MENDES, O AUTARQUICÓLOGO

(Por José Gabriel, in Facebook, 22/05/2017)

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Sabemo-lo bem: o breve Marques Mendes tem a densidade intelectual de uma flatulência e o perfil moral de uma alforreca. Eu tinha ouvido falar das suas incursões sobre as eleições autárquicas mas, concedendo a dúvida metódica – sou um ingénuo – quis ver e ouvir por mim. O Marques mente sempre, mas nunca nos decepciona: quando alguém me diz que foi mau, sei que foi péssimo. Deixo de lado as baboseiras sobre política geral e até a sua descoberta que o “PCP é pela paz e contra a NATO” – ideia que o indigna, imaginem. Fico pelas autárquicas. Nem vou abordar o caso de Matosinhos em que o comentador(zeco) comparava os principais candidatos: um proposto pelo PS, dois independentes ex-PS e – pasme-se – um inexistente – daí a foto em branco – do PSD.
Deixemos isso. O objectivo da criatura é Lisboa. Segundo ele, só há três candidatos a considerar: Medina, Teresa Coelho e Assunção Cristas. Não me digas, ó excrementício ente! Quer dizer: na Assembleia Municipal o PCP, seis (6), representantes, o BE quatro (4), o PEV dois (2) e o CDS dois (2). Mas a Assunção é que é a principal candidata ao lado – o Marques até mostrou os bonecos – dos candidatos do PS e do PSD! A acompanhar esta descoberta, referiu estudos a que só ele e outros escolhidos têm acesso. Extraordinário. O facto deve decorrer do aparecimento fulgurante do Gonçalo da Câmara Pereira, que deu o toque rasca – como se fosse preciso – e marialva à coligação cristista e, simultaneamente, anunciou um dress code para as acções da campanha.
Não há mais candidatos na mente retorcida do gaitinhas? Claro que há, por isso os omite. Tenta, seguindo o velho mestre, criar, não só um facto político, mas uma realidade política, coisa que está fora do alcance das suas pequenas mãos e ainda mais pequenos neurónios.
Desde logo o candidato que eu não hesitaria em acompanhar se fosse eleitor em Lisboa, João Ferreira. E digo-o sem que isso decorra da minha ligação ao PCP; é verdade, mas é muito mais: considero-o, de longe a melhor escolha pelo seu perfil político, a sua ética de estado, o seu pensamento para Lisboa e para o país e a consistência com que pratica o que pensa.
Claro que há outros candidatos respeitáveis , apoiados por forças com muito maior votação que o CDS. O do BE, por exemplo. Mas o Marques arrumou-os no oblívio com a sumária e venenosa declaração de que tinha sido o Fernando Medina impor a interdição da candidatura de Mariana Mortágua (agora é convosco, pessoal do BE).

Muito mais havia a dizer do produto da cloaca oratória do homenzinho – nomeadamente o modo miserável como usa a adversativa. Ainda mais porque ele ameaça tratar – ó martírio! – 2- autarquias-2 em cada futuro comentário. Mas a noite vai alta e a minha tolerância a crápulas baixa.

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