A corresponder à verdade a notícia do Observador, segundo a qual os investigadores do Caso Marquês procuram indícios de que bloggers ditos “socráticos” tenham recebido pagamentos por parte de José Sócrates, é preocupante, até porque esta perseguição não resulta de suspeitas de corrupção por parte dos mesmos ou do seu envolvimento em quaisquer negócios públicos; o ponto de partida da investigação é um exercício da liberdade de expressão a que os investigadores associarão corrupção. Há aqui qualquer coisa de doentio, quem apoiasse Cavaco ou Passos era gente honesta, quem apoiava Sócrates era suspeito de corrupção e a investigação destina-se a comprovar esse pressuposto.
Daquilo que se percebe é que identificado um blogger que tenha de alguma forma recebido dinheiro passa a ser suspeito dos “crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais”, crimes dos quais podem ser suspeitos todos e quaisquer cidadãos que tenham recebido dinheiro seja de quem for e a qualquer título. Isto é, qualquer cidadão que tenha manifestado uma opinião publica favorável a Sócrates que tenha prestado serviços a uma das muitas entidades já investigadas no âmbito do Caso Marquês pode, em limite, ser suspeito de corrupção.
Quando o acento tónico não está no desempenho de funções mas sim no mero estatuto de apoiante é evidente que estamos perante uma perseguição política, quase metade dos portugueses votaram Sócrates e muitos foram seus apoiantes públicos, e enquanto lhe trouxe benefícios políticos até Cavaco Silva parecia “socrático”. Todos eles estão no radar do procurador e do fiscal de Braga? Que instrumentos de investigação poderão ser usados para rastrear tanta informação?
A questão agora é saber como é feita esta investigação, serão feitas escutas telefónicas, são consultados os seus dados bancários ou é feito um rastreio fiscal? O facto é que os bloggers que tenham apoiado Sócrates não são suspeitos pelos seus valores, pelas suas opções partidárias ou porque concordavam com as políticas do governo de Sócrates; o facto de o terem feito por um qualquer desses motivos tornam-nos em potenciais suspeitos dos crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.
Já agora, gostaria que a senhora Procuradora-geral, mais o magistrado do Caso Marquês e o fiscal de Braga, me esclarecessem se haverá algum inconveniente em manifestar simpatia por Marcelo ou por António Costa, ou se não será melhor calar as minhas ideias e os meus sentimentos não vá um dia destes ser aberto um Caso Mete Nojo ou um Caso Cabo da Guarda. Imaginem que daqui a uns anos este modesto Palheiro é devassado por estar agora a elogiar Marcelo Rebelo de Sousa.
Quem não deve não teme!
Depois das séries der tv como BORGEN, A FRAUDE e agora MAFIOSA todo o cuidado é pouco.
RTP canal 2, todas os dias da semana às 22:00.
BORGEN já está à venda há em caixas de vídeos.
Aguarda-se a chegada das outras…
E quem teme deve necessáriamente?
O senhor Deutefa acima, imitando os juizes dos ditados populares acerca de cabras e cabritos e outros semelhantes, inebriado e apanhado por “séries” de tv, também quer ser justiceiro à base de ditados, tomando estes como juízos de valor. Lembro-lhe que um filme, uma telenovela, uma série ou uma imagem são sempre uma montagem com uma ideia, uma visão e uma mensagem pré-definida do autor: uma vez impressa não mais é branca ou neutra.
Caro, a Justiça, a Democracia e o Estado de Direito são regidos por conceitos de liberdade, igualdade e garantias cívicas individuais que transitam para a Justiça sob a forma de Leis. São a devida aplicação da Lei escrita (e também de Leis não escritas, as mais difíceis de aplicar especialmente para juízes vingativos ou humanamente ignorantes (veja-se a mulher que se vê na situação de matar os próprios filhos e leva uma pena máxima sem que se examine porque chegou, ou quem deixou que chegasse, aquela mulher a tal decisão), e não ditados populares que servem tanto para insinuar uma coisa como para o seu contrário.
Aqui trata-se da defesa da Democracia e da liberdade dos indivíduos, trata-se de uma decisão pessoal para escolherem apoiar quem a sua percepção politico-social-cultural, acham mais capazes de exercer a Política como governo da Cidade.
E andar à caça dos que apoiaram um lado como potenciais criminosos e aos do outro lado, maioritários, fazê-los passar por inocentes (porque estão do lado bom?) não é coisa própria de caça às bruxas e não da Justiça.
Só se enche a vela quando há vento…Os caciques possuem no entanto a possibilidade de mandar soprar o vento na direcção do seu próprio bolso.Enquanto uma elite coordenada pelo Bildberg ou as sete irmãs continuar a controlar os 95% dos contribuintes para o seu próprio proveito ,um lugar cimeiro na classificação da corrupção está perfeitamente assegurado.Temos de ser bons em qualquer coisa.
A família VIDAL, continua na sua senda anti ps.
A descolonização esta-né ainda encravada na garganta.