do PSD um partido fascista, nem ele nem o cúmplice Passos Coelho, mas quer que o fascismo seja o bálsamo da perfídia que acalenta.

«Cavaco diz que acordo com o Chega era melhor solução».

(Frase proferida na formação do Governo dos Açores)


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11 pensamentos sobre “Cavaco Silva – um homem coerente no ódio e na militância

  1. Provavelmente esta a chamar de incultos, pouco inteligentes ou com falta de conhecimento democrático a mais de 50% de portugueses, que lhe deram 2 maiorias e 2 vezes a presidência da republica! Invejoso! E quiçá limitado..,

    • Um case study de como alguém feio, sem charme, de ar malsão, arrogante, com péssima dicção e sem mundo consegue ter sucesso na política. Aparentemente os tais 50% apreciavam (e muitos ainda apreciam) políticos com carisma negativo, desde que tivessem/tenham um ar “sério”.

  2. Excelente análise sobre o coveiro de Boliqueime que enterrou poortugal até às orelhas !
    A “múmia” já devia estar no sarcófago há muito tempo ! Já deve anos à cova !

  3. Esse individuo acabou com as pescas e a agricultura em Portugal, mandou abater barcos, pagou subsídios para que não se cultivasse, em suma vendeu empregos em troca de uns tostões sabendo que depois teríamos de comprar no estrangeiro aquilo que deixávamos de produzir. Vendeu os empregos dos portugueses. Os ódios de estimação incluem o capitão Salgueiro Maia a quem recusou condecorar, mas decorou 2 ou 3 ex-PIDES, o Saramago que recebeu o prémio mais alto que um escritor pode receber o Nobel da literatura, mas o Cavaco odiáva-o e por isso não o condecorou. Quando deu posse a um governo socialista o ódio era tanto desmaiou. É um cínico com laivos ditatoriais, não fez nada pela democracia, pelo contrário cheguei a dizer se este gajo tem ficado no lugar do Marcelo Caetano a ditadura tinha continuado e talvez nunca tivesse havido o 25 de Abril.

    • Continup a dizer, fomos nós Portugueses que o elegemos, por mais que uma vez e com maiorias absolutas. Somos todos ignorantes, os inteligentes são os que agora criticam…

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