Em 9 de Abril de 2022, Zelensky preferiu a guerra à paz pelos motivos mais mesquinhos

(José Catarino Soares, in Tertúlia Orwelliana, 09/12/2023)

Turquia, 29 de Março de 2022. Na foto vêm-se vários membros da delegação ucraniana nas negociações russo-ucranianas. O segundo homem a contar da esquerda, é Davyd Arakhamia, chefe dessa delegação e chefe do grupo parlamentar do partido Servente do Povo (o partido fundado pelo presidente Volodymyr Zelensky). 

1. Introdução

Este artigo elucida ⎼ fornecendo-lhe o necessário contexto e uma chave interpretativa ⎼ as recentes confidências de Davyd Arakhamia, também conhecido como David Braun, chefe do grupo parlamentar do partido Servente do Povo, o partido fundado pelo presidente Volodymyr Zelensky da Ucrânia, maioritário no parlamento ucraniano.

Que eu saiba, nenhum órgão português do sistema mediático dominante de comunicação social noticiou ou comentou as declarações do senhor Arakhamia sobre os importantes episódios de que ele foi protagonista — uma variante laica da história bíblica de Jonas e a baleia, mas com um Jonas pusilânime. Mas é muito importante conhecê-las e dá-las a conhecer, porque elas lançam uma luz forte sobre as zonas mais recônditas da segunda guerra na Ucrânia (a que começou em 24 de Fevereiro de 2022) e, em particular, sobre as pesadíssimas responsabilidades de Zelensky na continuação dessa guerra até aos dias de hoje.  

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6 pensamentos sobre “Em 9 de Abril de 2022, Zelensky preferiu a guerra à paz pelos motivos mais mesquinhos

  1. Já é tempo de pôr fim a este conflito, mesmo que ambas as partes estejam a fazer concessões.

    Suicídio ou um fim de vida heroico na frente de combate, só para construir uma lenda!

    Permitam-me que vá mais longe na análise da situação, os falcões políticos vão para a guerra, os EUA estão num impasse, Zelensky está definitivamente desacreditado…. Muitos vão à pesca de informações nas suas redes para descobrir que os militares das 3 partes interessadas (EUA, Rússia e Ucrânia mais realistas e factuais estão a preparar o plano para parar a guerra,: os russos atingiram em grande parte os seus objectivos estratégicos e económicos, os EUA encontrarão uma forma de fazer propaganda do tipo “a culpa é de quem” e deixarão os ucranianos ficar mal, como sabem fazer tão bem (ver Afeganistão, Síria, Líbia, etc.), e o pobre povo ucraniano será deixado à sua sorte. Finalmente, como bónus, a Europa sofrerá uma grande crise económica e social,com guerras civis devido, em parte, às sanções.

    O próprio Zelensky admitiu a derrota ao dizer que o Donbass e a Crimeia estão definitivamente perdidos… Ele está a preparar o povo ucraniano para a capitulação…. Está a tentar enfiar a cenoura no rabo dos ucranianos….. É uma pena que 500.000 soldados ucranianos tenham morrido por uma derrota tão esmagadora….

    Como qualquer observador honesto, sim, tudo está a correr de acordo com o plano, enquanto a Europa é a grande perdedora, estamos a caminhar para a termonialização.

    A hipocrisia do Ocidente não tem limites. A Ucrânia não é mais importante do que a base militar do Ocidente no Médio Oriente, que é Israel.
    Putin está a ser processado pelo Tribunal Penal Internacional, mas Netanyahu não.

    É muito triste ver todos aqueles ucranianos a morrerem pela loucura de uma minoria de pessoas.
    PUTIN não está de modo algum isolado, pois tornou-se a voz de 3/4 dos países do mundo.
    Os valores ocidentais estão em minoria e são contrários aos valores defendidos por estes povos,e há que respeitar.

    A hegemonia do dólar de Bretton Woods, em sinergia com a economia de guerra, viria a selar cinquenta anos mais tarde o destino da URSS, que teria feito um esforço de defesa militar equivalente, mas à custa do nível de vida da sua população, ao contrário do autoproclamado “mundo livre”.
    A razão para isso é que o rublo não tinha o famoso estatuto internacional do dólar, o que significa que aqueles que estão a proteger do perigo vermelho podem ser obrigados a pagar o seu esforço militar através do uso ilimitado da impressão de dinheiro sem o risco proporcional de inflação.
    Cinquenta anos mais tarde, a Rússia e os BRICS estarão a lutar contra um contexto monetário que não lhes deixa qualquer hipótese de vencer a “sedução” conquistada pelo sistema neoliberal.

    Os EUA não vão aceitar a desdolarização e o crescente desprezo por eles. Os EUA vão partir para uma última luta, para garantir a sobrevivência do seu domínio, caso contrário será o fim. Haverá, portanto, uma batalha final, pela sobrevivência ou pela morte.
    É preciso ter cuidado para não subestimar o adversário. É muito provável que o Estado profundo utilize a estratégia do mais fraco para definir as capacidades do seu adversário. E o que é que a Rússia está a fazer? Está a mostrar todas as suas capacidades, mesmo que o faça à maneira do elefante forte e lento. E se o adversário tivesse uma arma secreta? Já pensaram nisso?
    É o que muitos fazem no xadrez, sacrificam peões para que o adversário se sobrevalorize. Não estaríamos na mesma situação?

    Por fim, penso que a geopolítica do Médio Oriente e do Oriente está a ser organizada para obrigar Israel, e por detrás dele o Estado profundo globalista, que o colocou no meio dos territórios árabes com os campos de petróleo, a abandonar o seu racismo contra tudo, o seu discurso “nós somos o povo escolhido”, que não é compatível com o direito internacional, porque todos os povos que não são “judeus” estão a ser expulsos, os cristãos orientais, etc. Estamos num ponto de viragem, o estado profundo globalista perdeu na ucrânia, e vai perder aqui também.

  2. «Em fevereiro de 2022, o governo russo reconheceu formalmente a independência das zonas separatistas das auto-proclamadas repúblicas populares de Lugansk e Donetsk»
    +
    Crimeia
    +
    uma Ucrânia desarmada e a ser mantida sob a pata dos agentes russos.
    Uma proposta irrecusável….

    • Chiça penico! Tu não entendes mesmo porra nenhuma! Dá uma vista de olhos para veres o que a população étnica-russa na região do Donbass, estava sofrendo!

  3. Em Fevereiro de 2022 a Ucrânia começou a bombardear a torto e a direito o que restava de Donetsk e Lugansk. Dias depois a Rússia reconheceu efectivamente a independência das tais repúblicas, cedendo finalmente a inúmeros pedidos das autoridades locais nesse sentido.
    Provavelmente se não fosse o tal fogo de artifício, tal pedido seria mais uma vez recusado. Aliás, era isso que previam os nossos jornais. O Putin ia recusar porque não tinha tomates para ir para a guerra.
    Após o reconhecimento, os bombardeamentos continuaram e os nossos presstitutos diziam com todo o sossego que as explosões eram fruto dos festejos das populações com fogo de artifício. Levassem eles com aquele fogo de artifício pelos cornos abaixo.
    Não contente com isso Herr Zelensky veio dizer que no Verão iriam ter capacidade nuclear e reconquistar militarmente a Crimeia.Isto numa conferência sobre segurança na Europa realizada em Munique. Talvez, aí os trastes que somos tivessem dado ao traste as tais garantias de apoio total contra a terra que queriam pilhar.
    Viesse o presidente do México dizer isso, substituindo a Crimeia pela Califórnia e logo víamos o que aconteceria ao México. Aliás, hoje o país simplesmente já não existiria.
    Herr Zelensky e um aldrabão que consegui uma esmagadora votação a Leste justamente porque lhes prometeu paz. Para deixar as milícias nazis correr por lá soltas e criar uma tal Lei dos Povos Autóctones que transformava a população do Leste mais do que em párias, em alvos a abater.
    Sim, a neutralidade era uma resposta irrecusável. Se Herr Zelensky tivesse algum respeito pelo seu povo e uma restea de decência, já para não falar de humanidade. Mas o patife resolveu dar os seus préstimos e a sua estepe aos destruidores do Iraque e da Líbia. Para que com o seu ariete fizessem o mesmo na Rússia.
    A Russia é que não achou graça nenhuma. Já perdeu mais de 20 milhões de pessoas para a megalómania ocidental, de Napoleão a Hitler, não queria repetir a dose.
    Quanto a Crimeia, claro que aquilo é russo. É não deixa de ter graça que a Ucrânia meta comunistas na cadeia, destrua todos os símbolos comunistas, atribua todos os seus males havidos e a haver aos comunistas e queira apoiar se numa decisão desse tempo para ter um território que já era russo antes de haver Ucrânia. Uma lógica de aldrabão mas que faz eco em alguns bons espíritos.
    Quanto aos ucranianos do Ocidente desde a independência tiveram todas as oportunidades de construir um país decente. Não estavam na situação desesperada dos palestinianos. Muitos acham que os palestinianos de Gaza devem ser todos mortos porque votaram no Hamas, mas teem muita pena do pobre povo ucraniano que decidiu desatar a delirar que era descendente dos vikings e era preciso derrotar os pretos da neve. Aquela gente quer a destruição da Rússia tal como o Hamas quer a destruição de Israel mas eles são uns coitadinhos. Isto de ter a cor certa pode ser vantajoso.
    Estejam os apoiantes do nazismo descansados que a guerra não acaba tão cedo. Se a guerra vai correndo mal nas estepes,a Inglaterra vai fornecer lanchas rápidas e veículos anfibios que certamente garantirão terrorismo forte e feio no Mar Negro. É mesmo para continuar até ao último ucraniano. Vao ver se o mar dá choco.

  4. Pois foi, foi a pedido de muitas famílias que estavam a sofrer muito, e já que estava om a mão na massa foi até Kiev, Mariopol e Kerson… um verdadeiro filantropo esse Putin!
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