Os EUA recusam o convite de Israel para iniciar a 3ª Guerra Mundial (por enquanto)

(Caitlin Johnstone, 14/04/2024, Trad. Estátua de Sal)

O Irão realizou a sua há muito prometida retaliação ao ataque de Israel ao prédio de seu consulado em Damasco, lançando uma enorme enxurrada de drones e mísseis que, segundo os iranianos, atingiram e destruíram alvos militares israelitas, enquanto Israel diz que eles causaram apenas danos superficiais e alguns feridos. Os EUA e seus aliados teriam ajudado a abater vários projéteis iranianos.

Assim, como discutimos no período que antecedeu o ataque, a classe político-mediática ocidental está a agir como se este fosse um ataque completamente não-provocado, lançado contra a Israel, a vitima inocente de olhos de Bambi. 

Os comentários das autoridades e dos especialistas ocidentais e das manchetes dos meios de comunicação social estão a omitir que Israel instigou tais hostilidades, tanto quanto possível, com o seu ato extremo de agressão na Síria. Na Austrália, o Sydney Morning Herald escreveu sobre o ataque e não chegou a informar os leitores sobre o ataque ao consulado iraniano até ao décimo parágrafo do artigo, e disse apenas que o Irão havia “acusado” Israel de lançar o ataque porque Israel nunca o confirmou oficialmente.

De qualquer forma, o Irão diz que o ataque já acabou. Dado que não estamos vendo sinais de danos maciços, a alegação relatada pelo Irão de que a retaliação seria calibrada para evitar uma escalada para uma guerra regional em grande escala, parece ter sido precisa, assim como a alegação relatada por Washington de que não esperava que o ataque fosse grande o suficiente para atrair os EUA para a guerra.

Um novo relatório do Axios diz que Biden disse pessoalmente a Netanyahu que os EUA não apoiarão nenhuma resposta militar israelita ao ataque iraniano. Um alto funcionário anónimo da Casa Branca disse ao Axios que Biden disse a Netanyahu: “Você tem uma vitória. Tome a vitória”, em referência ao número de armas iranianas que foram retiradas do céu pela coligação internacional em defesa de Israel. Aparentemente, ajudar a mitigar os danos do ataque iraniano, é todo o compromisso militar que a Casa Branca está disposta a fazer contra o Irão, neste momento.

E agradeçamos a todos os santos por isso. Uma guerra entre a aliança dos EUA e o Irão e os seus aliados seria um pesadelo, fazendo com que os horrores que temos visto em Gaza nos últimos seis meses parecessem um episódio de Peppa Pig.

Mas, Washington simplesmente recusar a envolver-se, está longe de ser suficiente. Como brincou Trita Parsi, do Instituto Quincy , no Twitter, “Biden precisa de EVITAR uma nova escalada, não apenas declarar a sua intenção de ficar de fora”.

Na verdade, Israel já deixou claro que vai avançar com uma escalada contra o Irão. O Canal 12 de Israel cita um alto funcionário não identificado dizendo que o contra-ataque iraniano receberá uma “resposta sem precedentes”.

“Israel já informou os americanos e os governos da região que uma resposta é inevitável”, relata a The Economist. “Suas opções militares incluem o lançamento de drones contra o Irão e ataques aéreos de longo alcance contra o Irão, possivelmente contra bases militares ou instalações nucleares.”

Não está claro, neste momento, o quanto a última mensagem do governo Biden afetará os cálculos dessa posição, mas os meios de comunicação social estão relatando que funcionários da Casa Branca estão preocupados com a possibilidade de Israel estar a preparar-se para fazer algo extremamente imprudente, que pode levar os EUA para uma guerra que preferem evitar.

A NBC News relata o seguinte::

“Alguns altos funcionários dos EUA estão preocupados com a possibilidade de Israel possa fazer rapidamente algo em resposta aos ataques do Irão sem pensar nas possíveis consequências posteriores, isto de acordo com um alto funcionário do governo e um alto funcionário da defesa.”

“Essas preocupações decorrem, em parte, das opiniões do governo sobre a abordagem que Israel adotou na sua guerra contra o Hamas, bem como o ataque em Damasco.

O presidente Joe Biden expressou, em particular, preocupação sobre a eventualidade de o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, estar a tentar arrastar os EUA mais profundamente para um conflito mais amplo, de acordo com três pessoas familiarizadas com seus comentários.”

As pessoas vêm levantando essa preocupação há algum tempo. No início deste mês, Paul Pillar desenvolveu um sólido argumento de que Netanyahu tem muito a ganhar pessoalmente ao atrair os EUA para uma guerra com o Irão, para o ajudar nos seus problemas legais e políticos e desviar o foco do genocídio de Israel em Gaza.

Seja como for, é bastante absurdo que o governo Biden fique sentado passivamente esperando que isso não aconteça, como se não tivesse uma palavra a dizer sobre o assunto, e como se não houvesse nada que pudesse fazer para evitar tal ocorrência. Biden tem a capacidade de encerrar esse ciclo insano de escalada no Médio Oriente desde que começou, há seis meses, exigindo um cessar-fogo em Gaza e exigindo que Israel controle a sua máquina de assassinatos, tal como outros presidentes dos EUA fizeram com sucesso no passado.

Biden poderia acabar com tudo isso com um telefonema. O facto de ele não o fazer significa que é um monstro, e não serão as reportagens da comunicação social, sobre o quão “preocupado” e “frustrado” ele está em relação às ações de Israel – por muitas que se façam -, que irão mudar isso.

Fonte aqui.


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11 pensamentos sobre “Os EUA recusam o convite de Israel para iniciar a 3ª Guerra Mundial (por enquanto)

  1. Claro que Israel vai atacar com tudo quanto puder.Sao assassinos fanáticos, genocidas, está lhes na massa do sangue. Sempre fizeram isso, desde os guerreiros fanáticos de há quatro mil anos ate hoje. Ma sorte ter tal gente como vizinhos.
    Entretanto nos na União Europeia vamos voltar a dizer asneiras como “somos todos israelitas” e dar o nosso apoio aquele bando de genocidas.
    A Alemanha pensa que pode apagar os crimes do passado cometendo novos crimes como o de apoiar sem reservas uma nação cruel e fora da lei. Não, não pode.
    E escusa de impedir gente de lá entrar para falar sobre os crimes de Israel. Impedir um cidadão da União Europeia de lá entrar para participar num Congresso sobre a Palestina cuja realização foi bloqueada e um ataque sem precedentes contra a liberdade de expressão.
    Israel não tem o direito de matar a nossa liberdade. Os nossos governos não teem o direito de matar a nossa liberdade em seu nome. E não podem calar nos a todos.

  2. Entretanto o estado nazi já diz até vai haver uma “coligação internacional” para atacar o Irão. Será que estes palhaços na União Europeia e ingleses estao a pensar em arranjar mais sarna para se coçar?
    Se a terceira não chegar não vai se por falta de esforco desta gente. Talvez consigam assim a redução da população que não conseguiram com as vacinas covid porque a malta entretanto abriu a pestana e se mantivessem as restrições até eles acabavam a ter de trabalhar para comer.

  3. Findado o ataque de retaliação do Irão após Israel ter alvejado o consulado iraniano em Damasco, na Síria, e morto mais alguns oficiais de alto-comando em território estrangeiro, verificou-se ser de alguma forma mais para alertar e dissuadir do que propriamente para destruir e causar danos de relevo, ou morte generalizada (falou-se numa criança ferida em estado grave e mais alguns feridos no deserto e perto de bases militares), se bem que os alvos atingidos possam não ser consensuais entre as partes envolvidas e não se conheçam em toda a sua extensão, menor ou maior. Seja como for, o aviso foi dado, e os olhos do mundo mais do que nunca incidem sobre a região.
    A mim faz-me alguma confusão atribuírem ao tão exaltado sistema de defesa anti-aérea “Cúpula de Ferro” (Iron Dome em inglês, só não dizem como se diz em hebraico, curiosamente) um sucesso de 99% na intercepção de drones e mísseis enviados pelo Irão, isto no corpo de notícia principal, para logo depois se dizer que Israel contou com a ajuda de 3 países (ex-)coloniais do Ocidente (França, Reino Unido e Estados Unidos da América), que usaram aviões “caça”, e ainda dos sistemas de defesa anti-aérea da Jordânia (alguns também referiram Arábia Saudita e/ou Iraque). Pelos vistos toda essa ajuda externa a Israel só interceptou 1% dos objectos voadores lançados. As implicações desta constatação de conteúdo noticioso duvidoso, na comunicação social em geral, deixo à consideração e raciocínio de quem lê.

  4. Resta esperar por aquilo a que toda a gente vai chamar a “resposta” dos genocidas.
    Pelo menos desta vez não inventaram dezenas de criancinhas mortas ou coisa que o valha, preferem dizer que também são muito bons a apanhar bolas.
    Podíamos pelo menos era ser poupados a mais um cortejo grotesco de solidariedade a um bando de assassinos messianicos 40 mil mortos em Gaza depois.
    Tenham vergonha no focinho.
    E antes de virem com a conversa de que os iranianos isto e aquilo convinha que fossem ler um pouco de história porque isso não faz mal a ninguém.
    Mohamed Reza Pahlevi, que se auto intitulava “o Líder dos Guerreiros” e “A luz dos arianos”, era um frito daqueles cornos mas tinha razão para isso. O Irão era um protectorado britânico e o pai do sujeito foi acusado de todos os crimes contra a população como convém.
    Na verdade o que se passou é que o sujeito tentou que o petróleo lhes fosse pago a preço justo e não em troca de armas velhas e acabar com coisas como bares britânicos onde se lia a entrada “proibida a entrada a cães e iranianos”. Porque a não ser isso podia o homem fazer as atrocidades que bem entendesse como outros trastes que sempre lhes fizeram o frete.
    Ora Reza Pahlevi foi feito suceder fo pai aos 18 anos quando o homem tinha sido despachado para lá do Sol Posto, mas bem para lá, leia se África do Sul. E já teve sorte em não ter ido para Santa Helena. Voltou ao Irão no competente fato de madeira reforcado. Para quem não sabe, para um muçulmano não poder ser enterrado no dia em que morreu e uma desonra e um trauma para a família que se compreende.
    Ora ter um pai exilado no raio que parta e um bom incentivo para fazer ao colonizador todos os fretes e mais alguns não interessa a fome que o povo passe. Ou para aceitar fazer o frete depois do derrube de um primeiro ministro democraticamente eleito, na infame operação Ajax. E para fritar o cornil.
    O povo ficou por conta de um passado dos cornos e da infame Savak.
    Todos os povos miserabilizados tendem a afundar na religião e o do Irão não foi melhor que outros.
    Havia ainda outro factor que fez com que o Irão tivesse protagonizado a primeira revolução da era moderna feita em nome de Deus.
    Toda a resistência se fez em torno das mesquitas. Porque as mesquitas eram os únicos locais, pela natureza sagrada que lhes era, reconhecida, a não ter lá dentro a presença física da polícia. E a padralhada lá do sitio também tinha pelos cabelos um Governo que da fome a porrada não lhes faltava com nada. Os sacerdotes muçulmanos tambem casam e teem famílias para sustentar. Não havia por isso por lá Cardeiais Cerejeira.
    E no Irão pelos vistos não era tão fácil como por cá criar uma rede de bufos como a que em Portugal deu tanto jeito à PIDE.
    Por isso quando começarmos a tentar justificar barbaridades no Irão como a que está a ser feita em Gaza era bom pelo menos que soubéssemos a história toda.
    Antes de começarmos a dizer que os iranianos são um povo mais cruel que os outros, como dissemos dos russos, ou todos uns terroristas, como dissemos dos habitantes de Gaza.
    Quanto aos nossos dirigentes, já sei que não vão aceitar o conselho mas tenham vergonha no focinho e vão ver se o mar dá choco.

    • Há muito tempo e vai continuar!Como tenho informação privilegiada vou comentando…

      O meu problema é não parecer um teorico da conspiração,porque se vou escrever tudo a que tenho acesso à Geopolítica estaremos todos mortos…

      • Pois, todos sabemos que tu é que és o presidente da junta! Ou, em americano erudito: “Presunçation e water bentation, cada um toma a que quereition!”

  5. Sempre bem disposto apesar desta trapalhada toda. Torna tudo isto um pouco menos difícil de aguentar. Bem vindo.
    Por mim não tenho nada contra que me chamem teórico da conspiracao. Enquanto não me calarem vou despejando o pouco que acho que sei e não me acho mais sabedor que outros.
    Quanto a nomes que me chamam putinista, antissemita e Bolsonaro foram alguns. Mas o que é a vida sem esse tempero? Enquanto a censura não vier, vamos andando.
    Já agora, não há altura em que até parece que tens saudades do nosso fiscal a chamar nos treteiros, putinista, terroristas e não sei mais o que? Isto é que vai aqui uma acorda…

    • As tuas “teorias da constipação” são honestas, sentidas, objectivas e expostas com clareza e eficácia, ainda que eu não concorde totalmente com todas, como é o caso de algumas (sublinho o “algumas”) das questões à volta da covid-19. Agora o que me deixa encanitado é o umbiguismo presunçoso que por aqui se espraia quilometricamente, sem folgas nem dias santos, acreditando deslumbrar-nos a todos com a sua sofisticada e “enciclopédica” bagagem. É certo que também acerta algumas vezes, mas a ânsia de deslumbrar tudo e todos leva-o frequentemente a uma no cravo e outra na ferradura, ainda que ultimamente, graças aos céus, dê mais no cravo. O desejo frenético de “épater le bourgeois”, porém, torna-se irritante, as minhas desculpas se pareço intolerante.

  6. Quanto a covid 19 eu não nego a existencia da doença. Nem que fosse mais mortal que a “gripezinha” de Bolsonaro. O que condeno é o que nos foi feito, algumas restrições eram só estúpidas. E as vacinas foram um crime contra a humanidade de que talvez um dia saibamos os contornos todos. As pressões para as irmos dar também. Vi muita gente morrer, famílias aturdidas e desesperadas “estava bem foi dar a vacina três dias depois deu lhe um ataque cardíaco”, “estava bem, desde que deu a vacina nunca mais foi o mesmo”, esses eram os que morriam uns meses depois.
    Gente na casa dos 40 anos, saudáveis, vegetarianos, o raio que o parta estropeados por tromboses massivas.
    Gente que deu quatro porque “nunca me fizeram mal” e eu fui ao seu enterro num cemitério que parecia um cenário de guerra. Era o tempo de mais um reforco.
    E lamento que estes trastes não tenham mais nenhuma proteção para nós oferecer contra uma doença que ainda anda aí e é mais mortal que uma gripe, muito mais, quanto mais velhos formos que uma vacina que é em muitos casos mais perigosa que a doença. Porque não pode só matar nos. Pode nos deixar estropeados.
    E em turno da sua compra e das pressões para a irmos tomar houve muita corrupção. Isso não tem perdão.

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