O acordar tardio do sonâmbulo?

(Major-General Carlos Branco, in Jornal Económico, 24/01/2024)

Apesar de alguns alimentarem a ilusão da reversão dos acontecimentos na Ucrânia, os decisores sabem que a possibilidade de isso acontecer é extremamente remota.


A retirada das forças russas de Karkhiv e Kherston no verão de 2022 criou nas elites políticas e nalguns areópagos do comentário a ilusão de que a Rússia iria soçobrar. Os objetivos estavam a ser atingidos. Foram momentos de triunfalismo. No entanto, como podemos hoje comprovar, essas opiniões resultavam de uma avaliação errada da situação baseada em informação falsa e premissas enviesadas.

Senadores norte-americanos regozijavam-se de a guerra na Ucrânia estar a ser um grande investimento. Sem baixas americanas, Washington estava a conseguir destruir metade da capacidade militar russa apenas com 3% do seu orçamento de defesa. Nunca tinha sido tão elevada a crença na possibilidade de um levantamento contra Putin, um dos motivos desta guerra, se não o mais importante, e de uma operação de mudança de regime em Moscovo, várias vezes manifestada por Washington e Kiev. Era o sonho do grupo de neoconservadores que rodeia a Administração Biden.

Contudo, o anunciado e previsto insucesso da ofensiva ucraniana, no verão de 2023, trouxe à tona de água a falta de sustentabilidade das crenças alimentadas pela propaganda. As vozes otimistas e confiantes na derrota russa começaram a baixar o tom e a emudecer. Exceção feita à sempre irrepreensível Ursula von der Leyen, que com as sound bites fora de prazo, veio dizer em Davos que a Rússia tinha perdido 50% da sua capacidade militar.

Os desenvolvimentos políticos na Rússia e na Ucrânia vieram mostrar que o cálculo estratégico da Administração Biden, abraçado servilmente pelos europeus, falhou redondamente. Ao invés do desejado, a popularidade de Putin aumentou e a economia russa não desabou. Pelo contrário, prosperou como dão nota disso os relatórios de várias organizações internacionais insuspeitas. Recentemente, a “Newsweek” corroborou esses relatórios, removendo dúvidas que ainda pudessem subsistir.

A imposição de sanções resultou num fiasco, tendo a Rússia encontrado alternativas para escoar os seus hidrocarbonetos. A tentativa do G7 impor à Rússia um preço máximo de 60 dólares por barril de petróleo não funcionou. Hipocritamente, os EUA romperam as sanções que tanto advogaram comprando petróleo diretamente à Rússia, ao preço de $74 e $76 por barril, segundo a US Energy Administration. Associa-se a isso, o aumento da produção industrial. A Rússia teve, em 2023, um invejável aumento de 3,5% do PIB.

Foi com imensa perplexidade que ouvimos o mais alto dignitário da NATO Jans Stoltenberg vir reconhecer, na recente reunião do Fórum Económico Mundial, em Davos, aquilo que muito poucos vinham consistentemente afirmando há cerca de dois anos, e pelo facto foram agraciados com o epíteto de putinistas: o Ocidente subestimou a Rússia. Esta conclusão tardia é de uma imensa gravidade, uma vez que ilustra a realidade virtual em que ocupantes de altos cargos têm vivido e o desvalor com que as vidas ucranianas foram equacionadas.

As dificuldades da Administração Biden e dos europeus em suster o esforço de guerra ucraniano vieram agravar um ambiente que começava a não ser percebido como favorável, e em que se registava uma inversão de tendência.

Se para Kiev não se consegue ainda visualizar com precisão como irá terminar a guerra, para a Administração Biden começa a visualizar-se mais um fracasso estratégico. Uma vez mais, a Casa Branca foi vítima das alucinações de um grupo de neoconservadores que, de uma maneira ou de outra, continuam a causar perdas irreparáveis à imagem externa dos EUA.

Fizeram quase tudo errado. Para confrontar a China, Biden devia ter garantido a neutralidade de Moscovo, mas a obsessão ideológica neoconservadora foi mais forte do que o pragmatismo. Não só aproximaram Moscovo de Pequim, ao ponto de hoje Moscovo se preparar para cortar completamente os laços económicos com a Europa, como correm o risco de se verem envolvidos em duas crises estratégicas, em simultâneo, para as quais não estão preparados, comprometendo decisivamente as suas ambições hegemónicas globais. No Ocidente, nomeadamente em Portugal, não faltaram comentadores a aplaudir este disparate.

A situação no terreno e o aumento das dificuldades em apoiar o esforço de guerra ucraniano não só provocou uma enorme frustração e desespero no Ocidente, como contribuiu para aumentar a confiança de Moscovo. Como se torna cada vez mais óbvio, é irrealista pensar ser possível reunir condições para a realização de uma futura contraofensiva que possa superar a de 2023. Quem alimenta essa possibilidade está completamente desfasado da realidade. Nem os europeus têm capacidade para a apoiar, nem os ucranianos para a realizar.

Kiev procura lançar desesperadamente uma controversa e impopular campanha de mobilização de 500 mil soldados durante o ano de 2024. Ora, esse efetivo não visa atribuir capacidade ofensiva às forças armadas ucranianas, mas tão somente repor as cerca de 20 mil baixas mensais, isto é, recompletar. Ou seja, conferir-lhes apenas capacidade defensiva.

Por outro lado, o Ocidente não tem, aparentemente, um plano para impedir o insucesso ucraniano que se vislumbra no horizonte. Parece restar-lhe a incomodidade e o desespero. Em vez de enfrentar os factos, assistimos a uma fuga para a frente. Brande o papão de uma terceira guerra mundial. A Rússia vai atacar a NATO, e vão fazê-lo através dos Estados bálticos, que o presidente Biden confundiu com Balcãs. Estas declarações alarmistas visam criar o pânico entre a população e escamotear desonestamente o tremendo erro de análise feito.

Não há consenso quanto à data desse ataque. Uns falam num ano, outros três e outros ainda cinco a oito. De modo descontraído e ligeiro, o ministro da Defesa do Reino Unido Grant Shapps afirmou que nos encontramos num estado de “pré-guerra mundial”. Para tornar mais realista a ameaça, um jornal alemão veio divulgar um documento secreto a explicar como irá decorrer essa operação.

Desacreditada a tese da derrota russa, há que ocultá-la criando outra tese. A histeria alarga-se. O chairman do comité militar, Almirante Rob Bauer, veio desajeitadamente assustar os europeus sugerindo-lhes que se preparassem para o conflito, como se fosse amanhã: “é preciso água, um rádio e uma lanterna a pilhas para garantir que sobreviverá nas primeiras 36 horas. Coisas assim, simples, mas temos de perceber que a paz não é um dado adquirido.”

Na Suécia, por exemplo, sucedem-se as notícias alarmistas, com declarações do mais alto dignitário militar do país, o general Micael Bydén, a alertar que “todos os suecos deviam estar a preparar-se para a guerra.”

A ampliação desta campanha de medo, em que participam alguns diligentes comentadores, baseada num argumento falso – temos de parar a Rússia agora porque no futuro será mais difícil – visa pressionar também a obtenção dos recursos financeiros para apoiar a Ucrânia.

Apesar dos recentes apelos, os indícios de preparação para a guerra já têm alguns anos. A criação de uma infraestrutura logística na Europa não é de agora, como o prova, por exemplo, a criação da “Mobilidade Militar” inserida nos programas da Cooperação Estruturada Permanente da UE, em 2018.

Mais recentemente, a Finlândia disponibilizou 15 instalações militares no seu território para os EUA aí instalarem unidades militares e pré-posicionarem equipamento militar. Por seu lado, a Polónia disponibilizou o seu território para a instalação de bases militares alemãs, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, à semelhança do que já tinham anunciado fazer na Lituânia.

Nos países bálticos, a linha de caminho de ferro com a bitola utilizada na antiga União Soviética está a ser transformada na bitola europeia, um projeto que poderá estar terminado apenas em 2030. Entretanto, a NATO criou um programa que designou por Schengen militar, permitindo que as tropas da Aliança se movam rapidamente e sem obstáculos dentro da União Europeia.

Por seu turno, a Roménia acelera rapidamente a construção de uma nova autoestrada até à fronteira com a Ucrânia, que poderá ser utilizada para facilitar a movimentação de forças militares em caso de conflito. Importa mencionar que este projeto, pensado há muitos anos, ganhou um carácter de urgência a seguir à invasão russa da Ucrânia.

Sempre nos interrogámos qual poderia ser a resposta do Ocidente caso se viesse a verificar uma débâcle da Ucrânia. Os desenvolvimentos recentes começam a apontar para uma resposta. Apesar de alguns alimentarem a ilusão da reversão dos acontecimentos na Ucrânia, os decisores sabem que a possibilidade de isso acontecer é extremamente remota, como também sabem que os próximos 5/7 anos serão de grande agitação geoestratégica, em que as potências emergentes vão procurar tirar partido do vazio de poder criado pelo desmoronamento em curso da Ordem Mundial.

Como tem sido sublinhado por vários académicos, a possibilidade de a transição de poderes na Ordem internacional envolver o uso da força pelos principais atores é extremamente elevada. Acresce que o teatro de operações ucraniano reúne as condições para esse embate. Lamentavelmente, assistimos na praça pública a atiçadores da fornalha, uns manifestamente impreparados, outros escandalosamente industriados.

O objetivo de ambos os grupos é claro, incutir na opinião pública a inevitabilidade de um conflito armado de larga escala, escamoteando conscientemente as consequências que um confronto dessa natureza poderia ter, nomeadamente o arrastamento de toda a Europa.

Esperemos que o exercício Steadfast Defender organizado pela NATO, envolvendo cerca de 90 mil soldados, o maior exercício desde o fim da guerra fria, cujo tema genérico é repelir uma invasão de forças terrestres, fique por um exercício, e não haja a tentação de se intrometer nos desenvolvimentos em curso na Ucrânia.


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9 pensamentos sobre “O acordar tardio do sonâmbulo?

  1. Se não for para breve será um dia.
    A treta da nova ordem mundial não passa de deitar para o lixo tudo o que foi feito para assegurar a limitação dos conflitos nos últimos quase oitenta anos.
    As bestas estão por aí à solta, das teocracias aos nacionalismos imperiais montados em pouco mais do que a vontade de tiranos.

    • «tudo o que foi feito para assegurar a limitação dos conflitos nos últimos quase oitenta anos»

      E depois de escrever isto, foste tirar a peruca laranja, a maquilhagem branca, e o nariz vermelho…

      Vietname, Laos, Sérvia, Donbass, Iraque, Síria, Líbia, Somália, Cuba, Afeganistão, Iémen, Palestina, crimes de guerra atrás de crimes de guerra, violações de direitos humanos, violações do Direito Internacional, limpeza étnica, genocídio, um total de mais de 20 milhões de mortos pelo império genocida ocidental, e ainda escutas e prisão e assassinato de jornalistas e denunciantes destes crimes.

      Tu a outros como tu valem tanto como quem andou a apoiar o Adolfo do MeinKampf… Agora apoiam o Zé do S.Bandera… ou o Bibi do Talmud…

      E, claro, os outros é que são os “autoritários”, e os “nacionalismos”, nome mal dado à normal reacção patriótica, é uma coisa má… Bom, bom, é o globalismo de Davos e Wall Street, de Langley, das IDF, e do batalhão Azov. E a palavra “liberdade”, sempre, desde as leis fundamentais de Salazar e Franco e Mussolini, até às de Biden e Leyen e Sunak.

      Ontem vi um homem com uma bandeira branca a ser entrevistado pela BBC em Gaza. Ainda o jornalista tinha acabado de atravessar a estrada, e já esse homem estava assassinado pelos naZionistas que tu amas. Isto é que é uma “ordem” mundial do caraças…

      Ganha vergonha nesse focinho! Amanhã, Sexta-Feira, 26-Janeiro-2024, o Tribunal de Justiça Internacional vai dar a primeira decisão sobre o genocídio dos naZionistas já contra mais de 32 mil humanos em Gaza. Tu, apoiante desse genocídio, merecias pena de morte! Mas após a decisão inevitável desse tribunal, pois ou decide a favor da Palestina, da África do Sul, da Humanidade, ou o precipício para o império genocida ocidental será ainda mais rápido, tens de ser banido deste fórum.
      Uma coisa é a liberdade de expressão, outra é ser nazi. Se este blog publicar comentários de nazis apoiantes de genocídio, eu deixo de aqui vir.

      Nota-se que já começaste a falar de lado, de forma disfarçada, indirecta. Não sei se é vergonha ou falta dela. Sei é que eu e já todos aqui sabemos o que tu és. Falta saber se a Estátua De Sal tem princípios, ou se é como os Amerikkkanos e os UkraNazis e outros, que acham que a “liberdade de expressão” justifica a glorificação do nazismo e o genocídio. Este não é um momento como aquele em que critiquei, erradamente, a publicação de um artigo de Sócrates. Este é um momento de definição: ou há princípios, ou há nazis. Não podem haver ambos.

      PS: para os atrasados mentais, como os do BE, que comparam a Palestina com a Ucrânia: aquilo que os naZionistas estão a fazer, é o que os Azov e companhia queriam fazer no Donbass e Crimeia. A diferença entre um agressor travado “só” com 10 mil mortos civis em 2 anos, ou um agressor destravado já com +32 mil mortos civis (e a aumentar rapidamente) em 3 meses (uma agressão 26x pior, e o multiplicador seria ainda pior se fosse possível contabilizar quantos dos civis mortos no Donbass são resultado da agressão UkraNazi ou dos seus crimes de guerra), chama-se Operação Militar Especial. Os humanos da Novorossiya têm quem os defenda, os humanos da Palestina não. Só têm, indiretamente, os valentes heróis do Iémen a fazer um 100% justificado bloqueio marítimo do agressor naZionista.

      Viva a Rússia! Viva a China! Viva o Irão! Viva Cuba! Viva a Sérvia! Viva a Palestina! Viva o Iémen! Viva a África do Sul! Viva a Venezuela! Viva o Afeganistão! Viva o México! Viva o Vietname! Etc. Viva o Sul Global! E vivam todos os ocidentais decentes!

      MORTE AOS IMPERIALISTAS GENOCIDAS E COLABORADORES DE NAZIS!!!

  2. De um modo mais geral, estamos em 2 conflitos sensíveis, um interminável e outro em que a NATO não aceitará a derrota. Vamos para a guerra mundial…

    No caso de uma guerra global, duvido que a Rússia permaneça sozinha. Esquecemos ou queremos esquecer que os russos também têm aliados poderosos.

    É certamente necessário dissuadir e rearmar, mas sobretudo utilizar a diplomacia de forma exaustiva. Desde o início, foi mal embarcado, especialmente porque nunca são os decisores que governam que vão directamente para a luta no terreno.
    Preparar as mentes é uma coisa a ter em mente que sempre pode degenerar ainda mais seriamente é outra.
    Não é como se não houvesse armas atómicas disponíveis.

    As vantagens desta psicose :
    Permitir a indústria militar
    correr a toda a velocidade, a fim de preencher o défice do sector civil?
    Fazer tudo o que for necessário para manter futuras guerras
    no continente europeu?

    O problema é quando explicamos que estas são apenas posturas …. Não estamos a fazer nada. A Rússia faz compras em terrenos preparados com tropas que lutam contra ela Há 2 anos. Não é o caso dos países DA NATO. Não há estruturas defensivas, muito menos valas antitanque, e não vamos falar de campos minados. Como lembrete, finalmente não encomendaram todos os novos equipamentos terrestres que foram originalmente planeados..
    Estão a aumentar a reserva. Mas continuam com um exército de 200.000 homens e 600 tanques, 200 dos quais são realmente activos…
    1300 antes dos anos 2000 … em suma, se Trump passar, tem de se prepararem para esta eventualidade…

    Se a Europa estiver sozinha, não terão 300.000 homens. Demora pelo menos 2 anos a colocar uma indústria de novo em funcionamento, pelo que tem de ter esta capacidade. O exército britânico está num Estado ainda pior do que a França. A Alemanha ainda não está clara sobre o que está a fazer com os seus 100 mil milhões e se está a conseguir estruturalmente renovar os seus equipamentos e logística. Em suma, não se pararem com a ajuda à Ucrânia, A Rússia já tendo mudado para uma economia de guerra sim, em 5 anos, terá reequipado com tropas com experiência de combate na Ucrânia. Em tecnologias não vai surpreender porque usaram na Ucrânia.

    A Rússia terá tido tempo de se equipar em massa com drones optimizados pela sua experiência de guerra na Ucrânia. Quantos estão a europa actualmente a produzir? Em suma, sendo duvidosos e descansando sobre os louros actuais … não há uma ideia certa.

    Como anunciar às pessoas que tomaram decisões que recaem sobre nós e, portanto, sofreremos economicamente e a muitos mais níveis. Mas, dizendo – lhes que estamos a sofrer porque estão a investir pesadamente para rearmar a NATO e a Ucrânia contra a Rússia, então vamos apertar o cinto para a sobrevivência das nossas crianças e da nossa civilização…

    Os bilionários estão a prepararem-se com bunkers de luxo, levantando questões sobre as suas motivações e o que sabem..Americanos são 13 mil e todos vão para a Nova Zelândia.

    A nível económico, notamos uma recuperação industrial tão significativa como a recuperação agrícola que se seguiu às sanções de 2014. O PIB do país é superior ao da UE e o Reencaminhamento das exportações de energia está a correr muito bem. O estatuto da Rússia no seio dos BRICS e especialmente no sul global melhorou bastante. Falarem da derrota russa nada mais é do que curvar-se à propaganda Ocidental sobre o assunto. A Rússia está, de facto, a enfrentar dificuldades relacionadas com a guerra e a inflação, mas parece que o esforço nacional produzido é antes uma garantia de crescimento futuro, muito pelo contrário do que estamos a assistir na UE, um declínio industrial notório, um endividamento económico abismal e um futuro muito sombrio.

    A adesão da Ucrânia à NATO, entretanto, tornou-se impossível, tudo indica que este era o principal objectivo da operação especial. Os circuitos energéticos foram” não ligados ” e redireccionados para países mais amigáveis.De facto, a suécia e a Finlândia na NATO são uma derrota geoestratégica russa, noutras partes do mundo está também a virar-se uma página para os ocidentais e outra história está a começar em África e noutros lugares…
    Trata-se de uma nova cortina de ferro de cerca de 4000 km (eu medi) que chega a cortar a Europa pela metade, da Finlândia ao Mar Negro. Aqueles que fizeram acontecer conseguiram o seu golpe, chegando mesmo a destruir o Nordstream de passagem, um cano que ninguém vai reparar, é irreversível. Tudo isto é triste porque havia muito a ver com a Rússia em todos os domínios, em particular no domínio científico.

    Pessoalmente, eu não tenho as habilidades para fazer uma análise desta guerra, como 99% dos pseudo-analistas . Mas penso que é uma pena que os pseudo-analistas façam frequentemente de monólogos.

    A geopolítica vai além de uma visão binária ao estilo Marvel.

  3. Será que os bandos de energumenos que constituem as nossas elites acreditam mesmo que podem viver décadas em bunkers até ser seguro de lá sair depois de destruírem a Rússia e a Rússia nos destruir a nós?
    Ou simplesmente acreditam que a Rússia vai desistir e entregar se a uns gente que os vai escravizar e matar lentamente a fome e ao frio como ensaiaram no tempo do Yeltsin?
    Qualquer das alternativas, significa sociopatia e psicopatia da brava. Mas desde que nos meteram no bucho veneno experimental, desde a tecnica assassina da Lagarde para acabar com a inflação por via de nos deixar sem dinheiro para nada a conta de pagar juros bancários já acredito em tudo.
    Esta gente das nossas elites e psicopata mesmo e só estão arrependidos de não terem tentado destruir a Rússia nos anos Yeltsin, quando o país parecia estar de joelhos.
    Agora dizem que deixaram o Putin cometer atrocidades durante 20 anos. Quais atrocidades? Acabar com os fundamentalistas religiosos que a partir da Chechenia atacavam escolas, hospitais, salas de espectaculo e bairros residenciais? Impedir que oa georgianos fizessem uma limpeza na Ossetia e na Abkasia?
    E como é que iam impedir isso? Atacando a Rússia como agora se preparavam usando a Ucrânia como ariete? E quem lhes garante que a Rússia se renderia? E acreditam mesmo que assassinar Putin resolveria tudo? Não se levantaria outro? Seria a maneira de a Rússia nunca mais confiar em nós. Tal como agora de certeza não confia.
    A Rússia não se rendeu a Napoleão, não se rendeu a Hitler, porque raio é que se ia render aos bandos de ladroes que somos?.
    Ainda há gente que tem a pouca vergonha de chamar a Netanyahu “o nosso Putin” como se o que se, esta a passar na Ucrânia tivesse alguma coisa a ver com o que aquele cerdo tem feito aos palestinianos sempre que senta o nojento traseiro na cadeira do poder do estado nazionista. Mas esta gente bateu com a cabeça onde?
    Eles andam e frustrados porque tanto vilipendiaram a Rússia e agora absolvem Israel e isso está a fazer com que muita gente no mundo veja bem os trastes que somos. E sim, a Ucrânia ameaçou que atacaria a Rússia e atacou mesmo bombardeado a sua população russofona forte e feio. Alguém acredita que parariam no Donbass? Que ingénuos que eles são.
    E queriam armas nucleares para que? Por acaso os Estados Unidos deixariam que algum país as tivesse a 600 quilómetros de Washington? Tendo um governo ferozmente antiamericano? Até uma bomba nuclear já lhe tinham deitado para cima.
    Ganhem vergonha e tino, cambada.

  4. Não vale a pena deixar de escrever por causa de fascistas e nazistas que possam por aqui andar. É simplesmente mandar a criatura ir ver se o mar dá choco.
    O homem é um desestabilizador que devia ser mandado para a Faixa de Gaza mas fazer as pessoas desistir de escrever e tudo o que ele quer e não conto dar lhe esse gostinho.
    O problema é esse, se se bloqueia um bandalho desses, ainda o blogue é o mau da fita.
    O homem é um psicopata realmente que afirma que não é cumovente, foi mesmo assim que ele escreveu noutras paragens, o facto de Israel recusar a entrada de todo um camião por entre a carga ir uma perigosa lanterna solar ou um livro para colorir.
    E sim, a mim também me da volta às tripas isso de compararem a ação russa com o que se está a passar em Gaza comparando Putin a Netanyahu. Se assim fosse podem ter a certeza que a guerra, já tinha acabado. Já tinham levado com duas ou três batatas quentes nucleares sobre Lviv e Kiev.
    Mas sim, se pudessem os ucranianos fariam Gaza no Donbass e na Crimeia. Aliás, muitos nazistas integrados no exército ucraniano disseram abertamente que toda aquela população era para matar ou expulsar porque eram ir recuperáveis, demasiado impregnados de propaganda russa e na realidade russos e pretos da neve. E sempre que podem continuam a matar por lá civis.
    E que estão dispostos a levar a guerra até às, últimas consequências e aí de quem se, renda. Ou eles não sabiam que no avião russo que, abateram a maior parte dos que lá iam eram prisioneiros de guerra? Mas essa é a maneira de mandar uma mensagem forte à quem pensar render se. Como quando bombardearam uma prisão em Donetsk matando dezenas de rendidos de Mariupol. Ate porque eles sabem que os que a Rússia decide trocar não são nazis, porque quem tiver o corpo transformado num tapete persa de sombolos nazis tem o fundo da Sibéria ou um tiro a espera deles. E não merecem melhor.
    Mas claro que o governo cujo presidente, o nosso herói Zelensky instou a população do Donbass e não só a combater os soldados russos nas ruas com cocktails molotov e declarou traidores quem não o fez não gosta de gente que se rende e até tem gente no campo de batalha com a única função de matar quem se queira render.
    E é para com esses trastes que uma certa esquerda pede a nossa solidariedade. Mas o Bloco tratou de se redimir da oposição à guerra, do Iraque compreendendo que nunca meteria a mão em bolo algum num país vassalo se fizesse outra coisa. Daí que com a Libia já tratou de virar o bico ao prego porque o kadhafy era um ditador, vai malhando na Venezuela e em Cuba e até com o genocídio em curso em Gaza a condenação de Israel é muito soft.
    Uma das melhores do Bloco foi quando apos o assassinato de Cassem Soleimani se saltaram com a de que o homem também não tinha feito nada pela democracia. Ora se isso fosse critério para matar alguém ou para justificar tal coisa meio mundo era dronado.
    Essa é a gente que saudosos do Salazarismo ama. É chato ter um psicopata a chamar nos de ignorantes a coiroes mas desistir não é solução. Porque é isso que essa gente quer e foi visando isso mesmo que o sujeito decidiu começar a lutar em duas frentes, que o homem tambem bolca noutro lado.
    Por mim conto sempre ir mandando o homem ir ver se o mar dá choco e ir escrevendo o que me apetece enquanto não for a censura e o combate a desinformação da cruella a desactivar blogues como este.
    Quanto ao resto que escreveu, assino em baixo.
    E deixe lá o Salazarento admirador de nazis e sionistas, sem falar de Salazar e Cerejeira falar ao vento. Pode ser que leve uma caldeirada de um bengali na manifestação de 3 de Fevereiro.

  5. Isso significa que o homem levou a competente corrida em osso como um artista que escrevia cheio de z’s e outro que também, a falta de argumentos, insultava de tudo outros escreventes?
    Se foi o caso não vou ter saudades dos “mimos” de coirao, treteiro, ignorante, órfao soviético, burro, putinista e outros de que já nem me lembro.
    Mas vou ter algumas saudades de mandar alguém ir ver se o mar dá choco.
    O homem é a praga de um outro blog que como também acolhe da pseudo esquerda que tem a pouca vergonha de pôr no mesmo saco a Rússia e o estado fascista, racista e genocida de Israel, a estrema direita, nunca lhe vai dar a corrida que merece.
    O que só levará o homem a fazer se de coitadinho.
    A primeira vez que vi o homem por cá, num espaco que tende a acolher só quem não segue a manada, vi logo que a criatura só queria desestabilizar pois que também no tal blog também segue a mesma linha, ou pior ainda, tendo dois ou três cromos como ele mas outros que lhe chamam de salazarento para baixo.
    Se foi agora corrido não foi por falta de aviso.

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