UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA – Cinismo é…

(In Blog O Jumento, 27/10/2017)

A suspensão da página de imprensa do Ministério da Administração Interna só porque colocou um link para um blogue porque criticava o Presidente da República, distinguindo-o como “jumento do dia” roça o ridículo. Será que o MAI vai passar a investigar toda e qualquer referência para jornais como o Observador onde de diz de António Costa coisas bem piores do que O Jumento disse de Marcelo….


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A oposição

Fonte: A oposição

(In Blog O Jumento)

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A versão tuga de “Dante no exílio”, pintura de autor desconhecido
Como de costume em Portugal não há oposição. Se nem mesmo perante os excessos e mentiras de Passos Coelho o líder do PS de então optou por transformar o papel de líder da oposição no de uma senhora que de quando em vez ia beber um chazinho a São Bento, intercalado por umas partidas de crapô com Cavaco Silva ou com Carlos Costa, não era agora que o país vive um momento de descontracção que o tempo favorece a oposição.
Aliás, o habitual é ser o próprio partido que está no governo a fazer oposição a si próprio e se com Passos a oposição foi liderada por personalidades como Pacheco Pereira ou Manuela Ferreira Leite, com António Costa a solução encontrada é mais sofisticada. O BE faz oposição de manhã, o PCP faz da parte da tarde. O partido dos cães e gato ladra cá fora e ronrona no parlamento. O PS ainda não se manifesta do outro lado, mas é só uma questão de tempo. As personalidades irrequietas que no tempo de Sócrates apareceram a defender maternidades medievais para que não se parissem lá espanhóis feitos por tugas, e outras personagens  irrequietas que ficaram de fora do governo, mais tarde ou mais cedo vão aparecer.
Quanto ao traste politico de Massamá continua a desempenhar o seu papel de primeiro-ministro no exílio e lá anda por esse país, de bandeirinha na lapela  com o seu peão de brega Zeca Mendonça, abrindo caminho entre uma turba de jornalistas ansiosos por o ouvirem. A encenação é tão perfeita que o homem já nem faz oposição, nem apresenta alternativas: quem ganhou eleições e foi vítimas de um golpe de Estado limita-se a dizer que está preparado para ser primeiro-ministro.
Passos não defende o que fez, apenas diz que falta fazer mais metade, só não explica de que metade se trata, dando a entender que faria o que a esquerda está fazendo mas mais devagarinho: a diferença entre a revolução liberal e a esquerda conservadora e retrógrada não está nas medidas, está na caixa de velocidades.
Passos não tem programa, não sente necessidade de dizer quais são as alternativas e nem lhe passa pela cabeça voltar a pedir desculpa aos portugueses por apoiar medidas de austeridade. A postura de Passos é bem diferente daquela que assumiu no tempo em que era oposição. Como qualquer vítima de um golpe de Estado espera que a Merkel convença o Obama a deixar de se preocupar com o Assad para bombardear os pavões de São Bento, devolvendo-lhe a residência oficial a que tem direito.
E enquanto os americanos não mandam os aviões, (talvez tenha de esperar pelo Trump), lá vamos ouvindo a trampa do costume. Vai sugerindo aos portugueses que quando tiverem saudades de uns cortes nas pensões, de menos alguns feriados e uns dias de férias, quando quiserem transformar as urgências médicas em desportos radicais, quando acharem que consomem em excesso e sentem falta de uma dieta nos vencimentos e no IRS que avisem, porque ele está pronto para voltar.

 

Semanada

Fonte: Semanada

(In Blog O Jumento, 28/02/2016)

Como Portugal é um pouco mais pequeno que a China e entre a fronteira e a Capital é preciso viajar de avião, os nossos governantes têm uma grande preocupação em levar o governo para fora da capital. Já tivemos as presidências abertas, outras fechadas mas com muitos roteiros, Durão Barroso foi um dia a Óbidos lançar um grande programa de investimentos na ciência e Santana Lopes fez mesmo uma espécie de governo itinerante, aquilo mais parecia um circo que andava de feira em feira. Digamos que os nossos políticos gostam muito de dar ares de regionalistas, e António Costa não é diferente, depois de ter mudado a presidência da autarquia para o Intendente parece que vai levar os conselhos de ministros para fora da capital. Esperemos que tenha mais sorte do que Santana, nas primeiras é tudo muito bonito, depois vem a desgraça. Mas parece que Santana Lopes fez escola.
A Catarina Martins deve andar cheia de pilim e decidiu brincar com o Jesus, mas em vez de se meter com o JJ de Alvalade, a personagem preferida dos encarnados, a líder do BE não fez a festa por menos e meteu-se com o J de Belém. Vai daí e sugeriu que o São José pôs o palitos à esposa e amancebou-se com o Criador. Como a coisa com coisa não dá filhos decidiram adoptar o J, recorrendo à Maria como barriga de aluguer. Depois de décadas a apelidar o PCP de revisionista parece que a extrema-esquerda converteu-se ao cristianismo e agora promove a revisão da Bíblia a fim de dar fundamentação divina às suas causas.
As coisas não estão a correr bem ao primeiro-ministro no exílio, agora foi a Moody’s que ignorou as suas obrigações com os partidos da direita portuguesa e em vez de ameaçar Portugal com uma descida no rating optou por aprovar o OE do governo de Costa. EM consequência disso o traste de Massamá mudou a sua avaliação do OE, o inicial era mau, mas depois das alterações o OE é menos mau. Só não se entende porque votou contra um OE que foi aprovado por Bruxelas e pela Moody’s.

Depois de ter promovido a democracia económica vendendo uma boa parte da economia portuguesa aos comunistas da China a direita tem uma nova bandeira nacionalista, a defesa da manutenção dos centros de decisão em Portugal. Vítor Bento foi o ideólogo da austeridade, agora oferece-se para ideólogo das nacionalizações.

Ao que consta um poderoso procurador abriu uma conta bancária para lá depositarem centenas de milhares de euros. A ser verdade não deixa de ser estranha a descontracção, ou o procurador era muito descuidado ou contava com um estatuto de impunidade.