(Armando Rosa, in MaisRibatejo.pt, 13/10/2023)

Sobre a pergunta em título, vou procurar fazer-me entender, sem antes afirmar o meu total repúdio para os métodos utilizados pelos “terroristas” anti Israel que, ao fim de décadas de lutas e guerrilhas voluntaristas, sem estratégia ou resultado prático, tendo em conta os objetivos em vista (a libertação), eis que conseguem, finalmente, ter as atenções de todo o mundo ao levarem a cabo um ataque sério ao opressor. Pela primeira vez há palestinianos que lutam quase de igual para igual, contra a potência ocupante e opressora. Pela primeira vez a Palestina (pelas piores razões) é notícia nas primeiras páginas e noticiários de todo o mundo.
Recordatória:
Angola 1961: o terror maciço e cru
“Como nos tempos remotos das grandes barbáries, são assassinados homens, mulheres, velhos e crianças, autoridades administrativas, agentes da ordem, brancos, negros e mestiços; ou fuzilados; ou queimados dentro de casas e cubatas: ou esquartejados, e degolados; ou serrados vivos”(Embaixador Franco Nogueira)
O número de mortos está longe de ser consensual, mas as estimativas mais referidas apontam para cerca de 800 brancos, em muitos casos gente pobre e humilde, e milhares de trabalhadores africanos recrutados noutras regiões da colónia.
In Público. Ver aqui.
1961 foi um ano que colocou em choque todos os portugueses e em especial o regime de então. A divulgação das atrocidades e a propaganda noticiosa bem controlada pela polícia política (censura), provocaram nos portugueses uma onda de indignação e fervor patriótico, bem aproveitados por Salazar e aceitaram na sua grande maioria, a palavra de ordem “ Para Angola e em força”.
Não vou colocar aqui as fotos que, então, eram profusamente divulgadas pelo regime. São de uma violência e grafismo que ferem o ser mais frio e racional e revelam bem o ódio acumulado pelos autóctones angolanos em relação ao ocupante: Portugal. Esta recordação vem a propósito dos acontecimentos atuais em Israel que podem muito bem ser comparados nos seus níveis de violência e horror.
Algumas perguntas inconvenientes.
O que, na atualidade se está a passar, leva à elaboração de perguntas que são pertinentes, na minha ótica:
– Pergunto se as atrocidades agora cometidas pelos palestinianos do Hamas, são mais ou menos hediondas do que as cometidas pelos então designados de terroristas da UPA (União dos Povos de Angola) e outros?
– Pergunto se não foi esse início, com todas as suas atrocidades e morte de civis inocentes (mais de 800), a génese das lutas independentistas desses territórios?
– Pergunto também se podemos comparar o que era o colonialismo português da altura com o colonialismo israelita atual? Qual o povo que teria mais razões para a revolta? Os palestinianos de Gaza ou os nativos angolanos de 1961? Enquanto os colonos portugueses, tratavam os autóctones como servos, (muitas vezes até como iguais), mas na generalidade, com o respeito devido a um ser humano, Israel usa a força e o apartheid como fundamentos da sua existência, assassinando indiscriminadamente também mulheres e crianças.
– Não foi o termo “terroristas”, como eram designados os então movimentos independentistas das colónias portuguesas, banido do léxico português e não se começaram a apelidar de “movimentos de libertação” e “lutadores pela liberdade” depois do 25/4/74?
Este é um momento histórico para a Palestina e para a sua luta. Que há violência gratuita e mortes de inocentes que devem ser repudiadas e condenadas? Claro que sim. Mas digam-me qual a revolução histórica (tirando o 25/4/74) em que não houve excessos e injustiças e morte de inocentes..
O facto é que, tanto em 1961, como agora, a visibilidade mundial dessas lutas só teve impactos e alertou consciências, depois de se levantarem indignações contra este tipo de ações. Hediondas e terroristas, é certo, mas eficazes na ótica dos interesses dessas gentes.
O terrorismo da UPA em 1961 foi o extremar do ódio sobre os colonizadores portugueses, e sinalizou o início da futura independência das várias colónias. O terrorismo do Hamas teve origem nas décadas de ocupação, opressão e discriminação em que mais de dois milhões vivem numa prisão a céu aberto, sem quaisquer condições de sobrevivência autónoma. Não há trabalho, saúde, dignidade de qualquer espécie. Mendigam e vivem das ajudas internacionais com que, países doadores e ONGs , vão mitigando a sua miséria, qual caridadezinha que vai mantendo nos países gordos “gente de bem”, de consciência tranquila. E de sono repousante.
Comentando a pergunta inicial (Será o terrorismo a solução?), podemos ainda acrescentar outra interrogação: Será possível conter indefinidamente o ódio acumulado de décadas de humilhação, fome e opressão, em qualquer povo ou grupo étnico?
Ainda outra: Quando politica e praticamente nada é feito pela comunidade internacional para resolver e aplicar dezenas de resoluções da ONU, tendentes a resolver a situação e terminar sofrimentos e injustiças óbvios, ações terroristas serão um caminho? Para eles, parece que foi.
Pela analogia já plasmada e depois da História a ser feita dentro de algumas dezenas de anos, podemos ter o Hamas, não como uma organização terrorista, mas como um movimento heroico que iniciou uma guerra libertadora para o seu povo, ou originou o processo do seu extermínio.
Pode ser que, daqui a alguns anos, a História do povo palestiniano seja rescrita como o foi no caso português.
Do holocausto dos judeus ao genocídio dos palestinianos.
A História parece que se repete, mas agora com os carrascos a serem as anteriores vitimas. Palavras inflamadas e de ódio ouvem-se de ambos os lados, há dezenas de anos. Mas o teor das ameaças e das práticas sionistas, só demonstram que a religião que seguem e por que se orientam (Israel é um Estado teocrático), não passa de uma máscara hipócrita que acoita os instintos mais perversos e vingativos. Podem ter livros sagrados como referência moral e hábitos aparentemente civilizados, mas não conseguem esconder os ódios mortais e o genocídio que se propõem levar a cabo sobre o povo palestiniano.
O genocídio que há cerca de oitenta anos ameaçou os judeus, está agora na agenda dos seus líderes e na ordem do dia do governo israelita. O cerco de características medievais que Israel está a perpetrar a cerca de dois milhões de seres humanos, em que metade são crianças e que já viviam nos mínimos existenciais, só tem de ser condenado e considerado um crime contra a humanidade. Privar quem já quase nada tinha, de água, eletricidade, assistência médica e alimentos é puro fascismo a caminho de um novo holocausto.
O dito ocidente está mais virado para apoiar Israel e chora lágrimas de crocodilo, pelas suas vítimas tratando como normal o “terrorismo bondoso” praticado há décadas por Israel, que já provocou a morte de mais de cinco mil palestinianos e dezenas de milhar de feridos desde 2008 (fonte: ONU).
A UE bate palmas através dos seus insanos dirigentes, a todas as ações de retaliação que Israel se propõe fazer, esquecendo que, de entre os dois milhões que vivem em Gaza, somente quarenta mil pertencem ao Hamas.
A UE está a ser conivente com o desígnio de extermínio de um povo implicitamente declarado pelo fascista Netanyahu. Prepara-se o arraso de uma cidade e a morte de milhares de pessoas. Como o dito ocidente já está habituado a situações similares (Iraque, Afeganistão, Líbia, Jugoslávia,etc….), será apenas mais um crime que vai ficar por julgar.
Para a UPA e para o Hamas uma só resposta é devida!
O problema de Israel é viver no antigo testamento. Esta lá tudo para quem ler a Bíblia. Golpeai, o vosso olho não deverá ter do, nem do velho nem da criancinha. Israel vive há dois mil anos antes de Cristo. Apesar de embrulhos muito bonitos e lá que vivem. É mais uma vez preparam se para golpear. Netaniahu e um assassino nato. Que devia ser julgado e pendurado na ponta de uma corda.
A nossa repressão da UPA também foi uma coisa brutal mas cedo percebemos que precisávamos de manter alguns negros vivos porque nunca os europeus aguentariam certos tipos de trabalhos naquele clima. Já os Israelitas sabem que o que não falta no mundo são judeus pobres ou perseguidos, com o genocídio em preparação em Gaza cada vez haverá mais por isso não precisam dos palestinianos para nada. Haverá sempre quem não se importará de ir para Israel fazer os trabalhos mais vis.Por isso vai ser um fartar vilanagem. Nos que já apoiamos nazis na Ucrânia podemos também muito bem apoiar o nazismo sionista.
O celerado Netaniahu é que deve estar todo contente com a nossa canalhice.
O que Israel está a fazer chama se genocídio, dizia um choco que o que Israel esta a fazer não tem nada a ver com o nazismo porque eles não querem matar os palestinianos todos so querem matar muitos. Como se fosse normal um povo querer matar muitos dos outros. Mas enfim, é o que temos. Claro, que não os querem matar todos, há palestinianos por todo o mundo gracas a merda que eles estão a fazer há décadas. Em termos práticos é impossível. Mas querem sem dúvida expulsa Los, derramando muito sangue, de todas as terras onde viveram. Lamentando muito não os poderem mater a todos. Mas onde houver um palestiniano, nem que seja em Ushuaia, a memória dos seus crimes nunca se apagará. Que o celerado do Netaniahu e todos os patifes que mais uma vez o levaram ao poder se lembrem disso. A lembrança dos seus crimes nunca morrerá. E quem apoia Israel e os seus crimes cá ver se o mar dá choco.
Dos palestinianos, e não apenas do Hamas, dizem os indignadíssimos israelitas que são animais. Ora se andam há dezenas e dezenas de anos a tratá-los e a abatê-los como animais. Se aos pais também trataram e abateram como animais. Se aos filhos fazem a mesma coisa: mal nasceram e já são encarados como pequenos animais, terroristas potenciais, e, obviamente, tratados e abatidos como animais. Assim sendo, porque assim é, estavam à espera de quê?
Mal começam a apreender o “mundo” em que “vivem”, cedo os filhos percebem que fora do gueto, do lado de lá da vedação, do muro da prisão, de onde rapidamente aprendem que nunca sairão, há gente que os considera animais, que sempre os tratará como animais e que não perderá uma oportunidade para os abater como animais. Ora assim sendo, porque assim é, estavam à espera de quê?
De beijinhos e abraços ou talvez umas lambidelas já até se trata de animais. Era certamente disso que estavam a espera.Agora poupem nos é aquelas notícias tipo bombardeamento russo feriu dois civis ucranianos. Aqueles genocidas mataram 1300 civis em três dias, a conta vai em crescendo, as declarações dos líderes judaicos falam em extermínio ou expulsao.
Por cá acham normal que Israel mate muitos desde que não mate todos. Será porque são mais escuros que os ucranianos? Sendo que a maior parte dos portugueses são escuros por terem alguma coisinha de sangue árabe ou judeu ou ambos não sei porque carga de água achamos os louros mais dignos da nossa solidariedade que os escuros. Porque como bem diz o Joaquim Camacho os palestinianos estão a ser massacrados por aquela canalha vil há décadas. E há décadas que quem diz que o estado de Israel é uma organização maléfica e acusado de ser antissemita e apoiante do terrorismo. Porque bombardear e matar indiscriminadamente não é terrorismo. Matar só para mostrar que podem matando também quem estiver a volta não é terrorismo.O que os colonos Israelitas andam a fazer matando jovens palestinianos em invasões a zonas árabes não é terrorismo. Expulsar uma família da sua casa, matando ou encarcerando quem resiste não é terrorismo.
Quando mataram o fundador do Hamas só para fazer “os seus cabelos grisalhos descer com sangue a sepultura” até lhe fizeram um favor porque o homem estava a morrer de cancro. Mas não fizeram certamente um favor a outros nove que morreram so porque estavam ali perto.
Isto é o que é a vida na Faixa de Gaza. Nunca saber de onde raio vai vir a bomba. Ou o tiro de um sniper.
Quem vive assim, quem cresce assim não precisa que ninguém lhe ensine o ódio. Tem excelentes professores.
É há ainda o exemplo do que aconteceu a quem tentou negociar com eles. Arafat esteve sempre por um triz de morrer bombardeado por aquele porco gordo do Ariel Sharon. Morreu de uma coisa muito esquisita e ainda hoje ninguém poe as maos no fogo quanto ao que o fez ter uma morte terrível e atrás do sol posto. Morrer por morrer, pensarão os desgraçados que ainda cá estão, vale a pena tentar negociar com uma gente daquelas?
ESTE É O FULCRO DA QUESTÃO:
– (mais um tabú) as movimentações do Hamas eram/foram facilmente detectáveis.
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Vou chamar os bois pelos nomes:
– muito pessoal pretende comer-nos por parvos!
Sim, muito pessoal pretende comparar aquilo que não é comparável: sim, pretendem branquear (lançar uma cortina de fundo sobre) uma operação de false-flag; operação essa que, por sua vez, é para ser usada no branqueamento de um genocídio!
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O império das mentiras e das pilhagens (vulgo ocidente mainstream: e os judeus também fazem parte do ocidente mainstream) continua ao seu ‘nível’ no século XXI:
– USO DE EXTREMISTAS PARA OPERAÇÕES DE FALSE-FLAG:
-> 11 DE Setembro;
-> mais do mesmo: 7 de Outubro: especialistas militares que estudaram o caso são peremptórios: «as movimentações do Hamas foram detectadas com antecedência».
Mais:
– uso de extremistas… para, no caos, roubar petróleo à Síria e à Líbia;
– uso de extremistas ucranianos para que estes perseguissem, bombardeassem, massacrassem russófonos das regiões do leste da Ucrânia
… e…
argumentar que a Operação Militar Especial dos russos não foi provocada……
O QAnon lusitano está em pleno… uma operação de false-flag.
Já agora, traduzindo: não foi o Hamas que invadiu Israel e chacinou civis… suspeita-se… chchchchchch… só para iniciados!