(Carlos Esperança, 07/11/2020)

É preciso cinismo e hipocrisia para mostrar indiferença face os resultados eleitorais dos EUA e inconsciência para ser indiferente perante o derrotado da eleição mais importante para o Mundo.
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A eleição presidencial americana tem uma relevância ímpar, não apenas por se tratar do país mais poderoso, talvez no seu estertor, o que não augura melhor sorte, porque o PR é simultaneamente chefe de Estado, do Governo, das Forças Armadas e proponente dos juízes vitalícios, sem limite de idade, para vagas do Supremo Tribunal.
Não há paralelo, em democracia, de tamanha concentração de poderes, com a relevância de se tratar da mais poderosa potência militar, económica e financeira do Planeta.
Acabada de ser anunciada a vitória de Joe Biden na Pensilvânia, garantindo a derrota de Trump, não é motivo de regozijo. É verdade que o País votou contra Trump, não é certo que tenha votado a favor de Biden.
A democracia americana sai desprestigiada destas eleições, com um sistema anacrónico de contagem de votos, a possibilidade de conflitualidade judicial num sistema que devia ser transparente e a litigância de má fé de Trump a poder transformar ainda uma derrota numa guerra que foi evitada pela sensatez dos concorrentes de eleições anteriores.

Biden terá a vida difícil, com a crispação do eleitorado, a preponderância do Senado, de maioria Republicana, e a hostilidade do Supremo Tribunal onde a última juíza, nomeada e empossada em campanha eleitoral, num ato prepotente sem precedentes, é a metáfora da insanidade num órgão cuja independência é fictícia.
O facto de Trump, delinquente fiscal, mitómano, xenófobo e imprevisível, com traços narcisistas e de um exibicionismo atroz, se ter aproximado de ser reeleito deixa o maior incómodo no mundo, perplexo sobre o povo que elegeu tal PR e quase o reelegeu.
É sintomático que os média anunciem a evolução da contagem dos votos como um jogo em que o candidato X está a conseguir inverter a vantagem, como se dependesse dele e não dos votos expressos. Até neste pormenor de linguagem paira a desconfiança.
Como nota positiva destas lamentáveis eleições em que um louco esteve, ou está, sabe-se lá, em vias de ser reconduzido, fica como nota positiva da democracia a liberdade de imprensa, com três cadeias de TV a suspenderem, em direto, o PR com um argumento poderoso, ele estava a mentir.
Há ainda uma outra nota positiva a referir. A derrota de Trump, seja qual for a evolução dos acontecimentos até à tomada de posse do novo PR, é um contratempo contra a feroz arrogância dos populistas de todo o mundo, que viam no desmiolado PR americano a sua referência e fonte de inspiração.
Bom artigo elucidativo… perfil psicológico de um analfsbruto analfabruto…
Nota. Carlinhos: esses posts com três meses que a tua mona à luz do petróleo produz são do melhor!!! Do melhor, do melhor, uma… Trampa.
Adenda. É como diz o outro, pá.
estatuadesal diz:
Novembro 6, 2020 às 6:06 pm
Ó Carlinhos reconheço que quase nunca tens piada… 🙂
Já vários palhaços residentes, não é preciso outro.
Pelo menos livrámo-nos do doido.
Análise clarividente to tema, com uma excelente definição de Donald Trump.
Presidente da Republica??? Nos Estados Unidos???
Verdade autêntico bandido