(Carlos Matos Gomes, in Medium.com, 08/02/2025)

Gosta da Estátua de Sal? Click aqui

Duas notícias recentes com o fundo das primeiras ações do governo Trump. As notícia de que o partido de extrema-direita de Nigel Farage se encontra em primeiro lugar nas sondagens na Grã Bretanha, que a AfD, o partido de extrema direita surge em segundo lugar nas sondagens na Alemanha, que a extrema direita de Beloni é governo em Itália, que o RN, de Le Pen, está no topo das preferências dos franceses, que a extrema direita atrai largas maioria de votantes nos países mais desenvolvidos na Europa, na Holanda, na Áustria, na Hungria, na Polónia, em Espanha. Neste fim de semana esta girândola de organizações ditas “patriotas” reúne-se em Madrid para concertar estratégias, numa reunião organizada pelo VOX, dos herdeiros do franquismo.
Existem muitas explicações para esta ascensão dos movimentos que ressuscitam o nazismo e surgem crismados com várias designações, direita radical, populistas, nacionalistas, patriotas, que apresentam temas comuns como o mal da sociedade: imigração, segurança, corrupção, direitos de minorias que constituem a cartilha da doutrina neoliberal que teve o seu primeiro ato de vitória com o golpe dos Estados Unidos de 1973 no Chile contra o governo de Allende e tem como finalidade última a instauração de poder oligárquico hegemónico. Um mundo em que uma oligarquia constitua o centro do poder, no mínimo no que hoje passou a ser designado por Ocidente Global.
O neoliberalismo, que também surge designado como neoconservadorismo não tem nada de novo: é a ideologia determinante da História. É a ideologia da História do Ocidente, da luta dos poderosos contra os povos e da resistência destes contra o poder das oligarquias, da minoria dos “ungidos” que assumiram o poder que querem conservar a todo o custo e por todos os meios. Sendo que apenas variam os meios e não os objetivos: o poder.
Os neocons, norte americanos ou europeus, são tanto herdeiros dos nazis, como dos senhores de pendão e caldeira da Idade Média, dos usurários que organizaram o sistema financeiro desde o escudo português, ao peso espanhol, à libra e ao dólar. Os “patriotas” europeus e os neocons americanos, reunidos sob o rótulo de liberais, defendem a concentração de poder numa elite, com todos os direitos, e a colocação da maioria na posição dos seres na posição dos servos a idade média, como propriedade da minoria, com um programa de vida de trabalharem muito e em silêncio, e morrerem cedo.
As novas tecnologias da informação têm servido, como no antecedente as religiões serviram, para obter a “obediência voluntária” da maioria, os servos, daí a utilização por parte destes movimentos caracteristicamente nazis de bandeiras que pretendem impor e cavalgar o medo do outro, do diferente, da igualdade, de explorar o velho princípio de dividir para reinar. De, dado não ser possível calar as multidões, ensurdecê-los com notícias falsas ou manipuladas.
O conclave de Madrid, dos ditos patriotas europeus, do neoconservadorismo imposto como religião oficial do império, faz parte de uma história com final conhecido: um confronto violento, sem piedade. Já estamos a assistir aos seus mais recentes métodos na defesa de velhos princípios nas manifestações no genocídio de Gaza, com o negócio de terras e riquezas naturais que já é publicamente assumida ser uma das causas da guerra da Ucrânia, o desmantelamento dos serviços públicos nos Estados Unidos e do estado social na Europa.
Para estes velhos movimentos elitistas (há quem pretenda iludir as opiniões públicas designando-os por populistas) a promoção de guerras é a finalidade última das suas ações, o meio de conservarem o poder. Não por acaso, a NATO, que é a nata fardada destes movimentos, pretende impor o aumento das despesas em armamento à custa das despesas sociais. O “pensamento ocidental” foi capturado por esta ideologia, assumindo-a como parte de si e como única via para manter o statuo quo, optando pelo imobilismo. A União Europeia defende este tipo de poder e de mundo pese embora a embalagem de democracia e de respeito pela vontade dos europeus com que surge embrulhada da arena do parlamento europeu, ou na sede da Comissão. As crises do subprime de 2008, as decisões sobre Portugal e a Grécia com o envio de cobradores implacáveis, a crise do COVID revelaram a essência do poder da União, concentrado no sacrário do Banco Central Europeu. Perante a crise resultante da emergência de novos centros de poder, a União Europeia promove a concentração da riqueza e do domínio numa minoria e é essa comunhão de objetivos que leva os seus líderes a normalizar os movimentos nazis, num processo de inclusão que é visível desde logo na terminologia que lhes é aplicada e no tempo de antena que lhes é concedido. É essa comunhão que leva a União Europeia a apoiar regimes nazis como o Ucraniano e o de Israel, porque eles servem a finalidade de acusar quem se oponha de ser inimigo da “liberdade”.
Lutar contra os movimentos nazis, com qualquer rótulo que se apresentem, é uma questão de sobrevivência de uma sociedade tendencialmente justa e igualitária.
A normalização destas organizações nazis pelos grandes meios de comunicação de massas faz parte da estratégia de obter a predisposição das vítimas para serem dominadas. E existe uma vertigem das sociedades para seguirem estas falsas estrelas e correrem atrás dos seus tambores de guerra.
Os slogans MAGA, Make America Great Again, servilmente copiado pelos nazis reunidos em Madrid com a fórmula MEGA, são exemplos da falácia em que os seus promotores querem envolver os seus futuros servos. A grandeza da América e da Europa assentou na ocupação violenta de um território, no caso norte americano, e na exploração colonialista, no caso da Europa.
Os ressuscitados movimentos neonazis e neocons, os oligarcas que os promovem, estão a propor que os cidadãos norte americanos e europeus sejam os índios exterminados e os africanos explorados. É esta a nova ordem do mundo que propõem e que impõem através dos seus aparelhos de manipulação. Um naufrágio civilizacional.
Haver há mas foram todos acusados de putinistas e sorte tiveram em não voltar a ter sedes incendiadas.
Mas não “faltaram” pichagens em paredes e “altares” com fotografias de alegadas vítimas civis ucranianas a porta.
E, claro, ninguém vota em malandros putinistas.
Já as enguias do PS ao Bloco de Esquerda, que insistem em ver esquerdistas na Ucrânia nazi e gente decente em Israel não são esquerda nem aqui nem no Burkina Fasso. País que tomou tendência e correu de lá com as tropas ocidentais que era suposto protegerem nos dos radicais islâmicos mas se entretinham a papar crianças.
O que vamos vendo, como assistindo, pela Europa é o fracasso de “esquerdas” que enquanto poder menosprezaram os seus votantes com politicas neoliberais. Assim se foram descredibilizando junto das suas populações . Faltam alternativas na esquerda que rejam por princípios éticos, algo que não vislumbro.
«É essa comunhão que leva a União Europeia a apoiar regimes nazis como o Ucraniano e o de Israel, porque eles servem a finalidade de acusar quem se oponha de ser inimigo da “liberdade”. – afirma CMG.
Mas não vimos a dita esquerda portuguesa ou, melhor, parte dela, como um PS ou BE, em romaria a Kiev cumprimentar o chefe dos seguidores dum criminoso Bandera?
Quem compra Teslas esta a financiar o nazismo e o fascismo, quem compra israelita esta a financiar genocidas.
Quando há anos atras estava nos países baixos uma das coisas que precisava no supermercado eram batatas. Havia produzidas por lá e uma vez vi produzidas em Israel por metade do preço.
Nem me passou pela cabeça comprar porque estava lá a trabalhar na agricultura e pensei justamente nos trabalhadores palestinianos que teriam apanhado aquelas, se teriam pelo menos sido pagos pelo seu trabalho ou até se não seriam prisioneiros.
Para um produto tão básico e que por lá era barato estar a metade do preço, tendo em conta também os custos de transporte, quem quer que as apanhou devia ser um verdadeiro escravo.
Antes de se falar em boicotes, o que também e considerado antissemitismo, já eu pensava que comprar qualquer produto israelita só por ignorância.
Por princípio também não compro nada alimentar que venha da Grécia pois que sei que o país nunca mais se voltou a erguer das ruínas dos anos da troika e muita gente por lá continua a passar a fome infligida pelos poderes europeus.
Mas isto de naufrágio da civilização tem que se lhe diga pior que a civilização ocidental sempre se fundou no saque e no genocídio.
Que o dissessem os russos caçados como animais pelos tártaros e vendidos na Europa, os nativos americanos, os aborígenes, os namas e Herreros e tantos outros povos obliterados da face da terra pelos genocídios ocidentais.
O que nunca existiu não pode naufragar. E a verdade e que o Ocidente nunca foi civilizado e se se sobrepôs a outros povos foi pode ser mais eficiente a produzir engenhos de morte e destruição e por não ter escrúpulos nenhuns em usa los.
E porque sempre foi hábil em tornar seus cúmplices os piores de entre os povos dominados.
Como quando areegimentavam as mais cruéis e aguerridas tribos africanas para fazerem a maior parte do trabalho de caca no interior do continente negro.
Mas civilização nunca tivemos na realidade nenhuma e por isso ela não pode naufragar.
“Na verdade” (roubei esta à Ana Drago), os movimentos supremacistas, ultra-nacionalistas, “patriotas”, que advogam a existência de grupos sociais, étnicos, culturais, de castas superiores e de castas inferiores, resumindo (segregando e partindo a sociedade usando como critério o biótipo, a fisionomia, o tom da pele, dos olhos, dos cabelos, ou a religião, ou o grupo cultural, ou pelo estatuto sócio-económico, de classe, etc), são eles próprios grupos minoritários, e o medo que projectam para arrebanhar seguidores (usando os meios de comunicação convencionais, ou criando outros, dirigidos normalmente aos mais susceptíveis com a sua propaganda direccionada, grupos cuja cultura política e ideológica é guiada por princípios equivalentes, ou que estão empobrecidos e vulneráveis, que são depois manipulados e ajustados, por vezes modificados, quando já é tarde demais para terem “vontade própria”), é o medo que eles sentem da maioria, que não controlam. Para a controlarem, primeiro têm de a classificar e desclassificar, dividir. E esse processo em si já lhes dá algum conforto e capacidade, pois há sempre aqueles que se deixam dividir por preconceitos fabricados à sua medida, “à sua imagem e semelhança”. Ao conseguirem esses pequenos avanços, vão tendo mais controlo, e começam a “impor” agendas, a ter mais “destaque mediático”, etc e por aí fora. Com um “bom” demagogo a coligar as diversas tribos e facções com menos escrúpulos, normalmente divididas em pequenos grupúsculos limitados e rivais, como acontece em vários países europeus, vão ganhando momento, e claro que a esta gente nunca faltam “mecenas” e “doadores”.
O controlo em última análise destes movimentos é sempre exercido por uma cúpula, com os seus auxiliares directos e indirectos destacando-se sobre o resto da população, à qual venderam “delírios” maioritários, populares e megalómanos.
Dando alguns exemplos, os sionistas não são a maioria da população no Levante (em Israel têm maior expressão, mas estão longe de ser o grupo populacional dominante naquela região). É a “cúpula de ferro” sionista (não a do sistema anti-aéreo supostamente infalível), uma minoria perante todos os povos semitas que vivem secularmente naquela região.
Da mesma forma, na Ucrânia, os ultra-nacionalistas, supremacistas, banderistas e neonazis não são a maioria da população, muito menos quando contabilizamos toda a população russófona, incluindo a dos oblasts que agora estão sob alçada russa. São uma minoria que precisou de muitos “episódios de guião”, produção e pós produção para serem o grupo que orienta a política actual do Estado ucraniano.
E estes “traços de personalidade” dos movimentos de extrema-direita não são a excepção à regra, pelo contrário, recuemos ou avancemos no tempo, são uma característica praticamente comum. Vários deles acabam a impôr-se ao resto da população e a tomar o poder do Estado, tornando-o monolítico e incontestado, através da propaganda, da violência, da agressão, do recurso a ataques de bandeira falsa, desinformação e até golpes. E não desistem logo à primeira, quando os golpes mais impetuosos e ingénuos são contidos e anulados. Pelo contrário, mesmo voltando à estaca zero, os demagogos vão sempre voltar ao mesmo trilho, basta ver quantas vezes o candidato demagogo André Ventura já se recandidatou à presidência do seu “partido”, demitindo-se antes para efeitos cénicos, e sem nunca ter qualquer adversário interno.
Hoje em dia os “facilitadores” e “financiadores” destes movimentos já não pertencem exclusivamente à elite financeira privada, a fundos obscuros, ligados a grandes capitalistas e grandes corporações (oligarcas) com determinados interesses (seja em recursos energéticos, matérias primas, força de trabalho barata, tecnologia de ponta, geostratégia comercial e financeira, etc), hoje em dia são os cidadãos, através da captura dos seus Estados-membro (seja da União Europeia, seja mesmo nos Estados Unidos da América, ou na Federação Russa, etc) pelos orgãos do poder central (federal ou da União), que são obrigados (nem todos concordam com este despesismo bélico para guerras que não são suas e aceitam depois as lacunas nos serviços médicos, sociais do seu país e o seu colapso).
Os grandes demagogos são hoje financiados pelos cofres do Banco Central Europeu, com os contributos individuais dos Estados-membro, pela Reserva Federal Americana (o USAID canaliza parte desse financiamento), e ainda contam com os financiadores privados de ocasião (os Elon Musks e outros que tais, que ele é apenas um mais um). Naturalmente, a sua visibilidade e a sua capacidade tornam-se ainda maiores. Estão a ser insuflados com os nossos recursos, enquanto nos dizem que andamos a viver acima das nossas possibilidades, como meros “peões descartáveis” que somos.