(Vítor Lima, 14/12/2019)

Os ingleses tiveram de escolher nas últimas eleições, entre um idiota e um incapaz. O Boris Trump pretende recuar à orgulhosa Inglaterra, ainda que sem império mas com muitos offshores para animar a Bolsa. O Corbyn vincou as questões sociais mas mostrou-se neutro em algo mais abrangente como a integração europeia; sem querer ver que as duas coisas estariam absolutamente ligadas, um erro crasso que o vai remeter para a aposentação.
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Um terço dos votantes trabalhistas vieram de regiões empobrecidas e apoiaram o Brexit como se o encerramento autárcico seja solução para alguma coisa. E Boris, com a sua maioria de avatares nacionalistas, quiçá lepenistas, tratará de liquidar o sistema de saúde, privatizando-o; e, certamente, de modo mais radical do que vem acontecendo em Portugal, com as célebres PPP, levadas a cabo pelo PS/PSD, com capitalistas a viver do dinheiro dos impostos.
Em termos gerais, calcula-se que a quebra do PIB da GB, para os próximos dez anos, será de 4 a 10% consoante o resultado dos acordos com a UE, nos capítulos do comércio e dos emigrantes.
Uma grande parte do enorme problema que Boris vai ter de resolver é admitir que a Escócia e a Irlanda do Norte (e até Gales, onde o separatismo cresce a olhos vistos) se separem da Inglaterra, transformando esta numa Grande Londres e arredores, centrada na bolsa, na rede de offshores e reportando a Trump.
O que se passa no mundo, muito para além do Brexit, da atrofia da GB, da estagnação da economia e a incapacidade política das classes políticas é a crise do capitalismo.
Acima o novo mapa dos EUA com o seu novo estado federado.
> Em termos gerais, calcula-se que a quebra do PIB da GB, para os próximos dez anos, será de 4 a 10% consoante o resultado dos acordos com a UE, nos capítulos do comércio e dos emigrantes.
Estranho, quando o BoE continua a projecttar crescimento e a Eurolândia é o que é. E que diz o FMI sobre a integração económica à moda da EU?
> Our results on the efficiency and equity effects of liberalisation suggest a common-sense policy prescription – countries should consider tilting away from types of flows (notably carry-trade flows or flows that give rise to unhealthy asset price or credit booms) that generate adverse equity/efficiency trade-offs and toward less fickle flows that generate durable increases in investment and growth such as greenfield investments (Ostry et al. 2012).
– https://voxeu.org/article/aggregate-and-distributional-effects-financial-globalisation
Mas, já se sabe, There is No Alternative, porque sim.
Bem, previsões são previsões e o PIB é uma fraca medida da realidade, As previsões não são minhas mas referidas num artigo do Michael Roberts.
Independentemente dos números o papel do UK no comércio global tem decrescido e o seu deficit comercial é o segundo mais elevado do mundo, em 2017. (ver texto publicado)
O seu peso nas exportações portuguesas tem decrescido e nas importações portuguesas, em 2017, somente representava 2.7% do total
https://grazia-tanta.blogspot.com/2019/03/comercio-internacional-quem-ganha-e.html
Não morro de amores pela oligárquica UE e considero repelente um regresso às patriazinhas. Ou há uma União dos Povos Europeus (com democracia e sem capitalismo) ou a Europa se torna um terminal ocidental da Rota da Seda , com um porta-aviões americano estacionado a oeste do Benelux
Então é melhor partir já para um plano para a partir em dois ou três, porque solidariedade e respeito são contra o mercado único. Estou curioso para, por exemplo, ver quantos sapos Costa vai engolir para cortar salários quando a (estranhamente resiliente) bolha rebentar e quanto os Montenegros vão ganhar à custa disso.
https://expresso.pt/opiniao/2019-12-14-Marx-morreu-outra-vez-em-Londres.-E-Ursula-nao-greta
Esquecimento?
Critérios editoriais. Se bem que estou curioso o que é o guru acha que a corrupta vai fazer por alguma coisa.
Não. Intencional….