Ninguém sabe como resolver este problema, o mais grave depois da segunda grande guerra. Uma coisa, porém, ficámos a saber: a União Europeia como traço de união, território da fraternidade e da solidariedade já não existe, acaso nunca existiu, foi uma construção do capitalismo mais desaforado, com a Alemanha a chefiar, a França a servir de aia, e o resto a obedecer. Assistimos a esse desfile de subalternidades. E lá estiveram ou estão o José Sócrates e o Pedro Passos Coelho, curvados a escutar o que a chanceler lhes ciciava, e a entregar o que a decisão nos pertencia.
A crise dos refugiados veio repor a questão da existência da União Europeia. Para que serve, se não serve nos momentos cruciais? A estrutura foi muito bem montada e cerceou qualquer resquício de contestação, como no caso da Grécia. O que se passou, naquele país, foi uma conspiração de chantagistas, os quais não permitem sequer que se belisque o sistema criado como uma nova ideologia. A verdade é que a União Europeia não passa de um imenso mercado que apenas favorece, e de que maneira!, os grandes países produtores, sobretudo a Alemanha, cada vez mais rica, mas que, para manter essa prosperidade, precisa de muitos milhares de trabalhadores.
Tudo se resume a uma questão de dinheiro, e deparamos que a falácia da “fraternidade” não passa de isso mesmo. Penso, porém, que ninguém, nenhum povo pode viver, para sempre, isolado dos outros povos, e que os muros, as correntes de rolos de arame farpado não são eternos. Eterna, essa sim, é a ânsia de liberdade que alimenta a condição humana. Ao que temos assistido, nas fronteiras húngaras, a violência nunca fica sem resposta, e as declarações dos dirigentes daquele país configuram uma ignomínia. A cena das autoridades a atirar sacos de pão, indiscriminadamente, para uma densa multidão de esfomeados, é lancinante pelo que demonstra de desprezo pela condição humana. As coisas, assim, não podem nem devem continuar. Nem a União Europeia.
Assistimos ao esmagamento do projecto do Syriza. Bom ou mau, não está, agora, em causa. A verdade é que despertou a ira das forças mais reaccionárias da Europa, chefiadas pelo sinistro ministro Wolfgang Schäuble, que liquida a mais ligeira veleidade de independência.
Vivemos no interior de outra guerra, mas parece que não damos por isso; se damos, comportamo-nos com indiferença.
Soa um pouco pífio, ver pessoas como o BB que sempre se mostraram contrário a UE, vir com sermões compungidos de horror.
Diga antes a Eurábia.
Segundo este pseudo-intelectual, este humanista de sofá, a Europa só o seria se os autócnes Europeus dessem todos um tiro na cabeça, para os milhões de “refugiados” poderem ocupar estes territórios. Ai sim, teríamos um mundo mais civilizado(Lei Scharia) e democrático.
Este tipo de moral liberal marxista, urbano-esquerdista não é bem uma opinião ou uma linha ideológia, é mais uma patologia qualquer, uma doença da cabeça.
Doença da cabeça? Que eu saiba, o apoio a refugiados de guerra é uma obrigação da carta das NU, da qual Portugal é co-signatário, o que faz dela a Lei do País. É triste que, enquanto na Segunda Guerra Mundial, Portugal recebeu milhares de refugiados, na altura em que era um País Pobre e governado por Fascistas, hoje, quando somos uma Democracia, uns quantos activistas de teclado queiram seguir os passos da Hungria, só porque vamos receber 5.000 refugiados, por causa do suposto risco da ‘invasão islâmica’. Senhores, já existem 50.000 Muçulmanos com nacionalidade portuguesa e na Europa são 50 milhões, acaso não tenham reparado, e não me parece que o nosso modo de vida seja posto em causa pela imensa maioria dessas pessoas, que na verdade o desejam… Quanto aos outros, para esses existe a Polícia e viver numa sociedade livre e aberta (em lugar de uma cercada de arame farpado por todos os lados) tem os seus riscos…