(Por Alfredo Jalife-Rahme, in Rede Voltaire, 24/12/2025)

Se a Estratégia de Segurança Nacional dos EUA para 2025 for honesta, o «corolário Trump» não tem por fim justificar eventuais mudanças de regime ou guerras na América Latina. No entanto, poderia servir para proteger os paraísos fiscais das Caraíbas, que são essenciais para a economia dos EUA.
Além do cerco chocante para bloquear o Mar das Caraíbas, conduzido pelo porta-aviões mais moderno do mundo — pelo menos segundo a propaganda, uma vez que a China não fica atrás com seus próprios porta-aviões modernos — o USS Gerald Ford , ao largo das costas venezuelanas e colombianas, e tendo em conta as reservas abundantes de petróleo e de ouro da Venezuela (que desde então explodiram!), sem falar do conflito pessoal entre Trump e o Presidente colombiano Petro, a minha hipótese de trabalho é que este destacamento militar colossal contribui igualmente (ou até constitui o principal factor explicativo) para a protecção dos paraísos fiscais caribenhos [1], em particular os territórios britânicos das Ilhas Caiman e das Ilhas Virgens, que deteriam US$ 5. 000 mil milhões(bilhões-br) de activos financeiros de todo o tipo : desde activos relativamente respeitáveis, mesmo se escapam à tributação nos seus países de origem, até actividades verdadeiramente imorais, como o tráfico de drogas orquestrado pela cleptocracia política. (ver-se, por exemplo, os Panama Papers [2]).
O controverso problema dos barcos dos traficantes de droga, que já fez mais de 80 vítimas, é mais profundo, porque revela a existência de um corredor marítimo bidirecional ligando a terra firme — venha donde vier — aos paraísos fiscais offshore do Mar das Caraíbas.
O Mar das Caraíbas cobre uma superfície de 2.754.000 quilómetros quadrados : é o maior mar tropical do mundo e o segundo maior do planeta depois do Mar das Filipinas. A Venezuela e a Colômbia juntas representam 74% de sua superfície !
Venezuela (Superfície : 916. 445 quilómetros quadrados ; população : 26. 458.850 habitantes; PIB nominal : US$ 82. 770 milhões de dólares ; poder de compra do PIB : US$ 234. 340 milhões de dólares) e Colômbia (Superfície : 1. 141. 748 quilómetros quadrados ; população : 53. 110.609 habitantes ; PIB nominal : US$ 438. 120 milhões ; poder de compra do PIB : US$ 1. 190.739 milhões).

Os principais paraísos fiscais das Caraíbas são : 1. As Ilhas Caimão, território britânico de ultramar, o maior e o mais conhecido, com mais de 100. 000 sociedades registadas ; 2. As Ilhas Virgens, território britânico de ultramar, líder mundial de sociedades transnacionais (IBCs: International Business Companies) : mais de 400. 000 activas! Largamente utilizadas para as sociedades holding ; foi lá, diga-se de passagem, que Genaro García Luna, apoiante de Krauze sob o presidente mexicano Calderón, e seu pretenso «sócio» Loretito (Carlos Loret de Mola), acusados da mesma perfídia, branquearam dinheiro ; 3. As Baamas : um país independente ; muito popular para os fundos de investimento e os trusts ; 4. As Bermudas – outro território britânico de ultramar : um centro maior para actividade de resseguros e os fundos de investimento [3].
A OCDE e a União Europeia vigiam de perto as Ilhas Caimão, as Ilhas Virgens e as Baamas devido à importância de seus activos. Um assunto que faz correr muita tinta !
Será por isso que o Reino Unido se desligou do assédio de Trump no Mar do Caraíbas?
No entanto, segundo dados compilados pela Tax Justice Network ( taxjustice.net ) e a OCDE, «cerca de 27% do património privado da América Latina está colocado nos paraísos fiscais das Caraíbas». Além disso, 25% das fraudes fiscais cometidas por sociedades transnacionais são feitas através do Mar das Caraíbas!
Os dois enclaves britânicos por si só, as Ilhas Caimão (US$ 4 biliões de dólares) e as Ilhas Virgens (US$ 1 bilião de dólares), gerem US$ 5 biliões do total de US$ 6 biliões de dólares no Mar das Caraíbas.
Um estudo da Merrill Lynch estima que os três territórios britânicos das Ilhas Caimão, das Ilhas Virgens e das Bermudas estão à cabeça com depósitos equivalentes a um terço das fortunas privadas detidas na plétora de paraísos fiscais à escala mundial.
Deixo de lado o fedor que emana de casos bem conhecidos no Panamá e em Belize (na fronteira de Quintana Roo, perto de Cancún).
Os activos financeiros detidos nos paraísos fiscais das Caraíbas são estimados na soma estratosférica de US$ 6 mil milhões (trilhões-br), enquanto a riqueza total detida nos paraísos fiscais mundiais é estimada em US$ 36 mil milhões de dólares, de acordo com relatórios de diversas organizações internacionais, um número que parece subestimado (já que foi o dinheiro da droga que salvou os bancos durante a crise mundial! [4]).
Fonte aqui
Notas
1] «Detrás del Asedio de EU a Venezuela/Colombia: ¿Protección de las Finanzas de la Anglósfera en los “Paraísos Fiscales” del Caribe?», Alfredo Jalife-Rahme, Substack, September 27, 2025.
[2] «Pandora Papers desnuda la putrefacción neoliberal en América Latina: Lasso, Piñera, Vargas Llosa», Alfredo Jalife-Rahme, La Jornada, 20 de octubre de 2021.
[3] «The world’s Biggest enablers of corporate tax abuse», Corporate Tax Haven Index, Tax Justice Network.
[4] «¡Dinero del narcotráfico salvó a los bancos durante la crisis global!», Alfredo Jalife-Rahme, La Jornada, 16 de diciembre de 2

Basicamente um advogado especializado em direito fiscal e um vigarista que ajuda outros vigaristas de alto coturno a fugir aos impostos.
Muitas vezes esses vigaristas são movidos apenas por ódio ao Estado e aos tais malandros que não querem fazer nada e recebem subsídios.
Por isso pagam balurdios a essas vigaristas e em caso de dívidas mais pequenas e já em “relaxe” o que pagam ao advogado e mais que o valor do imposto.
Mas o que e preciso e não pagar.
De resto todos sabemos que o CU tem mais dinheiro que chouriças e não e só pelo pé de meia que amealhou a ajudar empresários sem escrúpulos a fugir aos impostos.
E porque tem financiadores poderosos interessados em que percamos a nossa liberdade. Ou o que resta dela.
Gente que pode até incluir os nossos aliados americanos pela mão do Tiranossauro.
Por isso pagar mais de um ordenado médio por dia para ele e como para nós comuns mortais pagar uma garrafa de vinho corrente para o tempero.
Mas os pategos nunca se deram ao trabalho de perguntar de onde vem tanto dinheiro. Quem são os seus financiadores e o que querem para todos nós e não só para aqueles de quem eles não gostam como imigrantes, negros, homossexuais ou ciganos.
Que grande patranha e que grande sarilho em que estamos metidos.
Quem percebe destes assuntos de evasão fiscal, desvio e lavagem de capitais “ao largo da costa” consta que é um Pastorinho de quarta categoria, que anda agora a encantar uma seita de pategos, e não retira cartazes em que aparece como CU (candidato único), mesmo sob pena de multas avultadas… se calhar também tem uma “lista de clientes” e um “historial de financiamentos” sórdidos, mas é tão beato e patriota que, pelo andar da carruagem, ainda irá parar ao Panteão e será beatificado mais depressa que condenado por crimes de ódio ou branqueamento de capitais.